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Nuno Melo e a obsessão pelo marxismo cultural

A propósito de Nuno Melo, História e Telescola

por Manuel_AR, em 16.05.20

"O problema é que gente como Nuno Melo, e muita direita, acha que bater no André Ventura é uma expressão do “marxismo cultural” e só não se apercebe de como está a dignificar o exercício, porque precisa de um papão com um nome ilustre para glorificar a vaidade própria. Não é muito edificante ser vítima da sua ignorância, mas já é outra coisa ser vítima de uma universal conspiração marxista que, vinda das trevas do comunismo, os persegue pelas ruas de Bruxelas."

Artigo de Pacheco Pereira  In Público em 16/05/2020

Às vezes nem vale a pena bater no ceguinho, porque para bater em ceguinhos em Portugal arranja-se sempre uma multidão. De preferência quando o ceguinho já está mesmo ceguinho, porque mesmo só com um olho, o estilo reverencial abunda e o país é muito pequeno para haver independência crítica. E então se for anónima a pancada, os praticantes são mais que muitos.

Mas a ignorância atrevida, essa, sim, merece azorrague, até porque nos dias de hoje, de pensamento mais do que exíguo, a coisa tende a pegar-se pelas “redes sociais”, o adubo ideal da ignorância. Temos de suportar duas pandemias, a da ignorância e a do vírus. Convenhamos que é demais. Nestas alturas, tenho um surto de pedantismo incontrolável. Bom, não sei bem se a classificação de pedantismo é a melhor, mas que por lá anda, tenho a certeza.

Vem isto a propósito do actual uso e abuso da expressão “marxismo cultural”, muito comum hoje à direita mas também usada muitas vezes erradamente à esquerda, que, na sua globalidade, é cada vez menos marxista, mas ainda não deu por ela. Porém, o uso à direita é uma espécie de vilipêndio e insulto e, em muitos comentadores de direita, é comum para caracterizar uma espécie de polvo omnipresente, que lhes rouba as artes, as letras, o jornalismo, algumas universidades, as ciências sociais, a comunicação social, a educação e o ensino, e os obriga a refugiar-se nos espaços “livres” dos colégios da Opus Dei, no Observador, nos blogues de direita, na Universidade Católica, nos lobbies ideológicos empresariais com acesso à comunicação, nalgumas fundações, nalguns articulistas, na imprensa económica, etc. Para bunker contra o “marxismo cultural” já parece muito espaçoso, mas eles acham-no apertadinho.

PÚBLICO -
Foto
“A Parábola dos Cegos”, Pieter Bruegel, O Velho (1568) DR

O que é essencial na interpretação do marxismo é que a seta do poder, que explica a sociedade, a cultura, a economia, a cultura, se faz a partir “de baixo”, das relações de produção, do modo de produção, das classes dominantes a cada momento da história, e que nesse terreno é a luta de classes que define essa outra seta que é o sentido da história. Como Lenine e Trotsky disseram de forma mais bruta, de um lado está o “caixote do lixo da história” e do outro o futuro, a base da teleologia marxista. E embora haja “acção recíproca” entre a superestrutura e a infra-estrutura, ela faz-se sempre a partir da “determinação” da infra-estrutura. Esta interpretação de Marx é a essência da sua teoria, e mesmo quando, nas escassas páginas que escreveu sobre a “cultura”, Shakespeare, em particular, admitiu uma “autonomia relativa da cultura”, nunca admitiu que essa autonomia fosse absoluta. Ou seja, na interpretação marxista, nunca o “marxismo cultural”, seja lá o que isso for, podia ser dominante numa sociedade capitalista, e isto é o bê-á-bá da coisa. Nem Lenine, nem Rosa Luxemburgo, nem Gramsci, nem Lukács, se afastaram deste ponto essencial. Eu não sou guardião da ortodoxia de Marx, mas sei o que ele disse e o que ele não disse e não participo neste abastardamento das ideias pelas palavras e pela propaganda

E, mesmo aceitando-se a ambiguidade da expressão, seria um absurdo dizer que qualquer forma de “marxismo cultural” tem hoje “supremacia” na sociedade portuguesa. É verdade que há muita força da esquerda e do esquerdismo (que não é a mesma coisa) em determinados sectores da “superestrutura”, nas artes, nas letras, em certa comunicação social, mas acrescente-se duas coisas: primeiro, a maioria dessa esquerda e desse esquerdismo não é marxista; segundo, já teve mais força do que hoje tem e, mesmo a que subsiste, está cada vez mais acantonada. Por exemplo, nos anos da troika, muito do discurso público em matérias de sociedade e economia era “neoliberal” (não gosto desta designação, mas vai por facilidade), e uma das grandes vitórias ideológicas da direita foi conseguir interiorizá-lo de forma “dominante”. Devo dizer que eu troco todo o esquerdismo cultural no teatro pela reversão dessa invasão inconsciente de muitas cabeças pela TINA.

