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Comunicações e opiniões pessoais sobre o dia a dia da política e da sociedade. Partidos, demografia, envelhecimento, sociologia da família e dos costumes, migrações, desigualdades sociais e territoriais.
Recordem-se que o segredo para vender é "sinceridade". Assim que a conseguirem imitar venceram!
É só seguir as instruções
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Marcelo Rebelo de Sousa é um candidato produzido nos mediam e por eles apoiado. Não fosse a sua visibilidade televisiva e estaria ao mesmo nível de todos os outros. Marcelo pode ser um estudo de caso da influência dos mediam nas opções de voto. Marcelo é um "show men" da política. Marcelo responde ao que os portugueses mais apreciam na política a capacidade de serem conduzidos por alguém que os consiga iludir com traços de credibilidade, seja ele quem for.
Marcelo tem tudo aquilo que a maioria dos portugueses gosta num político, conversa fiada, mediatismo, popularucho e vendedor de falsa política e que lhes transmitam empatia, ou seja, com quem se identifiquem emocionalmente. Os portugueses têm necessidade de alguém que percebam e que os conduza a um rumo, não interessa qual, desde que de acordo com o seu conservadorismo atávico. Dito de outra forma, precisam de alguém que exprima o reaparecimento de caracteres que pertenciam a gerações antepassadas e que tinham já deixado de se manifestar.
Marcelo Rebelo de Sousa, quer se queira ou não, é um político que não se distanciará do seu perfil ideológico na política. Aparentemente poderá mostrar-se como sendo um candidato de todos os quadrantes, com "savoir faire", com capacidade comunicacional e que diz não fazer o mesmo que fez Cavaco Silva. É tudo uma questão de forma.
A tagarelice de Rebelo de Sousa tem sido mais do que óbvia viu-se na entrevista que deu na televisão. Foi a entrevista dum comentador da política que comenta a sua candidatura política. As televisões apoiam a sua candidatura sem qualquer espécie de preconceito no sentido da relevância que lhe atribuem em detrimento de outras candidaturas.
Segundo as últimas sondagens (15 de dezembro), Rebelo de Sousa, ao estar à frente nas sondagens mostra que o comentador político entra em todos os eleitorados e é o candidato mais nomeado entre os eleitores do PS, BE e CDU, o que parece irrealista, demonstra que os portugueses preferem à frente da Presidência da República uma figura mediática que venda comentários políticos.
Há figuras que são criadas, produzidas e gratuitamente vendidas pelos media, Marcelo Rebelo de Sousa é uma delas. Não fosse o mediatismo que a TVI lhe proporcionou e não estaria agora à frente das sondagens.
Já disse em tempo, neste blog, que, se Cristina Ferreira da TVI se candidatasse à Presidência da República teria probabilidade de ganhar. Os portugueses são assim…
Não é por acaso que a direita decidiu apoiar a candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa, eles sabem que irá estar ao seu lado como Cavaco Silva sempre fez mas com estilo diferente.
A direita tendo perdido o poder que pensava garantido para sempre segura agora Marcelo como uma hipótese de, a prazo, voltar novamente ao poder. Aliás, o discurso da direita tem vindo a mudar, inclina-se mais para o centro e já utiliza ideias perfilhadas pela esquerda, quer agora mostrar que é um partido social democrata que perdeu e que se voltar ao podder voltará à senda do neoliberalismo.
À primeira oportunidade o candidato Marcelo, se for eleito, tenderá a conduzir os processos da política ao seu modo, isto é, para o lado da direita. O candidato Marcelo pisca o olho a todos os quadrantes partidários, da direita à esquerda radical. Tudo lhe dá jeito, depois se verá…
Na passada sexta feira Passos Coelho no Conselho Nacional do PSD destacou o mandato "apartidário" de Cavaco Silva (hilariante!) e afirmou querer que Marcelo Rebelo de Sousa seja um Presidente como Cavaco Silva e apelou a que os eleitores e militantes votem em Marcelo tendo o PSD aprovou apoio a Marcelo por unanimidade e aclamação. Está tudo dito! A perda de poder pelo PSD, que lhe soube a pouco, leva-o a recorrer a todos os meios que lhe possam garantir a volta à cadeira dos privilégios governativos. A direita quer agora, através de Marcelo, ganhar nas presidenciais como forma de revalidar e justificar o ganho que obteve nas eleições legislativas mas perdeu na Assembleia da República.
