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Exportações

por Manuel_AR, em 26.11.13
Foto: Sic Notícias

As exportações não se situam apenas no domínio dos negócios e dos bens transacionáveis. As exportações também se situam no domínio da política de descrédito das instituições do nosso país e o principal exportador são o primeiro-ministro, o Governo e respetivos porta-vozes.

Uma das principais exportações das nossas instituições democráticas são as tentativas de descrédito e de pressão sobre o Tribunal Constitucional que tem sido falado, caso único no mundo civilizado, pela pior forma. A tentativa de internacionalização das medidas do TC sem que, quer o Governo na voz do primeiro-ministro, quer do Presidente da República tenham tomado qualquer posição ou tido uma palavra de defesa da nossa soberania, pelo menos a das nossas instituições democráticas. Todos os organismos internacionais se têm referido ao TC como é o caso do FMI, Comissão Europeia, na voz do seu presidente Durão Barroso, OCDE e, agora, até o CITIBANK.

Será de facto posição de estadistas omitirem e passarem ao lado sem uma tomada de sentido de estado dos nosso governantes (vejam-se as declarações de Durão Barroso sobre o TC tomadas ao lado de Passos Coelho) e da Presidências da República. Isto é posição de garotos sem qualquer sentido de Estado que tanto apregoam. Por que admitem sem uma palavra de repúdio como se tudo isto fosse a normalidade. Será isto defender Portugal e as suas instituições democráticas? É explicável pois para eles defender Portugal é apenas defender os seus interesses e os lugares que ocuparam e distribuem pelos amigos oriundos das Jotas.

E por aqui me fico porque senão ainda sou multado ou mesmo preso por escrever no blog que não seja ser a favor do Governo, como é o caso que se está a passar na Hungria que até mudam a Constituição por decreto. Valia a pena terem visto, para quem a não viu, na Grande Reportagem que passou hoje na SIC ou consulte a Visão de outubro de 2012.

 

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publicado às 23:34

 

 

 

Merkel defende o agravamento de sanções a países da zona euro que não cumpram os critérios de estabilidade, incluindo a perda de soberania. Se isto não é humilhação hegemónica para país como Portugal então o que é?

Será por acaso que em alguns países tentam fazer omparações com o passado alemão?

 

 

A Alemanha teve sempre projetos e ideais hegemónicos e de domínio sobre outros países e povos sustentados pelos mais variados pressupostos e pretextos. Duas guerras mundiais tiveram a sua génese com a Alemanha.

A construção europeia que começou com a Comunidade Económica Europeia e mais tarde com política da moeda única, foi um projeto que teve como objetivos unir a Europa, procura da solidariedade entre os povos e fazer face à concorrência económica por parte dos Estados Unidos da América. Na altura da sua formação não era suposto que países ricos quisessem oprimir e dominar os mais pobres. A prova está nos recursos financeiros, os chamados fundos europeus (FSE,FEADER,FEAMP,FEDER) que eram recebidos por estes países para o desenvolvimento das suas regiões mais deprimidas, para além dos QREN’s o último dos quais foi o QREN - Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007/2013, novo ciclo na aplicação dos fundos comunitários.

A mobilização do povo alemão pela Chanceler Angela Merkel, coadjuvada por outros países do norte, contra os países do sul, gastadores e preguiçosos, e a cruzada em favor da austeridade custe o custar, que alguns governos do sul apoiam, tem a ambição de dominação e submissão subtil através da opressão económica e financeira do povos.

Não somos contra uma austeridade sustentada e a prazo para tentar compor as finanças públicas. O problema é quando a austeridade é imposta para deixar países sem folego e sem capacidade de reação. A opressão dos povos não é executada apenas pela invasão territorial de exércitos, tem atualmente formas mais subtis através do controle económico e financeiro. Veja-se o caso de Chipre. Vergar e submeter países é, atualmente, uma das funções de alguns países da EU liderados pela Alemanha.

