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Comunicações e opiniões pessoais sobre o dia a dia da política e da sociedade. Partidos, demografia, envelhecimento, sociologia da família e dos costumes, migrações, desigualdades sociais e territoriais.
Os artigos de opinião podem servir como panfletos para orientar determinada campanha eleitoral. Basta pegar em determinados incidentes como por exemplo na saúde, nas repartições públicas, nos incêndios, etc., e apresentá-los misturados com a corrupção, com o trânsito, com os transportes, como provas culpabilizadoras de má governação. Esta narrativa é repetida vezes suficientes por vários atores dos órgãos de informação até ganhar os contornos de uma verdade subjacente à sociedade.
Grupos de cidadãos, organizações independentes, ou ditas como tal, associações ideológicas, profissionais e outras fazem campanhas e organizam-se contra ou a favor de algo.
Em época de aproximação de eleições surgem outras campanhas provenientes dos mais diversos setores e organizações e seus representantes que procuram exercer o seu direito de expressão de pensamento prestando declarações, dando entrevistas, fazendo comentários, escrevendo opiniões, entrando em debates que os órgãos e comunicação se encarregam de organizar e divulgar.
Muitos dos intervenientes são líderes de partidos, bastonários de ordens profissionais, dirigentes sindicais, deputados, comentadores, “opinion makers”, jornalistas, economistas, enfim, uma parafernália de ditos especialistas.
Em época de aproximação de eleições nos jornais televisivos, por exemplo, verifica-se alguma tendência para os alinhamentos e as edições das peças serem inseridos elementos, por vezes descontextualizados, indutores da formação de opiniões que eventualmente poderão favorecer forças políticas e partidárias opositoras ao Governo.
Um jornalista muito conhecido, infelizmente já falecido, terminava as suas entrevistas na televisão com uma pergunta, para ele sacramental: “Onde é que estavas no 25 de Abril?”.
Gostaria de fazer uma pergunta idêntica a muitos jornalistas, comentadores e escritores de opinião, alguns deles, na minha opinião, jornalistas e comentadores de fação que criticam tudo quanto venha dos últimos quatro anos de governação do Partido Socialista com o apoio parlamentar do PCP e do BE. Onde é que estavam entre 2011 e 2015?
Poderão perguntar-me: então já não se pode ter opinião própria mesmo contrária ao regime e expressá-la livremente? Claro que pode e deve, assim como estou a exercer neste mesmo momento o direito de opinião. Outra coisa é tentar transformar um facto verídico e positivo numa espécie de falsidade distorcendo a verdade, através de palavras e frases para tal escolhidas, por conveniência partidária ou ideológica.
Há ainda a estratégia muito aplicada em alguns espaços noticiosos das televisões e nas reportagens chamadas jornalismos de investigação em que é sistemática a repetição consecutiva de factos negativos ocorridos no passado, chamados ao presente através de repetições exaustivas. A estratégia de muitos partidos políticos, com incidência nos de direita, é a repetição constante de certas palavras que recordem às audiências factos desagradáveis, alguns até sem grande relevo, denunciado certos factos como sendo verdadeiros, mas afinal se verifica serem mentiras criadas com propósito bem determinado.
A direita recorre a todas as estratégia que passam pela difamação, ofensa e incentivação de ódios primários para atingir os seus objetivos, até mesmo dentro dos seus próprios partidos criam divisões, por vezes insanáveis, como está a acontecer com o ataque a Rui Rio dentro do PSD. Em entrevista ao Correio da Manhã, a antiga ministra da Justiça no governo de Pedro Passos Coelho, Paula Teixeira da Cruz, acusou no passado domingo o líder do PSD, Rui Rio, de exigir “uma cega e leal obediência à direção“ de se comportar como um ditador. “Não me inscrevi num partido estalinista, não tenho feitio para isso”.
Tenho reparado que a tendência da campanha eleitoral da direita com a eventual ajuda dos órgãos de comunicação será sob a forma de notícias e da atualidade no sentido de abandonar a notícia de casos e a centrar-se em casos mais amplos que possam sugestionar eleitores a colocarem-se contra o partido do governo com o objetivo de impossibilitar uma maioria absoluta e a redução da sua margem de potenciais votos, minimizando possíveis estragos nos partidos da direita.
Diariamente são apresentadas durante os jornais televisivos as mais diversas opiniões intervenções sem torno de problemas que dizem afetar indesejavelmente os portugueses e referindo-se à saúde, aos transportes públicos em geral, à educação, funcionamento dos serviços públicos, etc..
Depois há a Fenprof, os trabalhadores das misericórdias, as instituições de solidariedade social que, de forma oportunista, pretendem a devolução do tempo de serviço congelado e melhores salários, os opositores ao Governo já não contestam e até aprovam (será porque estão fora do poder?) e não contestam. Estamos a ver porquê. É tudo uma questão de votos.
