Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Comunicações e opiniões pessoais sobre o dia a dia da política e da sociedade. Partidos, demografia, envelhecimento, sociologia da família e dos costumes, migrações, desigualdades sociais e territoriais.
Mesmo com a campanha para as presidenciais em movimento as notícias continuam a fluir e algumas das situações adversas para este Governo são ondas de choque do anterior chefiado por Passos Coelho e a sua equipa como, por exemplo, a antecipação de algumas receitas para 2015 e o adiamento para 2016 custos fiscais que diminuem a arrecadação de impostos isto para já falar do caso Banif e o que foi feito pelo Banco de Portugal sobre o BES com o aval de Carlos Costa que tem posto Portugal em causa nos mercados. Não foi por acaso que Passos Coelho e o seu Governo o reconduziram como Governador do Banco de Portugal.
****
Miguel Relvas está na sombra, mas não deixou a atividade das artimanhas. Parece que a licenciatura fraudulenta lhe deu investidura para ser consultor da Pivot apoiando esta sociedade na compra da Efisa. A Efisa é o banco de investimento do ex-BPN que foi vendido à Pivot, uma sociedade de capital português e inglês tendo passado a pretender integrar a lista dos acionistas da Pivot.
Em julho de 2015 a sociedade pública (do Estado) a Parparticipadas, SGPS, SA, leia-se Parvalorem, que tem por objetivo gerir e racionalizar um conjunto de participações financeiras do BPN com o propósito de evitar a perda de valor das suas participadas num contexto de alienação ou de liquidação vendeu, em outubro, a Efisa à Pivot.
Quem poderá estra por detrás da operação é Dias Loureiro, do PSD, e familiar e amigo do ainda Presidente da República Cavaco Silva, que continua por aí sem julgamento. A antiga diretora do DCIAP afirmou em Maio de 2015, não assim tão longe no tempo, não poder dizer por que é que o processo do ex-ministro não foi encaminhado para a Judiciária.
Segundo o jornal Público, entre 2014 e 2015, o Efisa foi alvo de injeções de capital do Estado, no valor de 52,5 milhões de euros. Apesar de estar sem atividade, desde 2009, mantém uma carteira de crédito em que 30 milhões são de cobrança duvidosa.
Em 2008 o BPN foi nacionalizado por Teixeira dos Santos, ministro das finanças de José Sócrates, tendo sido reprivatizado em 2012 e foi vendido ao BIC, o que já acarretou, até ao final de 2014, um prejuízo real de 2691 milhões de euros para o Estado, ou seja, para quem paga impostos. O Tribunal de Contas, mostrou que, só em 2014, entre receitas e perdas, o saldo foi negativo em 485 milhões.
Para saber mais https://www.publico.pt/economia/noticia/miguel-relvas-na-lista-de-accionistas-da-empresa-que-comprou-o-efisa-1721018
Os textos que tenho vindo a escrever neste blog são uma espécie de cruzada política empreendida contra Passos Coelho, enquanto primeiro-ministro, e o seu Governo neoliberal e não subjugada a quaisquer interesses partidários. Uma cruzada, mesmo que no sentido figurado, não é um empreendimento de defesa mas de ataque para libertar algo ou alguém.
Durante os últimos anos de governação de José Sócrates já tinha feito o mesmo empreendimento. Só após a sua queda e após ter entrado em funções o Governo de Passos Coelho reconheci que tinha sido enganado e incorrido num erro grosseiro ao associar-me àquela expedição contra Sócrates devido a influências exógenas imanadas dos seus opositores e órgãos de comunicação a elas veiculados.
O meu arrependimento chegou quando afundei a minha cabeça entre as mãos e lamentei que tivesse havido desde o 25 de abril de 1974 um homem na política que me conseguiu enganar com o requinte com que Passos Coelho o fez. Como se costuma dizer, "comi gato por lebre".