Eu não sou guardião da ortodoxia de Marx, mas sei o que ele disse e o que ele não disse e não participo neste abastardamento das ideias pelas palavras e pela propaganda. O problema é que gente como Nuno Melo, e muita direita, acha que bater no André Ventura é uma expressão do “marxismo cultural” e só não se apercebe de como está a dignificar o exercício, porque precisa de um papão com um nome ilustre para glorificar a vaidade própria. Não é muito edificante ser vítima da sua ignorância, mas já é outra coisa ser vítima de uma universal conspiração marxista que, vinda das trevas do comunismo, os persegue pelas ruas de Bruxelas.

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publicado às 19:55

25 de abril-2020.png

A 25 de Abril de 1975 cerca de seis milhões de portugueses souberam pela primeira vez na sua existência o agrado de saber o que era o exercício democrático fundamental de ter o direito ao voto.

Hoje no dia da comemoração da Revolução do 25 de Abril de 1974 resolvi ir vasculhar os meus arquivos relacionados com esta data histórica e encontrei um recorte do artigo publicado da Revista Expresso com o título “A sondagem secreta”, cuja data por lapso não anotei.

Achei interessante saber-se, muito antes de haver marketing direcionado para a política houve no final de 1974, como é que se manifestava então a vontade popular através de uma sondagem de opinião efetuada por uma instituição ligada ao grupo CUF, o CEAD, que, entretanto, desapareceu, perdendo-se o estudo com a desvario das nacionalizações.

A sondagem era inédita porque, pela primeira vez, incidia sobre as preferências partidárias dos portugueses e de quais era os preferidos para Presidente da República.

Esta sondagem procurava entrever a incógnita que eram as eleições por sufrágio universal direto e secreto para a Assembleia Constituinte. As eleições livres era um dos sérios compromissos do MFA – Movimento das Forças Armadas que tinha derrubado o regime de ditadura que vigorou em Portugal durante 41 anos.   

No seu início e em finais de 1974 a revolução seguia caminhos incertos e sempre para a esquerda. Em dezembro de 1974 o poder político assentava cada vez mais nos militares onde despontavam claras divergências e o Governo Provisório que perdeu, entretanto, poderes era apoiado por quatro partidos PS, PPD (atual PSD), PCP e MDP dos quais se desconhecia a respetiva expressão eleitoral.

A sondagem apontava para uma nítida vitória dos partidos moderados, o PS e o PPD ficando-se o PCP e o MDP seu aliado com posições minoritárias e atribuía á direita, extrema-direita e á extrema-esquerda valores insignificantes. Outra conclusão antecipada foi quanto à abstenção que era quase residual.

O questionário continha 33 perguntas sobre problemas nacionais urgentes e foram questionadas pessoal e diretamente cerca de setenta e sete mil pessoas selecionadas aleatoriamente residentes no continente em trabalho de campo que ocorreu em dezembro de 1974.

Aqui vão algumas das principais conclusões do inquérito de opinião:

 

 

Partidos

PS

PPD

atual PSD

PCP

MFA

Não era partido nem concorreu

MDP

ANP partido único da ditadura

CDS

% de intenções de voto

35,1%

27,0%

10,8%

5,4%

2,7%

2,7%

Sem significado estatístico

 

Acima da média encontravam-se partidos como o PS nos distritos da Guarda, Setúbal, Lisboa, Beja. O PPD sobressaía em Viseu, vila Real Braga e Porto. O PCP destacava-se em distritos como Beja, Setúbal e Évora. O CDS em Castelo Branco.

Menos de um quarto da população, 23%, participara em comícios ou sessões de esclarecimento.

 

Sem eleições a população não sabia que rumo seguir

 

SIM

NÃO

Indecisos

Se não se realizassem eleições o povo sentia-se enganado

49%

13%

-

Tencionavam ir votar

83%

5%

12%

 

 

Maior liberdade

Mudança de governo

Fim da guerra no Ultramar

Na sua opinião qual foi a mudança mais importante depois do 25 de Abril?

