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Comunicações e opiniões pessoais sobre o dia a dia da política e da sociedade. Partidos, demografia, envelhecimento, sociologia da família e dos costumes, migrações, desigualdades sociais e territoriais.
No vasto campo da imprensa internacional dos países ocidentais onde a democracia existe é um facto que há jornais, diários e semanários, que podemos considerar tendencialmente de direita e de esquerda. Excluo aqui os jornais partidários que saem fora do âmbito.
Se afirmar que em Portugal não há jornais tendencialmente de esquerda e que todos são tendencialmente de direita, dir-me-ão que não é verdade, que há jornais independentes, isentos e equidistantes das duas correntes políticas. Independentes do poder político serão. Quanto à divulgação das diferentes correntes de opinião e ao espaço que lhes é destinado e à frequência diária ou semanal de cada corrente é discutível
É claro que todos os jornais nacionais têm representatividade das várias correntes, só que há correntes mais representadas e com periodicidade mais frequente do que outras. É por isso que, quando consulto jornais portugueses, saltam-me à vista as opiniões de direita e, raramente, opiniões de esquerda. Esclareço que leio ambas sem qualquer preconceito, o que me preocupa é parecer existir, por parte da direita, uma aproximação exagerada aos órgãos de comunicação para que estes lhes sejam favoráveis. A direita, como já disse noutro texto, quer controlar a agenda mediática.
Percorrendo os jornais os desejos da direita e dos seus jornalistas e jovens articulistas de serviço são transformados em prognósticos de que no próximo ano o Governo falhe e que se agrave a conjuntura política que garante o apoio parlamentar. Esperam com inquietude que tudo corra mal. A bem de Portugal, claro! E, como o Ano Novo nos vai trazer eleições autárquicas o desespero aumenta. Anseiam pelas quedas nos indicadores económicos, pelo aumento dos juros da dívida, pelo aumento do desemprego e que, finalmente, nada corra bem ao Governo. Tudo a bem de Portugal, do país e dos portugueses, claro! Para isso procuram por todos os cantos da casa pó para levantar, mesmo que esse pó não exista, inventa-se para passar a existir.
São os palradores, os patrulheiros que vigiam, procurando, aqui e ali, algo indigente que possam transformar em parangonas, enriquecidas pelo empolar do oportunismo noticioso televisivo.
Para reforçar o que acabo de dizer li hoje algo que me causou alguma perplexidade sobre a opinião dum jornalística que mostra no seu artigo de opinião, publicado hoje no Diário de Notícias, indignação corrosiva com o Presidente da República, mas já lá vamos.
Sou do tempo em que vi a Princesa Leia da Guerra das Estrela, Carrie Fisher, que, infelizmente, faleceu há pouco tempo praticamente de seguida ao falecimento de George Michael. Carrie apesar ser uma argumentista conceituada o seu percurso enquanto artista não foi do mais proeminentes.
Um dos tais jornalistas patrulheiros que parece ser um fã incondicional da artista, insurge-se por o Presidente da República não ter comentado a morte de Carrie, como o fez com Michael, e mais ainda, mostra-se também incomodado por Marcelo Rebelo de Sousa ter tentado negociações, através do ministro da cultura, para ver a possibilidade da continuidade do histórico grupo de teatro Cornucópia que vai fechar portas. O dito jornalista até invoca o artigo 191º da Constituição para criticar Marcelo e par o mandar limitar-se às suas estritas funções. Tão legalista e institucionalista é este jornalista! Não lhe agrada a presidência de Marcelo Rebelo de Sousa e, por algum motivo (qual será?) descontente com a sua popularidade acha que devia colocar-se muito quietinho no seu lugar em Belém. Mas não contente com isso João Henriques, é o nome do distinto jornalista, termina chamando indiretamente potencial ditador a Marcelo Rebelo de Sousa:
“Alguém então que diga a Marcelo Rebelo de Sousa uma evidência: o que molda os poderes do Presidente da República é a Lei Fundamental. Não é, nem nunca poderá ser, a popularidade e a consequente tolerância dos eleitores. Isso, em Portugal, não é ser Presidente da República - é ser caudilho. Portugal já passou por isso - e deu-se mal.”
Este é um dos garimpeiros e patrulheiros que andam por aí e que, à falta de melhor, vão procurar o acessório para dar uma mãozinha à inconsolável oposição de direita.
Há uma incessante preocupação da comunicação social pela procura de polémicas e mexericos jornalísticos que lhes cheguam por vias travessas posteriormente divulgados como sendo notícias importantes e essenciais para a informação do público
Talvez eu esteja a fazer uma leitura enviesada dos jornais, mas a sensação que tenho é de que há uma tendência para a procura do que é mau (as más notícias é que vendem é certo) secundada pelo superavit de comentadores que se esmeram no ataque a tudo quanto descubram que possa servir para atacar tudo do que a direita denomina de “geringonça”.
Tendencialmente, a direita começou a ganhar cada vez mais espaço em alguns jornais diários onde, não raras vezes, se intercalam opiniões do jornalista vindas, a maior parte delas, através da correia de transmissão dos quadrantes da direita. O jornal Público com a nova direção de David Diniz melhorou substancialmente. Se, por um lado passou a ser um pouco mais pluralista e independente, por outro, em termos de opinião, tornou-se tendenciosamente propagandista das opiniões de direita.
