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Comunicações e opiniões pessoais sobre o dia a dia da política e da sociedade. Partidos, demografia, envelhecimento, sociologia da família e dos costumes, migrações, desigualdades sociais e territoriais.
É preciso cortar mais 600 milhões de euros
| Força Coelho estás no bom caminho |
Banquete eleitoral:
Portugal tem os cofres cheios;
A economia está a expandir;
No próximo ano vai chegar ao ensino superior mais dinheiro para mais bolsas de estudo;
22 Milhões de euros entregues aos hospitais, a pouco mais de três meses das eleições;
O ministro Poiares Maduro diz que vai dar 45 milhões de euros para projetos de modernização administrativa destinados a organismos públicos ou empresas privadas que prestem serviços públicos ou ainda privadas sem fins lucrativos;
O ministro da Educação, Nuno Crato, diz que não tenciona fazer mais cortes financeiros no setor, como sugere o Fundo Mundo Monetário Internacional (FMI) no relatório divulgado esta semana;
Antecipa-se o pagamento de dois mil milhões ao FMI, para poupar nos juros, o que acho bem. Mas não foi, como a ministra das finanças diz "porque, com o nosso trabalho, conseguimos que os juros que pagamos no mercado da dívida sejam efetivamente mais baixos" mas porque eles baixaram em todos os países. A mentira passou a ser para o Governo um vício.
Há suspeitas de que houve ajuda do Estado na encomenda por ajuste direto, no valor de 77 milhões de euros, de dois navios-patrulha oceânicos à West Sea, empresa do grupo Martifer, que ficou com a subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo feita pelo ministro Aguiar Branco;
Governo vai pagar até 500 euros por ações de formação aos desempregados. A este apoio acresce "uma bolsa de formação, subsídio de refeição e despesas de transporte, desde que a entidade formadora não atribua os referidos apoios", lê-se no projeto de portaria. Mais tachos para potenciais Tecnoformas.
Adivinhe quem é que vai pagar tudo isto?
Tendo em conta as declarações atabalhoadas de Poiares Maduro quanto às declarações prestadas sobre o ACÓRDÃO N.º 468/2014do Tribunal Constitucional divulgado ontem mostra que os propósitos do está empenhado em criar crises institucionais a vários níveis e entrou no domínio do desvairo e do absurdo e já chegou também ao Presidente da República a partir do momento em que o primeiro-ministro faz publicamente declarações sobre o que ele deveria fazer antes do próximo Orçamento de Estado.
Durante o encontro do Partido Popular Europeu que decorre em Vilamoura, aos pedidos de comentário às decisões do Tribunal Constitucional Wolfgang Schäuble, ministro das Finanças alemão, afirmou: "Ensinaram-me a não comentar nunca as decisões dos tribunais constitucionais, porque nós também temos na Alemanha um Constitucional".
Mas nós, aqui em Portugal, temos uns importantes e talentosos pensadores que andam por aí e não ouvem estes recados.
Surgiu agora há algumas semanas, às quartas-feiras, no Jornal i uma página inteira com a opinião (diria antes propaganda ao Governo) de Feliciano Barreiras Duarte, deputado do PSD, eis secretário de Estado Adjunto do Ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares que Miguel Relvas foi buscar em 2011 para seu adjunto. É jurista e professor na Universidade Lusófona. Sem querer colocar em causa a sua competência, estamos clarificados.
Não quero colocar em causa o pluralismo daquele órgão de comunicação social, mas uma página inteira em que três colunas são de opinião e o resto meras considerações e pensamentos propagandísticos é demais.
Claro que, ao lermos as opiniões de mais um iluminado pensador, não estranhamos que chame ao Tribunal Constitucional o tribunal do setor público porque, segundo ele, "As múltiplas decisões que o Tribunal Constitucional tem tomado, tem vindo a alimentar uma ideia clara de que é normal que o Tribunal Constitucional seja o tribunal do sector público e dos reformados portugueses...". É insistir no absurdo. O porquê do absurdo? Porque é absurdo que as medidas tomadas têm sido sempre, e apenas, sobre os mesmos visados, os atrás referidos. Logo, tem que ser sobre aqueles sectores que o T.C. se tem que pronunciar.