21%

10%

9%

 

Acha bem ou mal

Bem

Mal

Aumento dos salários

88%

3%

Libertação de presos políticos

85%

2%

Prisão dos agentes da PIDE

80%

3%

Dar independência aos povos de África

78%

4%

Os sindicatos ganharem força

64%

3%

Abertura de relações com os países comunistas (na altura)

62%

9%

 

 

 

Haver possibilidade de divórcio

57%

27%

Portugal pode tornar-se um país comunista

46%

21%

Problemas entre trabalhadores e patrões podem ser resolvidos sem greves

72%

2%

 

 

Mais

Menos

Empresas do Estado são mais eficientes

33%

14%

Acredito mais na iniciativa privada do que no Governo

10%

37%

 

O Governo fez bem em dar independência aos territórios ultramarinos

Bem

Mal

81%

4%

 

 

Europa

EUA

Rússia

Junto de que países Portugal podia obter maior auxílio?

25%

20%

13%

 

 

Sim

Não

Portugal devia manter-se no Ultramar se fosse possível acabar com a guerra

51%

23%

 

A quem deviam pertencer as terras

Aos seus proprietários

45%

Aos que nelas trabalham

(Maioria verificou-se nos distritos de Beja e Setúbal)

30%

Cooperativas agrícolas

7%

Ao Estado

5%

 

Resultados reais das eleições

Que partido gostaria que ganhasse

 

Em quem vai votar

Resultado real das eleições (1)

PS

44,2%

35,1%

37,9%

PPD (PSD)

32,7%

27%

26,4%

PCP

11,5%

10,8%

12,5%

MFA

5,6%

5,4%

Não era partido

MDP/CDE

1,9%

2,7%

4,1%

CDS

1,9%

-

7,6%

UN/ANP

-

2,7%

Partido entretanto extinto

FSP

Partidos formados após a sondagem

Partidos formados após a sondagem

1,2%

UDP

0,8%

MES

-

-

1%

PPM

-

-

0,6%

Nenhum

1,9%

13,5

Outros partidos

 

25 de abril-2020-2.png.jpg

Num país que na altura não tinha experiência de inquéritos com finalidades políticas houve uma percentagem muito elevada de pessoas que não emitiram opinião sobre vários assuntos, devido à falta de hábitos democráticos e segundo os autores afirmaram especialmente no Alentejo os entrevistadores tiveram de ir acompanhados pela GNR.

Foi significativo o facto de metade da população desconhecer quem fizera o 25 de Abril.

Como tudo mudou até aqui!!!

Vivemos em democracia e queremos continuar a viver, apesar de haver ainda por aí uns “jarrões” empedernidos que estão a fazer tudo para acabar com ela. Querem a democracia deles, isto é, nenhuma!….

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publicado às 18:38

Estórias sobre estórias e romances

por Manuel_AR, em 04.04.17

Estórias.png

Terminei hoje o último livro que tinha ainda para ler “A vida Secreta dos Livros”. É um livro que parece ser de ficção, mas que foi escrito com base em pesquisas efetuadas pelo autor, de seu nome Santiago Posteguillo que recebeu já vários galardões.

O livro tem vários capítulos cada um deles dedicado a um autor ou a uma obra das mais conhecidas ao longo do tempo, desde o Hamlet até à autora de Harry Potter.

Livro agradável, de fácil leitura, construído sob a forma de narrativas independentes que respondem a perguntas como, por exemplo, quem escreveu de facto as obras de Shakespeare, o que está por detrás de génese das aventuras de Harry Potter e o êxito da sua autora, entre muitas outras. É um livro que consegue retratar-nos sem falsas narrativas o que está por detrás dos livros da literatura universal. São enigmas e segredos sobre personagens e obras da como escreveu o jornal La Vanguardia. É, portanto, um livro divertido que a mesmo tempo é um contributo para nossa cultura literária.

 

Manuel Rodrigues | Abril 3, 2017 8:59

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publicado às 09:02

Votação_2.png

Os textos que tenho vindo a escrever neste blog são uma espécie de cruzada política empreendida contra Passos Coelho, enquanto primeiro-ministro, e o seu Governo neoliberal e não subjugada a quaisquer interesses partidários. Uma cruzada, mesmo que no sentido figurado, não é um empreendimento de defesa mas de ataque para libertar algo ou alguém.

Durante os últimos anos de governação de José Sócrates já tinha feito o mesmo empreendimento. Só após a sua queda e após ter entrado em funções o Governo de Passos Coelho reconheci que tinha sido enganado e incorrido num erro grosseiro ao associar-me àquela expedição contra Sócrates devido a influências exógenas imanadas dos seus opositores e órgãos de comunicação a elas veiculados.