Os próprios "ditos" de Passos Coelho que, ao negá-los afirma serem, como diz "mitos urbanos" que se criaram. Saberá ele por acaso o que é um mito urbano ou ter-lhe-ão soprado ao ouvido este conceito e ele apenas resolveu debitá-lo para a plateia que, como eu, ainda tem paciência para o ouvir.
O conceito de mito é complexo e tem várias formas de entendimento. O étimo da palavra tem origem grega (mythos) que significa narrativa ou lenda. O conceito mais genérico e comum de mito e, no caso mito urbano é uma crença imaginária baseada na credulidade daqueles que a aceitam. Isto é, o que foi dito por Passos Coelho sobre emigração dos jovens segundo o próprio não foi dito e não foi mais do que uma lenda e crença imaginária. Os órgãos de comunicação que replicaram o que ele disse não produziram mais do que uma narrativa dum acontecimento duvidoso, fantástica e inverosímil. Para bem da informação aquela ideia foi desmontada com as palavras do próprio primeiro-ministro.
Há afirmações que me ocorrem proferidas por ele ou outros do seu Governo que tinham a pretensão de colocar jovens contra pais, avós e idosos em geral, empregados contra desempregados, trabalhadores públicos contra trabalhadores privados baseando-se em postulados falsos. Será que tudo o que foi dito e ouvido por muita gente serão também mitos urbanos?
O meu empenho nesta cruzada aconteceu a partir de 2011 e levou-me a estar mais atento ao que se passava na política e a arriscar-me a todas as críticas contra os meus escritos que, por mais violentas, virulentas e contundentes, não me afastaram do meu objetivo.
Não se pode dizer que nada sabia e que inventava os assuntos porque o que soube, e sei, foi, e é, pelos órgãos de comunicação social. E das duas uma, ou estão todos errados ou eles próprios desconhecem os factos e os assuntos.
As minhas fontes não são os meandros da política são os órgãos de comunicação social, das conversas de café, dos taxistas e opiniões de conhecidos e desconhecidos.
Na pesquisa social há outros métodos para obter dados que não envolvem recolha direta de informação a partir de algo investigado. É o que se denomina em ciências sociais métodos não interferentes. As entrevistas, os questionários e as sondagens criam atitudes por parte das pessoas alvo porque os que respondem tentam na generalidade suscitar impressões de si próprio a fim de manter o seu estatuto aos olhos do entrevistador mesmo que este não esteja na sua presença.
Estudos sobre comportamento eleitoral concluem que há pessoas que declaram nos inquéritos, mesmo que telefónicos, ter votado, ir votar num sentido ou não ter votado não o tendo feito de facto.
Era meu objetivo percorrer todos os anos de governação PSD/CDS até 2015 mas o tempo escasseou e não saiu mais do que uma tentativa de síntese incompleta, diga-se, do que se passou nos primeiros dois anos do Governo PSD/CDS. Fiquei por alguns factos que, embora sem uma sequência temporal, do meu ponto de vista, julguei serem mais relevantes. Correndo o risco de saturar e esgotar a paciência, até dos mais curiosos, resolvi anexar o ficheiro com a parte descritiva de partes dos referidos anos.
Coloco em baixo um pequeno extrato dos apontamentos que podem podem ser consultados na íntegra em Política vista por um cidadão comum_final.pdf
Pouco dias antes daquela data 6 de abril de 2011 Portugal tinha proposto um programa de austeridade denominado PEC 4 (Plano de Estabilidade e Crescimento IV, atualmente chamam-lhe apenas PE - Plano de Estabilidade) que tinha sido elogiado por Angela Merkel. Com o seu apoio e o do presidente da Comissão Europeia, Portugal poderia ter obtido um resgate mais suave.
Sobre este facto José Sócrates dá conhecimento disso ao líder da oposição Passos Coelho. Nessa altura era bem conhecido o apoio partidário, o poder e a influência que José Relvas exercia sobre o líder do PSD. Podemos afirmar que Passos Coelho era dependente de Relvas e por este influenciado, e por isso não deixa passar o PEC IV.
