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Comunicações e opiniões pessoais sobre o dia a dia da política e da sociedade. Partidos, demografia, envelhecimento, sociologia da família e dos costumes, migrações, desigualdades sociais e territoriais.
Exmos. Senhores Ministro Passos Coelho e Vice Primeiro-ministro Paulo Portas,
Não posso deixar de elogiar V. Exas e o vosso Governo pelas coisas boas que fizeram e o serviço que prestaram ao país nestes quatro anos de excelsa governação. Há que, por isso, relembrar todas as transformações que fizeram no país que justamente não se têm cansado de elogiar durante esta Vossa campanha eleitoral.
Os portugueses governados por Vossas Exas assistiram a tudo com fantástico júbilo e, ao mesmo tempo, grande admiração pelas promessas sérias que lhe fizeram. É isto que conta mais do que todas as críticas que alguns alucinados andam por aí a dizer. As pessoas em cada mês receberam menos e às vezes nem sabiam quanto iriam receber, em cada ano viam anulados os subsídios que a seguir eram reintegrados, foram confortados com sobretaxas e novos escalões de IRS que a classe média acatou, sempre com celebrado contentamento por ficar cada vez mais empobrecida e aliviada por os seu filhos adultos ficarem desempregados ou mal pagos e satisfeitos pelos filhos jovens terem conseguido um estágio mal remunerado sem futuro e segurança. Despediam-se alegremente dos filhos de quem se viam livres porque finalmente saíam de casa e partiam.
Elogiaram as medidas por não saberem onde colocar as crianças quando iam para o emprego mal pago e ficaram aliviadas pela escassez de cuidados continuados para pais e avós. A ida às às urgência do privado, viam os doentes despachados se custavam mais do que valiam, e, ao lado, uma unidade de saúde familiar a acolher com decência e, no mesmo edifício uma outra, do passado, onde madrugavam desde as 6 da manhã. Tudo isto, agradecemos calorosamente elogiando Vs. Exas, Senhores Passos Coelho e Paulo Portas. Haver agora condições para poder ajudar a encontrar emprego aos que estão numa idade desesperada para ser útil. Alguns ingratos e piegas não têm a hombridade de lhes agradecer pela opção mais do que justa de tomarem a precaução de terem contribuído para o fecho de muitos restaurantes, lugares de hortaliça, retrosarias, a pequenas papelarias, enfim.
Queixumes e mais queixumes injustificados pela falta destes serviços na proximidade porque desconsideram o lado bom destes danos colaterais das medidas muito bem desenhadas e estudadas por Vs. Exas. a bem da nação.
O desemprego provocado foi no dizer V. Exa foi uma oportunidade e quanto a nós uma das boas medidas do excelente Governo pois possibilitou que os salários baixassem para maior competitividade e que assim mais tivessem emprego precário e de baixo salário porque a oferta de mão dobre competia entre si e isso foi saudável para fazer as pessoas trabalhar que são umas cigarras e os empresários portugueses, são uma cambada de ignorantes, nomeadamente os que não entenderam e rejeitaram o magnifico e inteligentíssimo projeto das TSU, naturalmente aconselhado vivamente por V. Ex. e que também essas tais cigarras, estupidas, incultas e ignorantes que são povo português, fez questão de chumbar em massa! V. Exa. Senhor primeiro-ministro foi mal compreendido e injustamente contestado. Uma injustiça que lhe foi feita.
Na mesma linha os estágios remunerados e comparticipados pelos Estado (IEFP) às empresas que criem empregos precário, a que alguns chamam empregos forjados para ocultar parte do desemprego das estatísticas, foi das melhores medidas que foram criadas para estimular o tão necessário emprego precário e rotativo que visa a estimular quer o investimento nacional que o estrangeiro.