Angela Merkel rejeitou esta segunda-feira, 22, a ideia de que a Alemanha procura exercer a hegemonia na UE, dizendo que "A Alemanha tem por vezes um papel complicado porque nós somos a maior economia europeia (...) Mas a Alemanha agirá unicamente em concertação com os seus parceiros. A ideia da hegemonia é-me totalmente estranha". Porque será que Merkel teve necessidade de se justificar? Não costuma haver fumo sem fogo…

Mais grave ainda é a afirmação por ela proferida em que defende o agravamento de sanções a países da zona euro que não cumpram os critérios de estabilidade, incluindo a perda de soberania. Se isto não é humilhação hegemónica para país como Portugal então o que é?

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publicado às 23:04

Defenestração do traidor Miguel de Vasconcelos no Terreiro do Paço
 

A opção deste governo, de eliminar o feriado do 1º de dezembro a partir do próximo ano revela a ignorância e o desprezo pela cultura histórica e política de Portugal e pelo povo português. Não se trata de gozar mais ou menos um feriado num ano, mas o desprezo que estes senhores têm pelo nosso passado histórico, que lhes advém da formação que pagaram em universidades privadas, algumas de duvidosa qualidade e seriedade. Recordo-me, por exemplo, da extinta universidade moderna para não falar de outras que, apesar de terem qualidade pecaram ao oferecer licenciaturas que não deviam, o que levou a que a qualidade do ensino fosse posta em causa por uma condenação pública precipitada, que adveio do oportunismo de alguns deste senhores que nos governam.

Mas isto é revelador da fraca formação que compraram. O dia da restauração de Portugal tem um significado patriótico da restauração da nossa soberania e independência, da então monarquia portuguesa. Não por que eu tenha qualquer simpatia por tal regime político, mas porque o que estava em causa era precisamente a refundação da nossa independência e soberania, coisa que, hoje em dia está cada vez mais nas mãos de terceiros e que se agravou nos dois últimos anos.

Recordo-me, aquando da polémica sobre os feriados a eliminar, de ouvir alguns responsáveis no governo dizerem que este tipo de feriados já não diz nada às atuais gerações. Este argumento apenas confirma o que afirmei anteriormente, ignorância total sobre a nossa história e cultura e a falta de sentido patriótico.

O lamentável é que a ignorância atávica desta nova classe política deve desconhecer que, por exemplo, os Estado Unidos da América festejam com pompa e circunstância o seu dia da independência (Independence Day a 4 de junho). Acham de facto que as gerações atuais dos EUA desconhecem o significado daquela data e que a deixam de festejar? Seria impensável! Mas em Portugal é tudo pensável basta vermos e ouvirmos as entrevistas do primeiro-ministro.

A Alemanha tem um feriado oficial a 3 de outubro 2013 o Tag der Deutschen Einheit (Dia da Unidade Alemã) feriado oficial na Alemanha.

Em França no dia 14 de julho o feriado da Fête National de la France, data revolucionária francesa que se tornou festa nacional, e que é também conhecida como “o Dia da Bastilha" pois foi neste dia que foi tomada a prisão da Bastilha. Será que também aqui as atuais gerações que também não viveram o acontecimento deixaram de festejar este dia? Em Portugal há datas marcantes que são símbolos da nossa história como a Restauração de Portugal, o 5 de Outubro e o 25 de Abril que muitos querem fazer esquecer.

O mais grave é que as imposições vindas do lado da europa do norte, que não têm a mínima noção das tradições e cultura portuguesas são seguidas com reverência, seguidismo e sobreserviência, traindo o país, a sua cultura própria e os nossos princípios e valores sociais, coisas das quia aqueles países nunca abdicam. Passámos a ser uns "paus mandados".