É raro o dia da semana que não pegue naquele jornal diário e, na última página, não me depare com os títulos de João Miguel Tavares, cujos artigos ocupam metade e que me obrigo a ler. Apenas escapa a segunda feira onde, na mesma página, um escaço espaço está reservado à opinião de Rui Tavares.
Longe vão os tempos da malfadados da censura prévia. Hoje em dia não há censura, mas há interesses, favoritismo, pressões das mais variadas origens que conduzem a oportunos reajustamentos. Num regime democrático tem que haver pluralidade de opiniões desde que, sejam válidas, credíveis, construtivas, formativas, justas e não panfletárias, sejam de direita ou de esquerda. A comunicação social não se pode transformar numa espécie de blogue analógico da direita, ou da esquerda se fosse esse o caso. Não pode ser como um blogue virtual que sirva uma qualquer tendência de aplicação de práticas política e onde se pode escrever tudo e se exprimem as mais diversas emoções com calor expositivo liberto de qualquer censura, o que é diferente de dar notícias, fazer comentários, dar opiniões, colocar ideias, pontos de vista, traçar orientações que sirvam todas as tendências. No caso atual não é quem ganhou a eleições que deve ter a primazia de ter mais tempo e espaço na comunicação social, mas quem tem maioria efetiva de representatividade. Mas com isso a direita não consegue conviver.
O que se passou na imprensa que hoje li foi isto:
- João Miguel Tavares escreve em título “É difícil ser de direita em Portugal”. De que se queixa se pode escrever quase diariamente o que lhe apetece na sua meia página do jornal Público. Fala de desigualdade de oportunidades na governação. Voltou outra vez a dezembro de 2015? Diz que há cortes com outro nome. Insinua que antigamente se chamava cortes nas pensões e nos salários de agora se chamam cativações. Cortes? Agora? Será mentira ou verdade? O que diz são falsidades para que conste, e baralhar a opinião pública. O que o irrita é que os sindicatos estejam agora calados quando tudo está tão mal (como a direita pretende fazer crer). E, espante-se quem for de esquerda moderada ou radical. O senhor Tavares reclama para a direita a igualdade de oportunidades que não existe na política portuguesa. Qual? Simplesmente esta: a esquerda e os sindicatos agora não protestam como protestavam quando a direita de João Miguel estava no poder. Por outro lado, acha que por a direita por estar em baixo a igualdade de oportunidades deve ser reivindicada. É caso para lhe perguntar se a direita deu alguma oportunidade ao governo que derrubou em 2011, com o qual tinha assinado um compromisso tácito para aprovação do Plano de Estabilidade e Crescimento.
- Lançar intrigazinhas entre os partidos da maioria parlamentar passou a ser o prato principal da comunicação social e dos partidos da oposição. O Diário de Notícias, onde o seu diretor Paulo Baldaia, chama a tudo trapalhadas, esquecendo-se também ele, das que houve no tempo de Passos Coelho. As intrigazitas estão lançadas na marcação das suas diferenças entre eles sobre pensões e reformas em vez de marcarem as diferenças com o Governo anterior. Como? Com o Governo anterior???
Vejam esta achazinha: “numa geringonça em que o instinto de sobrevivência obriga cada um a puxar para o seu lado, mas revela apenas um grau de cansaço que é sempre superior a quem tem de negociar, de forma permanente, agendas que buscam a popularidade.”
E mais esta: “É por isso que os tiros nos pés virão sempre com mais frequência dos membros do governo, sujeitos a uma agenda parlamentar que é preciso driblar. Na CGD, por exemplo, alguém consegue perceber qual foi a participação do Bloco e do PCP nesta história? Zero ou pouco mais do que isso! Não vejas, não ouças, não fales e nada de mal que aconteça é tua responsabilidade. Há coisas que se governam em segredo, para bem da coligação e para mal de quem decide.”
- Já cá nos faltava novamente o abutre e azedo, como diz Ferreira Fernandes, Wolfgang Shcäuble a elogiar o que se tinha feito com o anterior Governo e criticar o atual. Preconceito pura e simplesmente ideológico de uma visão de direita radical que ele quer impor e que ofende os portugueses, cujos seus líderes são eleitos democraticamente por sufrágio universal. Ficou a falar sozinho, é o que merece.
- Tenho azar, também com o Diário de Notícias que, às quintas feiras, apresenta as desvairadas e radicais opiniões de César das Neves que monopolizam mais de meia página. Expectante de potencias instabilidades políticas faz espécie de intrigazinha dizendo que “…comprar a paz social é fácil. Afinal, comprar a paz social é fácil. Veremos por quanto tempo.”
Trabalha e interpreta os números do orçamento para 2017 de forma conveniente e de acordo com os seus interesses ideológicos. Sempre fiel à Opus Dei e á U. Católica.
