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Comunicações e opiniões pessoais sobre o dia a dia da política e da sociedade. Partidos, demografia, envelhecimento, sociologia da família e dos costumes, migrações, desigualdades sociais e territoriais.
Parece-me que a direita continua desvairada pela perda do seu ente querido, o poder. A ela vai-se associando uma extrema-direita que aos poucos vai fazendo ouvir-se através de estratégias de propaganda política da falsidade e calúnias de modo a criar crispações artificiais para fazer constar que a esquerda que apoia o governo está a pôr em causa e a tentar limitar as liberdades pretendendo controlar isto e mais aquilo com a popularmente chamada conversa da treta!
Neste mesmo local já escrevi que durantes os anos conturbados do pós 25 de abril era comum controlar as reuniões gerais de alunos e assembleias dos sindicatos através de propostas de cariz radical apresentadas por grupos ocultos que se intitulavam de esquerda para as manipularem de modo a fazerem aprovar e votar propostas que eram de seguida utilizadas politicamente pela extrema-direita fazendo-as reverter para os seus desígnios.
Eu explico com um exemplo. Convoca-se uma reunião geral para debater um tema que se sabe à partida provoca controvérsia. De seguida, certos elementos convocam uma reunião geral de alunos para discutir a validade do tal evento. Alguns infiltrados da extrema-direita “mascarados de esquerda” fazem aprovar proposta de boicote ao evento que se irá realizar e, no final, é aprovada uma proposta radical contra o evento. De seguida a organização do evento vem a público divulgar que foi impedida a sua realização por radicai de esquerda que querem limitar a liberdade de expressão e de reunião e com o objetivo de criar instabilidade. Teorias da conspiração? Olhe que não, olhe que não!... Nos meus tempos da universidade em assembleias gerais e em reuniões sindicais como independente de qualquer partido ou organização, assisti a isso mais do que uma vez.
É uma forma para se fazer constar para a opinião pública a ideia, falsa, de que as liberdades estão a ser postas em causa pela esquerda. Aliás, já tenho ouvido comentadores(as) políticos ainda de forma muito cautelosa lançar para o ar algumas insinuações.
Aproximam-se as eleições e nada está a correr bem para direita, assim, há que lançar mão a tudo, mesmo a baixa política, arte em que é eximia. É pena que não tenha nada na mão para nos apresentar de concreto. E não tem porque não consegue ou então teria defender o contrário do que defendeu no passado recente.
Para terminar uma nota à margem:
Ontem no programa da TVI24 “Prova da Nove” aquela sumidade que é Paulo Rangel e que, dentro do PSD, não sabemos onde se posiciona, se é na ala mais à direita, ou na ala à esquerda ou no centro. Quando falava sobre o banco de Portugal e sobre o evento que teria a presença de Jaime Nogueira Pinto, que foi adiado, fez-me lembrar aqueles palhaços que gesticulam muito, mostram expressões faciais de calma forçada e que olham fixamente para a câmara fazendo divertir as crianças.
Paulo Rangel é um ator da charada política, fala, agita-se, gesticula, deturpa, é um mestre do ilusionismo político. Tenta convencer os outros, e principalmente a ele próprio, que tudo quanto diz são verdades absolutas. Quando fraqueja nos argumentos utiliza a baixa demagogia que sabe pode ser eficaz para mentes menos conhecedoras do jogo onde se lançam as cartas. Enfim! Assim vai o PSD e a direita neste país!
Quem ontem, 26/01, viu e ouviu o programa “Prova dos nove” da Constança Cunha e Sá na TVI24 terá visto que Paulo Rangel comprovou mais uma vez que mistura, confunde, desordena quando faz intervenções. Constança faz os possíveis, como sempre, para manter a imparcialidade nas questões que coloca.