Passos Coelho, justificando que já tinha havido vários PEC’s, alegava desconhecimento do que se passava e que não queria que os portugueses passassem mais sacrifícios. É bom considerar este seu pensamento e compará-lo com as posições posteriormente efetuadas durante a campanha eleitoral e também com as depois já no Governo as posteriores de Passos.
Objetivo principal, óbvio e oportunista era a queda do Governo e a tomada do poder através de eleições antecipadas, cujas sondagens devido às medidas já tomadas pelos PEC’s anteriores davam uma maioria ao PSD.
No discurso da tomada de posse como Presidente da República, a 4 de abril, Cavaco Silva faz um ataque ao então Governo de Sócrates afirmando que não havia espaço para mais austeridade, “Há limites para os sacrifícios que se podem exigir ao comum dos cidadão”, dizia. Nesta altura começou a ser notado o alinhamento do Presidente da Repúblicacom o Governo e a sua falta de isenção e independência.
Entretanto os bancos pressionavam o ministro das Finanças da altura, Teixeira dos Santos que sem consultar José Sócrates anuncia publicamente que Portugal precisava de recorrer a ajuda financeira externa. Sócrates pede a intervenção da “troika”.
Angela Merkel que também desconhecia aquele facto mostra-se surpreendida e desconfortada com tal medida.
Claro que os partidos da oposição, obcecados pelo poder, e os comentadores neoliberais extremados e alinhados com o potencial futuro Governo de maioria, sem o mínimo espírito crítico, dão vivas ao memorando de entendimento que foi assinado como sendo o melhor que poderia ter acontecido a Portugal.
José Sócrates e a Operação Marquês tornaram-se uma espécie de publicidade gratuita e intermitente que, quando surge, faz vender jornais e aumenta as audiências das televisões.
Nem neste, nem em outro espaço qualquer tenho escrito alguma coisa em favor ou contra o que se passa em relação a José Sócrates a não ser “en passant” e em determinado contexto.
Há comentadores, cronistas e articulistas, uns contra, outros em defesa da figura mais polémica da política portuguesa que tem sido José Sócrates que aproveitam a onda, à falta de melhor, para explorar este filão para que alguém os leia.
O artigo, comentário ou crónica ou que seja de Maria Filomena Mónica publicado no sábado passado no jornal Expresso pode ser a demonstração do que acabo de dizer. O Expresso concedeu-lhe especialmente e de mão beijada um espaço alargado, dada a grande importância nacional do tema (?). Desta vez quase uma página completa, para dissertar sobre Sócrates. Não sobre a Operação Marquês, mas sobre, vejam só, a sua tese de mestrado em Teoria Política. Até por aqui pode confirmar-se a importância que se atribui a tudo o que diga respeito a José Sócrates. Apenas num sentido: o da negação e destruição a tudo o que com ele se relacione.
Tendo já quase caído no esquecimento o tema da tese foi agora recuperado por Filomena Mónica que, com o seu douto saber e treino de investigação que um doutoramento lhe confere, deu-se ao trabalho de gastar tempo e ter trabalho em pesquisas Googlianas sobre a dita tese.
Filomena veio também dar eco e acompanhar, ao seu modo, os jornais sensacionalistas que, valendo-se de fugas de informação, lançam condenações públicas antecipadas mesmo antes de sentenças. Aproveita a oportunidade e embala também contra Sócrates ao seu modo. Será Sócrates intocável? Com certeza que não.Será Sócrates culpado de tudo o que o acusam publicamente apesar do processo estar em segredo de justiça(?) ? Não sei.
O que escrevo não é em defesa nem contra Sócrates é, antes de mais, contra os que escrevem neste momento sobre Sócrates. Falar, aobardia
Filomena Mónica não encontrou, agora em época de eleições, nada de mais importante senão perder tempo a pesquisar e a fazer história sobre um caso que, pelos vistos, lhe merece mais importância do que outros, porque, simplesmente se trata de José Sócrates. Pensei se não teria sido melhor ignorar o que Filomena escreveu, mas decidi que não já que mais não fosse por prazer pessoal. Nada tenho contra a articulista, contrariamente a certo rancorzinho contra a pessoa em questão que implicitamente ela deixa transparecer no que escreve.
