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Comunicações e opiniões pessoais sobre o dia a dia da política e da sociedade. Partidos, demografia, envelhecimento, sociologia da família e dos costumes, migrações, desigualdades sociais e territoriais.
O título deste "post" nada tem a ver com o livro de Pacheco Pereira,"Os dias do lixo", mas sim com a greve injustificada dos trabalhadores da limpeza urbana da Câmara de Lisboa.
A não ser o facto de ter afetado o sentido da visão e do olfato da cidade esta greve não teve, do meu ponto de vista, o incómodo e o prejuízo de outras como, por exemplo, as dos transportes que impedem os trabalhadores de chegar atempadamente aos seus postos de trabalho.
A chamada greve do lixo foi devida a uma deturpação dos motivos reais para que a mesma fosse justificada. Quando os sindicatos a convocaram foi no pressuposto, assumidamente errado, de que os trabalhadores da recolha de resíduos sólidos da cidade de Lisboa iriam passar para a competência das freguesias. Ora, o que estava em discussão era a descentralização para as juntas de freguesia da limpeza sim, mas das ruas, passeios e jardins, o que faz algum sentido. Neste caso cada junta seria responsável pela respetiva limpeza.
O que esteve em causa nesta greve não foi mais do que lutar contra a reorganização administrativa de Lisboa que prevê a transparência de competências da autarquia para as freguesias a gestão de equipamentos sociais e desportivos, pavimentos pedonais, mercados e feiras, para além de outras.
Embora muitas das vezes possa estar de acordo com algumas posições tomadas pela CGTP desta vez estou em completo desacordo. Não me colo com um seguidismo cego a qualquer posição de direita ou de esquerda, venha ele donde vier. Talvez, por isso, tenha deixado a militância em partidos políticos desde há muitos anos a esta parte. Para mim a disciplina partidária e a ideologia política têm limites.
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