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A politiquice patética e o videirinho

por Manuel_AR, em 18.07.16

Passos Coelho continua na senda da política patética e da parvoíce. Ganhou eleições sem maioria absoluta e formou um Governo minoritário instável que foi derrubado na Assembleia da República. Agora vem dizer numa entrevista que lhe roubaram o poder. Deixe-se de brincar à política do disparate. Demita-se com a sua trupe da liderança do PSD a quem causaram males que chegue.

Pacheco Pereira diz que há um neo PSD. Até concordo. É um PSD de características neoliberais que se desvirtuou. O PSD necessita duma reconstrução correndo o risco de ficar sempre a ser considerado como um partido fora do centro radicalizando-se para o lado da direita donde até o CDS, mimeticamente, se esforça por afastar embora nem sempre o conseguindo.

Será que procura uma carreira profissional como Durão Barroso. Desengane-se Passos porque mesmo na arte do engano, da patranhice e do mimetismo Passos não consegue igualá-lo.

A tragédia de Nice, perpetrada seja lá por que for está no grupo das patologias sociopatas não genéticas, induzidas por influência do ambiente social e exploradas por extremismos religiosos, e o golpe na Turquia, ainda com contornos desconhecidos, vieram abafar o caso Durão Barroso.

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O ex-presidente da Comissão Europeia José Manuel Barroso enfrentou uma onda de críticas após conhecimento de que irá ser conselheiro o banco de investimento norte-americano Goldman Sachs sobre o Brexit.

Barroso um videirinho, (classificação interessante de Pedro Marque Lopes), foi primeiro-ministro de Portugal que, depois de assustar o país com o célebre “o país está de tanga”, (não está em causa o facto mas a forma) colabora com a falcatrua de G. W. Bush que deu lugar à guerra no Iraque, abandona o barco, qual ratazana, seguindo célere para ocupar o lugar de Presidente da Comissão Europeia entre 2004-2014 que lhe foi oferecido de bandeja fosse lá porque motivo fosse. Agora vai tornar-se um presidente não-executivo da Goldman Sachs International (GSI), braço internacional do banco, com sede em Londres.

A Goldman Sachs esteve fortemente envolvida na venda de produtos financeiros complexos, incluindo hipotecas de alto risco que contribuíram para a crise financeira mundial em 2008.

A conversa promocional costumeira surge: "José Manuel traz imensos conhecimentos e experiência para Goldman Sachs, incluindo uma compreensão profunda da Europa," disseram num comunicado os executivos, Michael Sherwood e Richard Gnodde Resta saber conhecimentos e experiência de quê?…

Durão Barroso não hesitou mas sua nomeação atraiu críticas de todo o espectro político, exceto do PSD em Portugal.

Pedro Filipe Soares, líder em Bloco de Esquerda disse: "Esta nomeação mostra que a elite europeia de que Barroso faz parte não conhece a vergonha."

O ministro de comércio exterior da França Matthias Fekl escreveu no Twitter que "Servir o povo mal, servindo-se do Goldman Sachs. Barroso é uma representação obscena de uma velha Europa que o nosso representante diz mudar".

Colegas de Fekl no Parlamento Europeu também condenaram a chamada de Durão Barroso denominando-a de "escandalosa".

É um “Boom para euro-fóbicos” dizem outros.

Ao mesmo tempo, franceses, membros socialistas do parlamento europeu pediram mudanças legais para bloquear a possibilidade de utilizar os cargos como "porta giratória" para se lançarem para empregos lucrativos no setor privado depois de os deixarem. Num comunicado conjunto afirmaram: "Fazemos um apelo para as regras serem alteradas para impedir a nomeação do ex-comissário europeu," e acrescentam que "no sistema de porta giratória parece haver muito de conflito de interesses".

Durão Barroso, disse ao jornal Expresso que "Depois de ter passado mais de 30 anos na política e na administração pública, é um desafio interessante e estimulante que me permite usar as minhas competências para uma instituição financeira global".

O jornal de esquerda francês Libération descreveu a nomeação de Barroso como "o pior momento para a União e uma benção para os euro-fóbicos”.

Até Marine Le Pen, líder do partido francês da extrema-direita Frente Nacional (FN), aproveita o caso para atacar a Europa, escreveu no Twitter que a nomeação não era "nada de surpreendente para as pessoas que sabem que a UE não serve as pessoas, mas a alta finança".

São sujeitos como este que se infiltram na vida política e dizem defender os interesses do seu país mas que apenas se servem dele para construir a sua carreira. São os videirinhos. E ainda há quem não quer abrir o olhos apoiando este tipo de gente.

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publicado às 17:01


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