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Consensos ou não eis a questão

por Manuel_AR, em 31.10.20

Consensos-Orçamento de Estado 2021.png

Uma democracia não é um regime de acordos é conseguir conviver em condições de profundo desacordo, mas os desacordos por vezes são mais conservadores do que os acordos daí que a posição do BE seja estranha.

O orçamento para 2021 foi aprovado apenas pela maioria relativa do Partido Socialista já que os partidos PSD, Chega, Iniciativa Liberal e o Bloco de Esquerda votaram contra e a abstenção de duas deputadas não elegíveis e do PCP. Quanto a isto nada de novo, todos já sabemos.

Levanta-se aqui a questão dos consensos em democracia tão necessários nesta fase que atravessamos devido à covid-19, mas que falharam porque alguns olham para a sua capelinha para obtenção de ganhos, leia-se votos.

Quando há maioria absoluta quem decide é apenas um partido, com uma maioria relativa todos os partidos têm voz, mas é uma estrutura frágil daqui a importância de negociações e de consensos.

O que aconteceu com o orçamento para 2021 foi um autêntico conluio não formalizado entre os vários partidos para conseguirem, como num leilão, as melhores vantagens dum eleitorado neste momento mais preocupado com a pandemia do que com as birrinhas partidárias.

Fazer política em tempos normais não é o mesmo nos tempos em que se exigem consensos mínimos quando tem de se enfrentar uma crise pandémica profunda, complexa e com consequências difíceis de antecipar.

Os tempos são muito exigentes e de respostas várias e variadas quando não se pode chegar nem dar respostas simultâneas com a mesma intensidade orçamental. Os tempos recomendam diálogo e capacidade para se fazerem concessões e não de entrar em guerrilhas e discordâncias movidas com o intuito de mostrar presença e força ao seu eleitorado.

Antes da aprovação do OE21 e de acordo com uma sondagem recente, da Aximage para o JN e para a TSF, 60% dos portugueses eram da opinião que o PCP e o Bloco de Esquerda deveriam viabilizar o Orçamento do Estado para 2021.  Entre os eleitores do BE 68% pensam o mesmo e apenas 15% defenderam o chumbo e 20% não têm ou não quiseram dar opinião bem como 61% dos comunistas e 67% dos inquiridos rejeitam uma demissão do Governo. Isto poderá vir a ter no futuro custos eleitorais para o BE.

Há incapacidade de aceitar, sobretudo para o BE, que não existe apenas uma verdade e uma forma de fazer as coisas. Este é o momento para aliviar a crispação e a tensão num contexto em que as pessoas exigem que os políticos se ponham de acordo para darem resposta aos seus problemas cujas propostas não podem ser de tal modo inexequíveis que possam vir a transformar um doente num morto.

Apesar de se ouvir dizer muitas vezes nos meios mais populares que os partidos não se entendem é preciso dizer que uma democracia não é um regime de acordos é conseguir conviver em condições de profundo desacordo. Devemos também dizer que os desacordos por vezes são mais conservadores do que os acordos daí que no que se refere ao orçamento já aprovado a posição do BE foi estranha. Ser fiel aos próprios princípios é notável, mas ao defendê-los sem flexibilidade condena-se à estagnação.

Os desacordos têm um prestígio relativo e exagerado. Radicalizar as posições é o procedimento a que mais se recorre para dar nas vistas, é um combate pela atenção, pela visibilidade, é um recurso que é muito caro aos populistas, sobretudo os da extrema-direita. Veja-se quem está sempre em descordo com tudo no nosso Parlamento com a justificação de não pertencer ao sistema, mas faz os possíveis para fazer parte dele concorrendo por lugares que dele são parte integrante.  

Numa ocasião como esta que atravessamos estar contra é uma prática menos imaginativa do que chegar a um acordo. A discordância no caso do BE pareceu ser dirigida a um público por quem compete ao nível eleitoral e por ser a ocasião para falar apenas para eles e não para o seu interlocutor que é o Governo e para o bem do país.  

Os partidos mais radicais vivem da controvérsia e do desacordo porque dessa forma obtêm a atenção da opinião pública e publicada e também para o interior do próprio grupo, que premeia intransigências, a vitimização e a firmeza.

Parece que a dificuldade de chegar a um acordo proveio do facto de que qualquer acordo implica cedências e em algumas circunstâncias exige também o sacrifício de algum tipo de princípio e requer que se compreenda que existe uma grande diferença entre conseguir uma aspiração e decidir entre alternativas possíveis o que em política qualquer delas não está isenta de inconvenientes.