A Restauração da independência que libertou Portugal de sessenta anos de domínio espanhol teve várias causas sendo as seguintes  as mais relevantes:

  • O grande descontentamento geral dos portugueses devido ao não cumprimento das promessas feitas nas cortes de Tomar.
  • Distribuição por Filipe II de Portugal (rei espanhol) de cargos da administração e do governo a espanhóis.
  • Aumento dos impostos, por Filipe III de Portugal (rei espanhol), que provocou várias revoltas populares.
  • Utilização das tropas e navios portugueses nas guerras espanholas contra ingleses, holandeses e franceses.

O que atualmente se vê é outro tipo de traições ao povo português por sujeitos sem sentido de estado, nem patriotismo, que ocupam o poder por questões pessoais que têm a ver, sobretudo, com a sua carreira ou, ainda, porque fora dos governos e da política, a maior parte deles não encontra ocupação.

Veja-se este estrato elucidativo do que foi a restauração da soberania portuguesa, extraído da História Concisa de Portugal pelo Prof. Hermano Saraiva:

“A revolta assumiu a forma de uma operação de surpresa sobre o palácio real. Em 1 de Dezembro de 1640, entraram de súbito no paço quarenta fidalgos, forçando as guardas, e procuraram o Secretário de Estado Miguel de Vasconcelos, cuja morte tinha sido previamente decidida. Abateram-no e forçaram a duquesa de Mântua, prima do rei de Espanha e vice-rainha, a escrever ordens para que as guarnições castelhanas do Castelo de S. Jorge e das fortalezas do Tejo se rendessem sem resistência. Só depois de concluído o golpe foi pedida a intervenção do povo. "Às dez horas do dia - havendo uma que o caso acontecera - andavam as mulheres apregoando peixe pelas ruas, fruta e mais coisas de venda, e nas praças e ribeiras [estavam] as padeiras e tendeiras com aquela paz e repouso que pudera haver se o negócio fora uma coisa de pouco mais ou menos...", diz um memorialista que tomara parte no assalto ao terreiro do paço. Todo o País aderiu à revolução, mal teve notícia dela. Algumas centenas de estudantes portugueses da Universidade de Salamanca voltaram para Portugal, para se alistarem nas fileiras. Mas dos numerosos nobres que se encontravam na corte de Madrid, quase todos ficaram ao serviço de Filipe IV.”.

 

Como é fácil perceber, os tais que se diziam patriotas e com sentido de estado, quando ao serviço do governo dos Filipes, preferiram manter os seus cargos ao serviço de Espanha do que voltar para servir Portugal.

Sobre as analogias que se podem fazer com a atualidade, cada um que faça as suas.

 

 

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publicado às 13:30

 

Quem tiver a disponibilidade e a paciência para ver e ouvir os comentadores políticos, analistas de economia e um novo grupo, a que alguns “pivots” da televisão resolveram dar o pomposo nome de “senadores”, que proliferam pelos vários canais de televisão, poderá, facilmente, tirar algumas conclusões. A primeira é que, todos eles, quase sempre os mesmos, pertencentes ou simpatizantes de uma determinada ala político-partidária, tecem de cima da sua cátedra,  sapiência sobre as medidas que se tomaram e que se devem ou não tomar.

Como se tem reparado, este jogo de xadrez de comentadores está à partida viciado. Porquê? Porque, salvo raras exceções, são conhecidos militantes de topo dos partidos atualmente no governo, pelo que, estamos no direito, de em princípio pôr em causa a sua isenção. Claro que mau seria que por vezes não fizessem críticas ao executivo em pontos demasiado evidentes. Mas se num dia o fazem noutro dia apontam logo no sentido contrário.

Quando se referem, por exemplo, à necessidades de mais austeridade, aos cortes de subsídios e de pensões, aos cortes na saúde e na educação como soluções inevitáveis, medidas que afetam a maior parte das populações, podemos pensar, e o pensamento ainda é livre, que se estão a defender a eles próprios porque sabem que ficarão em certa medida salvaguardados e, por isso, os “outros” que somos nós, o povaréu, como alguns já chamaram, que paguem a crise.