A subida do IVA da restauração associada à fuga de clientes por falta de recursos, a impossibilidade de trespasse, a subida da renda, a dificuldade de pagar à previdência que veio a contribuir para o desemprego de sujeitos desqualificados projetou braços para o desemprego, secou impostos e contribuições, anulou consumos, gerou depressões foram tudo medidas que nós todos agradecemos e elogiamos.
As empresas também lhes estão extremamente agradecidas por mudarem leis do trabalho e manter impostos (IRC) para uns e descida para outros, justamente o que aconteceu em quatro anos: mais de sessenta alterações fiscais, uma dezena de orçamentos retificativos, leis inconstitucionais que depois regressam à base com enorme atrito, tribunais que não saíram do parque jurássico em rapidez e economia, atolando-se em alterações de locais e sistemas, gerando caos de que ainda se não recompuseram. Os pensionistas, os reformados e os aposentados do Estado estão animados e reconhecidos a Vs. Exs, especialmente ao Senhor Vice Primeiro-ministro Paulo Portas desde o bem-aventurado dia em que foi promovido a este cargo de responsabilidade governativa e os defendeu ficando agradecidos pela instabilidade saudável em que os colocaram sistematicamente. A pobreza que dizem ter aumentado não existe, não a vemos por aí, são meras mentiras e invenções para descredibilizar a Vossa governação plena de sensibilidade social como nunca houve outro após o 25 de abril de 1974. A abertura de cada vez mais cantinas sociais que o Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, dirigido pelo Vosso competentíssimo ministro Pedro Mota Soares, são prova da irradicação da pobreza no nosso país onde a diferença entre ricos e pobres tem diminuído substancialmente graças às medidas tomadas pelo Vosso Governo. É reconhecido que outros, sem um espírito de sacrifício em tão alto grau como o Vosso e, portanto, sem pretensões de a Vós serem equiparados, não podem servir o seu país com uma seriedade tão absoluta, sejam quais forem as funções que eventualmente exerçam ou venham a exercer.
Durante a campanha eleitoral que tem sido da Vossa parte um exemplo de integridade e honestidade, sem manipulação pela comunicação social e outros afins, como tem sido a da oposição.
Saem por aí números de forjadas estatísticas sobre o aumento défice provocado pela impossibilidade da venda do Novo Banco que foi uma medida da maior virtuosidade para todos os portugueses. Era para ter sido uma venda rápida e agora já não o será e, por isso, chamam a V. Exa. Senhor primeiro-ministro Passos Coelho troca-tintas porque hoje diz uma coisa e noutro dia o seu contrário. Infâmias! A Vossa esplendorosa política é bem demonstrativa com a subida do emprego, subida da confiança empresarial, subida do produto, subida do investimento, subida das exportações. Os detratores que há por aí, argumentam com a subida da dívida e que o défice não está controlado e que a balança comercial não resiste a cada tremor da economia. Balelas! Este país está em francos progressos e a caminho de ser uma das dez melhores economias do mundo como já o disse o Senhor primeiro-ministro Passos Coelho.
A esfusiante campanha também feita por V Exa, Senhor vice primeiro-ministro Paulo Portas, umas vezes nas feiras, outras nas televisões, palcos, jantares, é por todos aplaudido, não só pelos da sua corte que somos nós todos os portugueses, excetuado uma minoria de rebeldes que a oposição radical manobra e onde vagueiam abandonados, irritados, revoltados, os eleitores que vitimou, mas esses não contam. Dizem alguns difamadores da nossa praça que V. Exa é capaz de tocar qualquer instrumento e coloca a voz de palhaço-rico e umas vezes zurze o povo com o pingalim de circo e outras faz de bailarina acrobática para se manter no poder e minimizar a perda de votos que teria sem a ajuda do nosso querido primeiro-ministro. Que injustiça!