- A tónica da direita para a oposição enquanto vem e não vem o debate final sobre o Orçamento de Estado é fabricar inventividades sobre austeridades, milhões e mais milhões escondidos sobre os cortes na despesa dos ministérios (escreve uma tal Paula Sá), dramatização sobre missivas de Bruxelas que, afinal, sobre as quais Moscovici disse em Bruxelas que era procedimento normal e que, em princípio, tudo estava bem com o orçamento. Se bem me lembro, como dizia Vitorino Nemésio nas suas palestras, também se ouvia falar no tempo do Governo de Passos que era necessário cortar na despesa dos ministérios. Mas também se ouvia falar no corte de salários, reformas e pensões, etc., etc... No mesmo alinhamento está Maria Luís Albuquerque que pergunta em nome do PSD de Passos Coelho, em que serviços públicos o Governo vai cortar. É descaramento demais fazer esta pergunta que merece uma outra. Onde estava Maria Luís quando era Ministra das Finanças? Desfaçatez não lhe falta.
A intrigazinha do PSD lá vai falando do silêncio cúmplice da CGTP e da Fenprof. A já conhecida estratégia da direita, lançar achas e intrigas para desestabilizar a maioria parlamentar. Será que poderão esperar sentados? Penso que sim.
- A Ordem dos Advogados daqui a algumas semanas vai eleger o seu bastonário que agora é Elina Fraga. Escavaram, escavaram e alguns lá descobriram um certo plágio numa das suas intervenções. Recordemos que Elina Fraga contestou muitas das medidas de Paula Teixeira da Cruz quando era ministra da justiça, nomeadamente a dita chamada reforma da justiça que na altura foi catastrófica.
Por último, a televisão que alinha com a direita, e segue uma trajetória de consumir tempo dos noticiários à volta da CGD, com cartas de Bruxelas sobre o orçamento, declarações de Shcäuble sobre o antes e o depois de Passos que nada mais serve senão para distrair dos problemas da banca da Alemanha. Estes alinhamentos apenas têm o objetivo de influenciar a opinião pública sobre com aspetos negativos artificialmente criados, à falta doutros argumentos para fazer oposição, que a direita não tem.
- Começo pelo artigo de opinião de João Miguel Tavares no jornal Público que intitula “António Costa: demasiado bom para o nosso bem”. Não há muito para dizer sobre este artigo, é mais do mesmo, no que se refere ao que ele costuma escrever. Resta apenas perguntar se Passos Coelho, de quem ele parece ser fã, foi demasiado bom para o nosso mal em tudo o que fez durante quatro anos de Governo.
Já é costume muitos editoriais de jornais escritos muitas das vezes pelos seus diretores tentar arranjar distorções imprimida aos factos por efeito de preconceitos, interesses pessoais que conduzam a falhas nas políticas mesmo que ocasionais e pontuais.
- É opinião generalizada que duma maneira geral a abertura do ano letivo em termos comparativos com os anteriores não esteve mal. Pelo não houve grandes notícias sobre isso ao contrário do que acontecia no anterior governo. Assim sendo, o que alguns senhores se entretêm a fazer é esgaravatar para se conseguir algo onde pegar. Então diz Paulo Baldaia que desde setembro ocupa a cadeira principal da redação do Diário de Notícias que o ano escolar não começou na perfeição (reparem que não é bem, é a perfeição que ela agora exige), que os problemas não foram em número reduzido nem rapidamente resolvidos e de seguida atira-se ais sindicatos, os da GCTP, claro está, por estarem muito caladinhos. Lança veneno provocatório no sentido de desestabilizar o que está mais ou menos estabilizado.
Para ele, editorialista, o problema é que tudo correu tão mal no início do ano letivo que não percebe porque não houve manifestações por parte dos sindicatos. E critica a Fenprof por ter contestado tanto no “tempo da outra senhora”. Porque estão acomodados no corporativismo. De seguida cospe mais veneno sobre a mesma CGTP avançando já com as futuras renegociações da contratação coletiva, E vai lá mais uma acha provocatória “Uma negociação do orçamento não se apenas sobre o deve e o haver do Estado também se joga nas negociações paralelas”, com os empresários estão a ver? Quem tem acompanhado as negociações na concertação social sabe que a CGTP sai sempre sem concordância. Pica aqui, pica ali para a ver se encontra minhoca que desacredite e desestabilize uma geringonça que até hoje tem funcionado.
- Falta de funcionários fecha escolas e deixa salas sem limpeza é um dos títulos num jornal de hoje e daí parte-se para divagações mais ou menos anti ministério da educação. Se bem me lembro foi no Governo de Passos Coelho que se começou a cortar no orçamento da educação e consequentemente no pessoal auxiliar. Era o tempo do não há alternativa. Só agora é que se lembraram disso, mas à época, a não ser o sindicato, estas mesmas pessoas que agora comentam nada diziam.
- A Associação de Turismo de Cascais está em polvorosa. Hoteleiros teme fuga de turistas. Porquê? Porque a Associação de Turismo de Cascais vai propor à Câmara Municipal a aplicação de uma taxa turística de cerca de 1,50 euros por noite até um máximo de cinco. Insurgem-se os representantes da hotelaria porque temem perder clientes para outros municípios. Será que os turistas estrangeiros, tendo em conta o seu nível de vida e a escolha de Cascais como destino, vão retrair a sua vinda por causa deste valor? Quem escolhe Cascais para fazer turismo sabe o que quer e para onde vai.