Para falar sobre Sócrates e contribuir para a sua descredibilização não fala de política mas faz história e o mote foi a tese de mestrado. A douta Maria Filomena resolveu repescar tudo quanto à formação e à vida privada e académica a José Sócrates dissesse respeito recuando trinta e nove anos.
Diz não querer falar sobre as suspeitas que impendem na “Operação Marquês” mas no seu estatuto como Mestre em Teoria Política. E justifica que não está em questão o grau académico “que pode ser criticado” mas “por, ao longo dos anos, nos ter mentido.”.
Sentiu-se enganada por ter mentido. Não gostou. Eu também fui enganado porque alguém também mentiu. Ninguém gosta que lhe mintam, eu também não. Mas muitos portugueses foram-no por este Governo e por quem também mentiu e estão calados. E, quando se mente ou se perde a memória sobre factos como Tecnoforma, impostos pagos, não pagos, que deviam ser, mas não foram, mas que o foram depois, o que dizer?
Falar sobre a tese de mestrado de Sócrates não foi mais do que um pretexto para fazer política.
Vejamos o caso das defesas de tese de mestrados e doutoramento
A doutoral Maria Filomena de formação académica conservadora e elitista pretende fazer acreditar que a sua crónica não é política mas vai-se recorrendo de escutas telefónicas da Polícia como suspeição de que a tese não teria sido escrita por ele para fundamentar o que diz.
Filomena Mónica sendo professora universitária doutorada diz ter sido encarregada “de avaliar pedidos de equivalência de teses de mestrado e de doutoramento feitas no estrangeiro” e conclui que havia gente que tentava aldrabar as instituições portuguesas, declarando ter dissertações obtidas em faculdade que não tinham frequentado e teses medíocres aprovadas em universidades obscuras”. Mas o primeiro documento a pedir às pessoas que apresentam essas teses não seria a comprovação da frequência e da realização do ato académico efetuado à universidade que diziam ter frequentado? Mas defende-se. Eram universidades obscuras. A avaliadora, sem nunca lá ter estado, adjetiva as universidades como obscuras. Entregam-me uma tese para avaliar, o que faço, concluindo que, não tem qualidade, não é original, é de uma universidade que não frequentou, é uma universidade obscura.
Será que para escrever um livro ou um tipo de tese para publicar temos que defender teremos que apresentar uma tese e defendê-la? Ah, já mês esquecia é por ter sido enganada. Quantas vezes já o não fomos? Olhe veja-se o caso de Relvas. Para esse que de facto em conluio com uma universidade enganou todo os portugueses. Mas esse não lhe veio à memória. É a chamada memória seletiva.
As minhas teses foram apresentadas e defendidas em universidade portuguesa, pública, logo sou o maior. Ou será que não passaria pelo crivo seletivo de Filomena e arrisco-me a que seja uma universidade obscura.
Se algum dia eu quiser publicar a minha tese que a minha orientadora, leu, rascunhou, releu, voltou a rascunhar e eu acedi prontamente à suas correções que, em muitos aspetos, não ficaria pedra sobre pedra, lá teria eu à perna a Filomena a dizer que foi escrita por outro embora a tivesse defendido.
Muito mais haveria para comentar. Estou a perder o meu tempo. Isto da tese e não tese, apresentação e não apresentação, publicação, não publicação não merece tempo nem espaço a não ser por questões estritamente políticas. Filomena Mónica continua na sua crónica a fazer quase um pré-projecto de dissertação duma história pessoal académica recente. Talvez, quiçá, publicar um livro sem ter defendido a tese da história da vida académica de Sócrates.
Hoje de manhã desloquei-me de táxi na cidade de Lisboa para uma distância relativamente curta. Como não era hora de ponta, não chovia, nem havia greve do metro não foi difícil mandar parar um.
