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Fora da zona de conforto

por Manuel_AR, em 05.10.15

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  1. A coligação PàF formada pelos partidos PPD-PSD e CDS-PP ganhou as eleições, ponto. Não há volta a dar. O PS perdeu a eleições, também não há volta a dar. Quem conseguiu ganhar em termos de número de votos e deputados foi o Bloco de Esquerda. Quanto a isto, tudo o que se possa depois dizer não são mais do que conversas fiadas e profecias.
  2. A coligação PPD-PSD e CDS-PP ganhou tendo dificuldade de revalidar a sua maioria absoluta.
  3. Mas, uma coisa é a maioria aritmética, outra são as correlações de forças no âmbito da Assembleia da República e a possibilidade de governação sem o conforto da maioria absoluta. Passos Coelho está agora fora da sua "sua zona de conforto".
  4. Sem querer desvalorizar a vitória aritmética da coligação PàF PSD e CDS o que o resultado das eleições nos mostra é que a esquerda ficará com 121 deputados e direita da PàF com 104. Isto pode não querer dizer nada, porque a esquerda não está coligada, todavia mostra uma tendência da escolha dos eleitores.
  5. À beira da maioria absoluta dizem os da PàF mas à beira pode ser um precipício.
  6. Já aqui disse que o PSD e o CDS podem agradecer o contributo da sua votação aos canais televisivos que, com alguma subtileza, acabaram de forma consentida condescender ao poder dos partidos do governo.
  7. A RTP Informação passou a ser RTP3 a partir de ontem, um dia ótimo. Do meu ponto de vista e olhando para a orientação editorial e para quem vai estar presente em diversas rubricas é mais um canal pró governo de direita com o objetivo de cativar as mentes dos cidadãos para os grandes ideais liberais neoliberais.
  8. Por curiosidade: terá alguém reparado que nos dois dias antes do ato eleitoral Judite de Sousa, exemplo do jornalismo isento, amiga de Miguel Relvas com quem passou em família férias no Algarve apresentou-se, no primeiro dia com um vestido laranja, e no dia seguinte com um vestido azul.
  9. Será mera coincidência o regresso de Miguel Relvas a comentador político nos canais da TVI?
  10. Nos canais de televisão os comentadores residentes são todos da mesma área partidária. São eles, por exemplo, Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Mendes e Nuno Morais Sarmento. Deixou de haver contraditório. Os comentários políticos são sempre os mesmos a fazê-los, com exceção de debates pontuais. São elementos dos partidos (PSD) que estão lá a fazer política mais ou menos partidária. É um embuste que está a ser feito aos espetadores fazendo-lhes crer que são comentadores isentos.
  11. Os partidos e os candidatos temem a comunicação social, especificamente as televisões e, por isso, não os confrontam, nem os criticam pela forma como trabalham a informação. Medo do poder que se tornou capaz de destruir uns e de construir outros mesmo que falsos.
  12. Esta campanha foi excecionalmente tendenciosa quer pelos alinhamentos noticiosos, quer pelos enquadramentos escolhidos das peças selecionadas para emissão, quer ainda pela ênfase positiva que, não raramente, era dada aos partidos quando afrontavam António Costa e o PS.
  13. O Partido Socialista foi o "bombo da festa" e vai continuar a ser, porque tudo quanto está no meio está entalado. O PSD e o CDS vão utilizá-lo a bel-prazer para fazerem passar leis lesivas para a maior parte dos portugueses que também os elegeram. Se votam contra dirão: Estão a ver? Estão a criar instabilidade governativa. Se votam a favor dirão outros: Estão a ver? Nós bem dissemos, estão aliados à direita para destruir os direitos dos trabalhadores.

 

Nota final: Parece que as ofensas que fizeram aos idosos, uma delas chamando-lhes peste grisalha, parece que resultou como elogio.

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publicado às 19:57

Todas as vozes em uníssono

por Manuel_AR, em 17.09.12

 Imagem de http://lucienefelix.blogspot.pt/2011/12/o-mito-de-sisifo-o-que-voce-faz.html

 

Sísifo foi condenado a transportar um rochedo para o cimo de uma montanha

mas, quando chega ao topo, o rochedo voltava a rolar 

 em direção ao sopé e Sísifo volta a levá-la para cima, isto até a consumação dos séculos.

Este é o futuro que estão a destinar aos portugueses

 

Se nos recordarmos das intervenções de jornalistas, politólogos, comentadores, economistas e outros afins, e, se percorrermos os comentários surgidos na imprensa da altura em que foi lançado o primeiro pacote de austeridade, já no tempo de Passo Coelho, em que os primeiros e os únicos a serem diretamente lesados nas suas remunerações foram os reformados, pensionistas e funcionários públicos, confirmaríamos a concordância que então se gerou em volta desta medida que então, diziam, ser uma necessidade absoluta para a diminuição do défice e da despesa pública. Em termos meramente financeiros até se pode aceitar esta medida.  Contudo, naquela mesma altura, escrevi alguns comentários “online” em alguns sites de informação e notícias onde afirmava que a maioria dos comentadores e alguns jornalistas se mostravam favoráveis àquelas medidas, ao mesmo tempo que muitos trabalhadores do privado eram também favoráveis. Afirmei num “post” deste blog, sob o título “Governação e coesão social em tempo de crise”, que este governo estava a destruir e a pôr em causa a coesão social.

Alguns dos senhores jornalistas, especialistas em economia (por exemplo o Sr. Camilo Lourenço) que, na altura, defendiam no todo as medidas de austeridade então tomadas, hoje, não sabemos, com clareza, se defendem ou não estas novas medidas, no todo ou em parte, embora, demagogicamente venham dizer que têm muita pena dos reformados! Afinal até gostaríamos de saber, no caso cocreto do mencionado jornalista, a sua posição sobre o aumento da taxa social única para trabalhadores privados e sobre a transferêcia em parte e diretamente para as empresas. Por favor, mais teoria económica e propaganda do ministério das finanças para totós não! Isso só cria confusão nas pessoas.

Ah! Afinal também está contra a TSU e a subida do IRS ou não? Parece que "nim". Pela entrevista sobre  o assunto na RTP Informação parece-me que "nim", mas que também. Mais uma vez economia para "totós". Deixemo-nos de tentativas de educação do "proletariado como dizia Mao Tse Tung e de revoluções culturais que vão falhar, isso já lá vai há muito e ainda bem!

O que vemos agora independentemente da validade ou utilidade ou não das medidas que o governo pretende tomar? Vemos muitos daqueles senhores que apoiaram na altura, em uníssono, as medidas do governo, estão hoje, através dos mais variados argumentos técnicos, totalmente contra a tomada destas novas medidas porque, e falando em bom e popular português, lhes estão a ir ao bolso, quer dizer, ao de todos nós! Estou de acordo? Não, obviamente! Serve apenas para esclarecer que, nos dias que correm, o que é dito hoje pode já não o ser amanhã sempre que somos afetados com medidas com que não contávamos. Agora será bom que funcionários públicos, reformados e pensionistas também apoiem uma “luta” que agora já não é apenas deles mas de TODOS nós.

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publicado às 17:42


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