Rangel, face ao que se passou com o PSD e a TSU, sem argumentos válidos e sustentados sobre o que se passou e sobre a nova solução apresentada pelo Governo, enredou-se em raciocínios tortuosos, adulteradamente sofisticadas, fora da realidade e com argumentação dirigida a alguns fiéis e fãs da sua retórica. Acho até que já nem ele próprio se entende, tais são as contradições. Lamentável! Esta posição nada tem a ver com o ser-se mais de esquerda ou de direita, é uma questão de bom senso.
Paulo Rangel dá voltas e voltas para justificar e alterar a realidade histórica muito recente que o seu partido construiu, negando as evidências com argumentos cujas dialéticas chegam às raias do absurdo. Quando os argumentos dos seus opositores o contradizem e não lhe agradam interrompe criando propositadamente entropias na comunicação.
Por outro lado, Rangel diz que o que o PSD fez é oposição ao Governo. Lá nisso terá razão, mas é uma oposição sem lei nem regra gerada apenas por egoísmo partidário e revanchista. O PSD queria ser governo minoritário e como enfrentaria uma maioria parlamentar que, para todos os efeitos, lhe seria hostil? Foi isso que fez com a TSU, hostilizar o Governo.
Álvaro Beleza do Bloco de Esquerda que ontem substituiu Fernando Rosas, apesar de estar à altura dos seus parceiros de debate está menos à vontade do que Fernando Rosas desta vez esteve ausente.
A estratégia adotada pelo líder do PSD da oposição pela oposição, do meu ponto de vista, tem os dias contados. Neste aspeto quem tem mostrado ter bom senso é o CDS tentando distanciar-se da oposição errática do PSD.
Em sentido lato “hooligan” significa um indivíduo ou grupo que tem um comportamento destrutivo e desregrado, por vezes até violento (a violência não é apenas física) e tem sido usual utilizá-lo quando se trata de futebol. Passa a não ser despropositado utilizá-lo também em contextos dos políticos.
O que se passou no final da semana com a questão do referendo sobre a coadoção é demostrativo do que acabo de afirmar. A deputada Isabel Moreira acusou a iniciativa por parte da JSD de “bulling” político eu iria mais longe e chamá-la-ia de hooliganismo político.
Paulo Rangel no programa de ontem da Prova dos Nove da TVI24 ao comentar a decisão do seu partido sobre a coadoção afirmou que não deveria ser a turba popular através de um referendo a decidir sobre matéria tão sensível. O termo utilizado por Rangel para designar o povo português, no meu entender, foi infeliz. O que me escandaliza não é a utilização do termo por Rangel num momento mais emocional da sua intervenção mas sim a asserção e a conceção que o partido dele tem do que representa o povo português, um magote de gente pela qual não se tem qualquer consideração a não ser quando são necessários os seus votos.
Os hooligans políticos da JSD, com a conivência do presidente do partido e do líder parlamentar do PSD começam a vir à tona revelando a sua verdadeira natureza de espécimes totalitários ao validarem uma prática pouco democrática de disciplina de voto para um referendo cuja oportunidade e legalidade dão mais do que discutíveis, não sendo mais do que uma cortina de fumo para ofuscar assuntos mais gravosos com que os portugueses se confrontam.
Sou muito cético quanto à lei da coadoção, uma posição quiçá conservadora, contudo, acho que já houve, e há, assuntos sobre questões nacionais importantes que deveriam ter sido referendados mas não o foram. Porquê agora esta encenação para referendar uma questão muito particular de direitos humanos de minorias que não são uma questão nacional relevante.
Pode haver uma razão para este hooliganismo por parte da JSD e do PSD, que os comentadores não têm abordado, que é a de poderem ficar nas boas graças da igreja católica pois tem havido uma campanha por parte do patriarcado de Lisboa a defender o referendo como uma boa solução. Mais uma vez a igreja a intrometer-se em que questões políticas.
O PSD cavalga esta onda, e como se tem visto as sondagens não lhe são nada favoráveis, é uma oportunidade para apoiar a igreja porque sempre pode ser uma ajuda.
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