Que outras medidas foram tomadas, que não sobre o sector público e reformados, que pudessem ser inconstitucionais e postas em causa pelo T.C.?
Entretanto o Partido Socialista está absorto com os seus problemas deixando para o PCP e Bloco de Esquerda as oposições do costume.
A oposição do PS deixou d e ser assertiva, se é que alguma vez o foi, com a atual direção.
Será que estamos todos no domínio do desvairo e do absurdo?
Espertalhões são indivíduos astutos, maliciosos e finórios. Há várias ordens de espertalhões: os simples e os complexos. Os primeiros são os que nos abordam diretamente para nos extorquir ou venderem algo através de uma conversa convincente até a vítima cair que nem um patinho que, quando der pelo logro já não consegue inverter o processo. Os segundos são mais institucionais, vestem uma roupagem de credibilidade, transparência e legalidade passando sempre a ideia de que, quem fica beneficiado serão as suas vítimas. Em campanha eleitoral estes espertalhões surgem de todos os lados e apregoam tudo o que sirva para as enganar.
Eu desconfio da artimanha por detrás deste governo e de tudo o que os seus apoiantes dizem e das iniciativas que toma, por mais honestas que sejam, porque trazem quase sempre na manga o seu contrário, isto é, algo que se irá refletir no prejuízo da maior parte dos portugueses e vantagens para as suas clientelas partidárias.
O discurso de Poiares Maduro volta ao mesmo sobre as pensões o que demonstra que o governo mais mês, menos mês, prepara-se para efetuar mais cortes. Portanto, leiam nas entrelinhas e preparem-se com aquele dito discurso da verdade e da transparência.
As falinhas mansas dos membros do governo têm em Poiares Maduro um exemplo quando diz compreender que as pessoas se sintam zangadas com o governo. Maduro aborda novamente o problema das pensões com esta frase já mais do que gasta e falaciosa: “durante décadas as pessoas que recebem pensões foram convencidas de que tinham um determinado montante garantido, mais, que esse montante era aquilo que correspondia ao que tinham contribuído ao longo da vida”. E diz mais, “aquilo que é o montante de contribuições que foram feitas para o sistema de pensões não corresponde às pensões que nós temos que pagar e se nós continuarmos com o sistema de pensões como temos este é totalmente insustentável”.
É mais uma vez enganar as pessoas. Não foi apenas o desconto de quem trabalhou mas também o enorme desconto efetuado pelas entidades patronais.
Pode é perguntar-se como é que tem sido gerido o dinheiro de milhões de pessoas que descontaram e descontam. Não deveriam ser estes milhares de milhões de euros rentabilizados?
Poiares Maduro está a fazer-nos mais uma vez de parvos. Se os descontos fossem efetuados para uma empresa privada especializada em gestão de fundos de pensões, como o faria no final quando tivesse de pagar por direito as pensões vitalícias? Será que não pagava dizendo que o dinheiro descontado não dava para pagar aquilo com que se tinha sido comprometido?
Como fazem as companhias de seguros quando têm de pagar pensões vitalícias ou indeminizações a sinistrados? Será que dizem que o segurado não pagou o suficiente para serem pagas as indemnizações devidas?
Onde chega o descaramento!
É insustentável porque cada vez há mais pessoas sem trabalho, porque não se dinamiza o aumento de efetivos populacionais com o consequente aumento da taxa de natalidade, porque se desvia o dinheiro para outras finalidades como o de tapar buracos financeiros de outras áreas.
Tenham paciência! Não enganem mais! Saiam da frente!
Em resumo, tudo não será mais do que, através da comunicação social, enganar o povo sobre o que realmente se está e irá passar, à boa maneira da antiga União Soviética, para já não dizer à moda da Coreia do Norte, com um cariz democrático, tendo em vista minimizar a imagem desfavorável sobre o Governo na opinião pública, preparando as próximas eleições.
