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As encomendas

por Manuel_AR, em 15.05.13

 

Quando toca a matérias polémicas, antissociais e impopulares, para a quais o Governo não tem argumentos válidos e suficientes para as impor encomenda relatórios cujos resultados, como se tem verificado, estão sempre, como por milagre, de acordo com o que o Governo pretende. Claro que, para não ser demasiado evidente, há no meio dos relatórios algumas, poucas, exceções discordantes mas aconselhadas, às quais o Governo não liga nem pretende pôr em prática. Foi assim com o relatório encomendado ao FMI em janeiro de 2013 e agora este, encomendado à OCDE, que foi apresentado com grande divulgação da comunicação social, como se pretendia, e que, mais uma vez, confirma a maior parte das opções do Governo com o objetivo de mostrar que estão no tal dito “bom caminho”. O facto já não é novo, é um “déjà vu”.

 

Se as medidas que pretendem tomar estão corretas por princípio e têm plena justificação porque será que se pagam verbas avultadíssimas, que saem dos impostos que pagamos, para se encomendarem relatórios, cujo resultado já é de antemão conhecido, que apenas servem para confirmar e tentar validar as medidas que estão a ser tomadas? O objetivo é apenas um: enganar a opinião pública. Estamos mesmo a prever um certo número de pessoas a comentar no emprego, no café ou em casa, nos intervalos de um jogo de futebol televisionado: “Estão a ver, até aqueles da OCDE vêm dizer e a confirmar o que os do Governo estão a fazer! Não há outra forma pá!”.

 

Devemos sempre desconfiar do que lemos, vemos ou ouvimos. Apenas uma leitura contínua, atenta e validada da informação que nos fornecem permite verificar o que se passa à nossa volta. O Governo é o grande causador da nossa desconfiança, porque a isso nos habituou. É o primeiro Governo em que deixámos de acreditar seja no for. As provas estão aí vista.

 

Imagem da Revista Sábado de novembro de 2011

 

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publicado às 14:51


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