Entrei, disse bom dia e indiquei ao taxista a localização para onde pretendia dirigir-me O rádio do táxi estava ligado para uma estação que me pareceu ser a TSF onde um dirigente duma associação de estudantes duma universidade falava com voz enrouquecida, talvez opela gritaria na manifestação do dia anterior..
Raramente converso com os taxistas que me transportam, sejam eles jovens ou idosos. Alguns são reformados cuja reforma recebida não chega para a sua sobrevivência. Outros fazem parte do grupo dos que trabalham ainda complementarem a reforma que lhes foi cortada. Quando deviam estar a gozar os últimos anos de vida despreocupadamente vêem-se na obrigação de arranjar um biscate, tirando lugar aos mais jovens.
Este argumento até parece o de Passos Coelho e do seu antigo ministro Relvas quando diziam aos que tinham ainda tinha trabalho que estavam a tirar a oportunidade de emprego aos jovens.
O meu ponto de vista é outro. Passo a colocá-lo sob a forma de expressão interrogativa.
Sou pelo envelhecimento ativo, mas se muitos dos reformados tivessem pensões que lhes permitisse viver condignamente estariam eles a tirar lugar aos mais jovens? Com grande probabilidade que não?
Tentava descortinar o tema que saía da rádio que me paraeceu relacionado com os estudantes que ontem, dia do Estudante, se manifestaram em Coimbra e em Braga quando o senhor taxista, sem que eu o solicitasse ou "provocasse", iniciou um monólogo sobre o assunto.
- Pois claro, disse-lhes para se irem embora mas agora diz-lhes para voltarem para e a outros para ficarem por que têm oportunidades aqui em Portugal.
A minha resposta foi o silêncio.
- Cortou em tudo - continuou o taxista - muitas famílias não puderam continuar a ter os filhos a estudar, retiram-lhes até as casas.
O meu silêncio foi a resposta.
- O que ele anda é a caçar votos. Pensa que somos todos parvos! Mas não somos!
Tinha vontade de encetar um diálogo mas isso iria contra a minha abstenção de falar com os taxistas que me transportam.
Voltou à carga.
- Anda a ver se consegue enganar as pessoas. Caçar votos é o que ele quer.
E eu nicles. O destino que lhe tinha indicado aproximava-se. O táxi começou a abrandar.
Como homem do povo ainda teve tempo para mais um desabafo sincero.
- Andou para aí a dizer que se lixassem as eleições…
Desligou o taxímetro.
- Ele anda mas é a caçar votos. O pior é que ainda há muitos que estão a ir na conversa dele. O que ele quer é votos!
- São 4,35 euros, se faz favor.
Era o que o taxímetro marcava.
Tirei cinco euros e entreguei-lhos.
- Fica assim - disse-lhe.
- Muito obrigado.
- Sabe o que lhe digo - respondi-lhe - o senhor tem toda a razão só não vê quem não quer.
Foi a primeira e a única vez que dei resposta a um taxista.
O Jornal i parece ter passado a ser o parente pobre do jornal "Sol" desde que foi comprado pela Newshold, SGPS, SA. Note-se que esta empresa é detentora do jornal "Sol" e agora também do jornal "i". Tenho seguido o percurso deste jornal desde o seu aparecimento em termos de independência e estatuto editorial que tem vindo a sofrer alterações ora mais ao centro, ora mais à direita, ora mais à esquerda. Continuo a ler o jornal mais por ter em consideração muitos dos(as) jornalistas que lá trabalham.
A Newshold, detentora do jornal "Sol" tem 15% da Cofina que é dona do "correio da Manhã" e do jornal de "Negócios" e 1,7%.
Nos tempos áureos de Relvas, dezembro de 2012, saiu uma notícia no "Jornal de Negócios" que divulgava a intenção de Álvaro Sobrinho divulgava nas páginas de hoje do jornal "Sol" a lista de acionistas da Pineview Overseas, a sociedade que detém a Newshold, que era candidata à privatização ou concessão da RTP.
Álvaro Sobrinho é um empresário angolano, antigo diretor do Banco Espírito Santo (BES) em Lisboa e do banco BES Angola até pelo menos dezembro de 2013.
