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Num curto intervalo da opinião política resolvi dedicar um pequeno espaço aos cortes de cabelo “modernos” masculinos, que de moderno nada têm.  

Pensar que se está na moda por se ter um corte de cabelo dito “in” como os que por aí proliferam pode correr-se o risco de ser caricato. Cortes de cabelo a que esses inventores de estilo de penteado capilar chamam “retro” e que, por isso mesmo, de moderno nada têm.

À falta de inspiração recuam no tempo e “vendem” ideias aos mais novos que desconhecem que alguns dos cortes de cabelo que agora lhes impingem que já foram moda e usados pelos seus bisavôs e avôs nos anos 30 a 50 dos quais se querem distinguir.

Proliferam cabeleireiros saídos das escolas e querem mostrar as suas habilidades nos cabelos dos outros.

 

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Alguns dos cortes são ao belo estilo militar da Segunda Guerra ou fazem lembrar os cortes de figuras preminentes do nazismo sem esquecer o famoso corte ao estilo Kim Jong-un, o amado líder da Coreia do Norte, que muitos usam sem o saber acabando por cair no ridículo.

Mas estar na moda nem sempre significa que certo tipo de corte seja adequado ou combine com determinada sua personalidade dando em alguns casos a imagem de foleirice.

Segundo dizem por aí, alguns desses cabeleireiros convencem as suas cobaias a que os deixem treinar cortes “inovadores” porque as “garinas” até gostam e daí vamos em frente com o corte.

Entrou-se num clima quase idêntico às ordens absurdas do ditador Kim Jong-un de um dos regimes mais fechados do mundo fazendo generalizar o mesmo corte de cabelo do que ele (até agora não confirmado) vindo parar ao universo das celebridades. Que tal George Clooney com o corte de cabelo do “Supremo e amado Líder”, como Kim Jong-un é conhecido por lá?

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publicado às 21:28

Ter os olhos bem abertos

por Manuel_AR, em 15.11.16

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Há cerca de dois anos passei duas semanas no EUA, concretamente em Nova York, em casa de família que, na altura, lá estava como Embaixador. Apesar do controle exigido desde os atentados do onze de setembro respirava-se liberdade. Frequentar aquelas extensas avenidas era um prazer. Respirava-se paz, movimento, agitação, trabalho, comércio, passeio, cultura, cruzamento de etnias. Receio que tudo isso se vá perder regressando ao passado da desconfiança, do racismo, da perseguição, da insegurança justificada pela necessidade de mais segurança. Talvez por tudo isso, no estado de Nova York a democracia venceu.

Chamemos o que quisermos a Donald Trump, e critiquemos o seu projeto político, mas ele apenas foi o intérprete do sentir duma parte do povo da América. Foi assim que o III Reich (Alemanha nazista) conquistou o poder após as eleições de 1932. Como no governo do III Reich, Trump também glorifica o passado ao pretender “fazer a América grande de novo” e considera inimigos os que lá trabalham em serviços que os americanos já não querem fazer. Dizer que os imigrantes estão a retirar empregos é uma falácia. Nos Estados Unidos o desemprego é baixíssimo cerca de 4,2%. Criar postos de trabalho? Quais e para quem? Foi um ardil para iludir o eleitorado.

Se não era o manifesto sentir do povo Trump fez com que o fosse sem que houvesse um desmontar do seu populismo por parte os media que, aqui e ali, foram desdramatizando, como se Trump fosse aquele que, apesar das sondagens se aproximarem dos democratas não ganharia as eleições.

Comentadores há que, sapientemente, falam de esquerda e direita no EUA. Não há esses epítetos nos Estados Unidos onde há um sistema bipartidário, Republicanos e Democratas. O que há, de facto, são várias tendências que se congregam em cada um dos partidos.

Racismo, segregacionismo, xenofobia, islamofobia e misoginia estão a tornar-se as palavras chave nos Estados Unidos. As tenebrosas organizações racistas surgem sem vergonha à luz do sol e na sombra da noite, Trump e os que nomeará para o seu Governo serão o escudo.

