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Terrorismo incendiário

por Manuel_AR, em 21.07.19

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Assim como temos a época do natal, a época da páscoa, a época de férias passou a haver também a época dos incêndios, nome pomposo com que, desde maio, os noticiários anunciam pomposa e anualmente o flagelo antecipado.

É uma espécie de publicidade de aviso aos incendiários e aos pirómanos que alguns insistem ser os maluquinhos das aldeias, e aos outros, os que, inadvertidamente e sem querer, fizeram queimadas, lá no alto dos montes circundantes, em locais afastados das suas terras donde retiraram os entulhos secos.

Desde os incêndios na zona de Papilhosa e Pedrógão Grande no distrito de Leiria em 2017 que na “época dos incêndios” as ignições se iniciam estrategicamente em pontos para que, auxiliados pelo tipo de tempo, se encaminhem para locais onde possam por em perigo povoações e pessoas.

Sempre tive uma teoria sobre os incêndios em Portugal. Na sua maioria os incêndios, talvez mais de 90%, são estrategicamente colocados e obedecem a regras e orientações muito bem delineadas no espaço, no tempo, na estratégia e cujo móbil é a desestabilização e a insegurança com intenções pró-política. 

Segundo o jornal Público o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, registou este domingo a “estranheza” das autoridades e dos autarcas face à ignição de cinco incêndios “separados por poucos minutos”.

Para os casos em Portugal deve haver uma rede criminosa com objetivos delineados. Terrorismo é, para mim, o termo adequado. Terrorismo não é apenas executado pelos que disparam indiscriminadamente ou os que se fazem explodir com um engenho junto a locais públicos movimentados. Este tipo de terrorismo é uma espécie de guerra de guerrilha que raramente é ganha por quem a combate devido à rapidez dos ataques e da mobilidade dos atacantes.

Podemos considerar o tipo de terrorismo incendiário e em termos mais amplos como um ato de violência com o objetivo de produzir reações emocionais desproporcionais generalizadas, como o medo e ansiedade, que provavelmente influenciam atitudes e comportamentos. Tem uma violência sistémica e bastante imprevisível e geralmente é dirigida contra alvos simbólicos. É uma a violência destinada a transmitir mensagens e ameaças como forma de comunicação para poder ganhar controle social. Estes não são pirómanos, são terroristas incendiários.

Acho que, quer à esquerda, quer à direita do espetro político se sabe que assim é, mas ninguém na política teve ainda a coragem para o denunciar. Será que não seria a altura de colocar alguns incêndios fora do âmbito da negligencia e passar a considerar estes como crime organizado contra a segurança do Estado e da Nação onde o SIS ou o SIED possam ter a sua atuação?

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publicado às 19:42

Contratempo em Barcelona

por Manuel_AR, em 06.06.17

Há mais de duas semanas que me encontro afastado das lides da alimentação do blog e a causa esteve em Barcelona, já que resolvemos, eu e a minha mulher, ir visitar a cidade de Gaudi. Era nosso objetivo visitar os vários monumentos das arquiteturas emblemáticas únicas e distintas concebidas por aquele arquiteto e, de seguida, chegarmos a Saint Tropez no sudeste da França.

O bom tempo proporcionava a viagem em automóvel através de Espanha, calma e realizada em dois dias, com uma paragem para descanso na pequena cidade de Guadalajara, a cerca de sessenta quilómetros a nordeste de Madrid.

Atravessar aquela grande metrópole, próximo da hora de ponta, pelas circulares até encontrarmos a saída para Barcelona foi algo de aterrador. Não é a primeira vez que viajamos por terras de Espanha, vários itinerários já foram percorridos, mas parecia que todos os veículos do país tinham confluído para as autovias circulares que envolvem a cidade. Tudo fazia lembrar um carrocel de loucura. Ao fim de mais de meia hora lá estava a tão esperada saída A2- E90 para Guadalajara onde tires circulam em catadupa em direção a cidades, algures.

Guadalajara ficou com o meu telemóvel. Não sei se o perdi ou mo roubaram. Ainda estou para saber. Às dez da manhã, a cerca de cem metros do carro, ainda estava no meu bolso traseiro das calças, quando lá cheguei… onde estás? Onde te deixei que não te encontro? Esforço em vão. Ficou o benefício da dúvida. Talvez caído no banco do jardim onde antes nos tínhamos sentado. Este é o segundo telemóvel que ficou em Espanha, o outro foi em Mérida, há poucos anos atrás.

Finalmente Barcelona. Mais uma vez chegados a hora de ponta. Perto das 19 horas. Foi mais de uma hora para chegar ao centro com paragens sucessivas entre túneis e desvios. Motas, motinhas e motoretas proliferam nascendo e esgueirando-se pelos mais recônditos e estreitos espaços, resvés entre os veículos parados nas três faixas das circulares. Um autêntico inferno de motociclos. Surgem de todos os lados motociclistas de mochila às costas. No centro de Barcelona parques destinados a este tipo de veículos não faltam.

O nosso destino era um hotel moderno que tínhamos previamente marcado, localizado

 

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publicado às 01:00

Lares podem passar a depósitos de idosos

por Manuel_AR, em 11.03.12

 

 

 
 
 
 
 
 
 

 

 

 

 

  

 

 

 

O Ministério da Solidariedade e da Segurança Social,segundo Mota Soares, vai alterar a lei que regula o funcionamento dos lares para idosos flexibilizando as regras até agora estabelecidas, reduzindo os padrões de exigência.
Segundo fonte daquele ministério ao Jornal de Notícias, notíciado pela RTP  "além do aumento da capacidade dos lares licenciados pela Segurança Social, previsto em 20 por cento, o Governo pretende aligeirar as regras relativas à construção e às obras destas instituições".
Com o preteexto de dar respostas à procura de lares, o que ao mesmo tempo se pretende é aumentar as margens de lucros deste tipo de instituições privadas. Com o aumento da capacidade de alojamento de idosos nos lares não se prevê que vá aumentar o pessoal de apoio, ficando os utentes a ser menos acompanhados, isto é, o rácio idosos por trabalhador de apoio aumentará.
Alguém comentou num canal televisivo que quartos de uma ou duas camas para idosos eram um luxo!  Iremos assistir na maior parte dos lares (não os de luxo claro!) espalhados por este país a serem transformados em contentores e em depósitos para idosos que, mesmo com a legislação atual já o são de facto na maior parte dos casos.
As famílias destes senhores decisores, e eles próprios, quando chegarem a idade avançadas, se tiverem que ir para um lar, com certeza que irão ficar em lares de luxo com condições muito diferentes daquelas que pretendem para a maior parte da população idosa.  

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publicado às 22:00


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