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Recordando... mentiras

por Manuel_AR, em 07.01.17

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A direita de Pedro Passos Coelho servia do chavão utilizado por Thatcher conhecida por “There Is No Alternative - TINA  para mentir aos portugueses dizendo que não seria possível manter a TAP como empresa pública ou recapitalizar a Caixa Geral de Depósitos. Desculpava-se com Bruxelas que não deixava.

Argumentos falaciosos, confusos, deturpadores da realidade eram aqui e ali utilizados por ele e pelos fãs do comentário político da falácia. Utilizavam então com argumentos de juristas e de legislação para terminarem a dizer que a Europa não deixava. Este discurso era assimilado e replicado às cegas por quem nada percebia de direito Europeu. Não é obrigatório ser legista e licenciado em direito, basta ler e estar atento.

Neste âmbito incluem-se os fanáticos das privatizações das quais podem alguns beneficiar, e os crédulos que acreditam em tudo quanto ouvem ou leem e é divulgado pelos jornais de opção neoliberal que distorcem, para utilidade político-partidária, o que se passa de facto na Europa.

 Passos e os seus adeptos mentiam quando garantiam que só era possível uma política, a deles. Ao Governo de Passo e de Portas dava jeito que acreditássemos em tudo o que estava a ser feito. O PSD e CDS acreditavam que nunca haveria hipótese de refutar a tese do “não há alternativa” porque nunca pensaram que o PS faria um acordo parlamentar à sua esquerda para viabilizar um Governo daquele partido porque estava sem maioria absoluta, que a direita também não conseguiu. Pensavam assim porque durante dezenas de anos nunca tinha havido outra política na esquerda portuguesa. Foi e continua a ser essa a frustração da direita.  

Ainda nos recordamos de quando Passos Coelho nos dizia, por exemplo, que não seria possível manter a TAP como empresa pública ou recapitalizar a Caixa Geral de Depósitos? Aqui está o exemplo prático de que, servindo-se da mentira, desculpava-se dizendo que Bruxelas não deixava.

Com outro simples exemplo, recordemos o que Passos Coelho disse no Twitter, quando ainda na oposição e já em fase de pré-campanha eleitoral, três meses antes de tomar posse (21 de junho de 2011): “Se vier a ser necessário algum ajustamento fiscal, será canalizado para o consumo e não para o rendimento das pessoas.”. E só mais uma: “É uma tragédia o estado a que o nosso estado social tem chegado.”(maio de 2011). Nesta altura já sabia que haveria um processo de ajustamento e que a troika viria.

Deputados do PSD que estão agora na oposição por questões de lana caprina veem dizer que António Costa está a mentir aos portugueses. Replicam o que ouviam da oposição quando eram governo. Há, no entanto, uma diferença é que, na altura, quando se dizia que Passos Coelho mentia era mesmo verdade.

 

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publicado às 12:50

O canto dos cisnes e a bomba BANIF

por Manuel_AR, em 22.12.15

Banif.png

 

Há uma lenda que teve origem grega que se utiliza como metáfora quando nos queremos referir a um esforço final de um indivíduo que é usada para descrever a derradeira e mais importante obra de um artista, como se este tivesse alcançado nos últimos momentos de vida, uma suprema inspiração.

Aplica-se esta metáfora a Cavaco Silva enquanto Presidente da República que faz condecorações apressadas, declarações com o seu costumeiro discurso de fação. Fala da TAP e intimida dando exemplos de países onde, em circunstâncias e contextos diferentes, empresas de aviação tiveram problemas para depois poder afirmar "eu bem disse…". Quando Cavaco Silva na passada semana falou sobre o Banif recomendava muito cuidado com as palavras, qual repreensão a menino mal comportado, contudo, no passado recente, referindo-se ao BES, afirmou perentoriamente que estava fora de causa qualquer problema e todos podiam estar confiantes.

Agora condecora Alberto João Jardim que em tempo foi considerado um despesista e ter endividado a Madeira. Anda por aí em roteiros já sem qualquer significando político a não ser aproveitar para elogiar o antigo Governo que sempre apoiou e a quem sempre facilitou a vida.