Sobre todos aqueles temas atrás referidos escrevem-se opiniões de indignação, de fúria, de alerta e apelo às emoções. Uma senhora que não sei se é jornalista ou não, poderá já o terá sido e que também escreve livros de poesia alguns já editados (será a mesma? Se não for as minhas desculpas) agora também escreve artigos de opinião no jornal mensário DIA 15. Na última edição daquele jornal
Poucos dias antes do congresso do CDS-PP que se realizou no dia 10 de março em Lamego Assunção Cristas andou agitada, expansiva, exacerbadamente otimista, e arrogante por antecipação, com potenciais vitórias do CDS-PP caso venha a concretizar-se uma subida substancial daquele partido nas próximas legislativas. Se tal acontecer deve ser cobrado a Passos Coelho devido à hesitação na escolha de última hora do candidato, neste caso candidata, para a Câmara de Lisboa em 2017.
Os eleitores do PSD que em 2017 não concordaram com a escolha de Passos Coelho para a Câmara de Lisboa terão votado no CDS-PP o que resultou numa subida substancial das suas votações conseguiu 20,59%. No mesmo anos o PSD sozinho obteve apenas 16,07%. Em 2013 o CDS-PP, em coligação com o PSD, obteve 22,37%. Em 2009 a coligação PSD.CDS-PP obteve 38,69%. Portanto o CDS tem andado até agora atrelado ao PSD, ou se coliga ou retira-lhe votos.
O 27º Congresso do CDS-PP confirmou Assunção Cristas como líder e o seu objetivo será o de recolher os votos dos neoliberais (órfãos de Passos) descontentes com a nova direção e orientação ideológica do PSD. Cristas com o seu partido pretende ser líder aglutinadora das direitas e quer liderar a oposição.
Se o PSD com Rui Rio pretende ser o centro-direita o CDS-PP abandona sua a democracia cristã e diz querer também ocupar o espaço do centro direita. Por outro lado, Assunção Cristas poderá vir a perder votos dos desalojados da direita mais conservadora e democrata cristã. Veremos se o CDS-PP irá delinear, ou não, uma estratégia populista, mas tudo aponta para que sim a ver com um programa que parece prestar-se para isso.
Após o congresso do PSD temos assistido a uma espécie de competição entre das direitas que se vão digladiando com vista às próximas eleições.
Assunção Cristas, senhora com cara de menina, quer jogar forte durante o chá canasta que ela pensa irão ser as eleições legislativas e vai dizendo que o CDS-PP é um partido dos ricos, mas do povo, e “faz de conta que o representa”. É certo que, para muitos, emana simpatia, mas isso não chega para governar. Assunção é o engodo para os que votaram em Passos Coelho e não veem com bons olhos a viragem do partido com Rui Rio à sua frente.
Assunção Cristas quer substituir-se ao PSD como grande partido nacional e diz querer fazer do partido a única alternativa "de centro e de direita" às “esquerdas encostadas”, e quer que o CDS-PP seja “o primeiro partido no espaço do centro e da direita sem hesitações sem complexos”, apontando o dedo ao Governo e deixando um recado implícito ao PSD. Em resumo Cristas quer crescer à custa do PSD e afirmou que o tempo de maiorias de um só partido já lá vai! Se o tempo das maiorias de um só partido já lá vai não é o mesmo que dizer que o CDS não terá maioria e que, portanto, terá de fazer alianças? Antecipa no futuro uma possível aliança com o PSD? Assunção Cristas quer mostrar por um lado que o CDS será um partido progressista, mas ao mesmo tempo assume que é a “casa do centro e da direita das liberdades, juntando conservadores e liberais”.
Assunção Cristas assumiu-se como a “primeira escolha” alternativa ao PS. A líder do CDS definiu já os eixos programáticos para as legislativas de 2019: demografia, economia digital e a coesão território como os eixos estratégicos da sua agenda para os próximos dois anos. Nada de novo nestes eixos parecem um plágio de pontos estratégicos de outros partidos nomeadamente os do Partido Socialista.
Após o congresso comentadores políticos conotados como liberais de direita tentam descredibilizar Rui Rio para fazer sobressair Assunção Cristas de modo a contribuir a que Rio perca votos nas próximas eleições. Para tal estão a postos os neoliberais do PSD como Montenegro, os companheiros de infortúnio de Passos Coelho e outros que já estão na fila e que insistem em prejudicar o partido em que militam. O Partido Socialista pode ir consolidando a sua posição.
No PSD, ou há unanimidade e consenso em torno do novo líder Rui Rio, ou vão contemplar, com grande desgosto, o CDS de Assunção Cristas ocupar o seu lugar no espetro eleitoral.
