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Comunicações e opiniões pessoais sobre o dia a dia da política e da sociedade. Partidos, demografia, envelhecimento, sociologia da família e dos costumes, migrações, desigualdades sociais e territoriais.
Encontro-me neste momento na Beira-Alta profunda, onde o acesso à imprensa escrita é dificultado pela distância aos centros urbanos. O acesso à informação tem apenas três a rádio, a televisão e a Internet.
Embora tente ficar por uns tempos afastado das notícias da política há sempre um caso ou outro que me chega, mesmo que não a procure e a tentação da curiosidade vence.
Na primeira página do Diário de Notícias de ontem uma das notícias titulava que Maria Luís Albuquerque abria a porta a novos cortes nas pensões que já estão a pagamento e que o CDS se distanciava e dizia que só aceitará se o PS também aceitar.
O comentador artista da política da TVI, Marcelo Rebelo de SousA, no seu comentário de domingo sobre o tema, disse que Maria Luís Albuquerque tem falta de comunicação política e que assustou os “velhinhos” (será ele um eternamente jovem?).
Na segunda-feira à noite veio a mesma ministra das finanças dizer que quer “partir de forma completamente aberta” para discutir o problema dos 600 milhões, número que ela enviou para Bruxelas no DEO (Documento de Estratégia Orçamental) mas que não diz em que se baseia àquele valor nem de tipo de cortesa se refere. É que 600 milhões não são 600 mil euros. Não ficando por aqui corrige as declarações e pede a mão ao Partido Socialista para que haja consenso para o corte de 600 milhões sem se saber o porquê e o como que vão na cabeça dela para os obter.
Para perdões fiscais de milhões de euros e outras benesses há que ir buscar dinheiro onde o houver.
Logo de seguida vem Mota Soares dizer o ministro da Segurança Social dizer (eu ouvi através da rádio) que bla… bla… "não há neste momento nenhuma medida a ser discutida", bla.. bla…, nem neste momento "nenhuma proposta a ser apresentada…". Repare-se no pormenor da repetição do “neste momento”.
Hoje, o ora agora vira p’rá aqui, ora agora vira p’ráli e sempre centrado no seu umbigo, Miguel Sousa Tavares elogia Maria Luís Albuquerque pelo que disse sobre as pensões dos “velhinhos” e diz, esfolem-se porque os meus impostos são elevados e têm que baixar e alguém tem que pagar (em sentido figurado claro). Como se os “velhinhos” não pagassem também impostos. fIcamos sempre com a sensação que ele comenta en função das simaptias que tem...
E vem Passos Coelho falar de coesão social quando desde que tomou posse o seu discurso, que pelos vistos continua pelos membros do seu Governo, foi o da divisão descarda e escandalosa dos portugueses entre gerações e trabalhadores.
Basta ler os jornais para ver o aumento da violência que se agravou desde que Passos Coelho tomou posse. A revista Visão da passada semana traz um artigo que aborda este assunto.
Ainda haverá alguém que por mais boa vontade que tenha acredite na palavra destes senhores e senhoras que nos têm Governado? Se esta direita troca-tintas de Passos Coelho ganhar as eleições só teremos a esperar aquilo por que nunca esperámos.
As exportações não se situam apenas no domínio dos negócios e dos bens transacionáveis. As exportações também se situam no domínio da política de descrédito das instituições do nosso país e o principal exportador são o primeiro-ministro, o Governo e respetivos porta-vozes.
Uma das principais exportações das nossas instituições democráticas são as tentativas de descrédito e de pressão sobre o Tribunal Constitucional que tem sido falado, caso único no mundo civilizado, pela pior forma. A tentativa de internacionalização das medidas do TC sem que, quer o Governo na voz do primeiro-ministro, quer do Presidente da República tenham tomado qualquer posição ou tido uma palavra de defesa da nossa soberania, pelo menos a das nossas instituições democráticas. Todos os organismos internacionais se têm referido ao TC como é o caso do FMI, Comissão Europeia, na voz do seu presidente Durão Barroso, OCDE e, agora, até o CITIBANK.
Será de facto posição de estadistas omitirem e passarem ao lado sem uma tomada de sentido de estado dos nosso governantes (vejam-se as declarações de Durão Barroso sobre o TC tomadas ao lado de Passos Coelho) e da Presidências da República. Isto é posição de garotos sem qualquer sentido de Estado que tanto apregoam. Por que admitem sem uma palavra de repúdio como se tudo isto fosse a normalidade. Será isto defender Portugal e as suas instituições democráticas? É explicável pois para eles defender Portugal é apenas defender os seus interesses e os lugares que ocuparam e distribuem pelos amigos oriundos das Jotas.
E por aqui me fico porque senão ainda sou multado ou mesmo preso por escrever no blog que não seja ser a favor do Governo, como é o caso que se está a passar na Hungria que até mudam a Constituição por decreto. Valia a pena terem visto, para quem a não viu, na Grande Reportagem que passou hoje na SIC ou consulte a Visão de outubro de 2012.
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