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A cultura dos incultos

por Manuel_AR, em 03.02.14

Teatro, do mau                                                           Miró-O cantor

 

Esta gente inculta que surgiu no PSD, e também no CDS, desejosa de viver à mesa dos impostos que o Estado nos cobra e do esbulho duma grande parte da sociedade portuguesa que não tem poder reivindicativo, na sua maior parte sofre de distorções culturais e sociais que contrariam os princípios que deveriam ter adquirido nas escolas que frequentaram ou que não lhes foram incutidos no seio familiar. A resistência que têm em romper com as barreiras da sua incultura social e política apenas são comparadas à resistência que houve em admitir as observações de Galileu que na altura punham em causa a Bíblia. Um exemplo da sua incultura revela-se através do caso do leilão das obras de Miró que, para eles, não são arte mas apenas uns rabiscos sem interesse a não ser para alguns pretensiosos intelectuais que são um peso para o país.

Não aceitam a realidade com que se deparam e, por isso, não renunciam às suas práticas tecnocráticas que aprenderam nos manuais por onde estudaram por não terem a capacidade suficiente para proceder à sua aplicação. O pensamento deles situa-se numa atitude do este povo não presta, devíamos era substituir o povo para que tudo desse certo.

Escudam-se em argumentos, por vezes contraditórios para justificarem a sua incompetência e, ao mesmo tempo, atacam tudo quanto mexe que saia fora da realidade virtual que eles criaram a partir do que simplesmente assimilaram sem reflexão em universidades privadas, por vezes de credibilidade duvidosa, com um corpo docente de pensamento vincadamente unilateral e de mente cientificamente pouco aberta.

Infelizmente, muitos daqueles fazem parte de grupelhos isolados com tendências protofascistas infiltrados em partidos democráticos de direita, são o resultado de uma pequena parte da geração do antes 25 de abril de 1974 que nunca aceitou esta data como uma realidade no que reporta à cultura e prática política democrática.   

O pensamento liberal radical desta gente radica na premissa de que para haver justiça social é necessário sacrificar o povo, todos nós leia-se, para que a economia resplandeça como um milagre. Pouco importa que alastre, ou não, a miséria, que a saúde regresse ao passado e a doença seja algo que é benéfico para que muitos idosos morram, que a educação seja um privilégio para alguns, disfarçando-a de ser para todos.

Propagam-se as ideias de fé, de esperança, aa falsas promessas e, sobretudo, pretendem expandir a caridade praticada por instituições, embora dignas de apreço, às quais são concedidas verbas dos impostos pagos por todos e pelos cortes sociais retirados aos que deles necessitam para, depois, irem estender a mão à tal caridade.

Esta gente faz teatro, do mau, diga-se, e no teatro tudo se finge. Mas neste teatro que tristemente representa a pobreza, a miséria, o sacrifício dos mais fracos, continuamente açoitados pelas mãos duras dos carrascos, são reais. Esta frase, inspirada na leitura da Cidade de Ulisses, adequa-se perfeitamente à atitude política dos que atualmente fazem de conta que governam o nosso país.

O chefe desta canalhada que governa Portugal tem uma resiliência ilusória, qual metal oxidado há muito por exposição ao ar mas que, ao ser dobrado quebra mas ao mesmo tempo suja as mãos de quem lhe pegou com a cor ocre da ferrugem.

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publicado às 15:14


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