Nem sempre é possível fazermos tudo aquilo a que nos propusemos quer ao nível pessoal ou coletivo do que está em primeiro lugar da listas das nossas prioridades e as circunstâncias obrigam a que nos tenhamos de contentar com menos e até por vezes com muito menos, mas o espírito de fação que é intrínseco nos partidos mais radicais termina em polarização e tanto mais quanto há eleições a aproximarem-se convertendo a política numa campanha permanente.

O debate político entre o BE e o Governo, na primeira fase de aprovação do orçamento, fechou a porta ao consenso devido aos sonhadores populistas da extrema-esquerda que parecem desconhecer que a política é levada a cabo numa enorme quantidade de condicionantes que acham devem levantar voo sem quaisquer limitações.

O OE21 tendo sido aprovado na generalidade com algumas alterações devidas a negociações e consensos terá a seguir a discussão na especialidade que se prevê seja algo surrealista. Se não houver consensos à esquerda que tenham uma visão racional para o país em lugar de visões umbilicais partidárias as propostas e a miscelânea de pedidos de alteração vindas dos partidos serão tantas e tais que o orçamento final será uma amálgama impossível de gerir que nos pode levar novamente ao caos político e financeiro. Se assim for não apontem depois o dedo à direita e à extrema-direita. Os únicos culpados serão os parceiros de negociação que desertarem e que não se livrarão do cadafalso eleitoral.

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publicado às 16:05

Orçamento de Estado 2021.png

O voto do Bloco de Esquerda contra na aprovação na generalidade do OE21 – Orçamento de Estado para 2021, deu um sinal de aliança tácita com a direita, afastando-se das posições do Governo e consequentemente do PS. O BE com desprezo pelo que a maior parte dos portugueses acha deu indicações claras de que não pretende instabilidade política. Segundo uma sondagem os portugueses não querem que o Governo se demita em caso de chumbo do orçamento e acham que deve manter-se em funções. Em concreto 67% dos entrevistados rejeitam uma crise política.

A votação do BE contra o orçamento destinou-se a distanciar-se das posições do Governo num futuro próximo desvinculando-se de possíveis responsabilidades caso o tivesse aprovado e, assim, possuir na mão trunfos que lhe possam trazer ganhos futuros em número de votos em próximas eleições.

A teimosia do BE quanto a alguns pontos na discussão do orçamento teve algo de oportunismo ao aproveitar a atual crise pandémica. Sabemos que não há orçamentos perfeitos, mas numa situação de crise como a que estamos a travessar há que ter cautela e, sobretudo, bom senso nas medidas e na distribuição de recursos que devido ao atual contexto pandémico escasseiam. Catarina Martins quer o sol e a lua ao mesmo tempo e dispara em vários sentidos naquilo que neste momento acha que tem mais impacto na opinião pública, o SNS. E é neste campo que insiste que: “Este OE falha na questão mais importante do nosso tempo. Não dá a Portugal a garantia de que teremos os técnicos e as condições suficientes para que os hospitais nos protejam. Quando tudo se pede ao SNS, este Orçamento não tem o bom senso de o proteger.”, agarrando-se ao relatório do Conselho de Finanças Públicas  que alerta para fragilidades do SNS, que não eram expectáveis face ao surgimento de uma pandemia que provocou dificuldades não apenas em Portugal mas em todo os países onde há SNS. Ou seja, “agarrou-se” ao SNS como argumento justificativo para a sua retórica.

Outro ponto foi o que se refere às regras laborais ao pretender pôr fim às “regras laborais que a troika impôs”. A cegueira ideológica de Catarina não a deixa ver que pondo fim às regras laborais existentes as empresas iriam causar despedimentos que teriam efeito contrário ao pretendido sobre o emprego que se pretende manter e se possível aumentar. Catarina e o BE insistem numa lógica de estatização da economia (a que chama reforço do setor público) o que é demonstrado pelo argumento da imposição da proibição de despedimentos. Catarina Martins pretende a comunização da economia através de decretos leis. Sobre os pontos de desacordo com o Governo e o PS pode consultar aqui com mais pormenor.

A teimosia nos pontos em que Catarina Martins fincou-pé foram uma encenação para poder justificar a votação contra o orçamento para exibir ao seu eleitorado a afirmação do partido, nem que para isso tivesse de se colocar ao lado dos partidos da direita e da extrema-direita cujo sentido da votação já tinha sido divulgada.

Gostaria que o BE e Catarina Martins nos explicassem porque é que em orçamentos anteriores por exemplo, na proposta de Orçamento do Estado para 2020 o Governo previa  gastar mais 600 milhões com a recapitalização do Novo Banco através do Fundo de Resolução e o sentido de voto do BE foi a abstenção, mas agora para o orçamento para 2021, quando não há verbas incluídas para aquele banco vota contra. Também no OE para 2019 tendo em conta a performance de 2018, o Fundo de Resolução, através do Estado injetou um montante significativo e o BE votou a favor.