Mas há mais cisnes a cantar e a morrer. A coligação PàF do PSD e do CDS-PP  cantou até se desfazer.  O PSD e o CDS cantaram a ária da ilegitimidade do Governo em funções, que é o mesmo que dizer que Cavaco Silva tomou uma decisão ilegítima ao empossar o atual Governo.

Ainda antes das eleições, não prevendo a sua morte, o propagandismo de Passos Coelho, de Paulo Portas e dos seus comentadores profissionais do marketing partidário elogiavam o então Governo das saídas limpas e cofres cheios, de promessas de cumprimento do défice abaixo do exigido, da recuperação económica que estava aí, da eventual promessa de baixa de impostos e eliminação da sobretaxa do IRS. Depois tinha havido "engano" da Autoridade Tributária, as receitas já não eram assim tão boas e, por isso, não era possível retirar a dita sobretaxa.

Relativamente ao BANIF (banco madeirense) Passos Coelho afirmou, e reafirmou, que não haveria custos para o bolso dos contribuintes e o coro dos seus apoiantes acrescentava que o dinheiro que entrou naquele Banco até era bom porque seria pago pelo banco com juros. Muito boa gente, ingenuamente, acreditou na lenga-lenga  pré-eleitoral e eleitoral da coligação divulgada pelos canais de televisão, e neles votou.

A ameaça da bomba BANIF estava lá, apenas foi escondida aos olhos dos portugueses durante a campanha eleitoral. A mentira, a dissimulação e o recurso a ilusionismos retóricos da política foram truques para levar os portugueses a continuar a votar nos que, em 2011, foram eleitos com base em mentiras.

Mais bombas poderão surgir e parece que os cofres estariam cheios para, logo de seguida, ficarem vazios. Se aquela gente continuasse no Governo que mais iria acontecer? Que desculpas mais haveria?

As pedras começam a cair em cima das duas cabeças que nos governaram e do seu suporte durante mais de quatro anos. Ou será que a desculpa também é de Sócrates?

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publicado às 15:31

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O Presidente da República Cavaco Silva ao mesmo tempo que desprestigia uma distinção honorífica que devia ser dada apenas a quem se distingue por excelência quer por serviços prestados à sociedade, quer por trabalhos ou influência social, política ou econômica que lhes confiram esse prestígio, fica "aliviado" com a venda da TAP. Mas alívio porquê? Estaria ele aflito com algo sobre a TAP?

Cavaco Silva transformou o que devia ser a sessão solene das condecorações numa espécie de feira do relógio onde tudo se vende ao desbarato.

Condecorou o alfaiate, digo estilista, da "sua esposa" com uma comenda. E porque não a peixeira, com todo o respeito que tenho pelas peixeiras que me vendem sempre peixe fresco, e o meu talhante que me corta uns bifes de qualidade (não todos os dias, porque estou impedido disso, pelo menos diz a senhora Jonet) e poderíamos ir por ai fora.   

Este absurdo é muito bem analisado por Carlos Esperança quando diz "O que surpreende não é a condecoração cair num estilista, é a distinção incidir no da mulher do PR e ser atribuído o mais alto grau de uma das maiores condecorações. Assim, estranha-se que tivessem sido ignorados o sapateiro, a manicura e o cabeleireiro e esquecida a Ordem de Mérito Empresarial, Classe de Mérito Comercial, ao vendedor de frutas e legumes para o Palácio de Belém ou a comenda do Mérito Industrial para o fabricante e fornecedor de pastéis de bacalhau."

Este PR é uma caso perdido e a sua senilidade começa a ser evidente e os seus assessores não o sabem aconselhar ou, então, não servem para nada e apenas recebem o ordenado da função pública, porque ele é que ditatorialmente impõe o que quer, e pronto.

Caprichos de um Presidente cujo perfil eu vejo sem isenção, comprometido com o Governo, partidário que complementa e reproduz as narrativas do Governo e se compraz em vingar-se dos seus adversários ou de quem se lhe oponha ou o contrarie. Basta ler com atenção o seu discurso de posse deste seu segundo mandato.