Este empresário detém, a título individual, 5% do BES Angola, assim como cerca de 3% da Espírito Santo International, através de várias sociedades detidas maioritariamente por si. A Espírito Santo International controla, por sua vez, a maior acionista do Banco Espírito Santo, a Espírito Santo Financial Group, a qual, por sua vez, controla o Banque Privée Espirito Santo (BPES) na Suíça, entre outros. Como presidente do BES tinha sido chamado ao Banco de Portugal para dar explicações sobre uma comissão de € 8,5 milhões que teria recebido de uma consultoria dada a um cliente em Angola.
Os editorais do jornal "i" de Luís Rosa que, após a compra, é diretor do jornal, passaram a ser, como já eram, de um neoliberalismo feroz, tacanho e enquistado e pleno de propaganda implícita ao regime, diga-se do governo, que ele mostra defender mais do que comentar políticas.
Fala este sábado da questão da lei do enriquecimento ilícito que tem sido adiada, segundo ele, por falta de consenso por parte do PS. Fala dos casos de corrupção que tem havido, porque mal seria se não o fizesse, mas foca sobretudo o caso de Isaltino de Morais, deixando em branco casos como o do BPN e outros que estão em águas estagnadas. Termina dizendo que temos que ter uma lei do enriquecimento ilícito, o que, para qualquer um parece óbvio, para "não termos mais Isaltinos", diz, como se este caso fosse o máximo do enriquecimento ilícito, esquecendo outros que apenas enuncia mas que estão na base da corrupção e branqueamento de capitais.
Salienta a ideia de Teresa Leal Coelho, uma galinha do PSD que cansa qualquer cidadão por monopolizadora de diálogos, de "passar alargar o crime a todos os cidadãos, permitindo abranger, além dos funcionários e titulares de cargos políticos o setor privado". Quem não está de acordo com esta ideia? O problema é que tudo terá repercussão apenas para o futuro. E todos os casos de enriquecimento ilícito do passado ficam todos a salvo porque, entretanto, ninguém mais lhes vai tocar. Estarão a salvo.
Carlos Costa, Governador do Banco de Portugal, que tem tomado ("boas"?) decisões sobre o caso BES, recupera, num fórum em Lisboa, um tema divisionista da sociedade que em fevereiro de 2013 Relvas lançou e que o primeiro-ministro apoiou, no qual acusavam os "instalados" do mercado de trabalho de serem os responsáveis pelo nível de desemprego jovem registado. Acrescentou ainda que "o mundo laboral não parece mais favorável”, porque há “oportunidades raras e instalados a travar todas as ambições”. O discurso de Relvas punha sobre os ombros das gerações mais velhas a responsabilidade da falta de emprego para os que agora tentam entrar no mercado de trabalho.
Acrescentou Carlos Costa que os mais velhos deveriam ser reformados para dar lugar aos mais novos acusando-os ainda de abuso de baixas médicas. Não admira que, lançando trabalhadores na reforma antecipada, a que ele chama "pré-pensionamento", venham depois bradar aos céus da insustentabilidade da segurança social e da caixa nacional de pensões.
Acrescentou ainda esta espécie de governador do BdP que são faltistas e estão sempre de baixa os "trabalhadores que, por razões ligadas à sua formação, à sua longa história de trabalho e até por razões ligadas à própria inadequação às novas condições [de trabalho]". Para Carlos Costa, são os trabalhadores menos qualificados que estão em causa, podendo depreender-se que jovens da geração mais qualificada de sempre poderiam bem preencher aqueles lugares ocupados pelos mais velhos com salário muito mais baixo, porventura até o salário mínimo.
Reformar tudo quanto mexa sem quaisquer critérios é o lema dos senhores do Governo e dos seus subservientes servidores. Aquele senhor não se enxerga porque, face a tamanha confusão criada com o caso BES, parece bem que era ele próprio que deveria pedir a reforma antecipada. Uma forma de desviar as atenções focadas sobre problemas criados é lançar temas polémicos que minimizem ou façam esquecer outros. Colocar portugueses contra portugueses para reinar e desviar atenções é um peditório para o qual não demos nem daremos.