A fantochada que Catarina Martins e o BE têm andado a representar através de guiões teatrais para nos fazerem crer que para eles são essenciais resultam em incoerências que esta extrema-esquerda vai paulatinamente cometendo. É, portanto, evidente que, apesar dos momentos difíceis que atravessamos causados pela covid-19 e que deveria ser de convergências o BE mobilizou arranjos argumentativos próprios para se poder distinguir dos votos de outros partido mesmo do PSD e dos neoliberais radicais juntamente com a extrema-direita. Mas, por mais argumentos que arranje a evidência é que o voto da extrema-esquerda do BE acomodou-se aos votos da direita numa coligação negativa.

A oposição de direita, digo do PSD, acordou agora da letargia em que se encontrava, apesar de Rui Rio sempre ter afirmado que punha o interesse nacional acima do interesse partidário contribuindo para a união em torno do combate à pandemia e à crise por ela causada.  Este estado de graça parece ter terminado quanto ao orçamento para 2021 quando António Costa teceu críticas ao PSD salientando que não precisava dele para nada. à atuação no que se refere à pandemia covid-19.

Em abril deste ano, em plena pandemia, Rui Rio lamentava que, “na vida política, haja quem não esteja disposto a combater "o inimigo comum" e prefira agravar os ataques aos governos em funções, aproveitando-se partidariamente "das fragilidades políticas que a gestão de tão complexa realidade acarreta". E eis que se começa a discutir o OE para 2020 numa fase ainda mais grave do que a primeira é o mesmo Rui Rio que com base em afirmações do primeiro-ministro António Costa, diga-se pouco oportunas para a altura, anuncia que iria votar contra o OE21. Assim, quando a gravidade da crise exigia uma “postura eticamente correta” ou “patriótica” para poupar o país aos riscos de uma crise política, Rio surpreende, muda de registo e faz a pirueta sem correr riscos de se estatelar. Se ele é um político diferente, como gosta de proclamar, não é por não saber usar o oportunismo.

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publicado às 18:18

Chega-Balões.png

Há circunstâncias em que nunca é demais escrever por outras palavras sobre o que outros já escreveram quando se trata de soluções que, para satisfazerem clientelas e interesses partidários, e que comprometem a vida de todos e que mais tarde pagaremos com sacrifícios como os já suportados no passado com intervenções externas para gerirem os dinheiros que nos emprestaram.

Os últimos quatro anos foram compensadores e recuperamos com credibilidade e acerto das contas públicas e progressiva diminuição do desemprego, e tudo graças ao Governo do Partido Socialista, António Costa e dos partidos à sua esquerda, PCP e BE, estes com grande ginástica partidária.

Em tempo de sacrifícios sociais acrescidos por fatores psicológicos gerados por uma pandemia que nos chegou de fora o BE e o PCP pretendem agora que lhes seja dada a lua e o sol com pretensões de transformar este pequeno país em tamanho numa espécie amostra venezuelana. O governo socialista vai atrás e está a soprar o balão que irá encher o partido de ideias loucas e sem nexo que é o partido Chega. Ideias loucas e sem nexo que não devem nem podem ser desvalorizadas porque há eleitores que ficam sem jeito e vai de votar de seguida só para chatear. O Chega vai fracionar-se e abriu caminho a um novo partido Liga Nacional que vai integrar elementos do Chega e é declaradamente da extrema-direita dizendo que não o é, e até afirma que defende uma “democracia” com o aumento da autoridade do Estado e pretende ainda, diz, ter vontade de conquistar votos em todos os quadrantes políticos.

Mais um partido extremista com que o governo PS e António Costa podem vir a contribuir se continuarem a insuflar aqueles balões.

O perigo está no aproveitamento populista a partir das “deixas” que o primeiro-ministro António Costa e o PS têm andado por aí a sinalizar sem que o BE e o PCP se importem muito com isso visto estarem mais interessados no que se vai passar em relação ao Orçamento de Estado para poderem brilhar com mais um fartar vilanagem de distribuição daquilo há e do que não há já com olhos postos naquilo que para aí deve vir.

O primeiro superavit (excedente orçamental) na nossa democracia vai dar origem a um dos maiores défices da democracia assim como a dívida pública vai disparar sem certezas sobre o crescimento do próximo ano. Apesar deste cenário nada confortável apenas se discutem o interesse por parte dos radicais de esquerda (mais do BE do que do PCP) exigências sobre mais despesa pública, regressões em áreas onde começava a existir estabilidade, refiro-me a medidas no que respeita ao mercado de trabalho. Apenas se ouve falar em subsídios sociais, aumento de funcionários públicos, de investimento, de salário mínimo. Os radicais de esquerdem querem tudo, mais e mais. Isto parece um regresso ao passado troika. Nem aprece que estamos a viver uma das piores crises de sempre.