Para quem tenha sido fã do Presidente da República Cavaco Silva terá em Marcelo Rebelo de Sousa o seu presidente. Mas Marcelo já disse que não será como Cavaco Silva, e não será. Ninguém é igual a outro, o estilo pode mudar mas as opções e as decisões, essas é que importam.
Por sua vez, Paulo Portas também apoia Marcelo. "Não precisamos de um Presidente também socialista" disse ele. Pois claro, precisam de um que seja de direita e bem!
Tenho andado atento ao vários noticiários das televisões e, estou muito enganado ou a maior parte dos canais está num alinhamento pró-governo, com algumas exceções, não estivesse já a preparar o caminho para as eleições. Por todo os canais proliferam notícias otimistas de sucessos do Governo no que respeita a índices macroeconómicos que, dizem, estão a revelar a recuperação económica.
Os dados são de otimismo e, como é costume dizer, os números não mentem, o que podem é estar enviesados, não premeditadamente mas conjunturalmente. Mas de qualquer forma o que pretendem é mostrar que se deu nestes últimos meses um "autêntico milagre", pelo menos no que respeita aos anúncios dados pela comunicação social.
Alguns canais de televisão e comentadores políticos parece que foram tomados por vigor apologético pró-governamental, muito bem encoberto de isenção, como preparação para a campanha eleitoral.
Penso que nenhum canal salientou, não sei se intencionalmente, uma frase da intervenção do primeiro-ministro hoje, salvo erro, em Viseu, que se referia a Portugal e aos portugueses e passo a citar: “Estão a falar de uma Europa que não existe, nem existirá e ainda bem, porque ninguém aceitaria uma Europa em que uns poupam para que outros possam gastar”.
Por acaso alguém se apercebeu da gravidade do que disse hoje o primeiro-ministro, colando-se nitidamente à linha da direita mais radical da Europa. Analise-se a frase e vejam o desrespeito pelos portugueses e a falta de patriotismo. No meu entender é estar a comunicar para o exterior que os portugueses são gastadores ao lado dos outros países, conhecendo ele os dados que saíram sobre a pobreza em Portugal. Sobre isto os mercados já não o preocupam.
Um primeiro-ministro que expõe e difama o povo que governa perante o estrangeiro e que, em vez de o defender, alinha com as críticas que têm sido feitas aos portugueses do exterior, não merece ser ministro de um país, como afirmou Constança Cunha e Sá na TVI24.
É por estas e por outras que, nas eleições europeias, todos em conjunto devemos bater-nos para que a direita mais radical saia derrotada a fim de que todos possamos, na UE, ter uma esperança no futuro.
Rangel não passa de um tigre de papel. Vocifera a todos os ventos contra o PS utilizando como único argumento erros do passado, muitos dos quais os partidos que o apoiam ajudaram a cometer.
Rangel quer mostrar agora uma força de combate eleitoralista que não tem e, por isso, tenta mostrar uma dinâmica que o distancie das políticas seguidas pelos seus pares partidários que sustentam o governo de modo a minimizar os estragos eleitorais que já prevê, embora o negue, e que ficarão muito aquém dos desejados. O distanciamento da política do governo de coligação que o apoia vai ser difícil porque, não fará sentido, apontar qualquer outra proposta diferente que o coloque em confronto.
Rangel é do género "a montanha que pariu um rato" porque já não convence ninguém. O seu discurso desenxabido com justificações do tipo "vamos lá ver", ou, do "não é bem assim" já se torna maçador, assim como os ataques aos adversários das oposições que não são mais do que "dèja vu".
Rangel vai refugiar-se no rebuscar do passado e em evidenciar o falso isolamento do Partido Socialista negando, até deturpando, tudo o que o governo fez. A recuperação económica a partir de dados insipientes e alinhando em coro com a direita europeia que apregoa o mesmo numa fase da proximidade de eleições são os seus trunfos. Resta saber se alguém, com exceção de militantes e apoiantes ferranhos e outros conservadores clubistas que apoiam o governo, vai ficar encantado com o canto do cisne.
Rangel é o candidato do governo, ponto. Terá, por isso, que se identificar com os seus "sound bytes".
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