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Comunicações e opiniões pessoais sobre o dia a dia da política e da sociedade. Partidos, demografia, envelhecimento, sociologia da família e dos costumes, migrações, desigualdades sociais e territoriais.
O dia de ontem foi marcado por dois acontecimentos, o primeiro foi o Congresso do PS que dominou a comunicação social, o outro, o mais importante para mim, foi ter ido assistir ao concerto do grupo canadiano The Musical Box, na Aula Magna, um espetáculo único de uma das fantásticas recreações que fazem da produção musical do grupo Génesis, do qual um dos fundadores foi Peter Gabriel a que se juntou Phil Collins.
O concerto reproduz algumas das mais emblemáticas atuações dos Génesis que exigiram uma pesquisa exaustiva através de fotografias e filmes e obre os aspetos áudio-cénicos e arranjos musicais, assim como os instrumentos utilizados nos concertos da banda da época. Audiovisual excelente que incluiu muitos dos slides cedidos pelos Génesis.
Vejamos um exemplo do conteúdo do Álbum Invisible Touch dos Génesis abaixo a letra e a tradução:
I must've dreamed a thousand dreams Been haunted by a million screams I can hear the marching feet
escritor / s: Rutherford, MICHAEL / Collins, PHIL / bancos, TONYEditora: EMI Music PublishingLetras licenciados e fornecidos pelaLyricFind | Eu devo ter sonhado mil sonhos
Agora leu as notícias de hoje Eles dizem que o perigo se foi embora Mas eu posso ver o fogo ainda aceso Queimar para a noite.
Muitos homens Muitas pessoas Criando muitos problemas e não muito amor à volta Você não consegue ver Esta é uma terra de confusão.
Este é o mundo em que vivemos E estas são as mãos que nos são dadas Use -los e vamos começar a tentar Para torná-lo um lugar vale a pena viver.
Super-homem onde está agora tudo parece estar errado de alguma forma os homens de aço, homens de poder estão perdendo o controlo hora a hora.
Este é o momento Este é o lugar Então nós procuramos o futuro Mas não há muito amor para dar a volta Diga-me porque, esta é uma terra de confusão.
Este é o mundo em que vivemos E estas são as mãos que nos são dadas Usa-as e vamos começar a tentar Para torná-lo um lugar onde vale a pena viver
Lembro-me de há muito tempo Quando o sol estava brilhando As estrelas brilhavam Durante toda a noite E o som da sua risada Como que te abracei forte Então há muito tempo
Eu não vou estar voltando para casa hoje à noite A minha geração deixará tudo certo Nós estamos não apenas a fazer promessas Que nós sabemos, nós nunca vamos manter.
Muitos homens Muitas pessoas Que criam muitos problemas E não muito amor à volta Você não vê Esta é uma terra de confusão.
Este é o mundo em que vivemos E estas são as mãos que nos são dadas Use-as e vamos começar a tentar Para torná-lo um lugar onde vale a pena lutar.
Este é o mundo em que vivemos E estes são os nomes que nos são dados Levante-se e vamos começar mostrando Exatamente para estão a ir as nossas vidas. |
Vivi a minha juventude na geração dos anos 60 e 70, uma geração que contribuiu para mudar alguma coisa no mundo. Em Portugal vivia-se sob uma ditadura que não nos deixava respirar, mas, mesmo assim lutávamos e manifestámo-nos pelo direito à liberdade de expressão com o risco de sermos levados para as prisões da PIDE/DGS. Época de grande criatividade musical e onde proliferavam as bandas que hoje em dia são apreciadas pela atual
geração de jovens. Bandas que ainda hoje são inspiração para as novas bandas da música rock.
Vem isto tudo a propósitos das manifestações de jovens e estudantes contra o pagamento das propinas, direito a bolsas, instalações, mais verbas e mais direitos. Perfilho e apoio, em parte, as suas reivindicações enquanto sustentáculo de uma marcação de posição, que é justa face a uma crise que se instalou e que estará para se prolongar mais do que se espera. Oxalá que não!
Voltando à questão, estas reivindicações, sobretudo a das propinas, penso que são excessivas. A minha perplexidade face a isto leva-me a um pequeno exercício comparativo que poderá ajudar a explicitar melhor o meu ponto de vista. Se pensarmos quanto custa mensalmente uma propina no ensino superior público, verificamos que em média não ultrapassa os 1000€/ano, o que equivale a 100€ mensais, se o pagamento do ano letivo for correspondente a 10 meses. Valor que, para algumas famílias, custará a suportar se a isto acrescentarmos os custos das inscrições, matrículas e todo o material necessário como livros, transportes, fotocópias, refeições, mesmo na cantina escolar,entre outros.
Quanto gastam os jovens durante um ano para frequentarem concertos, por vezes caríssimos, e que mesmo assim se esgotams com frequência? Para assistir a estes concertos, no caso de serem fora do local de residência há que acrescentar transportes ou gasolina, e alimentação, entre outros, para não falar de estadia mesmo que em parques de campismo. Mas há outros custos indiretos acrescidos no caso de bandas estrangeiras que vêm atuar em Portugal, pagas a preços do ouro, (que atualmente não está barato). São imensas as divisas que saem do país, isto é, funcionam como as importações. Se tivermos ainda em conta a ida dos jovens para as discotecas e restaurantes aos fins de semana, o que pode ser confirmado dando uma volta pelos locais mais frequentados nas grandes cidades, sobretudo Lisboa e Porto quanto é que não gastarão anualmente? A esta despesa há que acrescentar, por inerência, outras como sejam transportes, bebidas e, eventualmente, uma ou outra “guloseima”. Quanto não custa? Certamente quase o valor de um mês ou mais de propinas. O aumento das propinas não tem comparação percentual com o aumento que o preço dos bilhetes dos concertos tem vindo a sofrer que, mesmo assim, na maior parte dos casos como já referi se esgotam.
É desta perspetiva que as pessoas comuns se colocam quando assistem a reivindicações e a manifestações contra o pagamento das propinas e outros... Os jovens necessitam do apoio de todos e é sabido que, para se ter apoio nas pretensões, terão também de fazer alguns sacrifícios, dando o exemplo ao abdicar de algumas coisas, só assim captarão a população para o seu lado.
Claro que os jovens precisam e têm que se divertir e conviver, é imprescindível. Contudo têm que compreender também que as famílias poderão estar a fazer sacrifícios e com problemas financeiros provocados por governos geridos por pessoas que apenas vêm os seus interesses e os daqueles que representam, não cuidando dos interesses gerais da população à qual aumentam impostos, retiram e cortam salários injustamente. É contra esses que nos devemos manifestar e podem fazê-lo de outras formas que não e apenas através de reivindicações sobre o pagamento de propinas porque essas já não convencem ninguém.
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