- Não sei se será coincidência ou não com o Prémio Nobel que foi dado a Bob Dylan, o certo é que o Diário de Notícias de hoje dá destaque de primeira página ao cantor Emanuel com uma frase sua onde diz que “Nós Pimba” “É uma obra-prima da Música Popular” e mais afirma que “Sou um operário da música, não sou uma vedeta.”
Desconheço o propósito da entrevista de duas páginas que lhe foi concedida, mas teve direito a publicidade gratuita. Talvez para o ano possa ser nomeado para um Nobel da música pimba.
- Leio quase sempre as críticas de cinema porque gosto da sétima arte. Gosto de ler as críticas que João Lopes escreve no Diário de Notícias. Todavia, a sua compreensão só é acessível algumas pessoas porque intelectualizadas e com considerações socio-filosóficas tornando-se porventura incompreensível para a maior parte das pessoas. É dirigida a uma elite de cinéfilos. Será que tem que ser mesmo assim?
Duma maneira geral a comunicação social é vista como um dos fatores mais responsáveis pela criação de instabilidade social e de desconfianças sobre as práticas políticas dos diversos atores em presença. Não inventa as notícias, elas existem, mas molda-as, adequa-as para terem mais impacto, alterando ou acrescentando sentidos. Os objetivos para tal podem ser vários e dependem das linhas editoriais, da necessidade de amplificação do impacto que o acontecimento ou a notícia possam ter para atrair o interesse do público para a compra e, no caso da televisão, para o aumentar as audiências.
Sem que seja caso único é um bom exemplo o que tem alimentado nos últimos dias, debates, notícias, informações e contrainformações sobre o caso dum potencial imposto sobre o património acumulado desnecessariamente causado por Marina Mortágua do BE.
A liberdade de imprensa que temos (impressa e televisiva) é um bem que deve ser preservado, contudo, corre sempre o risco de estar a ser limitada, condicionada, mesmo não existindo trâmites censórios próprios dos regimes ditatoriais, como era no tempo de Salazar e Caetano.
A pergunta que podemos colocar é a de saber se em democracia existe ou não uma tendência para o controle da comunicação social por grupos económicos através de "correias de transmissão" ligadas a ideologias e partidos políticos, mais ou menos dissimuladas.
A análise dos jornais, noticiários e comentários televisivos mostra-nos algumas tendências que se manifestam mais a favor, ou mais contra, consoante o ponto de vista ideológico de quem está no poder.
Não deve ser noticiado apenas o que é bom e agradável mas estamos exaustos de ver e ouvir todos os dias notícias negativistas, o fatalismo como sendo as únicas notícias. Noticia-se o que é superficial e fútil e não o relevante. Sabe-se, eles sabem, os da comunicação, que isso é que "vende" e, por isso, insistem. A competição comercial entre canais a isso obriga, deixando a ética como se fosse um objeto sem valor. Espetacularização e sensacionalismo são a chave do negócio.
O alinhamento noticioso dos canais de televisão começou a adotar o modelo de outros canais como o CMTV onde, diariamente, se gasta tempo demais com são oferecidos crimes, marginalidade, corrupção, dinheiro sujo, estúpidos concursos, factos privados enfatizados ad nauseam, gira-se à volta de quem tem dinheiro e declarações de má política, mas compacta-se ao máximo no espaço e no tempo uma qualquer ideia, reflexão construtiva ou qualquer contributo positivo.
O que vemos nos canais noticiosos será de facto o retrato do país onde tudo o que acontece é mau? Desde que não esteja em linha com o que ideologicamente eles, os senhores dos comentários, pensam e que acham deveria ser e porque se quer estar do lado dos opositores que perfilham é tudo mau. Foi assim no passado recente, mas ao contrário.
Não se pode ser otimista irrefletido mas, o que se vê na "fotografia" dos media é um pessimismo paralisante e um fatalismo permanente. Comentar é também criticar com imparcialidade, com isenção, não apenas atacar por mera fação e questão ideológica de que, afinal, acusam outros. Ou, então, criticam porque sim.
Penso que já referi várias vezes neste blog a impressão negativa que tenho sobre alguns comentadores da televisão e sobre artigos de opinião escritos, independentemente de estar ou não de acordo com eles, venham da direita ou da esquerda. Nem tudo o que uns gostam de ouvir ou ler agradará a outros. Uma coisa é o debate de ideias e de pontos de vista em democracia, outra é o "arranjo" argumentativo falacioso propositadamente construído com deturbação e interpretação abusiva de opiniões, acontecimentos ou factos ainda não comprovados. Outro caso ainda é dizer-se que uma coisa é preta quando é evidente a perceção comprovada de que é branca. Isto é, nega-se uma realidade, lança-se-lhe umas pinceladas de frases mais ou menos demagógicas e populistas para se poder a continuar a dizer que aquela coisa é preta.
Neste segundo semestre aconteceu haver uma agitada dança de cadeiras a nível das direções em jornais e rádio, o que para o cidadão comum não é novidade. As justificações são sempre as mesmas, reorganizações, ajustamentos, rentabilizações, etc. e, por vezes, estas mudanças estão também ligadas a mudanças de orientação editorial. Desta vez estas mudanças verificam-se ocasionalmente num ano em que um Governo é apoiado por uma maioria parlamentar de esquerda.