Em Portugal e na Europa aliados à extrema-direita já estão a vir sem medos para fora das tocas.

Na política externa Trump quer fechar-se, está contra todos, contra a Europa e com as suas relações comerciais, contra os muçulmanos, todos terroristas, contra os países da América do Sul, nomeadamente o México, donde provém os imigrantes que se acomodaram no seu país, cerca de três milhões de marginais e assassinos que pretende expulsar ou encarcerar das prisões. Não se sabe é como. Deverá ser à custa de muita construção civil que levará Trump, através das suas empresas, a retirar vantagens. É contra a China, é contra a NATO, é contra a comprovação científica do aquecimento global e das alterações climáticas que são uma invenção dos chineses, enfim está contra tudo e todos que não sejam da américa fechada e refém de si própria.

É a favor das negociações a leste, com Putin. Resta saber se quebrará as relações com a Coreia do Sul e restabelecerá alianças com a Coreia do Norte de Kim Jong-un.

Na pior das hipóteses irá promover o regresso ao passado das perseguições Mccartistas com acusações de subversão ou de traição através de alegações injustas por denúncias de outros cidadão para restringir a divergência e a crítica política.  Na política externa poderá verificar-se uma espécie de Guerra Fria de sentido contrário, não com a Rússia, mas com o ocidente.

Não concretizar as promessas que fez será o que menos ele deseja.

Esperemos para ver, mas com olhos bem abertos.

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publicado às 17:46

O amado líder

por Manuel_AR, em 27.04.15

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O discurso do Presidente da República Cavaco Silva no Parlamento nas comemorações do 25 de abril de 2015 foi ovacionado pelos partidos PSD e CDS que sustentam o Governo. Foi uma manifestação de apoio ao discurso do amado líder, educador e orientador do maior partido que faz parte do Governo e, pretensamente, de todo o povo, na proximidade de eleições legislativas.

Mais pareciam aquelas manifestações de apoio ao líder na pretensa Assembleia Popular Suprema da Coreia do Norte. Há contudo uma grande diferença, é que, felizmente, em democracia nem todos são obrigados a aplaudir quando não se concorda, ao contrário do regime daquele país coreano.

A maior parte da intervenção do Presidente da República foi orquestrada em prol do Governo numa quase campanha eleitoral e, mais uma vez, de colagem ao que Passos Coelho e o seu Governo têm vindo enganosamente a lançar para a opinião pública.

Ao fazer apelo ao consenso nesta fase política só não seria perder o bom senso se, como se depreendeu e verificou posteriormente, não fosse conseguido entre os partidos da própria maioria.

Pretende mostrar uma atitude de colocação acima da política e dos políticos, mas sempre que intervém está fazer política, e da má.

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publicado às 16:03

  

 

Em resumo, tudo não será mais do que, através da comunicação social, enganar o povo sobre o que realmente se está e irá passar, à boa maneira da antiga União Soviética, para já não dizer à moda da Coreia do Norte, com um cariz democrático, tendo em vista minimizar a imagem desfavorável sobre o Governo na opinião pública, preparando as próximas eleições.


 

Esta segunda-feira abriu a época da caça ao voto, e da propaganda ao Governo. O grande comunicador e coordenador Poiares Maduro vai iniciar os “briefings” com os órgãos de comunicação social conduzidos por Pedro Lomba. Tendo sido colunista do Jornal Público desde 2009, é bem conhecida a sua opinião ligada à direita. Um dos artigos que escreveu tinha o título , vejam só, “O Sucesso de Tatcher”.Por aqui podemos ver onde ele se arruma.

 

Não é difícil prever o que vai acontecer nesses “briefings”: sairá para a rua a propaganda no seu melhor às ações e medidas do Governo. De forma apriorística o objetivo que se evidencia é o de propiciar e fortalecer a unicidade, (sublinha-se unicidade para a distinguir de pluralidade), do discurso e da coerência da linguagem de um Governo sem rumo, evitando comunicações contraditórias.

