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Comunicações e opiniões pessoais sobre o dia a dia da política e da sociedade. Partidos, demografia, envelhecimento, sociologia da família e dos costumes, migrações, desigualdades sociais e territoriais.
Nos últimos dias os senhores comentadores, a propósito, de uma frase dita pelo senhor primeiro-ministro teceram as mais filosóficas teorias e considerações políticas justificadoras da dita frase “Que se lixem as eleições!”.Justificam alguns que importantes figuras da política de outros países também tiveram as suas frases, outros apenas demonstra o rumo certo que o primeiro-ministro está a seguir sem se importar com o ganhar ou perder as eleições, o que deve ser elogiado. Outros ainda, dizem que ao proferir tal frase está a insultar os portugueses ao passar a mensagem deque as eleições não servem para nada, o que importa é fazer o que se tem que fazer, seguir o rumo traçado, mesmo que se esteja a ver que no vai levar para o precipício ou para o deserto, sem a mínima capacidade de avaliação do trajeto
Pois bem, se me permitem, também tenho a minha interpretação que é mais ao nível da teoria da conspiração, no sentido em que não é apoiada por evidências conclusivas e afasta-se da interpretação institucional. Assim, do meu ponto de vista, aquela frase não foi enunciada por acaso, tem objetivos populistas e popularuchos de modo a induzir comentários ao nível das ruas e cafés. É como uma espécie de lavagem que, como um qualquer detergente, retire da opinião pública as nódoas que lhe têm caído em cima e a alguns dos seus ministros. Podem imaginar-se os comentários que podem advir de conversas entre um certo tipo de donas de casa, apesar de todo o respeito que tenho por elas. “Estás a ver como ele é diferente dos outros! Ele está a fazer tudo para bem o país sem se importar com a ambição do poder!”.Se não tivermos memória curta, recordamo-nos que fez cair propositadamente um governo (que, diga-se, estava a passar dos limites) para quê? Para depois perder as eleições? Claro que não!
As próximas eleições ainda vêm longe, portanto, partindo do pressuposto que o povo tem memória curta, pode fazer-se tudo que o prejudique e dizer-lhe tudo o que apetecer.Na proximidade das eleições há sempre a possibilidade de dar a volta e desmentir tudo o que se tenha dito para atrair incautos.
Estão a ver naquela altura um primeiro-ministro a fazer ou a dizer algo que conduza à perda das eleições do seu partido, apesar de antes ter dito que se estava lixando para as eleições? Eu não!
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