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Se alguém com honestidade política ainda teria dúvidas sobre quem é Trump e o que pretendia pôr em prática nos EUA em alguns terão vindo a desvanecer-se. As atitudes do Presidente são típicas de um qualquer regime africano ou da américa latina do passado e, infelizmente, ainda alguns no presente. Trump não pode dizer que está contra o regime venezuelano, ele está a tentar fazer o mesmo, o sinal é que é oposto.

Um dos filhos de Trump disse que a américa não pode ser uma república das bananas, mas o facto é que eles estão a fazer tudo para que o seja. Minar o sistema eleitoral é o objetivo. Os republicanos parecem ter medo de Trump, estão inseguros, evitam dizer a Trump que está na hora da passagem do poder.

A primeira página do The Wall Street Journal à hora em que escrevo não faz referência evidente a boicotes que Trump tem feito para bloquear a passagem do mandato. O presidente eleito não consegue ter acesso a informações detalhadas porque o GSA - U.S. General Services Administration não permite o acesso. A administração Trump recusou-se a fazer uma designação técnica tipicamente rotineira que concederia a Biden recursos de transição cruciais.  

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Fonte: Foxnews

A Foxnews  o canal de televisão republicano apesar de reconhecer Biden com vencedor dá voz aos que ainda estão com Trump a contestar as eleições, ao mesmo tempo refere uma notícia em que Robert De Niro compara Trump a Hitler e lamentou a multidão de americanos que votaram em Trump para um segundo mandato.  

Repare-se que a Foxnews atribui já a Biden uma votação superior a 270, mínimo necessário, mas atribui-lhe já um valor superior, contando com 20 da Pennsylvania, apesar de ainda faltarem contagens que estão a branco.

Trump, como é sabido, está a fazer todos os possíveis para atrasar a passagem de mandato. A Foxnews apresenta uma justificação, defendendo a atitude de Trump, claro, justificando que “espera de que a GSA - Administração de Serviços Gerais reconheça Biden e a vice-presidente eleita Kamala Harris como os vencedores da eleição, o que ainda não foi feito, o que normalmente acontece quando fica claro quem são os vencedores. A GSA está a aguardar a contagem de boletins de voto em vários estados cuja contagem está a ser verificada e, por outro lado o litígio lançado pelo ainda Presidente continua nos tribunais em todo o país. Parece constatar-se aqui o facto inédito de em relação a outras eleições estarem a colocar pauzinhos para bloquear a engrenagem. Até que o GSA apure oficialmente o vencedor da eleição, o seu apoio pós-eleitoral à equipe de Biden não começará.

Segundo a CNN a questão não é a de saber se o presidente Donald Trump está de saída. É quanta destruição, vingança e caos causará ao sair da Casa Branca.

Ainda segundo um analista político da CNN escreve sobre a recusa de Trump em reconhecer a eleição de Joe Biden, com twittes delirantes sobre os estados e o obstáculo criado para conceder  ao presidente eleito, Joe Biden, acesso a fundos e recursos federais para fortalecer a sua administração o que significa que os Estados Unidos enfrentam 71 dias difíceis. Trump pode ser um pato manco, mas ele mantém as autoridades da presidência até o meio-dia de 20 de janeiro, e o seu pressão sobre o Partido Republicano foi fortalecido ao obter 70 milhões de votos na semana passada. Portanto, o presidente tem o poder - institucional e político - e, aparentemente, a motivação para criar uma grande confusão antes de retornar à vida civil disse o analista.

Trump reclama que aumentou os votos e que teve mais de 70 milhões de votos pois bem Biden teve mais de 76 milhões de votos. Trump esquece-se de que em 2016 teve menos votos do que Hillary Clinton. Foram 65 853 516 (48,2%) para Hillary e 62 984 825 (46,1%) para Trump e mesmo assim conseguiu ganhar as eleições devido ao sistema eleitoral em vigor nos EUA. O que antes serviu para chegar ao poder agora reclama o número de votos. Para ditador nada lhe falta.

