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Reformar os reformistas

por Manuel_AR, em 04.10.17

Social democracia.png

Como tenho escrito em vários posts o partido reformista que pretensiosamente alguns querem ver no PSD esquecem-se que ele próprio tem que ser reformado na sua ideologia e colocar no seu devido lugar os neoconservadores aos quais Passos Coelho abriu a porta dando-lhes lugar para estacionar.

Sob a liderança de Passos Coelho não se deu uma “adaptação” temporária devido à crise, mas uma mudança qualitativa da linha política do passado, nem às “exigências” da troika, que, se sabe foram em grande parte propostas do PSD divulgadas como sendo da troika.

Essa mudança transformou o PSD um partido neoliberal, em que “a economia eram as empresas e os trabalhadores um custo que devia ser domado, apontando como alvo para a austeridade a classe média e deixando os pobres sofrer com o custo dos despedimentos e numa redoma assistencial” de acordo com o que Pacheco Pereira tem vindo a dizer. A ideia, continua Pacheco Pereira “era que, com o agravamento da desigualdade social se criava um polo de desenvolvimento que arrastaria os de baixo, desde que estes aceitassem baixos salários e a perda de regalias sociais”. Nada disto tinha a ver com o programa social-democrata do PSD que na atualidade se refugiou numa nostalgia dos bons velhos tempos da troika.

Ainda hoje no debate parlamentar quinzenal o atual líder da bancada PSD, Hugo Soares, numa atitude absolutamente acéfala no que diz respeito a questões importantes como a do orçamento para 2018 refugiou-se em questões casuísticas derivando para um passadismo e oposição casuística, mais do que uma vez regressando ao passado com intervenções politicamente irrelevantes e acéfalas para o que neste momento se pretende. Quanto ao orçamento nada disse. E será que tinha para dizer? Mostrou a sua atitude de animador da corte do PSD no Parlamento.  Prevejo que, até haver novo líder, assim vai ser naquele partido, desgastado e sem capacidade de intervenções relevantes enquanto oposição.

O PSD está agora querer ascender a um novo nível que pode ser suicidário e que é o do populismo resultante do acantonamento do partido sem ideias, sem propostas e refugiado no passado e consequente perda da sua autoridade democrática.

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publicado às 19:52

Debate_político.png

 

Estará prevista para o dia 18 de novembro um debate dos “compromissos de Portugal em matéria europeia” e ainda a “política externa e de defesa”. “Vai ser importante a clarificação da posição de cada um dos partidos”, disse Nuno Magalhães líder parlamentar do CDS e acrescentou “Mais vale tarde que nunca”. É o que se pode chamar conversa da treta, já que, a grande probabilidade é a rejeição do programa a apresentar pelo novo Governo da coligação que não será mais do que uma cópia revista, diminuída e anotada do programa apresentado pelo PS durante a campanha eleitoral.

Tudo isto não passa de hipocrisia da direita porque, é mais do que sabido, que, os partidos da coligação PSD e CDS são os que “pedem rapidez à Assembleia da República” mas, ao mesmo tempo, suportam um Governo que atrasa a entrega do programa de Governo que parece não ser entregue hoje, quinta-feira mas apontando agora para a sexta-feira.

A estratégia política dos partidos da coligação PPD/PSD e CDS-PP, face ao desespero em que se encontram, passou a ser a da chicana parlamentar apenas com o intuito de provocar divisões nas negociações que se fazem à sua esquerda que tem maioria parlamentar. Para tal,  prtende avançar para discussão temas despropositados no atual momento político que, neste momento, não faz parte das preocupações da maioria dos portugueses.

Aproveitar o debate sobre o Programa do XX Governo Constitucional para discutir neste importante momento político para a vida dos portugueses a posição de Portugal sobre a NATO e sobre o Tratado Orçamental, que são bem conhecidas, é um despropósito.

O que está em causa, e deve ser discutido, são as políticas internas e as medidas para quatro anos dum governo estável que tente reconstruir, dentro do possível, o que a coligação de direita PSD e CDS destruiu ao longo dos longos quatro anos, e não a política internacional nem as relações com os nossos parceiros internacionais que não estão, minimamente, a ser postas em causa.

Criar a confusão na mente dos portugueses foi e continua a ser o lema do Governo anterior e que, a todo o custo, pretende revigorar.

Quanto ao PCP, com a sua ânsia vanguardista, e de querer mostrar posições de força, neste momento desnecessárias, vai retardando o acordo e, indiretamente, contribui para dar argumentos à direita e a Cavaco Silva, quando João Oliveira afirma que "A palavra de um comunista vale tanto como um papel assinado". Linguagem de negócios de rua que se selam com um aperto de mão…?

Haja paciência!

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publicado às 10:02


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