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Comunicações e opiniões pessoais sobre o dia a dia da política e da sociedade. Partidos, demografia, envelhecimento, sociologia da família e dos costumes, migrações, desigualdades sociais e territoriais.
A direita iniciou uma espécie de caça às bruxas aos elementos do Governo recorrendo a todas as cavilações a que tiver de recorrer para condenar, achincalhar tudo e todos que lhe possam causar incómodo. A explicação é simples: à direita não convém que, por interesse exclusivamente partidário, embora alheio ao país, estejam a ser conseguidos resultados que vêm descredibilizando as teorias que avançavam quer no passado recente, quer no presente.
A direita quer recuperar o que perdeu e, para isso, utiliza tudo que estiver à mão, não interessa o quê, apresenta-o com aquela carga de agressividade dos sem razão e dos perdedores como se o ataque fosse a melhor defesa. Faz-me lembrar aqueles filmes em que o herói leva pancada dos “maus” até ficar quase sem ação e, por artes mágicas, o nosso herói levanta-se e dá uma valente pancadaria no “mau”. Poderá ser isto que venha a acontecer mais tarde ou mais cedo à direita.
No meio de tudo o que tem estado por detrás da CGD algumas elites bem instaladas, alguns deles atores do debate político onde dissimulam o que são na realidade do dia a dia e, com objetivos partidários fazem colheitas rebuscam nas amizades e nos conhecimentos pessoais que possa ser recrutado e aliciados para uma traiçãozinha, dando-lhes garantias de ficarem bem fotografia. Não sei se sabem a quem, e ao que me refiro. Não será difícil lá chegar.
Em Portugal a direita acha que tem o monopólio da democracia. Ela é a democracia, julgam. O resto não conta. Que bom seria existir apenas, e só, a direita. A direita não gosta de ser contrariada, tal e qual uma criança faz uma birra porque não lhe dão ou tiraram um brinquedo. Bate os pés, chora, grita, torna-se agressiva. Para uma criança nestas circunstâncias não existe possibilidade de negociação ou de troca. Nada escuta. Ouve-se apenas a ela própria. Até que, pela exaustão e cansaço, acaba por adormecer e, quando acorda está serena. Então pode negociar-se com ela.
Privada do seu complexo se superioridade que as eleições lhe deram, embora em minoria, a direita em Portugal, controlada pelas elites financeiras e de compadrios, por oportunismo partidário, não se desvia, um milímetro da sua linha que, como se sabe não funcionou. Capturada por um neoliberalismo ideologicamente estrangulador, e por uma comunicação social que a protege, deixou de saber o que é a social-democracia a que diz pertencer.
Como se viu no caso da TSU esta direita é duma incoerência pertinaz, como o é quem exercita a sua inteligência no estrito sentido partidário e de poder que diz lhe caber por direito embora a realidade parlamentar seja outra. Mas, por outro lado, e porque não quer ser incoerente com as linhas programáticas que defendeu e adotou durante os anos no poder, recusa-se a mostrar claramente o que defende e o que pretende optando sem fim pela política das coisas marginais. A discussão sobre os problemas no país não tem lugar, não interessa à oposição de direita que se encontra despojada de chaves críticas e com as ideológicas transformadas apenas em objetivos partidários. A direita não se abre a dizer o que pretende.
Os aspetos sociológicos que, afinal, em sentido restrito, são os das pessoas em comunidade são negativos e desconsiderados pela direita. Para ela as pessoas não interessam, e agora parece que já nem o país. Jura e tresjura que o país pode sofrer involuções gravíssimas, que tudo está dominado pelos radicais de esquerda, ameaçam com o passado amedrontando, lançando dúvidas. O medo é a sua arma preferida para atingir as populações politicamente menos esclarecidas, sem culpa delas.
A oposição não tem que apoiar nem tem que aceitar o que um governo faz ou propõe, por isso mesmo é oposição, mas o debate político da oposição não deve ser o enxovalho que conduz à descredibilização dos políticos e com ela os seus próprios.
O facto de Portugal assentar em bases fundamentalmente democráticas qualquer retrocesso mesmo grave não será possível cair-se novamente em forma autoritária do tipo fascista como está a acontecer na Turquia e na Polónia para não falar de outos países com a U. E. a observar impávida, e serena.