Na direção do Diário de Notícias encontra-se desde setembro Pedro Baldaia que era diretor da TSF; David Dinis que saiu do jornal Sol, fundou com outros o jornal online Observador e foi para diretor da TSF donde sairá para passar a dirigir, a partir de 3 de outubro, o jornal Público. Também, José Miguel Tavares, passou a ter direito naquele jornal a mais um diazinho por semana para divulgar as suas facciosas opiniões. A direção do jornal i que mudou várias vezes (em pouco mais de seis anos de vida, o jornal já teve quatro proprietários e sete direções), cabe desde 15 de dezembro de 2015 a Mário Ramires que também é presidente do conselho de administração da proprietária do jornal, a NEWSPLEX, SA., e também do semanário Sol. O jornal i e o Sol anteriormente pertenciam à Newshold, empresa angolana liderada por Álvaro Sobrinho que tinha investido na entrada do capital da Cofina, (dona do "CM" - Correio da Manhã) e da Impresa (dona do Expresso).
A crise que há na imprensa escrita vai alastrando e por ela a liberdade de expressão dos jornalistas pode ser condicionada face a uma potencial perda de emprego à vista. As razões apresentadas são várias, normalmente de natureza financeira e económica que levam ao despedimento e a rescisões por mútuo acordo de jornalistas. A razão para que este ano exista tal azáfama leva-me a pensar. Mas isto de momento não nos interessa.
No dia 1 de maio dei-me à paciência e ao trabalho cansativo de ver e ouvir o discurso de Arménio Carlos, presidente da CGTP, proferiu nas comemorações do dia do trabalhador na Alameda D. Afonso Henriques. Correndo o risco de não estar a ser política e sindicalmente correto não me escuso de emitir a minha opinião dizendo que aquele senhor há muito nos tem vindo massacrar com à sua lengalenga discursiva repetitiva ao estilo revolucionário “démodé” de populismo ofensivo, provavelmente para agradar a um muito escasso setor saudosista de outros tempos.
Foi um discurso longo, cansativo, repetitivo nas ideias, sem soluções que não fosse apelo a greves, manifestações que, em vez de ser conciliar e unir os trabalhadores os divide. Todos quantos proporcionam ou venham a proporcionar postos de trabalho ele denomina, com a sua já habitual agressividade e de modo pejorativo, de patronato. Seja ele grande, médio ou pequeno empresário, todos merecem que nas suas empresas se façam greves e reuniões reivindicativas tudo em nome da defesa dos trabalhadores. Quanto ao desemprego nada disse.
Os mais velhos que viveram meses posteriores ao 25 de abril recordar-se-ão de que muitas pequenas e médias empresas, capturadas aos seus proprietários (palavra diabólica para Arménio Carlos), fecharam devido à incapacidade dos trabalhadores para as gerir quando lhes caíram nas mãos pelas reivindicações demagógicas. Casos houve em que esses mesmos trabalhadores tiveram que chamar novamente os proprietários para que pudessem continuar a manter os postos de trabalho.
A demagogia da CGTP e do seu líder Arménio Carlos é uma espécie de veneno entorpecente para as mentes de alguns trabalhadores que ainda cantam e se encantam com uns amanhãs de glória de trabalhar o menos possível e ganhar o mais possível. Poderá dizer-se que afinal o PCP já não é assim. Talvez não, porque a sua linha dura é agora representada por um sindicalista que pensa que ainda se encontra em meados do século vinte.
Arménio Carlos continua a pretender apanhar moscas com vinagre. Disse pomposamente que aos cem mil sindicalizados se inscreveram mais cinco mil. O que não diz é os que de lá “fugiram” no mesmo período.
O único trunfo da CGTP são os trabalhadores da função pública porque sabem que estão seguros. Deveria ter tirado lições com a atuação de Passos Coelho que durante o seu mandato governativo e em sentido oposto, também pretendeu apanhar moscas com vinagre e saiu-se mal.
Dirão agora alguns: mas afinal quem escreve isto não pode ser de esquerda. Dirão outros: afinal este é dos nossos. Pois, se assim é, então é sinal que estou do lado certo.
E termino com uma citação de Sérgio Figueiredo, diretor de informação da TVI, do artigo de opinião publicado no Diário de Notícias: “Governar sob protesto é normal. Governar com o protesto é a democracia em si mesmo. Governar em função do protesto é desistir do motivo mais nobre pelo qual se é eleito. O bem comum. Exatamente o contrário daquilo que mobiliza taxistas, produtores de suínos, ambientalistas inconsequentes e sindicalistas da CGTP que inventam pretextos para a greve e inventam as greves para não desaparecerem.”.
Inicia-se hoje o 36º Congresso do Partido Social-Democrata onde se cantará aos quatro ventos o retorno à social-democracia com o slogan “social-democracia sempre”, que deverá ser apregoado por Passos Coelho que mostrou durante quatro anos que o seu slogan preferido foi ser um liberal sempre. Ou será neoliberal? Vamos lá ver se percebi: durante estes quatro últimos anos não foi social-democrata? Eu respondo. Não. Não foi. Passos nunca mostrou sê-lo e terá as suas razões porque o PSD sempre pertenceu na União Europeia à família dos partidos de direita, o PPE (Partido Popular Europeu) onde também está incluído o CDS-PP que ultimamente parece ser mais social-democrata do que o seu coligado do ex-Governo. Assim sendo como hoje é o dia das mentiras hoje é o dia preferido pelo líder eleito.