O Senhor primeiro-ministro Passos Coelho, sempre preservando a verdade que sempre lhe foi peculiar, fornece sobre o BES/Novo Banco explicações dignas de aplauso fala calorosamente com senhoras de cor-de-rosa que lhe dizem mentiras e outras coisas desagradáveis e injustas que o Senhor primeiro-ministro não merece. O Senhor primeiro-ministro Passos Coelho bem sabe, e disse-o, que há famílias que pagam menos impostos do que há quatro anos e que o Estado Social está melhor que nunca, o que é verdade. Não há dúvida que isto é uma verdade irrefutável como já o tinha sido sobre outros assuntos já em 2011.
Essa gentalha da oposição que chama a V. Exa, Senhor primeiro-ministro Passos Coelho, mentiroso e trapalhão, são uns ingratos e mal-agradecidos que não sabem dar valor à estabilidade política e social que criou ao longo dos quatro anos que foram bem curtos para as medidas que devia ainda ter tomado, mas, que, graças a Deus, irá continuar a tomar no próximo Governo que, sem dúvida, irá ser novamente seu.
Quanto às privatizações imprescindíveis estas foram um sucesso da qual viremos todos beneficiar porque vão ser mais bem geridas por privados do que o eram pelos incompetentes gestores que ganhavam salários chorudos dos nossos impostos e que agora passarão pra gestores de outras empresas privadas onde passarão a ser duma competência sem mácula. Empresas muito bem vendidas a baixo custo, limpas de dívidas para que os seus compradores delas possam usufruir melhor e lucrar. Isto nós todos os portugueses não esqueceremos quanto foi benéfico para a nossa economia e para o emprego que estão em pleno crescimento de sucesso.
Nesta espécie de resenha uma coisa ainda permito-me acrescentar, é que, pense-se o que se pensar, diga-se o que se disser, em relação ao Vosso Governo uma realidade subsiste: ficaram provas reais, indiscutíveis e indesmentíveis de que, em consequência da Vossa fantástica governação só benefícios resultaram para o país. Quanto às pessoas, essas, foram sempre, como já disse anteriormente, mal-agradecidas. Afirmo-o por amor à verdade a que V. Ex. Senhor primeiro-ministro nunca faltou.
Por tudo o que foi escrito, e pelo que ainda não o foi, poderão Vs. Exs. avaliar o prazeroso ânimo que se tem apossado de todos nós, portugueses, por esta legislatura.
De V. Exa.
Atentamente
Venerando e obrigado
O Blog Zoomsocial
Há quem não queira ver um rosto neoliberal neste PSD e CDS que estão no governo e se refugie em explicações para demonstrar a invalidade deste conceito da teoria económica. Mas a realidade é que ele é uma consequência mais moderna do clássico liberalismo. A escola liberal clássica defendia a abolição da intervenção do governo em matérias económicas e ser o comércio livre o melhor caminho para o desenvolvimento das economias nacionais.
O neoliberalismo é uma nova espécie de liberalismo que foi incentivado pela rápida globalização da economia do tipo capitalista e centra-se fundamentalmente na obediência aos seguintes princípios:
a) Libertação do setor privado de qualquer obrigação imposta pelo governo (o Estado) mesmo causando danos sociais. Redução de salários e do papel dos sindicatos deixando os trabalhadores desprotegidos com eliminação dos direitos obtidos durante muitos anos.
b) Redução ou eliminação da despesa pública destinda aos serviços sociais como educação, cuidados de saúde, redução da rede da segurança de minimização da pobreza.
c) Passagem da exploração e manutenção das redes de comunicação terrestre para entidades privadas pagos com os impostos.
d) Privatização da energia e da água, tudo em nome de redução do papel do Estado. Ao contrário de atribuições sociais, o neoliberalismo não põe em causa o pagamento de subsídios do Estado a entidades privadas ao mesmo tempo que evita taxar os benefícios do negócio.
e) Redução da regulação por parte do governo de tudo quanto possa diminuir os lucros, incluindo a proteção e segurança ambiental e a proteção do emprego.