O debate de António Costa e Passos Coelho deve ter sido um pesadelo para os adoradores do segundo. Passos não conseguiu despir a veste dum primeiro-ministro que quase destruiu o país. Portou-se como um tecnocrata que fala "economês", frio, despido de qualquer sensibilidade social como se estivesse a governar apenas para o cumprimento números, sem contudo apresentar quaisquer proposta quantificável, Sem programa para apresentar e falando uma linguagem sem qualquer interesse para a maior parte das pessoas que fazem parte do país real falou sem dizer nada e sem que a maioria do povo o perceba.
A coligação representada por Passos Coelho à falta de projeto ou de um programa concreto e explícito, que não seja a continuidade do que executou durante quatro anos, refugiou-se no passado e em Sócrates, como se isso fosse de interesse para o que pretende fazer se ganhar as eleições.
Foi oportuna a prisão de Sócrates para direita tentar para esconder com o passado o que nos oculta sobre o futuro se esta direita for novamente governo. Pelo que de viu e permitam-me aqui que especule um pouco, até parece que, o que Paulo Rangel disse sobre a justiça e governo parece haver algo de coincidente, ver um dos blogs anteriores. Para não debater projetos para o futuro e não abrir o jogo refugia-se em Sócrates e no passado.
Caso a coligação PSD/CDS venha a ganhar as eleições de outubro o que acha que o espera a si?
Se pudéssemos fazer uma sondagem com esta pergunta as respostas seriam de vários tipos. Imaginámos três que poderão ser representativas do universo das respostas obtidas. Uma, poderia ser - é indiferente, são todos iguais, para mim continuará tudo na mesma seja quem ganhar. Outra seria - fizeram tudo bem, nada me afetou e até tenho tido vantagens, por isso só espero o melhor. Uma outra seria - espero o pior porque irão fazer o mesmo que já fizeram, por isso espero tempos pouco favoráveis. Não há esperança de qualquer melhoria para as pessoas como eu.
Todas as respostas são válidas no que respeita às expectativas sobre o que o futuro lhes reserva se a coligação ganhar as eleições.
Podemos classificar as respostas do primeiro tipo com sendo a de potenciais abstencionistas que contribuem para que nada mude.
Os que dizem que tudo melhorou são os habituais eleitores desta direita e os que professam uma política clubista, fiéis que vestem a camisola mesmo que ela tenha contribuído para os destruir. Os do terceiro tipo têm sempre um partido em que votar que não seja a coligação PSD/CDS.
Para quê esta conversa? OK. Aqui vai.
Se as eleições forem ganhas pelos que, passo a passo como os zombies regressados das tumbas, matraqueiam os nossos ouvidos com palavras vãs como estabilidade e continuidade não nos enganam porque já todos os portugueses pensantes sabem o que irá acontecer.
O discurso oficial fala muito no crescimento da “economia”, daquilo que eles chamam “economia” na sua visão tecnocrática pode resolver a questão social e alterar as estatísticas sociais. Palavras de ilusionista. Se não houver mecanismos de distribuição, a não haver equilíbrio nas relações laborais, a não haver reforço dos mecanismos sociais do estado – tudo profundamente afetado pela parte do programa da troika que eles cumpriram com mais vigor e rapidez – o “crescimento” de que falam tem apenas um efeito: agravar as desigualdades sociais.
Passou a haver "novos donos disto tudo", "são os do lado do poder, do poder que aparece nas listas dos jornais económicos, os chineses, angolanos, profissionais das “jotas” alcandorados a governantes, advogados de negócios e facilitadores, gestores, empresários de sucesso, a nova elite que deve envergonhar a mais velha gente do dinheiro, que o fez de outra maneira.".
Recomendo a leitura do artigo de Pacheco Pereira no jornal Público que me inspirou este "post"
A direita neoliberal extremista que governa Portugal anda sem rumo e à deriva. O seu chefe Passos Coelho contribui para isso. Na festa dos direitinhas apoiantes do PSD de Passos, (ainda restam alguns), ouviu-se um discurso em que ora estava no passado, ora estava no presente ora dirigia-se ao futuro, com a agravante de voltar tática da divisão dos portugueses, novos contra velhos, tudo à roda das decisões do Tribunal Constitucional. Os líderes de países civilizados fazem tudo para unir o seu povo e não dividi-lo como o tem feito Passos Coelho. Apenas ditadores que querem lançar estigmas dentro do próprio povo que governam o fazem tendo em vista intuitos maquiavélico. Homens como este não merecem continuar a ser líderes.
Relativamente à contribuição de sustentabilidade apelou ao Partido Socialista que o ajudasse na elaboração de uma proposta conjunta para a reforma da segurança social, caso contrário, ameaçou, não tocaria mais no assunto. Hoje, aí está ele a pedir reunião urgente da Comissão Parlamentar permanente da Assembleia da República para discutir o assunto e, recentemente já voltou a lançar a ideia.