Se nos dermos ao trabalho de pesquisar quem é esta elite de comentadores, facilmente chegaremos à conclusão de que estão todos bem instalados, sem preocupações de desemprego, com remunerações mensais que ultrapassam em muito as dezenas de milhares de euros mensais, e a saúde e as reformas estão mais do que garantidas. Poderá dizer-se que eles também são afetados pelos impostos, pois também era o que mais faltava! Mas, como todos sabemos, há sempre formas de minimizar esse efeito, coisa que qualquer vulgar trabalhador por conta de outrem, que recebe o seu salário mais do que controlado, não consegue.

Coloquemos como hipótese que um de nós concorria a um emprego, éramos selecionados e a proposta contratual remuneratória era a seguinte: um valor base de remuneração que seria 1000€, com direito a viatura própria, pagamento mensal de gasolina pela empresa, pagamento de parte da habitação própria através de despesas, cartão de crédito da empresa com permissão de despesas pessoais, seguro de saúde pago pela empresa, entre outras regalias. Vejamos agora qual seria o valor que iria declarar para o IRS. Fazendo as contas teríamos 1000€X14 meses seria igual a 14000€ anuais e seria isso que declarava como rendimento. Comparemos agora com outro trabalhador que recebia também e apenas um salário mensal dos mesmos 1000€ sem quaisquer outras regalias. A sua declaração para o IRS seria 14000€ de rendimento anual. Para bom entendedor meia palavra basta. O que está em causa é a facilidade com que alguns e não tão poucos como se pensa, contornam os impostos.

Também não está em causa o valor salarial recebido que pode ser maior ou menor pois tem que ser de acordo com a sua formação, responsabilidades, experiência profissional, grau de exposição pública, etc., etc.. Um administrador de uma grande empresa ou um governante têm que ser bem remunerados, pois que ninguém aceitaria um ordenado, por exemplo, de 1000€ mais ajudas de custo para ter determinada responsabilidade, preocupações e o ritmo de trabalho que se lhe exige. A grande vantagem não está apenas na remuneração, mas nas portas que se lhe abrem, posteriormente, para o domínio privado. São contra o aumento de impostos mas, por outro lado, defendem a austeridade ma para os “outros”, porque da austeridade estão mais ou menos a salvo.

Ainda em 30 de outubro deste ano pudemos ouvir um banqueiro defender publicamente que ainda há espaço para mais austeridade e, comparando Portugal com a Grécia dizia que lá fazem umas revoluções, “partem umas montras”, mas “lá continuam vivos”. Que conclusões se podem tirar destas afirmações? Que interesses poderão existir por detrás delas ao apoiar o orçamento? Que interesses estarão em jogo? Que promessas terão sido feitas à banca? Perante as afirmações do referido senhor banqueiro, se tivesse dinheiro em tal banco correria a tirá-lo de lá nem que, para isso, tivesse de sacrificar os juros.

Não sou contra os bancos, longe disso. Que se deve tentar baixar o défice e diminuir a despesa e que para isso deva haver austeridade é um facto, contudo há limites.

Os bancos estão a ganhar com a dívida pública. Estão a financiar-se junto do banco central europeu a uma taxa baixíssima, cerca de 0,75%, e estão a emprestá-lo ao estado português a 7% ou 8%. Que grande negócio está a ser a nossa dívida.

Portugal perdeu a sua soberania face à Alemanha e tenta uma aproximação ao nível da educação e, internamente, o Estado perdeu a autoridade face aos grandes grupos financeiros que o controlam e dele tentam obter o maisque podem. Ainda esta tarde foi divulgada uma notícia pelo Correio da Manhã de que Nuno Crato “assinou um memorando de entendimento com a Alemanha para a cooperação na área do ensino profissional”.

Podem dizer que este é m texto populista e demagógico, talvez, mas não digam que não é realista.

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publicado às 20:29


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