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Comunicações e opiniões pessoais sobre o dia a dia da política e da sociedade. Partidos, demografia, envelhecimento, sociologia da família e dos costumes, migrações, desigualdades sociais e territoriais.
Enquanto o Partido Socialista lança a proposta de Programa eleitoral o PSD nada tem, a não ser apenas o mesmo programa para além da troika, mais do que gasto, e sem nada de novo que todos já conhecemos demasiado bem. Reclamava o PSD, aqui há alguns meses, que o PS não tinha nada para apresentar. Agora podemos perguntar se a coligação vai apresentar-se com o mesmo programa eleitoral de 2011?
Sem nada para apresentar de novo, Passos Coelho passa as contas do rosário do trabalho feito pela coligação PSD/CDS e repete até à exaustão que não foi ele que trouxe a troika e que o PS tem "saudades da troika". Mas foi ele que governou para além dela e nada mais tem para apresentar a não ser a continuidade herdada da troika. Quem tem saudades quem é?
Entretanto, no Parlamento, Jerónimo de Sousa diz que será o povo a mandá-lo cantar para outra rua apesar de cantar muito bem. Isto sobre os benefícios fiscais ao Novo Banco. Corta-se a uns para dar a outros. Segundo o jornal Público Maria Luís Albuquerque garante a legalidade das isenções fiscais de que o Novo Banco vai beneficiar, e apesar do despacho do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, ter sido assinado antes de a Assembleia da República aprovar uma alteração legislativa relacionada com esta matéria. Mas ontem o primeiro-ministro Passos Coelho no Parlamento admitiu que surgiram dúvidas na concessão do crédito fiscal ao Novo Banco porque o Estatuto dos Benefícios Fiscais "não previa expressamente" confirma o Económico. O Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) não era claro quanto à atribuição do crédito mas garantiu que a interpretação que mais tarde foi feita pelo legislador "é legal" acrescenta.
Os julgamentos na praça pública, ajudados pela comunicação social, parecem estar a institucionalizar-se. "Transformar os acontecimentos de domingo num caso de abuso policial, condenando um agente da autoridade sem qualquer investigação séria e profunda, é um deslocamento que indicia uma perigosa patologia coletiva. Não é aceitável passar para segundo plano a barbárie organizada, que com o envolvimento negligente de autoridades municipais, e contra as recomendações da PSP, se apoderou do espaço público, fazendo perigar a integridade física e a fazenda dos cidadãos." diz Vitorino Soromenho Marques no Diário de Notícias de hoje.
Apesar de terem telhados de vidro que tapam com placas de zinco para não partirem mais, (Dias Loureiro e outros que por aí andam) o PSD anda às turras e muito preocupados com o enriquecimento ilícito sobre a organização de grupos de trabalho sobre o tema, Dias Negrão repreende por estar à frente de um desses grupos de trabalho que Teresa Leal Coelho diz ser informal de acordo com o Diário de Notícias de hoje. Mas que azáfama vai por lá! "Teresa Leal Coelho tinha sido nomeada coordenadora de um grupo de trabalho para discutir as propostas de enriquecimento ilícito, mas não convocou qualquer reunião. Presidente da comissão não gostou, é o "lide" do Observador de ontem.
Mais um pouco de propaganda eleitoral do PSD e da ministra das finanças Maria Luís com a velha e gasta conversa sobre o corte de 600 milhões de euros a cortar que ainda não sabe onde e, daí, pede acordo com o PS ao mesmo tempo o Governo prepara cerca de e 445 milhões para o Novo Banco. Diz Maria Luís que as medidas sobre as pensões sempre deixaram de fora as pensões mais baixas. Também era o que mais faltava, mas vontade de o fazer também perece que não.
É uma festa porque o país se financiou através de venda de dívida pública a seis meses com juros negativos. Isto a curto prazo de seis meses com 4,61 vezes superior à procura. Outros países também conseguiram essa proeza. Quando acabar a política monetária do BCE a ver vamos.
Aqui ao pé a Grécia continua a tentar ser vergada e a ser castigada por ter optado por eleger democraticamente um partido para o seu Governo de uma área que não agrada à Europa porque pode ser um mau exemplo a seguir por outros. E daí temos que pressioná-los ao falhanço com as mais diversas justificações algumas com razão, outras sem qualquer uma. Quando problema da Grécia abrandar ou passar a não interessar adivinhem que será o senhor que se segue?
Ameaças nas redes sociais à família do polícia do caso der Guimarães parece ter sido a motivação para o artigo de opinião da diretora do Dinheiro Vivo, Sílvia Oliveira, hoje no DN.