O meu arrependimento chegou quando afundei a minha cabeça entre as mãos e lamentei que tivesse havido desde o 25 de abril de 1974 um homem na política que me conseguiu enganar com o requinte com que Passos Coelho o fez. Como se costuma dizer, "comi gato por lebre".

Os próprios "ditos" de Passos Coelho que, ao negá-los afirma serem, como diz "mitos urbanos" que se criaram. Saberá ele por acaso o que é um mito urbano ou ter-lhe-ão soprado ao ouvido este conceito e ele apenas resolveu debitá-lo para a plateia que, como eu, ainda tem paciência para o ouvir.

O conceito de mito é complexo e tem várias formas de entendimento. O étimo da palavra tem origem grega (mythos) que significa narrativa ou lenda. O conceito mais genérico e comum de mito e, no caso mito urbano é uma crença imaginária baseada na credulidade daqueles que a aceitam. Isto é, o que foi dito por Passos Coelho sobre emigração dos jovens segundo o próprio não foi dito e não foi mais do que uma lenda e crença imaginária. Os órgãos de comunicação que replicaram o que ele disse não produziram mais do que uma narrativa dum acontecimento duvidoso, fantástica e inverosímil. Para bem da informação aquela ideia foi desmontada com as palavras do próprio primeiro-ministro.

Há afirmações que me ocorrem proferidas por ele ou outros do seu Governo que tinham a pretensão de colocar jovens contra pais, avós e idosos em geral, empregados contra desempregados, trabalhadores públicos contra trabalhadores privados baseando-se em postulados falsos. Será que tudo o que foi dito e ouvido por muita gente serão também mitos urbanos?

O meu empenho nesta cruzada aconteceu a partir de 2011 e levou-me a estar mais atento ao que se passava na política e a arriscar-me a todas as críticas contra os meus escritos que, por mais violentas, virulentas e contundentes, não me afastaram do meu objetivo.

Não se pode dizer que nada sabia e que inventava os assuntos porque o que soube, e sei, foi, e é, pelos órgãos de comunicação social. E das duas uma, ou estão todos errados ou eles próprios desconhecem os factos e os assuntos.

As minhas fontes não são os meandros da política são os órgãos de comunicação social, das conversas de café, dos taxistas e opiniões de conhecidos e desconhecidos.

Na pesquisa social há outros métodos para obter dados que não envolvem recolha direta de informação a partir de algo investigado. É o que se denomina em ciências sociais métodos não interferentes. As entrevistas, os questionários e as sondagens criam atitudes por parte das pessoas alvo porque os que respondem tentam na generalidade suscitar impressões de si próprio a fim de manter o seu estatuto aos olhos do entrevistador mesmo que este não esteja na sua presença.

Estudos sobre comportamento eleitoral concluem que há pessoas que declaram nos inquéritos, mesmo que telefónicos, ter votado, ir votar num sentido ou não ter votado não o tendo feito de facto.

Era meu objetivo percorrer todos os anos de governação PSD/CDS até 2015 mas o tempo escasseou e não saiu mais do que uma tentativa de síntese incompleta, diga-se, do que se passou nos primeiros dois anos do Governo PSD/CDS. Fiquei por alguns factos que, embora sem uma sequência temporal, do meu ponto de vista, julguei serem mais relevantes. Correndo o risco de saturar e esgotar a paciência, até dos mais curiosos, resolvi anexar o ficheiro com a parte descritiva de partes dos referidos anos.

Coloco em baixo um pequeno extrato dos apontamentos que podem podem ser consultados na íntegra em Política vista por um cidadão comum_final.pdf

 

Pouco dias antes daquela data 6 de abril de 2011 Portugal tinha proposto um programa de austeridade denominado PEC 4 (Plano de Estabilidade e Crescimento IV, atualmente chamam-lhe apenas PE - Plano de Estabilidade) que tinha sido elogiado por Angela Merkel. Com o seu apoio e o do presidente da Comissão Europeia, Portugal poderia ter obtido um resgate mais suave.

Sobre este facto José Sócrates dá conhecimento disso ao líder da oposição Passos Coelho. Nessa altura era bem conhecido o apoio partidário, o poder e a influência que José Relvas exercia sobre o líder do PSD. Podemos afirmar que Passos Coelho era dependente de Relvas e por este influenciado, e por isso não deixa passar o PEC IV.