Em fevereiro, segundo o jornal Público, Rio dizia querer vincar é precisamente a ideia de uma “não cedência”. Segundo a nova direção do PSD a ideia do novo presidente é a de “fazer uma rutura com o passado próximo”, ou seja, com a liderança de Passos Coelho - e que “não se desvia do seu objetivo”. Veremos!
Como se costuma dizer grão a grão a galinha enche o papo e a direita, com as suas frustrações, assim vai fazendo, (não, não me estou a referir à galinha Assunção Crista, se era nisso que estavam a pensar), nada disso, a metáfora é para a direita do conjunto CDS+PSD. Para ajudar, sindicatos e outras forcinhas que há por aí têm deitado alguns grãos para ela vir comer á mãozinha.
Iniciaram com o ataque ao ministro das finanças, Mário Centeno quando do caso da administração da Caixa Geral de Depósitos e não conseguiram; forçaram e pediram a demissão da anterior ministra da Administração Interna e conseguiram; quiseram a demissão do ministro da Defesa Nacional com o caso de Tancos e ainda não conseguiram. Chegou a vez da Ordem dos Enfermeiros ao arrepio do previsto surto de gripe alertar para “eventuais complicações nos hospitais e centros de saúde, na ausência de reforço dos serviços, e culpa o ministro da Saúde, cuja manutenção no cargo questiona”. Está feito o pedido de mais uma demissão de mais um ministro através de uma porta travessa da direita. A direita quer é demissões, demissões e mais demissões de quem não lhes convém. É assim que esta direita obsoleta faz oposição. Será que vai mudar com a nova liderança no PSD?
Com a eleição de Mário Centeno para o Eurogrupo e face aos indicadores económicos, o diabo regressou a casa e retirou à direita PSD a sua ajuda, restando-lhe os casinhos que vai encontrando aqui e ali, através de infiltrações de adeptos casos e casinhos para dizer que está a fazer oposição já que as suas teses sobre a condução da sua política económica do Governo tiveram ontem um ponto final.
Todavia, as opiniões que por aí se escrevem na imprensa vindas do setor da direita apresentam agora nova estratégia para proceder à fragilização do Governo e apontam como solução a sua remodelação. O editorial do jornal Público de hoje para tal justificar faz um breve historial de casos e casinhos dos últimos três meses e, com palavrinhas mansas lá vai fazendo a sua crítica dita isenta e, ao mesmo tempo, cínica, para justificar tal remodelação. Não sei o que António Costa irá fazer. Acho, contudo que, havendo uma remodelação, será tema para que a oposição possa sobreviver mais uns dias com argumentos do tipo: «estão a ver, afinal nós tínhamos razão para criticar o Governo que acabou por ceder às nossas exigências!».
Outra novidade é que o PSD, à falta de melhor, ameaça chumbar projeto de resolução socialista, que não impede Governo de concretizar a adesão à Pesco. A Pesco é o acrónimo de Permanent Structured Cooperation que em português é a Cooperação Estruturada Permanente e a direita PSD exige ver inscrita a recusa de um exército europeu e de especialização das Forças Armadas. Como PCP, BE e PEV são contra a adesão de Portugal, o projeto socialista pode chumbar com os votos de oposição da direita, o que, por estarem em causa resoluções, tem apenas significado político, não impede o Governo de concretizar a adesão à Pesco. Este é mais um casinho para o PSD mostrar prova de vida na oposição e para fazer acreditar que afinal também não contam com eles, como noutras ocasiões já fizeram. Afinal brincam aos meninos birrentos com coisas sérias que dizem respeito a todos. Centeno gravou-lhes ainda mais fundo a sua frustração que ainda não conseguiram sublimar.
Talvez seja necessário marcar uma consulta ao psicanalista para minorar as suas frustrações.
A direita normalmente não tem senso de autocrítica, e seguramente não se questiona sobre seus próprios equívocos. A direita perde a confiança do eleitorado, apesar de ter toda a máquina mediática nas suas mãos e começa a sentir que não têm líderes com credibilidade suficiente.
Não apresenta políticas inovadoras, mantem-se no neoliberalismo anti estado social que se provou fazer duvidosas privatizações. O conservadorismo religioso católico está colado à direita que pretende esta tome conta do país. A direita utiliza falsos discursos sociais democratas, mas que, prontamente, descarta uma vez chegada ao poder. Limita-se a reproduzir mantras repercutidos à exaustão como o de a esquerda é incompetente.
Com a economia em ciclo de crise tenta descobrir corrupção na esquerda para fazer esquecer a sua própria, que é mais eficaz, oculta e guardada por arames farpados e cães de guarda que a protegem para tachar a esquerda de economicamente incompetente e irresponsável.