Na propaganda da coligação Nuno Crato também participa. Ontem dia do exame de Matemática do primeiro ciclo foi a uma escola nada mais, nada menos, do que a escola pública de elites do Parque das Nações. Os alunos tinham à sua espera o ministro. Estavam felizes porque, diziam, o exame tinha sido fácil e por isso tinha corrido bem. O tempo do facilitismo parece que abriu uma pequenina porta para contento de todos, encarregados de educação e alunos. E mais garantiu Nuno Crato, que não haverá mais cortes no sector. "Não estou a planear fazer mais cortes", disse. Pois também o seu líder do Governo prometeu muita coisa e fez outra, digo eu. Os cortes na educação e na saúde não tiveram impacto na redução da despesa por terem sido totalmente compensados com gastos na segurança social. Pescadinha de rabo na boca.
A ministra das finanças abre porta a uma redução mais rápida da sobretaxa de IRS é mais uma medida a reboque das eleições e do PS. Parece que no espaço de um mês tas finanças e a economia estão em alta porque o que parecia impossível para a ministra agora já é tudo fácil e por isso esclarece que "a eliminação da sobretaxa pode ser acelerada" segundo o jornal Púbico. O PS tem mais do que uma vez apontado para que a eliminação da sobretaxa de IRS seja feita em dois anos. Maria Luís entra no jogo do que quem dá mais. Será por estas e por outras que o PSD e a coligação insistiam que o PS apresentasse o seu programa económico e financeiro e eleitoral? Se o que o Governo tem dito ultimamente poderia invocar um plágio se fosse um trabalho de um aluno que eu tivesse que avaliar na faculdade.
Pouco se tem falado da linha de crédito de 500 milhões de euros disponibilizados pelo Governo para apoiar empresas com negócios em Angola. Há falta de recursos financeiros para umas coisas mas o Governo arranja sempre dinheiro para outras desde que, quem usufrua, não sejam as pessoas e as famílias.
Passos Coelho, os partidos do Governo e o seu acólito Cavaco Silva estão agora a tentar virar a opinião pública contra a Grécia. Em vez duma posição neutral assumem mais uma vez uma atitude de seguidismo germanista. Preferem, como está na sua genética apoiar a opressão.
O grande problema para esta gente não está propriamente na Grécia mas na opção política que o povo grego tomou nas últimas eleições.
Passos Coelho rasgou o conto de crianças e retira da parteleira uma nova história mas com o tema da ajuda e da solidariedade de Portugal para com os gregos. Balelas para distrair e confundir português.
Passos fala como se nós fossemos um país rico e com um grande peso nas decisões europeias. Então, nós que precisávamos e precisamos ainda de ajuda armámo-nos em ricos e emprestámos dinheiro à Grécia? Esta história está muito mal contada porque não explicam quando e em que condições. Tudo isto é para confundir os incautos do costume.
Teixeira dos Santos, ministro das finanças na altura, estávamos em 2010, afirmava que "Portugal está numa posição muito delicada e dificilmente poderia suportar aumentos da sua dívida pública para acudir a Grécia". Mas ontem disse que "a garantia de estabilidade financeira da zona euro (...) exige a solidariedade entre todos os Estados-membros". Uma tentativa de demonstrar a saúde da sua economia e de mobilizar ajuda europeia para o caso de, no futuro, vir a precisar dela.". (sublinhado meu)
O jornal Económico escrevia em abril de 2010:
Por outro lado as ajudas a Portugal e à Grécia foram resgates aos bancos alemães. Se há dúvida veja-se o que disse um eis assessor de Durão Barroso quando estava na comissão europeia. Ajudas a Portugal e Grécia foram resgates aos bancos alemães - PÚBLICO.pdf
O que preocupa políticos, governantes, e comentadores a soldo de um tipo de direita que por aí prolifera, é o Syriza ter ganho as eleições porque no que se refere aos problemas da dívida e da solidariedade para com a Grécia estão-se "borrifando".
Querem, como sempre têm feito, ocultar o sol com a peneira deturpando intencionalmente a realidade e desenterrando desculpas que justifiquem as suas posições de seguidismo alemão.
Cavaco Silva vem também ajudar à festa. Falando em solidariedade para com a Grécia rebuscando um empréstimo em tempo, que já mencionámos antes, que não é mais do que uma solidariedade hipócrita e falsa, aliás como já nos tem habituado. Este falso sentido de solidariedade não tem outro efeito do que fazer colocar a opinião pública contra a Grécia.
As declarações destes agentes seguidistas germânicos em Portugal, apoiados pelos seus jornalistas e comentadores, vão exatamente no sentido do apoio às posições alemãs. Seguir o mesmo trajeto até à derrocada final. As visões unilaterais e egocêntricas desta gente apenas têm objetivos partidários e preconceitos ideológicos.
Não se trata de apoiar o partido que está no poder na Grécia, mas antes o de fazermos análises distanciadas tentando ver o que se está a passar naquele país e o que se ainda se passará na europa com uma postura minimamente independente, coisa que esta gente sectária não consegue.
As políticas aplicadas até agora para debelar a crise falharam e continuarão a falhar (ponto). O que mais é preciso para mudarem as políticas na europa? Será preciso fazer um boneco para explicar? A guerra entre países excedentários e deficitários está aberta e os primeiros submeterão estes últimos. Eis o objetivo central.
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