f) Venda das empresas e serviços públicos a investidores privados. Isto inclui bancos, indústrias-chave, transportes públicos, portagens, eletricidade, escolas, hospitais e água potável, cujo argumento é a maior eficiência dos serviços, justificado pelo efeito da prosperidade. Conduz à concentração em apenas algumas mãos.
g) Eliminação do conceito de bem público e de comunidade que são substituídos pela responsabilidade individual.
h) Pressão sobre grande parte da sociedade, mesmo sobre os mais pobres da sociedade para eles próprios encontrarem soluções para a falta de cuidados de saúde, educação e segurança social, deixando-os a cuidar de si mesmo e, se falharem, acusando-os de serem "preguiçosos".
Como se sabe a aplicação do neoliberalismo tem sido imposto por instituições financeiras como o FMI, o Banco Mundial e o Banco Central Europeu (BCE) a países mais frágeis. Em Portugal são a coligação PSD/CDS e a "troika" que, com agrado e apoiando-se reciprocamente, impõem políticas neoliberais.
Não é por acaso que surgem pressões para a imposição daquelas medidas, a que dão o nome de austeridade, aos países do sul da europa e cujo objetivo é justificado pela necessidade da diminuição dos défices que passaram a ser excessivos.
A crise financeira internacional e da europa que o PSD e o CDS desconsideravam quando se encontram na oposição veio ajudar a submeter alguns países para, sob pressão, procederem a uma viragem para políticas neoliberais. Ao aproximarem-se as eleições europeias começaram a verificar-se intervenções intencionais dirigidas ao nosso país vindas de várias instituições nacionais e internacionais de apoio às medidas do Governo e elogiando o esforço. Entretanto saem estatísticas cujos números que servem e ajudam a completar o discurso.
A política neoliberal que estamos a suportar em Portugal aplicada por este governo á consequente com os princípios anteriormente enunciados que, há cerca de três anos, podem ser comprovados pelos seguintes factos:
Fontes: IEFP, Instituto da Segurança Social, Segurança Social, INE, Banco de Portugal
O dados apresentados são apenas uma parte do conjunto das pessoas afetadas que poderão ter ficado felizes com o facto de "Portugal estar melhor mas as pessoas não".
Há uma lógica neoliberal que, ao mesmo tempo que provoca crises, protege os responsáveis e força os "peões" que são as vítimas a pagar os custos. Portugal não é original neste sentido mas é o que segue o padrão com mais afinco. Já nem os partidos socialistas se conseguem distanciar. Basta recordar o que se passou com os bancos. As medidas de austeridade também serviram para os reparar do que eles próprios causaram.
A pergunta universal que podemos colocar é: quem ajudará as nações se até os partidos ditos sociais se afastam da sua matriz?
O nível elevado de abstenção que se verifica nos períodos eleitorais é manifesto de uma desilusão pela ineficácia das respostas das políticas vigentes e alternantes, pela falta de escrúpulos políticos e de valores humanos que leva à aplicação cega das teorias do neoliberalismo económico, executadas pelos que nos têm governado há décadas.
Somos todos responsáveis quando, através do voto, escolhemos em função da imagem mais ou menos favorável dos políticos que as televisões nos vendem em lugar de programas de governo e das propostas que apresentam. Quem se abstém também não se isenta de responsabilidades pois contribui para que outros escolham por ele.
O absentismo da política e do exercício da cidadania por parte dos cidadão deve-se, em parte, ao medo da perda do pouco que ainda resta de pertença a uma classe que está em vias de perder tudo em prol de uma outra que vem impondo através do empobrecimento e umas e da exclusão social de outras.
No mesmo contexto a igreja católica portuguesa também não está isenta de responsabilidades porque como já não tem o que evangelizar na europa dota-se agora duma outra função que é a de, subtilmente, apoiar políticas de governos neoliberais, ditos de inspiração cristã, que lhes é mais favorável e dos quais tira vantagens.
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