Até hoje ainda não me deu oportunidades para reconhecer as suas virtudes enquanto ator político. Sim político, porque a função dele é também política, embora seja a única coisa de que se quer distanciar. Faz de conta parecer que está acima dos políticos e da política. Não está acima dos partidos, ele está com os "seus partidos".

O senhor PR engana-se, é político e dos maus ao afirmar-se e ao demonstrar nas suas intervenções que não é Presidente de todos os portugueses.

Um verdadeiro Presidente da República, quer seja eleito por 40% ou 50% ou qualquer outro número que o colocasse em Belém deve ser o Presidente de todos, mesmo daqueles que não lhe deram o seu voto.

A visão de Cavaco Silva sobre a presidência sempre foi enviesada. E com aproximar das eleições legislativas só falta que pegue numas bandeirinhas do PSD e do CDS e se ponha a acená-las da sua varanda.

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publicado às 00:28

Só se deixa enganar quem quer

por Manuel_AR, em 05.09.14

 

Nas últimas semanas vieram a lume na comunicação social notícias, quase sucessivas, sobre problemas de ordem técnica em aviões da TAP que obrigaram a atrasos nos voos. Declarações de responsável da administração da empresa desvalorizaram os acontecimentos acusando os órgãos de comunicação social de fazer parecer mais importante do que na realidade é, visto que, segundo ele, problemas destes sempre existiram e se encontram dentro das médias. Coisa espantosa, já que seriam situações que normalmente são divulgadas.

Curiosamente hoje surgiram notícias e declarações de interessados na compra da TAP. Nestes casos para mim não há coincidências. Provocar situações que indiretamente conduzam a um objetivo pré-determinado.

Seria bom que alguém desmentisse que este governo, no que à manutenção dos aviões da TAP diz respeito, resolveu tornar desnecessárias a apresentação de credencias necessárias e obrigatórias para a admissão dos técnicos de manutenção facilitando os concursos, até para conseguir entrada de amigos, mera divagação.

 

Em março de 2014 segundo o jornal Expresso os sindicatos que representam os trabalhadores alertavam para "para uma situação "insuportável" e para o risco de um "colapso operacional" da empresa. Os trabalhadores da manutenção da TAP vinham a ser aliciados com salários líquidos de 5000 euros, por exemplo, complementados com o pagamento de casa e escola para os filhos, e foram conquistados sobretudo por companhias da Ásia, como a Emirates, a Qatar Airways e a Etihad Airways, mas também da Europa. De Malta, por exemplo, chegou a haver propostas de 1600 euros por semana, a trabalhar 10 horas por dia em seis dias da semana. Mais recentemente, houve ofertas do Reino Unido e do Vietname, com salários "quatro ou cinco vezes superiores", avança André Teives. No caso dos pilotos, na sua maioria mudaram para a Emirates, para ganhar 5500 euros limpos (como copilotos). Fernando Pinto, presidente da companhia aérea, estima a criação de 500 novos empregos e 100 que vêm compensar a saída de trabalhadores nos últimos anos.  Só em 2013, houve cerca de 20 pilotos e 50 técnicos de manutenção que deixaram a companhia portuguesa, contabiliza o gestor.

Ora, a admissão de técnicos pressupõe qualificação e formação de elevado nível e tempo de experiência que não se adquire em cinco meses.

Não é difícil estabelecer uma relação de causa efeito. E o Dr. Pais do Amaral e o insistente  colombiano Germán Efromovich estão aí para o confirmar. As avarias nos aviões das TAP foram o rastilho e a desculpa oportunos para se avançar novamente como o processo de privatização.

As notícias vindas a público sobre os incidentes técnicos em aviões da empresa transportadora aérea foram de imediato aproveitadas para acelerar a sua privatização. Como se a mensagem a passar fosse: estão a ver o que dá em ser pública a TAP se já tivesse sido privatizada nada disto acontecia. Digo eu, que estou sempre de pé atrás com estes tipos.

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publicado às 22:46


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