O cabotinismo que foi a eleição de Passos Coelho para liderar o PSD, em que voram apenas 46% dos potenciais eleitores, está a prejudicar o partido.Neste espaço escrevi várias vezes que o PSD com Passos Coelho tinha abandonado a sua matriz social-democrata que eventualmente terá sido, mas não na sua essência mas que le radicalizou.
O atual líder do partido, depois de se ter mostrado um liberal convicto, estando do lado das direitas europeias com posições contrárias às do grupo PSE, família dos partidos socialistas e sociais-democratas europeus, afirma querer ser um social-democrata. Desfaçatez gritante! Se há um retorno é porque houve um afastamento ideológico do qual Passos Coelho não é o único responsável mas muitos outros que desejavam o poder o levaram para essa linha e que, agora, acham que soube a pouco.
Nos comentários semanais da TVI24 Manuela Ferreira Leite tem afirmado várias vezes que acha mal que digam que o seu partido é de direita quando não o é, porque sempre foi social-democrata. Bem, sobre isto já emiti a minha opinião anteriormente. Ela poderá ter razão relativa porque o principal causador do seu mau estar foi Passos Coelho. Pode ele arranjar os argumentos que entender da fama já ninguém o livra.
As intervenções de Passos Coelho assim como as dos seus fiéis seguidores durante os seus quatro anos e meio de poder quase absoluto contribuíram para crispações sociais que já não se verificavam desde os anos logo após o 25 de abril. Apoucaram os portugueses, provocaram a degradação das condições de coesão social, incentivaram e agudizaram conflitos entre gerações, não é por acaso que um estudo efetuado pelo jornal Público mostra que um aumento considerável deste tipo de violência, provocaram conflitos entre trabalhadores de diferentes setores e funções, colocaram o Serviço Nacional de Saúde num estado caótico em que ainda hoje se encontra, fizeram com que o estado de direito constitucional, assim como o estado social, fossem desconsiderados.
Quando em fevereiro de 2016 Pedro Passos Coelho se recandidatou a líder do partido “surpreendeu a direção do PSD ao divulgar um vídeo no Facebook a anunciar o ‘slogan’ “Social-democracia, sempre” com o qual pretende descolar-se da imagem liberal. Escrevia na altura o Diário de Notícias: “Social-democracia sempre? Tem dias...”. Este diário acrescentava ainda: “Há mais de 40 anos que o PSD mantém uma relação conturbada com o ideário social-democrático. Passos Coelho quer reabilitá-lo”. É uma desfaçatez que um liberal cujo discurso mostrou sempre qual era a sua convicção queira, agora, fazer inversão de marcha. Será mais uma falsidade com a origem de marca como tantas outras.
O PSD sempre foi um partido de direita, embora tivesse momentos com algumas pinceladas do ideário social-democrata nas quais Passos Coelho lançou o diluente final, querendo agora reabilitar o partido mas, especialmente, reabilitar-se. Talvez já venha tarde.
Os que falam e comentam em prol do PSD de Passos Coelho, já em decomposição, tecem rosários de ladainhas monótonas rezados à pressa para comunicação social passar em horários nobres. São os filhos extra matrimónio do PSD que viram em Passos Coelho o seu legítimo pai que o congresso irá ligar à máquina do “look” da sobrevivência mas que cerebralmente já está em degradação. Nada de novo tem para nos mostrar senão o mesmo regresso ao passado recente, voltando depois a dar o dito por não dito como sempre nos foi habituando. Passos Coelho é um “cadáver” político adiado.
Não podemos esquecer-nos que ele quis restabelecer como única via, em parte conseguida com a ajuda do CDS-PP, a “sociedade providência”, termo que Boaventura Sousa Santos utilizou em tempo em alguns dos seus trabalhos, com uma articulação formal e de providência tipo mercantil, donde o Estado se retira mas contribui com uma quota-parte dos impostos pagos por todos. No fundo alguém rebe para ser providencial. É o que agora se passou a designar por economia social.
Segundo o Diário de Notícias e o Público foi ordenado aos serviços do ministério da Justiça e também da Economia para que identificassem, no programa eleitoral do PS, as medidas que tinham sido executadas pelo Governo, ou estavam em vias de o ser.
Segundo o DN não se tratou de um "erro" isolado de "um funcionário", como alegou, no caso do seu ministério, Paula Teixeira da Cruz, mas de uma prática que atinge outros gabinetes do executivo como o da Economia que o ministro Pires de Lima já confirmou como tendo sido um pedido indevido. A notícia veiculada pelo DN destaca que Pires de Lima confirmou que "após averiguação, apurou-se que, por iniciativa própria indevida seguiu um email para três organismos com pedido de informações por parte de um serviço de um gabinete do ministério", afirma a mesma fonte, acrescentando que "o ministro da Economia já deu instruções para que esta situação, que se lamenta, naturalmente, não volte a ocorrer."
Mentem, desmentem, deturpam, omitem, voltam a mentir e acaba por ser sempre os outros, os de baixo, que erram, mas, na hierarquia de topo nunca há responsabilidades políticas. Nada acontece.
