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25 de abril-2020.png

A 25 de Abril de 1975 cerca de seis milhões de portugueses souberam pela primeira vez na sua existência o agrado de saber o que era o exercício democrático fundamental de ter o direito ao voto.

Hoje no dia da comemoração da Revolução do 25 de Abril de 1974 resolvi ir vasculhar os meus arquivos relacionados com esta data histórica e encontrei um recorte do artigo publicado da Revista Expresso com o título “A sondagem secreta”, cuja data por lapso não anotei.

Achei interessante saber-se, muito antes de haver marketing direcionado para a política houve no final de 1974, como é que se manifestava então a vontade popular através de uma sondagem de opinião efetuada por uma instituição ligada ao grupo CUF, o CEAD, que, entretanto, desapareceu, perdendo-se o estudo com a desvario das nacionalizações.

A sondagem era inédita porque, pela primeira vez, incidia sobre as preferências partidárias dos portugueses e de quais era os preferidos para Presidente da República.

Esta sondagem procurava entrever a incógnita que eram as eleições por sufrágio universal direto e secreto para a Assembleia Constituinte. As eleições livres era um dos sérios compromissos do MFA – Movimento das Forças Armadas que tinha derrubado o regime de ditadura que vigorou em Portugal durante 41 anos.   

No seu início e em finais de 1974 a revolução seguia caminhos incertos e sempre para a esquerda. Em dezembro de 1974 o poder político assentava cada vez mais nos militares onde despontavam claras divergências e o Governo Provisório que perdeu, entretanto, poderes era apoiado por quatro partidos PS, PPD (atual PSD), PCP e MDP dos quais se desconhecia a respetiva expressão eleitoral.

A sondagem apontava para uma nítida vitória dos partidos moderados, o PS e o PPD ficando-se o PCP e o MDP seu aliado com posições minoritárias e atribuía á direita, extrema-direita e á extrema-esquerda valores insignificantes. Outra conclusão antecipada foi quanto à abstenção que era quase residual.

O questionário continha 33 perguntas sobre problemas nacionais urgentes e foram questionadas pessoal e diretamente cerca de setenta e sete mil pessoas selecionadas aleatoriamente residentes no continente em trabalho de campo que ocorreu em dezembro de 1974.

Aqui vão algumas das principais conclusões do inquérito de opinião:

 

 

Partidos

PS

PPD

atual PSD

PCP

MFA

Não era partido nem concorreu

MDP

ANP partido único da ditadura

CDS

% de intenções de voto

35,1%

27,0%

10,8%

5,4%

2,7%

2,7%

Sem significado estatístico

 

Acima da média encontravam-se partidos como o PS nos distritos da Guarda, Setúbal, Lisboa, Beja. O PPD sobressaía em Viseu, vila Real Braga e Porto. O PCP destacava-se em distritos como Beja, Setúbal e Évora. O CDS em Castelo Branco.

Menos de um quarto da população, 23%, participara em comícios ou sessões de esclarecimento.

 

Sem eleições a população não sabia que rumo seguir

 

SIM

NÃO

Indecisos

Se não se realizassem eleições o povo sentia-se enganado

49%

13%

-

Tencionavam ir votar

83%

5%

12%

 

 

Maior liberdade

Mudança de governo

Fim da guerra no Ultramar

Na sua opinião qual foi a mudança mais importante depois do 25 de Abril?

21%

10%

9%

 

Acha bem ou mal

Bem

Mal

Aumento dos salários

88%

3%

Libertação de presos políticos

85%

2%

Prisão dos agentes da PIDE

80%

3%

Dar independência aos povos de África

78%

4%

Os sindicatos ganharem força

64%

3%

Abertura de relações com os países comunistas (na altura)

62%

9%

 

 

 

Haver possibilidade de divórcio

57%

27%

Portugal pode tornar-se um país comunista

46%

21%

Problemas entre trabalhadores e patrões podem ser resolvidos sem greves

72%

2%

 

 

Mais

Menos

Empresas do Estado são mais eficientes

33%

14%

Acredito mais na iniciativa privada do que no Governo

10%

37%

 

O Governo fez bem em dar independência aos territórios ultramarinos

Bem

Mal

81%

4%

 

 

Europa

EUA

Rússia

Junto de que países Portugal podia obter maior auxílio?