Poderiam, quando no poder, pensar num verdadeiro do sistema judiciário para lidar com a corrupção de maneira estrutural e institucional (porque corrupção não tem lado e não é apenas um problema pessoal) e acabar com a morosidade dos tribunais que impossibilitam o equilíbrio entre a presunção da inocência e a condenação necessários para a construção de um executivo ético. Mas não, limitaram-se a mudar o visível, o físico e o superficial, mantendo o que necessitava ser mudado.
Para esta situação contribuem os do clube dos direitalhos formado a partir de adeptos direitistas que são todos os que são da verdadeira direita democrática. Direitalho é uma palavra que não faz parte do vocabulário português e o seu antónimo é a palavra esquerdalho, mencionada com sentido pejorativo por alguns que se dizem contra a esquerda, seja qual for o motivo. A palavra esquerdalho faz parte do léxico dos direitalhos frequentadores das redes socias e dos comentários dos jornais online e nos blogs. Deixaremos para outra ocasião os esquerdalhos que, apesar de se encontrarem do lado oposto, abraçam a mesma linguagem, mas de sinal contrário.
Para os direitalhos, esquerdalhos são todos os que não são de direita, os que não são neoliberais, os que não são radicais de direita, os que não perfilham ideias e princípios fascizantes, os que são pela manutenção do status quo que abandona uns setores da sociedade em favorecimento de outros. Os direitalhos não sabem porque o são, nem lhes interessa saber. São direitalhos e chega.
Acham que lhes dá um certo estatuto e aceitação na ordem social. Muitos vivendo apenas do seu salário alinham com os que defendem baixar impostos para uns, os mais favorecidos, e aumentá-los para os outros, privatizar tudo porque acham que poderão vir a obter vantagens, gostam que outros pensem que o seu estatuto social é superior, apenas, e só, porque são direitalhos. Outros têm potencial financeiro, mas cultura, valores e ética são baixos, mas, por outro lado mostram o seu fervor religioso católico através de todos as organizações onde se infiltram e mostram a sua grande religiosodade. Não fazemos discriminação de género, as direitalhas também são deste grupo. Muitas conseguiram, por vários fatores, trepar a um patamar onde se julgam pertencer à “high society” e pretendem distinguir-se pelo tratamento dos filhos ou netos por você, evocando quando acompanhados nomes sonates da sociedade, dando-se ares perante vizinhos e amigos.
Os direitalhos apenas falam na necessidade de reformas, papagueando o que outros dizem, mas não identificam quais. São pelo imobilismo e não mostram interesse em acompanhar a europa. São contra o investimento público e alguns pertencem ao grupo daqueles que esperam que caia do céu o investimento privado e anseiam para que haja uma mão de obra dócil e barata, e quanto mais barata melhor. Os investidores defendidos pelos direitalhos são os que pretendem que o investimento efetuado hoje, ao fim de alguns meses, tenha retorno do capital mais o lucro.
Os direitalhos são contra tudo o que seja social, mas são a favor de tudo o que lhes possibilite a livre especulação, de preferência sem legislação laboral. Neles incluem-se os revanchistas, os invejosos, os xenófobos, os racistas, os que acham que a direita, a deles, resolve os problemas que enfrentam e que ainda ninguém resolveu, os que vivem na espectativa duma viragem direitalha para os resolver.
Direitalhos são também os que enxovalham os outros, os que difamam, os que caluniam sem prova, os que, escondidos pela capa do anonimato lançam denúncias, (que mais fazem lembrar elementos pidescos infiltrados), guardam na gaveta do lixo os mexericos e as falsas suspeições para oportunisticamente os lançar para a opinião pública através dos media que lhes dão cobertura. Utilizam o lema do vale tudo desde que seja contra os outros, e nada contra eles.
Há antigos líderes que, à falta de melhor, transformaram-se em formadores de putativos direitalhos da JSD, como o fez Cavaco Silva no Pontal. Desdenhou a ideologia, como se ele próprio não tivesse uma, e lançou disparates como duma possível realização duma revolução socialistas através do Governo. Identificou-se assim ele próprio como possível direitalho.
É importante esclarecer que no grupelho dos direitalhos não incluo os da verdadeira direita democrática, os que valorizam os valores democráticos, os que têm uma visão socialmente diferente para as soluções e problemas do país e das pessoas, e que, através duma oposição construtiva e de verdade, consigam ganhar o poder através dos mecanismos que a democracia proporciona.
Os direitalhos não são de direita, são contra a esquerda porque consegue baralhar os seus pobres espíritos politiqueiros. Não sabem o que é ser de direita, nem sabem o que é ser de esquerda. Porque não sabem o que é, nem uma, nem outra. Todos os que não sejam direitalhos são “comunas” e perigosos revolucionários. Imitam alguns esquerdalhos que dizem que os de direita são todos fascistas.
