Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Comunicações e opiniões pessoais sobre o dia a dia da política e da sociedade. Partidos, demografia, envelhecimento, sociologia da família e dos costumes, migrações, desigualdades sociais e territoriais.
Menos Estado melhor Estado, slogan neoliberal que ouvimos, não há muito tempo (2011-2105), dizer os que agora reclamam por mais Estado.
Momentos de crise como esta em que vivemos hoje evidenciam momentos que também são dados à reflexão e em que os governos são mais solicitados para darem soluções para a população e uma resposta efetiva que só pode ser dada pelo Estado se for forte e com capacidade de controle.
Não sou, nem por sombras, um radical de tudo estatizado e ainda menos da coletivização. As empresas criam postos de trabalho, mas têm de dar lucro que é motor para o investimento privado, mas sabemos que os grandes empresários e investidores importam-se em primeiro lugar com os seus lucros e o bem-estar das pessoas não é prioridade, por isso há que haver mecanismos de controle. O mesmo se passa com a saúde.
Hoje publico aqui um texto que retirei de outro blogue que acompanho e que me pareceu em alguns aspetos muito interessantes e atual, embora um pouco radical, apenas coloquei um título diferente para diferenciar do original que incluo abaixo.
E se houvesse menos Estado?
(Joaquim Vassalo Abreu, 04/04/2020)
Desde logo não teríamos o SNS que temos! A Saúde e o acesso aos cuidados médicos seriam assim tipo EUA: tem direito (proporcional) quem melhores seguros tem e quem não tem…pois…
Só que há aqui um pequeno pormenor que eu reputo de “pormaior”: Nenhum deles contempla Epidemias ou Pandemias! Como ficaríamos então?
Do mesmo modo quando nos queriam impor que as nossas Reformas fossem pagas num sistema variável, uma parte indexada aos nossos descontos para a Segurança Social e outra a Fundos e coisas mais…. Como estariam elas agora, seus Liberais de pacotilha?
Nos incêndios: seriam todos os Bombeiros profissionais? Quem lhes pagaria? O Estado? O Estado que dizem que falhou? Mas com eles…, mas, com “menos estado”, quem se aventuraria a atear quinhentos fogos num só dia para depois virem dizer que o “Estado falhou”?
Agora, por exemplo: as Reformas indexadas a Fundos diversos, nesta época e noutras ocasiões de autêntico “crash”, como ficariam?
E os subsídios de Desemprego ou Assistência Social, seriam à Americana?
E a Saúde perante esta Pandemia? À “la” Brasileira Bolsonariana?
“Menos Estado” sempre apregoaram apelando ao Estado quando mais necessitaram…é um clássico, grandes e eméritos “Liberais” de pacotilha…
Mas não me esqueço de 2015 quando Passos apregoava a recuperação económica, esquecendo dramaticamente a situação da Banca, cuja resolução enviou para debaixo do tapete (Novo Banco, Banif, Montepio, Caixa Geral de Depósitos), numa irresponsabilidade sem nome.
Mas fazendo o que sempre outros fizeram é verdade, deixando sempre a responsabilidade para os vindouros, esses “filhos da mãe dos vindouros”, como arremessou furiosamente o ZÉ Mário no FMI, defendeu, em pleno debate com António Costa, um corte nas Pensões de 600 milhões nas Reformas…
Deviam corar de vergonha, mas isso é atributo que nunca possuíram esses “Liberais” de pacotilha!
Felizmente que, logo a seguir, veio alguém que tudo enfrentou, mas com Estado e absoluto sentido do mesmo, e que a tudo ocorreu e conseguiu equilibrar o que para eles, esses Liberais de pacotilha”, remédio não tinha! Coisa que o “menos estado” nunca faria! Mas endereçaria para os mesmos de sempre o seu ónus: os Contribuintes…Mas baixando salários e pensões, a sua única imaginativa solução!
Mas há que recordar para ser justo e honesto: Mas que faria agora o “Menos Estado” perante uma situação destas, a desta Pandemia, ainda por cima “democrática” pois não escolhe entre ricos e pobres, famosos e incógnitos, crentes ou não crentes, gordos e magros, magnatas ou refugiados, do sul ou do norte…? Que faria, afinal?
Cobraria milhares de EUROS por um teste como na sua sacrossanta América, onde nem os Seguros isso asseguram? Já sei: mandá-los-iam para o Público, o do “menos Estado” que, perante falta de receitas e dotações, seria depois apelidado de ineficaz…e de falhado! “Liberais de pacotilha, fariseus de “Trampa”.
Eu sugiro, finalmente, que os Marques Mendes, os Paulo Portas, os José Júdice, os Gomes Ferreira e todos os que se apelidam “Liberais” nesta vida, esse enorme saco de gatos onde nenhum assume ser realmente gato e antes se acham onças, formem um governo…assumam responsabilidades…deem o peito às balas, passem da retórica à prática e façam em definitivo o exame final, aquele do qual, não tenham dúvidas, não sairão com outro título, agora já não de “Liberais de pacotilha” , mas de “ Liberais da “Trampa”! Nada de mais justo…
Mas esqueçam e ao mesmo tempo recordem: “Esta vida “, como dizia Che Guevara, “não é para moles”! Mas é para Poetas, digo eu!
Pois como escreveu PABLO NERUDA: “Entretanto trepam os homens pelo sistema solar… Ficam pegadas de sapatos na Lua… Tudo se esforça por mudar, menos os velhos sistemas… A vida dos velhos sistemas nasceu de imensas teias de aranha medievais… Teias de aranha mais duras que os ferros das máquinas… No entanto, há gente que acredita numa mudança, que praticou a mudança, que fez triunfar a mudança, que fez florescer a mudança…. Caramba!… A Primavera é inexorável!
Sim, a Primavera é inexorável!
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.