Passos Coelho, justificando que já tinha havido vários PEC’s, alegava desconhecimento do que se passava e que não queria que os portugueses passassem mais sacrifícios. É bom considerar este seu pensamento e compará-lo com as posições posteriormente efetuadas durante a campanha eleitoral e também com as  depois já no Governo as posteriores de Passos.

Objetivo principal, óbvio e oportunista era a queda do Governo e a tomada do poder através de eleições antecipadas, cujas sondagens devido às medidas já tomadas pelos PEC’s anteriores davam uma maioria ao PSD.

No discurso da tomada de posse como Presidente da República, a 4 de abril, Cavaco Silva faz um ataque ao então Governo de Sócrates afirmando que não havia espaço para mais austeridade, “Há limites para os sacrifícios que se podem exigir ao comum dos cidadão”, dizia. Nesta altura começou a ser notado o alinhamento do Presidente da Repúblicacom o Governo e a sua falta de isenção e independência.

Entretanto os bancos pressionavam o ministro das Finanças da altura, Teixeira dos Santos que sem consultar José Sócrates anuncia publicamente que Portugal precisava de recorrer a ajuda financeira externa. Sócrates pede a intervenção da “troika”.

Angela Merkel que também desconhecia aquele facto mostra-se surpreendida e desconfortada com tal medida.

Claro que os partidos da oposição, obcecados pelo poder, e os comentadores neoliberais extremados e alinhados com o potencial futuro Governo de maioria, sem o mínimo espírito crítico, dão vivas ao memorando de entendimento que foi assinado como sendo o melhor que poderia ter acontecido a Portugal.

 

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publicado às 22:19

A cultura dos incultos na política

por Manuel_AR, em 22.09.14
Revi hoje algumas das intervenções do responsável pela realidade que se vive atualmente no médio oriente, nomeadamente no Iraque, que teve a sua génese numa época bem determinada com a participação de um ator principal bem identificado apoiado por atores secundários que se deixaram arrastar para uma armadilha.

Esse ator principal que ascendeu à política com empurrões paternais foi George W. Bush, Jr. que bem poderia ter-se dedicado à "stand up  Comedy".

Não admira que a impreparação, a incultura, o desprezo por tudo quanto não seja, como dizem, a ligação das escolas ao mundo do trabalho e uma visão tacanha de desprezo por tudo quanto sejam ciências sociais e humanas, (lembram-se do jornalista português da área da economia que disse publicamente que a disciplina de história não servia para nada?), traduz-se nisto.

Vejamos alguns extratos de intervenções durante o mandato de George W. Bush Jr. como presidente dos Estados Unidos da América.  Se procurarmos bem encontraremos também bons exemplos em Portugal.

 

  • "Eu gostaria a de ter estudado latim, assim poderia comunicar melhor com o povo da América Latina.".
  • "A grande maioria das nossas importações vem de fora do país."
  • "Se não tivermos sucesso, corremos o risco de fracassarmos."   
  • "O Holocausto foi um período obsceno na História da nossa nação. Quero dizer, na História deste século". 15/09/95
  • "Uma palavra resume provavelmente a responsabilidade de qualquer governante. E essa palavra é estar preparado." 06/12/93
  • "Eu tenho feito bons julgamentos no passado. Eu tenho feito bons julgamentos no futuro."
  • "Eu não sou parte do problema. Eu sou Republicano."
  • "O futuro será melhor amanhã".
  • "Nós vamos ter o povo americano melhor educado do mundo.". 11/09/97
  • "Eu mantenho todas as declarações erradas que fiz.".
  • "Nós temos um firme compromisso com a OTAN. Nós fazemos parte da OTAN. Nós temos um firme compromisso com a Europa. Nós fazemos parte da Europa. "
  • Um número baixo de votantes é uma indicação de que menos pessoas estão a votar."
  • "Nós estamos preparados para qualquer imprevisto que possa ocorrer ou não.". 22/09/97
  • "O povo americano não quer saber de nenhuma declaração errada que George Bush possa fazer ou não.".
  • "Não á a poluição que prejudica o meio-ambiente. São as impurezas no ar e na água que fazem isso.".
  • "É altura de a raça humana entrar no sistema solar.". 

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publicado às 19:56

Em memória de José Hermano Saraiva

por Manuel_AR, em 20.07.12

 

Um documento histórico do seu pensamento avançado para o tempo

enquanto ministro da educação

Agosto de 1968 

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publicado às 21:20


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