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Diz o filho do maior trapaceiro e mentiroso que esteve na presidência, também ele seguindo as mesmas regras do pai, para:  “Trump entrar em guerra total por causa desta eleição para expor todas as fraudes, trapaças, mortes (…) que vêm acontecendo há muito tempo”, escreveu Donald Trump Jr. no dia 5 de novembro, deixando no ar mais uma metáfora bélica. “É hora de limpar esta confusão e isto parar de parecer uma república das bananas!”. E mais grave ainda:

Se não fosse de lamentar e perigoso seria para rir a bandeiras despregadas.

Trump esperou apenas dois dias após a eleição para começar a exigir retaliação sobre aqueles que ele vê como inimigos dentro de sua administração fazendo despedimentos a eito com o objetivo de complicar a passagem ao novo Presidente.

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Fonte: CNN

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publicado às 19:02

Os voláteis

por Manuel_AR, em 05.10.19

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Não são apenas os indecisos que podem determinar uma campanha eleitoral. A volatilidade é outro fenómeno eleitoral que se deve ter em conta para se ganharem eleições. Mas quem são os eleitores que se encontram nesta margem?

O fenómeno da volatilidade acontece quando um indivíduo muda de opinião entre duas eleições denominada volatilidade inter-eleitoral, ou ainda, quando parte dos eleitor oscilam as suas preferências ao longo duma campanha eleitoral, também denominados flutuantes.

O ponto de vista psicossociológico assenta a volatilidade nos indivíduos com baixo nível de educação, com apatia, falta de identificação partidária e ideológica como determinantes. Há, contudo, uma outra perspetivas que identifica a instabilidade eleitoral pelo acesso esses eleitores têm no que se refere ao acesso a mais recursos informativos que incentivam a flutuação, tendo assim uma maior sofisticação política e apresentando um nível de conhecimento superior ao eleitor médio.  

Há estudos que apontam para que os eleitores voláteis apresentam um nível de educação mais elevado e pertencem a faixas etárias mais novas e demonstram uma maior instabilidade nos alinhamentos de preferências político-partidárias.

Outra perspetiva que pode estar associada à volatilidade relaciona-se com o papel dos meios de comunicação. Sobre esta questão há pontos de vista contraditórios. Verificou-se que os eleitores voláteis situavam-se num nível baixo de exposição aos meios de comunicação, mas noutros casos justificaram estas conclusões pelo facto de os meios tradicionais se focarem sobre questões conjunturais associadas a fatores de curto prazo, como os temas da campanha à transitoriedades, como escândalos, ou sondagens. Também foi verificado noutros estudo que a quantidade dos meios de comunicação utilizados durante as campanhas não tem efeito sobre a volatilidade dos eleitores.

Os eleitores flutuantes dependem mais do nível de conhecimento do que das características sociodemográficas ou de interesse pela política. A avaliação do desempenho do governo reflete uma componente conjuntural e de protesto que leva os eleitores a mudar o sentido do voto entre eleições sucessivas. Isto é, quanto mais positiva é a avaliação do desempenho do governo, maior a tendência para manter o sentido de voto, e reciprocamente.

Os que decidem na proximidade do dia das eleições são também os mais propensos a oscilar nas suas escolhas eleitorais. Ao nível das atitudes os voláteis estão associados com uma identificação partidária mais fraca e um menor interesse pela política.

As escolhas eleitorais baseiam-se num processo cognitivo que parte das predisposições políticas, as quais são atualizadas com novas informações que emergem durante a campanha eleitoral ou durante a legislatura.

O chamado efeito líder não é de somenos importante na escolha para a decisão de votar. É frequente a imagem dos líderes ter uma grande visibilidade e ter espaço privilegiado na opinião pública e nos media durante as campanhas eleitorais e no período inter-eleitoral.

O marketing político tem feito por evidenciar a importância da “personalização” da política dos candidatos para avaliação pelos eleitores que passaram a ser considerados como consumidores de imagem. Ainda há quem vote pela imagem dos candidatos e não pela eficácia governativa durante os mandatos.

A individualização, ou melhor, a fulanização da política e o aumento da mediatização sobre ela pode levar a que o efeito líder possa ser um fator conjuntural importante isto porque os líderes representam a face humana dos partidos. Não é por acaso que as características pessoais são informações fáceis de recolher e de utilizar pelos órgãos de comunicação para construir ou destruir avaliações positivas ou negativas sobre posições dos candidatos e dos partidos em função das preferências e orientações ideológicas daqueles órgãos.

 

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publicado às 18:56


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