Desta trapalhada pode concluir-se que, afinal, o programa do Partido Socialista sempre os preocupa e terá coisas que pretendem executar. Como podemos interpretar isto?
Há uma espécie de bando que se integram em fações nos partidos da direita que, nos últimos anos, nos tem governado cuja honestidade e caráter políticos são coisa que tem deixado muito a desejar. É a direita à portuguesa. Que tudo nega, que engana, que se apropriou do aparelho de estado para se manterem no poder e que, face a factos concretos, se esconde atrás de quem está abaixo deles.
Não é Portugal que os move. Não querem saber de Portugal para nada. Querem é construir um Portugal para eles, à sua imagem e semelhança, mesmo sacrificando a maior parte dos portugueses desde que isso sirva os seus interesses. Se tiverem algum interesse por Portugal é porque coincide com os seus próprios interesses.
Estar no poder serviu-lhes para construírem durante estes últimos anos uma máquina que está a servir-lhes para manipularem a opinião pública através de órgãos de comunicação social que está na posse de mãos de investidores cujos capitais são provenientes de apoiantes desta direita que pretende, através da falsidade e da omissão, conquistar votos que sirvam a sua causa.
Encontro-me neste momento na Beira-Alta profunda, onde o acesso à imprensa escrita é dificultado pela distância aos centros urbanos. O acesso à informação tem apenas três a rádio, a televisão e a Internet.
Embora tente ficar por uns tempos afastado das notícias da política há sempre um caso ou outro que me chega, mesmo que não a procure e a tentação da curiosidade vence.
Na primeira página do Diário de Notícias de ontem uma das notícias titulava que Maria Luís Albuquerque abria a porta a novos cortes nas pensões que já estão a pagamento e que o CDS se distanciava e dizia que só aceitará se o PS também aceitar.
O comentador artista da política da TVI, Marcelo Rebelo de SousA, no seu comentário de domingo sobre o tema, disse que Maria Luís Albuquerque tem falta de comunicação política e que assustou os “velhinhos” (será ele um eternamente jovem?).
Na segunda-feira à noite veio a mesma ministra das finanças dizer que quer “partir de forma completamente aberta” para discutir o problema dos 600 milhões, número que ela enviou para Bruxelas no DEO (Documento de Estratégia Orçamental) mas que não diz em que se baseia àquele valor nem de tipo de cortesa se refere. É que 600 milhões não são 600 mil euros. Não ficando por aqui corrige as declarações e pede a mão ao Partido Socialista para que haja consenso para o corte de 600 milhões sem se saber o porquê e o como que vão na cabeça dela para os obter.
Para perdões fiscais de milhões de euros e outras benesses há que ir buscar dinheiro onde o houver.
Logo de seguida vem Mota Soares dizer o ministro da Segurança Social dizer (eu ouvi através da rádio) que bla… bla… "não há neste momento nenhuma medida a ser discutida", bla.. bla…, nem neste momento "nenhuma proposta a ser apresentada…". Repare-se no pormenor da repetição do “neste momento”.
Hoje, o ora agora vira p’rá aqui, ora agora vira p’ráli e sempre centrado no seu umbigo, Miguel Sousa Tavares elogia Maria Luís Albuquerque pelo que disse sobre as pensões dos “velhinhos” e diz, esfolem-se porque os meus impostos são elevados e têm que baixar e alguém tem que pagar (em sentido figurado claro). Como se os “velhinhos” não pagassem também impostos. fIcamos sempre com a sensação que ele comenta en função das simaptias que tem...
E vem Passos Coelho falar de coesão social quando desde que tomou posse o seu discurso, que pelos vistos continua pelos membros do seu Governo, foi o da divisão descarda e escandalosa dos portugueses entre gerações e trabalhadores.
Basta ler os jornais para ver o aumento da violência que se agravou desde que Passos Coelho tomou posse. A revista Visão da passada semana traz um artigo que aborda este assunto.
Ainda haverá alguém que por mais boa vontade que tenha acredite na palavra destes senhores e senhoras que nos têm Governado? Se esta direita troca-tintas de Passos Coelho ganhar as eleições só teremos a esperar aquilo por que nunca esperámos.
Enquanto o Partido Socialista lança a proposta de Programa eleitoral o PSD nada tem, a não ser apenas o mesmo programa para além da troika, mais do que gasto, e sem nada de novo que todos já conhecemos demasiado bem. Reclamava o PSD, aqui há alguns meses, que o PS não tinha nada para apresentar. Agora podemos perguntar se a coligação vai apresentar-se com o mesmo programa eleitoral de 2011?
Sem nada para apresentar de novo, Passos Coelho passa as contas do rosário do trabalho feito pela coligação PSD/CDS e repete até à exaustão que não foi ele que trouxe a troika e que o PS tem "saudades da troika". Mas foi ele que governou para além dela e nada mais tem para apresentar a não ser a continuidade herdada da troika. Quem tem saudades quem é?
