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A arte circense da oposição

por Manuel_AR, em 06.05.16

Circo.pngFoi ontem debatido na Assembleia da República o pacote legislativo de incentivo à natalidade apresentado pelo CDS/PP (14 projetos de lei e 11 projetos de resolução) que pretendia minimizar o problema da baixa natalidade, tema demais importante para o país mas que, no seu conjunto, eram soluções pontuais que em nada iriam resolver o problema de fundo. Daí decorreu a sua rejeição pela maioria parlamentar que apenas deixou passar nove dos vinte e cinco projetos apresentados que baixaram à comissão.

O PSD alheou-se deste debate com a justificação que a seu tempo iria apresentar as suas propostas não se deixando ir a reboque do CDS. Acrescentou ainda que o debate “foi aberto” pelos sociais-democratas e pelo governo PSD/CDS em 2014, quando foi conhecido um “amplo” estudo que levou à implementação pelo então executivo de medidas de incentivo à natalidade. No meu entender essas medidas foram tomadas para beneficiar as famílias de maiores posses com dinheiros públicos as tais denominadas “famílias numerosas”.

O PSD de Passos Coelho não teve até agora a capacidade de conseguir compreender o contexto envolvente com vista à capitalização das tendências do momento. Refugia-se em artimanhas circenses para dizer que está vivo.

A prova é que ontem o PSD ensaiou mais um número de circo para provocar ruído na informação convocando uma conferência de imprensa para dizer que ia avançar com uma reforma do sistema eleitoral justificando o voto preferencial e a redução do número de deputados e que seria entregue ainda nesta sessão legislativa.

Com tantos problemas urgentes para resolver vem agora o PSD apresentar um número de circo para chamar a si as atenções. Isto apenas mostra que anda perdido na arena da oposição. Sabendo que as eleições legislativas, em princípio, ainda vêm longe qual será a vantagem, agora, dum debate sobre a lei eleitoral? A resposta centra-se na demagogia para confrontar os partidos que apoiam o Governo O avançar este debate extemporâneo apenas serve para disfarçar o vazio com que o PSD se confronta.

Como se sabe há muitas vozes populares contra os partidos porque têm deputados a mais, contra os parasitas dos deputados que nada fazem, contra os políticos… etc., etc.. O PSD pretende, caso a votação não lhe seja favorável fazer ressurgir os velhos argumentos do coro de quadrantes das direitas extremas ou moderadas que cantam frases como as do “lá estão eles a querer manter os tachos” e outras barbaridades idênticas e costumeiras.

Com tantos problemas urgentes para se resolverem discutir agora a reforma do sistema eleitoral será uma prioridade?

Isto não é mais do que uma diversão circense para mostrar serviço. Tenham tento!

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publicado às 18:37


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