Sobre o caso BES teve a genial ideia do conotar com governos anteriores que apoiavam os grandes bancos, mas ele, santinho, era a favor da transparência e pela separação do Estado do mundo das finanças. O que lhe deu? Então não é ele e a ideologia que sustenta a favor dos negócios com os privados (leia-se privatizações, PPP´s) e que tem vendido Portugal ao capital estrageiro (leia-se Angola e Estado chinês).
Não é no seu governo que se passam coisas escandalosas como o caso do esquecimento da declaração às finanças de oito milhões de euros por Ricardo Salgado e que ainda beneficiou de uma amnistia fiscal feita quase à medida? Quando se esquecem oito milhões que outras verbas não poderiam estar em causa. Não foi durante o seu governo que prescreveram processos como o do BCP com explicações de credibilidade duvidosa e que raiam os limiares da incompetência? E a Ministra da Justiça que tinha afirmado há meses atrás que ninguém ficaria impune e que o "tempo da impunidade tinha acabado" numa alusão ao anterior governo. Referia-se a quem ou a quê?
As eleições de 2015 aproximam-se e começam a preparar a campanha eleitoral. Há que meter esqueletos no armário e novas mentiras que iludam os ainda muitos e incautos portugueses.
Quando o PSD e o CDS são confrontados com situações que os envolvem a primeira reação é a negação, a segunda a teoria da encenação montada pelos inimigos políticos, no abstrato, digo eu.
Escândalos financeiros como o do BES e do BPN e de corrupção que envolvem personalidades influentes, (as chamadas elites), atiçam o desprezo do eleitorado pelos políticos que andam de mãos dadas com a alta finança e com a côrte dos senhores do governo. Os que gravitam à sua volta disfarçam, evitando falar dos casos como namorados que não querem ser vistos juntos em público para não serem apanhados.
Tudo isto se passa enquanto o Partido Socialista atravessa dificuldades internas e o seu atual líder está mais preocupado em fazer campanha que o mantenha no poder do que fazer oposição certeira e transparente ao governo de Passos como se verificou no passado recente, daí ter sido confrontado por António Costa.
Todas estas derivas podem abrir caminho a novos partidos à solta que, aproveitando-se da situação, poderão tirar vantagem do descontentamento e da descredibilização dos atuais partidos, já que, em Portugal, partidos como a Frente Nacional de Marine Le Pen ainda não tiveram coragem de se apresentar sem preconceitos. Ainda bem porque não é desejável.
Passos Coelho, apesar da intervenção da troika, sabendo que Portugal teria que ser considerado junto da União Europeia e da Alemanha como um caso de sucesso, não se mostrou audacioso no plano diplomático. Veja-se a subserviência com que ele tem atuado junto das instâncias europeias.
Passos Coelho, aquando da campanha eleitoral, na ânsia de captar o poder para os neoliberais alojados no PSD, fez promessas que sabia não iria cumprir ou, não o sabia, e os seus “advisers” disseram-lhe para as fazer. António José Seguro começou a fazer promessas que diz vai cumprir, apesar das contas que ele tem no seu bloco pessoal poderem não estar certas e ameaça coma demissão se assim não for. Alguma vez se poderá ir votar num primeiro-ministro que à primeira contrariedade se demite? Neste momento que certeza pode ter do que se vai passar daqui a mais de um ano?
Recorde-se o exemplo de Passos Coelho que, já no poder, não se mostrou à altura das suas promessas desculpando-se dizendo que desconhecia o que encontrou. Então as medidas foram lançar um programa de reformas que apenas se baseou em cortes e mais cortes e tomar como lema o “temos que empobrecer”. Era o empobrecimento forçado dos portugueses sem qualquer explicação que não fosse o passado, fazendo letra morta das promessas de reformas sem tocar violentamente nos benefícios sociais, nos salários e nas pensões. Optou por reformas radicais do tipo “tatchariano”, mas nem ele é Thatcher nem estamos nos anos oitenta. Agarrou-se à Merkel e à austeridade que ela e outros países do norte como Finlândia e Holanda quiseram aplicar aos países do sul sem tentar perceber ou avançar com outras que alternativas que dizia não existirem que é o argumento preferencial dos neoliberais desta extirpe.
A direita deve procurar outras personalidades menos manchadas e de vistas mais largas e menos anquilosadas do que estas que têm governado Portugal.
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