Entretanto, no Parlamento, Jerónimo de Sousa diz que será o povo a mandá-lo cantar para outra rua apesar de cantar muito bem. Isto sobre os benefícios fiscais ao Novo Banco. Corta-se a uns para dar a outros. Segundo o jornal Público Maria Luís Albuquerque garante a legalidade das isenções fiscais de que o Novo Banco vai beneficiar, e apesar do despacho do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, ter sido assinado antes de a Assembleia da República aprovar uma alteração legislativa relacionada com esta matéria. Mas ontem o primeiro-ministro Passos Coelho no Parlamento admitiu que surgiram dúvidas na concessão do crédito fiscal ao Novo Banco porque o Estatuto dos Benefícios Fiscais "não previa expressamente" confirma o Económico. O Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) não era claro quanto à atribuição do crédito mas garantiu que a interpretação que mais tarde foi feita pelo legislador "é legal" acrescenta.
Os julgamentos na praça pública, ajudados pela comunicação social, parecem estar a institucionalizar-se. "Transformar os acontecimentos de domingo num caso de abuso policial, condenando um agente da autoridade sem qualquer investigação séria e profunda, é um deslocamento que indicia uma perigosa patologia coletiva. Não é aceitável passar para segundo plano a barbárie organizada, que com o envolvimento negligente de autoridades municipais, e contra as recomendações da PSP, se apoderou do espaço público, fazendo perigar a integridade física e a fazenda dos cidadãos." diz Vitorino Soromenho Marques no Diário de Notícias de hoje.
Apesar de terem telhados de vidro que tapam com placas de zinco para não partirem mais, (Dias Loureiro e outros que por aí andam) o PSD anda às turras e muito preocupados com o enriquecimento ilícito sobre a organização de grupos de trabalho sobre o tema, Dias Negrão repreende por estar à frente de um desses grupos de trabalho que Teresa Leal Coelho diz ser informal de acordo com o Diário de Notícias de hoje. Mas que azáfama vai por lá! "Teresa Leal Coelho tinha sido nomeada coordenadora de um grupo de trabalho para discutir as propostas de enriquecimento ilícito, mas não convocou qualquer reunião. Presidente da comissão não gostou, é o "lide" do Observador de ontem.
Mais um pouco de propaganda eleitoral do PSD e da ministra das finanças Maria Luís com a velha e gasta conversa sobre o corte de 600 milhões de euros a cortar que ainda não sabe onde e, daí, pede acordo com o PS ao mesmo tempo o Governo prepara cerca de e 445 milhões para o Novo Banco. Diz Maria Luís que as medidas sobre as pensões sempre deixaram de fora as pensões mais baixas. Também era o que mais faltava, mas vontade de o fazer também perece que não.
É uma festa porque o país se financiou através de venda de dívida pública a seis meses com juros negativos. Isto a curto prazo de seis meses com 4,61 vezes superior à procura. Outros países também conseguiram essa proeza. Quando acabar a política monetária do BCE a ver vamos.
Aqui ao pé a Grécia continua a tentar ser vergada e a ser castigada por ter optado por eleger democraticamente um partido para o seu Governo de uma área que não agrada à Europa porque pode ser um mau exemplo a seguir por outros. E daí temos que pressioná-los ao falhanço com as mais diversas justificações algumas com razão, outras sem qualquer uma. Quando problema da Grécia abrandar ou passar a não interessar adivinhem que será o senhor que se segue?
Ameaças nas redes sociais à família do polícia do caso der Guimarães parece ter sido a motivação para o artigo de opinião da diretora do Dinheiro Vivo, Sílvia Oliveira, hoje no DN.
Na propaganda da coligação Nuno Crato também participa. Ontem dia do exame de Matemática do primeiro ciclo foi a uma escola nada mais, nada menos, do que a escola pública de elites do Parque das Nações. Os alunos tinham à sua espera o ministro. Estavam felizes porque, diziam, o exame tinha sido fácil e por isso tinha corrido bem. O tempo do facilitismo parece que abriu uma pequenina porta para contento de todos, encarregados de educação e alunos. E mais garantiu Nuno Crato, que não haverá mais cortes no sector. "Não estou a planear fazer mais cortes", disse. Pois também o seu líder do Governo prometeu muita coisa e fez outra, digo eu. Os cortes na educação e na saúde não tiveram impacto na redução da despesa por terem sido totalmente compensados com gastos na segurança social. Pescadinha de rabo na boca.
A ministra das finanças abre porta a uma redução mais rápida da sobretaxa de IRS é mais uma medida a reboque das eleições e do PS. Parece que no espaço de um mês tas finanças e a economia estão em alta porque o que parecia impossível para a ministra agora já é tudo fácil e por isso esclarece que "a eliminação da sobretaxa pode ser acelerada" segundo o jornal Púbico. O PS tem mais do que uma vez apontado para que a eliminação da sobretaxa de IRS seja feita em dois anos. Maria Luís entra no jogo do que quem dá mais. Será por estas e por outras que o PSD e a coligação insistiam que o PS apresentasse o seu programa económico e financeiro e eleitoral? Se o que o Governo tem dito ultimamente poderia invocar um plágio se fosse um trabalho de um aluno que eu tivesse que avaliar na faculdade.
Pouco se tem falado da linha de crédito de 500 milhões de euros disponibilizados pelo Governo para apoiar empresas com negócios em Angola. Há falta de recursos financeiros para umas coisas mas o Governo arranja sempre dinheiro para outras desde que, quem usufrua, não sejam as pessoas e as famílias.
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