Esta segunda-feira abriu a época da caça ao voto, e da propaganda ao Governo. O grande comunicador e coordenador Poiares Maduro vai iniciar os “briefings” com os órgãos de comunicação social conduzidos por Pedro Lomba. Tendo sido colunista do Jornal Público desde 2009, é bem conhecida a sua opinião ligada à direita. Um dos artigos que escreveu tinha o título , vejam só, “O Sucesso de Tatcher”.Por aqui podemos ver onde ele se arruma.
Não é difícil prever o que vai acontecer nesses “briefings”: sairá para a rua a propaganda no seu melhor às ações e medidas do Governo. De forma apriorística o objetivo que se evidencia é o de propiciar e fortalecer a unicidade, (sublinha-se unicidade para a distinguir de pluralidade), do discurso e da coerência da linguagem de um Governo sem rumo, evitando comunicações contraditórias.
Tudo não vai ser mais do que um planeamento estratégico de marketing com o qual pretendem, sob a capa de informar, persuadir quem os ouvir ou ler, sobre as boas práticas do Governo, e só dele.
Tudo isto fará sentido se pensarmos na articulação das mensagens a divulgar aos jornalistas, tendo em vista a criação de sinergias e potencialização dos efeitos no público-alvo (as populações) através dos órgãos de comunicação social, em especial impacto nas televisões.
O objetivo é, assim, moderar e modelar a atitude das pessoas levando-as a desenvolver atitudes favoráveis ao Governo, através da unicidade da informação comunicada aos jornalistas que, bem espero, não passem a ser apenas uma correia de transmissão da informação que lhes oferecerem.
Conhecendo nós as trapalhadas, os erros, as falsas promessas, o acalentar de esperanças de melhores dias jamais conseguidos em tempo útil da vida ativa da maior parte dos cidadãos, leva-nos elencar, para além dos já indicados, outros objetivos, previamente pensados e refletidos, que poderão esta por detrás dos tais “briefings”:
Em resumo, tudo não será mais do que, através da comunicação social, enganar o povo sobre o que realmente se está e irá passar, à boa maneira da antiga União Soviética, para já não dizer à moda da Coreia do Norte, mas com um cariz democrático, tendo em vista minimizar a imagem desfavorável sobre o Governo na opinião pública, preparando as próximas eleições.
Não há paciência para isto. Começaram hoje os briefings do Governo, mas tiverem antecedentes. O ministro Poiares Maduro foi empossado para a coordenação dos diversos ministérios do Governo e para ultrapassar os problemas de comunicação com o público, isto é, a forma como o Estado deve comunicar com os portugueses. Para tal encomendou ou vai encomendar mais um estudo desta vez para conhecer a forma de como fazer chegar a mensagem. A ideia é fazer aproximar, em tempo de crise, os cidadãos ao Governo. Como se o problema dos disparates que o Governo tem feito conduzissem ao descontentamento popular devido aos problemas de comunicação.
O problema da comunicação não é novidade porque, comentadores da área dos partidos que sustentam o Governo, face a notícias que vêm a lume que indignam até o cidadão mais apoiante vêm dizer que o que se diz não é bem verdade, o que houve foi um problema de comunicação. Outras vezes quando o primeiro-ministro faz uma declaração, mesmo que tenha sido bem clara, como mais do que uma vez aconteceu, e, posteriormente, entra em contradição, lá começam os “sacristãos” a desdizer o que se disse transformando o erro e a mentira em problema de comunicação. O que se pretende no final é a utilização de técnicas comunicacionais mais eficazes para ludibriar os portugueses.
Não se sabe hoje, momento em que se iniciaram os briefings, se o estudo já foi ou não entregue, se é que alguma vez chegou a ser feito e se aqueles foram uma consequência destes. Mas interessava saber por que eles foram pagos com os nossos impostos e com os “cortes” nos salários e pensões que também contribuíram.
Há uma solução para os problemas de comunicação que se usava muito na ex-União Soviética, e, para quem se recorda também no tempo do Estado Novo, embora de outra forma mas com o mesmo objetivo, é torná-la monolítica através do controle da informação antes de ser divulgada.
Marcelo Caetano, nas suas conversas em família, não tinha problemas de comunicação porque, o que ele dizia era assim e pronto, mesmo que estivesse enganado ou o que anunciasse fosse contra o que o ”público” pensasse ou viesse a dizer…
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