Recorrendo a uma metáfora e como mero exercício intelectual podemos imaginar uma entrevista a um adepto dum clube de futebol e estabelecer uma analogia com o pensamento político do direitalho. Porque não se trata de qualquer crítica ao espírito desportivo dos que gostam de futebol o leitor deve ter em mente que esta analogia trata duma transposição a partir do espírito clubista. A ideia é que leitor substitua a palavra clube pela palavra partido, a que um direitalho pertença, e imagine uma entrevista nesse sentido.
-Porque é do clube A?
-Porque os meus pais sempre foram desse clube e os meus vizinhos também são.
Pergunta-se a outro:
-Porque é do clube B?
-Porque me inscreveram no clube desde muito pequenino e dei por mim sendo sempre desse clube.
-Alguma vez criticou o seu clube?
-Só nas alturas em que perde. Mas luto sempre por ele.
-Acha que o seu clube lhe traz algumas vantagens pessoais e familiares?
-Sim porque me dá alegrias quando vence.
-Como considera os outros clubes?
-São do pior que há. São todos uns…E porque, “ó meu”, fico lixado por terem ganho. São todos trapaceiros.
-E quando o seu clube ganha?
-Ah! Isso é diferente. Isso é devido à sua própria capacidade e competência.
-Pensou alguma vez mudar de clube?
-Nem pensar, serei deste clube até ao fim dos meus dias.
Os direitalhos que colocam posts aqui e ali são assim, de pensamento oco, e de menoridade mental e não entendem que a democracia possui um vasto espectro de opções e um enorme potencial para a resolução de problemas sem a necessidade de golpes baixos e assim haja vontade participativa de todos.
A direita iniciou uma espécie de caça às bruxas aos elementos do Governo recorrendo a todas as cavilações a que tiver de recorrer para condenar, achincalhar tudo e todos que lhe possam causar incómodo. A explicação é simples: à direita não convém que, por interesse exclusivamente partidário, embora alheio ao país, estejam a ser conseguidos resultados que vêm descredibilizando as teorias que avançavam quer no passado recente, quer no presente.
A direita quer recuperar o que perdeu e, para isso, utiliza tudo que estiver à mão, não interessa o quê, apresenta-o com aquela carga de agressividade dos sem razão e dos perdedores como se o ataque fosse a melhor defesa. Faz-me lembrar aqueles filmes em que o herói leva pancada dos “maus” até ficar quase sem ação e, por artes mágicas, o nosso herói levanta-se e dá uma valente pancadaria no “mau”. Poderá ser isto que venha a acontecer mais tarde ou mais cedo à direita.
No meio de tudo o que tem estado por detrás da CGD algumas elites bem instaladas, alguns deles atores do debate político onde dissimulam o que são na realidade do dia a dia e, com objetivos partidários fazem colheitas rebuscam nas amizades e nos conhecimentos pessoais que possa ser recrutado e aliciados para uma traiçãozinha, dando-lhes garantias de ficarem bem fotografia. Não sei se sabem a quem, e ao que me refiro. Não será difícil lá chegar.
Em Portugal a direita acha que tem o monopólio da democracia. Ela é a democracia, julgam. O resto não conta. Que bom seria existir apenas, e só, a direita. A direita não gosta de ser contrariada, tal e qual uma criança faz uma birra porque não lhe dão ou tiraram um brinquedo. Bate os pés, chora, grita, torna-se agressiva. Para uma criança nestas circunstâncias não existe possibilidade de negociação ou de troca. Nada escuta. Ouve-se apenas a ela própria. Até que, pela exaustão e cansaço, acaba por adormecer e, quando acorda está serena. Então pode negociar-se com ela.
Privada do seu complexo se superioridade que as eleições lhe deram, embora em minoria, a direita em Portugal, controlada pelas elites financeiras e de compadrios, por oportunismo partidário, não se desvia, um milímetro da sua linha que, como se sabe não funcionou. Capturada por um neoliberalismo ideologicamente estrangulador, e por uma comunicação social que a protege, deixou de saber o que é a social-democracia a que diz pertencer.
Como se viu no caso da TSU esta direita é duma incoerência pertinaz, como o é quem exercita a sua inteligência no estrito sentido partidário e de poder que diz lhe caber por direito embora a realidade parlamentar seja outra. Mas, por outro lado, e porque não quer ser incoerente com as linhas programáticas que defendeu e adotou durante os anos no poder, recusa-se a mostrar claramente o que defende e o que pretende optando sem fim pela política das coisas marginais. A discussão sobre os problemas no país não tem lugar, não interessa à oposição de direita que se encontra despojada de chaves críticas e com as ideológicas transformadas apenas em objetivos partidários. A direita não se abre a dizer o que pretende.