Imagem obtida do site da TVI24
Para quem está de fora dos meandros da política a perceção que se tem do ministro Miguel Relvas é a de que é um mau político que tem prejudicado o Governo. Se este o mantém é porque existem interesses mútuos que em muito ultrapassam os interesses do país. Há uma imagem interessante que António Capucho do PSD utilizou dizendo num frente a frente na SIC Notícias que Miguel Relvas e Passo Coelho parecem estar ligados por uma corda ao pescoço de tal modo que se um saltar por uma janela o outro vai atrás. Sendo Relvas um prejuízo para a imagem do Governo, como se pode compreender o facto de ainda continuar a fazer parte dele, a não ser o receio de que Relvas, ao deixar o governo, arraste Passos Coelho para a queda. Podemos inferir então que os interesses pessoais e partidários devem ser muito superiores aos interesses do país e dos portugueses. Somos levados a questionar que negócios existirão ou promessas terão sido mutuamente feitas para que tal suceda?
Neste fosso está também mergulhado o CDS, enquanto colaboracionista de políticas que vão, num crescendo, destruindo um país que nem a direita nem a esquerda vão poder recuperar tão cedo. Somos um país que está neste momento a depender quase e apenas das exportações, se estas começam falhar onde é que nos vamos agarrar. Este governo apenas tem planos de contingência e planos para os cortes mas nada tem a oferecer para alavancar a economia a não ser, e apenas, palavras, nomeadamente as de Miguel Relvas que apenas prejudicam.
Imagem Aventar.eu | Imagem Aventar.eu |
Liderança Cérbero ou o monstro de três cabeças
Segundo a mitologia Grega, Cérbero era um cão que guardava as portas do Tártaro impedindo a saída daquele inferno.
O Blocos de esquerda tem uma liderança bicéfala devido ao cocktail de misturas ideológicas.
O governo é tricéfalo porque liderado por três cabeças, Passos Coelho, Miguel Relvas e Vítor Gaspar. Qual deles terá mais poder nas decisões para evitar a saída do inferno.
Relvas após ter andado escondido, quiçá envergonhado pelo escândalo da sua licenciatura, regressa agora com toda a sua pujança anda com aquela arrogância que o caracteriza mas que, entrouas causas , provocará a derrocada do PSD. Ele personifica tudo o que a geração prveniente dos retornados preparou ao longo dos anos como um prato de vingança, que serviram frio, ao conseguirem a tomada do poder.
Passos Coelho anda numa corda banda, dizendo e desdizendo, mentindo e desmentindo.
O transformismo semântico que Carlos Moedas metamorfoseou a palavra cortes em poupanças através de uma roupagem sinonímica que Passos Coelho já adotou. Se consultarmos um dicionário veremos que corte é a diminuição da quantidade, interrupção na continuidade de algo, supressão e poupança é dinheiro economizado, economias, gastar menos. Pressupõe, portanto, que possa existir um excedente gastando menos para que se possa poupar. Não estamos portanto a ver como é que, estes “jovens” governantes que fazem circular por aí que são inteligentes, mas que não passam de uns teóricos inexperientes podem, sem cortes, fazer poupanças de quatro milhões. Ou mentem ou pretendem iludir-nos.
A cabeça de Paulo Portas não faz parte do Cérebro, aparece e desparece à medida das conveniências mas que apesar de não ter voto na matéria se mantem, segundo ele, apenas a bem do país. Ou será da Nação? Mas que grande sacrifício está a fazer pelo país! Sacrifícios estão os portugueses a fazer e são muitos e dolorosos. O CDS/PP não é mais de uma muleta do Governo do qual Portas é cúmplice mesmo que não queira. De vez em quando faz de conta que discorda, mas que, o sentido de Estado assim o exige. Transformou-se numa marioneta do Governo o que o levará a perder, cada vez mais a base de apoio eleitoral que em tempos recuperou. Depois bem pode continuar a fazer números de circo, nem que sejam saltos mortais, que não o fará recuperar. Esperemos para ver.