25%

20%

13%

 

 

Sim

Não

Portugal devia manter-se no Ultramar se fosse possível acabar com a guerra

51%

23%

 

A quem deviam pertencer as terras

Aos seus proprietários

45%

Aos que nelas trabalham

(Maioria verificou-se nos distritos de Beja e Setúbal)

30%

Cooperativas agrícolas

7%

Ao Estado

5%

 

Resultados reais das eleições

Que partido gostaria que ganhasse

 

Em quem vai votar

Resultado real das eleições (1)

PS

44,2%

35,1%

37,9%

PPD (PSD)

32,7%

27%

26,4%

PCP

11,5%

10,8%

12,5%

MFA

5,6%

5,4%

Não era partido

MDP/CDE

1,9%

2,7%

4,1%

CDS

1,9%

-

7,6%

UN/ANP

-

2,7%

Partido entretanto extinto

FSP

Partidos formados após a sondagem

Partidos formados após a sondagem

1,2%

UDP

0,8%

MES

-

-

1%

PPM

-

-

0,6%

Nenhum

1,9%

13,5

Outros partidos

 

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Num país que na altura não tinha experiência de inquéritos com finalidades políticas houve uma percentagem muito elevada de pessoas que não emitiram opinião sobre vários assuntos, devido à falta de hábitos democráticos e segundo os autores afirmaram especialmente no Alentejo os entrevistadores tiveram de ir acompanhados pela GNR.

Foi significativo o facto de metade da população desconhecer quem fizera o 25 de Abril.

Como tudo mudou até aqui!!!

Vivemos em democracia e queremos continuar a viver, apesar de haver ainda por aí uns “jarrões” empedernidos que estão a fazer tudo para acabar com ela. Querem a democracia deles, isto é, nenhuma!….

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publicado às 18:38

25 de Abril a minha homenagem

por Manuel_AR, em 25.04.18

A minha pequena homenagem através de imagens

Um breve resumo do 25 de Abril de 1974 

 

 

 

 

 

 

25 de Abril antecedentes

Documentário RTP 1 e 2

 

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publicado às 17:40

O dia do 25 de Abril

por Manuel_AR, em 25.04.17

 

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Algumas recordações do 25 de Abril em 2017 vão ficar por aqui. Este dia é também um dia para reflexão sobre o passado e para alguma autocrítica sobre as opções tomei. Concluí que ao fim de 43 anos de democracia e de eleições livres cometi três erros nos últimos sete anos por falta de análise criteriosa da situação política e partidária, o  que me levou a tomar opções que depois verifiquei serem erradas. O voto não pode ser visto como algo sem importância, nem ser feito de ânimo leve porque os erros, por vezes, saem muito caros. Um deles, o último não terá sido por desconfiança e esta, às vezes, não é boa conselheira.

 

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publicado às 21:48

Margarida Rebelo Pinto na RTP1

por Manuel_AR, em 23.04.12

                    

     

 

 

“Deviam inventar uns esvaziadores de miolos para raparigas pralá de densas como eu.Uma máquina qualquer com uns tubos que podiam entrar pelos ouvidos e nos arrumavam o cérebro, aspirando o lixo, as ideias tristes, os medos e as angústias.

 Margarida Rebelo Pinto - "I'm in love with a popstar

 in http://segredos_escondidos.blogs.sapo.pt/290401.html

 

Embora nem valesse a pena não resisti a fazer um breve comentário ao palavreado oco e sem qualquer sentido político que Margarida Rebelo Pinto nos trouxe na segunda parte do Telejornal da RTP1 de 22 de Abril.Vale a pena ver e ouvir.

 

Para ela a liberdade não nos trouxe nada a não ser que "antes do 25 de Abril não poderíamos estar aqui a discutir as questões da liberdade...". A liberdade para ela, não é sinónimo de competitividade, nem de riqueza económica, nem de produtividade. Para ela o 25 de Abril, pelo vistos, também não trouxe a liberdade económica. Pode concluir-se então que se pode cerciar a liberdade para que tudo ela enunciou seja realizável. Mas a verdade é que, sem uma das partes inerentes à liberdade, muitos dos seus escrito nem circulariam nem seriam publicados por aí.

 

Sugeriu, ainda que indiretamente, que parte do povo português é parolo porque, para ela, "é parolo atribuir funções ao 25 de Abril que de facto não teve...", e acrescenta que  "Portugal teve um percurso igual ao daqueles que sendo pobres passam a querer imitar os amigos ricos e depois ficam endividados".

 

Pois é assim, ela tem razão porque de facto houve exageros, quer no Estado, quer nas famílias e nas empresas. Diga-se também que algumas das pessoas que quiseram imitar os ricos devem ter comprado alguns dos seus romances, (gasto perdulário!), que, de acordo com os meus gostos literários são de cordel. Comprar os seus livros deveria ser apenas previlégio dos ricos porque para os outros foi e é gastar dinheiro em coisas não essenciais. Enfim, para qual público se inclinará ela ao escrever, para os perdulários ou para os ricos? 

 

É caso para perguntar: ondes estava Margarida Rebelo Pinto antes do 25 de Abril de 1974? Com menos de 9 anos com certeza?! Que vivências teve ela disso? Provavelmente nenhumas!

 

Claro que isto é apenas uma opinião! Haverá quem pense o contrário, o que é bom, porque democracia, liberdade e 25 de Abril é isso mesmo.

 

Estou mesmo a ver que muitas pessoas e fãs de Margarida Rebelo Pinto, ao lerem este "post", poderão apelidar-me de perigoso esquerdista. Cada um que pense o que quiser se lhe sobrar tempo...

 

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publicado às 13:21


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