Os aspetos sociológicos que, afinal, em sentido restrito, são os das pessoas em comunidade são negativos e desconsiderados pela direita. Para ela as pessoas não interessam, e agora parece que já nem o país. Jura e tresjura que o país pode sofrer involuções gravíssimas, que tudo está dominado pelos radicais de esquerda, ameaçam com o passado amedrontando, lançando dúvidas. O medo é a sua arma preferida para atingir as populações politicamente menos esclarecidas, sem culpa delas.
A oposição não tem que apoiar nem tem que aceitar o que um governo faz ou propõe, por isso mesmo é oposição, mas o debate político da oposição não deve ser o enxovalho que conduz à descredibilização dos políticos e com ela os seus próprios.
O facto de Portugal assentar em bases fundamentalmente democráticas qualquer retrocesso mesmo grave não será possível cair-se novamente em forma autoritária do tipo fascista como está a acontecer na Turquia e na Polónia para não falar de outos países com a U. E. a observar impávida, e serena.
É o desespero senhores, é o desespero! É um desespero nunca visto em Portugal pelo qual a oposição está a passar. Há um alvo que querem atingir e que não lhes agrada se mantenha no Governo. É o ministro das finanças. Pode perguntar-se porquê e resposta é fácil. Não lhes interessa que esteja em funções um ministro que tem cumprido, a nível das finanças, os objetivos a que Portugal se tem proposto interna e externamente.
À oposição de direita não é Portugal nem os portugueses que lhe interessam é o seu umbigo e a sua autoestima partidária que estão em jogo. Fazer o que eles nunca conseguiram fazer é algo que lhes custa engolir. É a questão do estar a haver alternativa no lugar do bolorento não há alternativa dos neoliberais.
Há uma estratégia construída pela oposição de direita com o objetivo de descredibilizar os que querem compor o Portugal que os neoliberais do PSD destruíram coadjuvados pelos senhores do irrevogável CDS.
Mário Centeno e a sua equipa das finanças é a pedra no sapato desses sujeitinhos, entre os quais Paulo Rangel. Não gostam da equipa. Faz-lhe mal à sua credibilidade que pensavam ter quando estavam no governo do país e que desgovernaram durante mais de quatro anos. Desculpavam-se com a troika mesmo quando o seu líder Passos Coelho clamava para se ir ainda mais além. Com isto pretendem a destruição da CGD a todo o custo. Esqueceram-se rapidamente de todas as trapalhadas que arranjaram quando eram governo sem que ninguém se demitisse.
É a oposição da imundície politiqueira porque não têm nada para apresentar. Desviarem as atenções com grandes tiradas demagógicas que em nada ajuda a compor o país que tiveram a oportunidade de compor, mas que pouco ou nada conseguiram anão ser prejudicar certos setores da população. Até dão a entender que querem a todo o custo uma cabeça seja de quem for, como desforra da demissão de Miguel Relvas.
A fúria e o desespero dessa gente cuja perda do poder parlamentar ainda não conseguiram ultrapassar não tem limites. Tudo serve.
Ideias não as têm e, as que tiveram antes, negam-nas no presente. Ainda hoje na Assembleia o PSD votou contra uma proposta do CDS que no passado já defendeu. É a desorientação estratégica de tudo.
Pegam agora na discussão da sobre a eutanásia, com a qual não concordo por estar a ser tratada de ânimo leve, e gritam aos quatro ventos vamos propor um referendo. Apenas têm na manga mexeriquices? Nada mais.
É um falhanço duma oposição que apenas clama nos corredores por vingança e vê tudo apenas com objetivos partidários. Para eles os portugueses devem ser uma cambada de tontinhos que se enganam com frascos de perfumes que apenas contêm água, acolitados pelos seus comentadores de mão que por aí proliferam.
Os foram agora adquiridos com a ajuda daqueles a que chama de extrema-esquerda. Descobriram o patriotismo de grupo e de bairro: aprenderam agora que podiam mostrar-se orgulhosos de serem oposição pela negativa.
Não é o Governo que está nervoso é o PSD e alguns editorialista e comentadores que estão excitadíssimos com a descoberta do vilão da TSU, que lhe foi oferecido para poderem fazer oposição, nomeadamente Ana Sá Lopes, no seu editorial de hoje no jornal i, mostra-se satisfeita com a oposição que o PSD faz sobre aquela matéria.
É uma oposição revanchista. É uma oposição que nada tem a ver com o país, mas com o próprio partido e com o complexo de perda do poder. O PSD junta-se numa votação àqueles que alguns dos seus denominam de estalinistas. Vota com eles, está de acordo com eles, para fazer de conta que está a favor dos trabalhadores, dos que odeiam o patronato, como lhes chamam aqueles que detestam tudo quanto mexa e seja privado e que, se fosse caso disso, também estatizavam o negócio da frutaria do bairro, explorada pelo nepalês ou pelo indiano.