Portas agora tem um documento em mãos para preparar, mas já disse que temos que cumprir os nossos compromissos internacionais. Quem é que diz o contrário, com exceção de alguns exaltados, e com razão, mais radicais?
Cada um diz a sua.
Miguel Relvas disse: - O desemprego tira-me o sono.
Passos Coelho disse: - O desemprego não lhe tira o sono. Dorme pouco mas dorme bem.
Coesão Social
Passos Coelho diz que “reforma do Estado é um imperativo de coesão social”.
Talvez, mas a reforma que ele pretende vai no sentido contrário, destruir a coesão social.
Aliás Relvas está a ser exímio nisso, lançando os jovens contra trabalhadores mais velhos. A velha regra do dividir para reinar. Será que pretende lançar no desemprego mais milhares de trabalhadores sem depois arranjar empregos para os mais novos? Ao que chega a campanha enganosa para captar os votos dos jovens. Nunca tive nada contra os retornados, mas este de descendente de retornados, no que se refere à vingança, está no seu melhor.
Combustíveis aumentam vejam só!!
Uma nova justificação para o aumento dos combustíveis: o frio no Norte da Europa que obriga aqueles países a consumir mais combustível e que por isso o preço aumenta em Portuga! Agora já não é euro que está a valorizar, arranjaram outra.
O consumo diminuiu 9%. Como manter as mesmas margens de lucro? Aumentam-se os preços. Será isto o mercado livre e a livre concorrência que como dizem fará baixar os preços?
Marcelo Rebelo de Sousa
Continua com a sua arte de fazer crer na opinião pública uma imagem de independência. O que acontece é que nos meios das suas opiniões há sempre um sútil apoio a este Governo. A última: “a semana passada o Governo melhorou.” Vale a pena fazer mais comentários?
O Pesadelo de Relvas cartoon de Henrique Monteiro |
Os abutres atacam a comunicação social
|
O que andam as oposições a fazer que não estão a prestar grande atenção ao que se está a passar à volta da privatização da RTP que tem vindo, paulatinamente, a ser preparada. O primeiro ataque à televisão pública já começou com a extinção do programa Câmara Clara” da RTP2.
A maior parte das pessoas desvaloriza e não prevê as consequências da privatização que se está a fazer que é a de preparar uma informação monolítica, pró-governamental que lhes venha a garantir a manipulação da opinião pública. O mais grave ainda é que se prepara a sua venda a estrangeiros, nomeadamente a Angola, apenas por uns trocos, através de empresa com nome disfarçado e situada na europa, país que, como se sabe onde o governo é incorrupto e de uma democracia exemplar.
Entretanto continuaremos a pagar taxas que reverterão para o comprador privado. É por isso que se fala apenas na venda de 49% da RTP mas com direito absoluto na sua administração para que o Estado, ficando com 51%, possa continuar a cobrar taxas de televisão que irão parar às mãos do privado que a comprar.
Não foi por acaso que não foi aprovada, na Assembleia da República, com os votos contra do PSD e o do CDS uma proposta para que se tornassem públicos os nomes de todos os proprietários dos órgãos de comunicação social.
Há uma falta de vergonha deste governo quando, escândalo após escândalo mantém o emplastro Relvas à frente de negociações de setores importantíssimos e estratégicos para a democracia portuguesa.
O mais grave é que o maior partido da oposição, o PS, não se tem vindo a pronunciar com mais veemência e deixando-se de declarações disparatadas como aquelas em José Seguro, afirmou que, caso de a RTP ser privatizada, quando for governo voltará atrás, nacionalizando-a, o que me parece ser insólito, já que, com os contratos que entretanto forem assinados dificilmente poderão ser denunciados.
É agora que todas as oposições se deverem empenhar em que isso não aconteça e não por trancas à porta depois de casa ser assaltada.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.