 

Tudo não vai ser mais do que um planeamento estratégico de marketing com o qual pretendem, sob a capa de informar, persuadir quem os ouvir ou ler, sobre as boas práticas do Governo, e só dele.

 

Tudo isto fará sentido se pensarmos na articulação das mensagens a divulgar aos jornalistas, tendo em vista a criação de sinergias e potencialização dos efeitos no público-alvo (as populações) através dos órgãos de comunicação social, em especial impacto nas televisões.

 

O objetivo é, assim, moderar e modelar a atitude das pessoas levando-as a desenvolver atitudes favoráveis ao Governo, através da unicidade da informação comunicada aos jornalistas que, bem espero, não passem a ser apenas uma correia de transmissão da informação que lhes oferecerem.

 

Conhecendo nós as trapalhadas, os erros, as falsas promessas, o acalentar de esperanças de melhores dias jamais conseguidos em tempo útil da vida ativa da maior parte dos cidadãos, leva-nos elencar, para além dos já indicados, outros objetivos, previamente pensados e refletidos, que poderão esta por detrás dos tais “briefings”:    

 

  • Estabelecer normas que disciplinem o relacionamento do Governo com as populações tendo em vista eleições, próximas e futuras.
  • Disseminar e “adoçar” os valores e as políticas que têm pautado a ação deste Governo.
  • Responsabilizar os órgãos de comunicação social cuja informação não esteja em uníssono com a que foi difundida nos “briefings”.
  • Tentar unificar o discurso institucional.
  • Zelar pelos interesses do Governo e dos partidos, seus apoiantes.  
  • Utilizar os “briefings” como ferramenta estratégica no sentido de fortalecer a imagem do Governo, para uma mudança de atitude dos cidadãos.
  • Promover, consolidar e valorizar a imagem institucional do Governo mesmo junto dos seus apoiantes.
  • Definir e disciplinar as práticas da comunicação social através dos “briefings” para a criação de um padrão de relacionamento em diversas áreas de atuação.
  • Favorecer o fluxo de informações, ditas corretas, entre o Governo e os cidadãos, maximizando o que se prevê ser uma falsa transparência nas ações comunicativas e de relacionamento com as populações.

Em resumo, tudo não será mais do que, através da comunicação social, enganar o povo sobre o que realmente se está e irá passar, à boa maneira da antiga União Soviética, para já não dizer à moda da Coreia do Norte, mas com um cariz democrático, tendo em vista minimizar a imagem desfavorável sobre o Governo na opinião pública, preparando as próximas eleições.


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publicado às 17:57

Os porta-vozes

por Manuel_AR, em 20.12.12


Os homens de mão do governo ocupam tempos de antena das televisões como comentadores políticos autênticos porta-vozes do governo. Quem tiver paciência para os ouvir facilmente constatará a forma subtil como eles fazem análise política na base da lavagem das declarações do primeiro-ministro fazendo interpretações mais ou menos adocicadas das suas palavras. O mais caricato é que umas vezes critica Passos, noutra defendem-no acerrimamente. São uma espécie de cataventos, ao sabor dos interesses do momento, desejando um mudar de vida para um país mais justo para eles.

Interrogo-me como é possível que haja de facto isenção nestes senhores sendo eles defensores e apoiantes do partido no governo. Nas suas análises mostram gráficos cujas leituras e interpretações podem ser várias em função das variáveis e dados apresentados. Como exemplo bastaria assistir na TVI24 aos comentários de Marques Mendes, sobre as declarações do primeiro-ministro, em que desculpabilizava, deturpando completamente o seu sentido, transformando as suas declarações divisionistas, de quebra da coesão social e lançando gerações contra gerações em boas intenções.

De facto, passámos a ter nos canais de televisão comentários monolíticos de senhores que pretendem lavar-nos o cérebro e fazer pedagogia à boa maneira da ex-soviética e da Coreia do Norte. 

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publicado às 23:17


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