Desta vez não é a extrema-esquerda, como lhes chamam, que se junta à direita para derrubar governos socialistas, é a direita que se junta à extrema-esquerda para obstruir a governação socialista, mesmo sem causa evidente, basta reviver as suas posições contraditórias nesta matéria ao longo dos últimos tempos.
Numa publicação partidária do PSD Passos Coelho defende aquilo que até agora ocultou aos portugueses, o que seria o seu programa se fosse novamente governo. Agarra uma frase que Belmiro de Azevedo utilizou há muito tempo, se não me engano no tempo em que Passos era primeiro-ministro, “é preciso deixar de navegar à vista”. Peca pela falta de originalidade.
Fala de reformas sem especificar o que são e o entende por isso. Há coisas que não convém esclarecer. Seria bom, já que todos falam em reformas sem ninguém dizer o que são. Está fora de causa aqui o conjunto de papéis que Paulo Portas arranjou como sendo reformas do Estado quando foi vice-primeiro ministro. Neste momento ainda ninguém me conseguiu objetivamente explicar o que são para Passos Coelho reformas, embora suspeite o que são.
Após a mensagem de Ano Novo do Presidente da República, em que aborda o crescimento, o ex-primeiro-ministro, agora “no exílio”, pega no óbvio e diz o que deve ser o crescimento económico abrindo o véu ao que será o seu programa mais conservador e neoliberal do que sempre foi o seu.
Para Passos Coelho “O que precisamos agora é de enterrar as políticas de reversão”. Quer ele dizer que é voltar ao corte de pensões, de salários, desmantelamento do SNS, deixar populações sem tribunais, voltar às privatizações de modo a que o Estado, nós todos, fiquemos com os prejuízos e entregando os ativos a quem adquirir o que for rentável. Mostra expectativas de que o diabo venha visto que segundo ele “as reversões que foram realizadas não nos venham a sair demasiado caro”.
E continua, "Quem quer semear para futuro e colher bons resultados tem de orientar as suas prioridades de modo diferente do que temos vindo a observar em Portugal, invertendo as políticas de navegar à vista e preparando uma estratégia de médio e longo prazo que faça sentido". Parece-me bem, mas…, afinal, qual é a estratégia para o médio e longo prazo que propõe para sabermos que o que afirma faz sentido. Precisamos de saber. Queremos optar com conhecimento senão não é mais do que conversa de propaganda idêntica àquela de que acusa António Costa.
Sentiu que o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa também lhe foi dirigido, daí replicar falando de realismo nas questões políticas económicas e sociais, porque, para ele "o otimismo e o pessimismo traduzem, sobretudo, estados de espírito que nem sempre ajudam a encontrar as melhores soluções". Tudo bem, mas o que entende ele por realismo? Terão sido todas as medidas que pôs em prática quando foi governo que tiveram resultados insipientes e pouco convincentes de que acusa agora o atual Governo quando, na altura, afirmava alto e bom som que tinha que ir para além da troika? Fala em realismo nas questões sociais quando, no tempo em que governou, provocou a maior crise social de que há memória em Portugal criando injustiças, criando um clima tenso, com divisões sociais e laborais, instabilidade social e quebra da coesão.
Pelo que Passos Coelho afirma podemos perceber nas entrelinhas que é a isso que regressar.
Sustenta uma abordagem realista que permita perceber melhor o ponto de partida, estabelecer um nível de ambição "plausível" e a melhorar a adequação das respostas políticas aos problemas dizendo: "De acordo com esta abordagem realista, Portugal precisa de aproveitar melhor algumas vantagens da envolvente macroeconómica europeia e global e de aumentar a sua resiliência às incertezas políticas externas. Em ambos os casos, o tempo começa a não estar tanto a nosso favor como já esteve". Vamos lá ver se percebo: se o tempo já esteve a nosso favor, e deve estar a referir-se ao passado em que foi primeiro-ministro, porque não conseguiu ele atingir os objetivos que quer agora que outros cumpram rapidamente em condições que se preveem de incerteza?
Argumenta ainda o presidente do PSD que "o tempo não volta para trás", digo eu ainda bem! E cada vez há menos tempo para "tirar partido das referidas vantagens", mas digo eu vantagens que não aproveitou porque já no final do seu mandato dizia frequentemente que a economia estava a recuperar e a crescer. Mas todos nós sabemos ser tão insipientes quanto a do crescimento atual.
É uma proposta de regresso ao passado a que Passos Coelho propõe embora não defina concretamente o que pretende.
É caso para se dizer: porque não te calas?
Raramente abordo o tema Sócrates, juízes como Carlos Alexandre e outros, as justiças ou injustiças a que ele possa estar sujeito e as acusações falsas que, segundo ele, lhe estão a ser imputadas. O que raras vezes aqui escrevi sobre Sócrates teve mais a ver com a comunicação social, não a nova, as das redes sociais, mas a clássica da imprensa,da rádio e da televisão.
Noutro blog escrevi vários textos a criticar Sócrates e a sua ação governativa estou, por isso, à vontade para dizer o que acho do desvairo que para aí anda sobre José Sócrates sem que isso me coloque a favor ou contra ele. Não ando por aí a procurar argumentos para lhe poder apontar o dedo ou para o desculpabilizar. Se não tenho a certeza não digo, não escrevo, nem me vou fiar no que dizem tabloides, jornalistas, comentadores e escribas de opinião, talvez ressabiados pelo que lhes aconteceu no tempo em que Sócrates foi desastrosamente governante. O que comento é a forma e a qualidade da substância que é passada pela comunicação social sobre o processo e o modo como é transformado de acordo com interesses. Nada me obriga a tomar o que dizem como sendo legítimo, válido, verdadeiro e indiscutível. O esclarecimento e a verdade virão apenas e aquando da acusação, do julgamento ou julgamentos e da condenação, ou não, do presumível réu.
Durante estes últimos três ou mais anos o assédio pelos órgãos de comunicação social que vivem do sensacionalismo e da baixeza jornalística tem sido mais do que evidente. Sócrates é uma fonte de notícia e rendimento para os jornais e estou em crer que vai sê-lo cada vez mais. Ao mesmo tempo é utilizado por uma oposição vazia, sem argumentos válidos e credíveis e de baixo caráter que se serve disso como arma de arremesso político. Para isso já basta Donald Trump.
É curioso como periodicamente se retira da gaveta da investigação da Operação Marquês e das gavetas da comunicação social o tema Sócrates, coincidindo com certos momento da política, ou de outros, com eles relacionados.
Também é verdade que ele anda a pôr-se a jeito. As deambulações que José Sócrates faz por aí para ganhar o espaço mediático que a comunicação social depois lhe dedica, as suas intervenções, os apoios de "amigos" e admiradores, sejam eles do partido ou não e, agora, um livro que vai ser apresentado em outubro põem muito boa gente da comunicação social e outros fora de si fazendo-os entrar em devaneios obsessivo-compulsivo de escrita por tudo quanto é jornal.
Criticar Sócrates e dizer que não se gosta dele pelos motivos que cada um entenda é legítimo. Deixa de o ser quando se fazem insinuações desonestas e sórdidas para se criticar seja quem for. Ou se conhecem dados exatos e informações sólidas do processo ou, então, as afirmações produzidas baseiam-se apenas e só no que alguns jornais por aí dizem a quem acusam de serem fugas ao segredo de justiça. Até existe quem ache que essa história do segredo de justiça foi uma má ideia talvez porque lhes limite condenações públicas sem julgamento. Ao mesmo tempo Sócrates serve também àqueles que o atacam como ajudazinha atacar o Governo e António Costa e aplaudem quando socialistas censuram Sócrates por prejudicar o partido.
Uma das estratégias da oposição de direita e dos seus adeptos comentadores e jornalistas ressabiados é a de tentarem estabelecer uma colagem de António Costa a Sócrates. É esta a oposição duma direita desorientada que diz ser social-democrata. Por outro lado, há jornalistas ineptos, lamentavelmente à frente de jornais que deviam ser exemplo de seriedade que chegam tendenciosamente ao desplanto de associar os grupos que por aí andam em reuniões e almoços a apoiar Sócrates aos saudosistas de Estaline na Rússia. Afirmarem coisas como estas só pode ser considerado como ódio pessoal e político que lhes tolda a razão.
Muitos não suportam Sócrates não apenas pelos traumas que lhes causaram no passado mas também pela sua capacidade de defesa e recuperação perante fatores e condições adversos.
Os que apanharam a síndrome do socratismo afirmam categoricamente, como se isso fosse determinante para um caso do âmbito da justiça, que é um dado adquirido a culpa baseada "no que se vai sabendo sobre os esquemas que Sócrates utilizaria para fazer circular o dinheiro" e continuam dizendo que a outros "apenas lhes interessa que parte do que foi divulgado pelos jornais devia estar em segredo de Justiça.". Isto não é nada mais, nada menos, senão um manifesto apologético dos julgamentos na praça pública através da comunicação social. Grandes jornalistas estes não há dúvida.
Temem Sócrates e não estão interessados em que ele recupera a imagem e volte à cena política. Eu, cá por mim, estou-me nas tintas, mas as probabilidades podem ser significativas, tudo depende do julgamento, quando for.
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