A inoportunidade de uma crise política que possa ser criada neste momento de crise económica e social nem tudo justifica, fazer concessões é uma coisa irresponsabilidade pelo aumento exagerado e até disparatado da despesa em áreas não essenciais neste momento é outra.

Se lermos as últimas sondagens verifica-se que a imagem do Governo e de António Costa estão em queda. Mas não basta verificar o facto devemos terá curiosidade de saber a causa, o porquê.

Já não refiro aquela estratégia falhada de António Costa aceitar convite para integrar a lista de honra da candidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica nem no afastamento do afastamento de Vítor Caldeira (embora dentro da lei) que teria sido afastado por causa do parecer crítico que o Tribunal de Contas elaborou relativamente à lei das contratações públicas que é outra barracada que abre portas a corrupções e ao fartar vilanagem quando chegarem os dinheiros da U.E., entre outras. Admira-me que esta última tenha tido a cumplicidade de Rui Rio e a aquiescência do Presidente da República.

A menos de um ano de eleições autárquicas é incompreensível a preocupação do Governo em criar mais 600 novas freguesias, 600 novos lugares para os partidos eleitos, o que implica mais presidentes de Junta, mais membros dos partidos eleitos e a que se junta quem faz parte das Assembleias de Freguesia, isto depois de se terem eliminado 1168 freguesias e quase 10 mil cargos poupando dezenas de milhões sem cria problemas ao poder local. Mais um sopro para os balões da extrema-direita poderem berrar aos quatro ventos sobre os lugares criados para clientelas políticas. Mais despesa para o Estado.

Não há almoços grátis e o BE e o PCP são uns dos interessados que já em 2016 tinham entregado no Parlamento projetos de lei para propor a reposição das freguesias extintas ou anexadas ou que se juntaram. Será isto também uma exigência daqueles partidos para fazerem passar o orçamento?

Qual será então a quantidade de cargos que resultará de 600 novas freguesias? Segundo o Polígrafo «a Lei n.º 169/99 estabelece “o quadro de competências, assim como o regime jurídico de funcionamento, dos órgãos dos municípios e das freguesias”. No seu artigo 3.º define-se a composição das assembleias de freguesia: “A assembleia de freguesia é composta por 19 membros quando o número de eleitores for superior a 20.000, por 13 membros quando for igual ou inferior a 20.000 e superior a 5.000, por nove membros quando for igual ou inferior a 5.000 e superior a 1.000 e por sete membros quando for igual ou inferior a 1.000”, pode ler-se. “Nas freguesias com mais de 30.000 eleitores, o número de membros anteriormente referido é aumentado em mais um por cada 10.000 eleitores para além daquele número”». 

Se todas as novas 600 freguesias elegessem o número mínimo de representantes, seriam criados 4.200 novos cargos. No máximo, se todas elegessem 19 representantes, seriam 11.400 cargos. Em qualquer dos casos, o número ascenderia aos milhares. Pode ler mais aqui.

Esperemos que o Presidente da República mantenha o que afirmou ao dizer que não aceitará mexidas nas freguesias em vésperas de eleições autárquicas.

Temo é que António Costa tenha apanhado a covid-19 que lhe atacado a cabeça e lhe tenha provocado um sintoma desconhecido que lhe tenha transtornado a zona do bom senso que sempre teve.

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publicado às 19:36

Ditos e escritos do Facebook

por Manuel_AR, em 03.10.19

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CDS suspendeu campanhas pela morte de Amália e de irmã Lúcia, mas Cristas continua na estrada apesar da morte de Freitas do Amaral. Mudastes de ideias?... toma lá e embrulha. Assim funciona a democracia do CDS.

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Com maioria absoluta do PS ainda todos podemos conviver, sim, até a direita, com maiorias do BE e do PCP e outros de direita que há por aí é que já tenho as minhas dúvidas. Conviver com aceitação democrática.

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Como Tancos salva a direita de si própria

O homem que esvaziou o Porto como está a esvaziar o PSD - massa crítica, identidade, desígnio, lá vai carregando a caravana pelas ruas do país longe das arruadas laranja de outrora. Como no Porto, talvez estas eleições sirvam para renovar o partido, uma vez terminadas. Trazer chama e visão à liderança do PSD urge, porque é fundamental para o país que a direita se reencontre como parceira de um centro comum para esvaziar a chico-espertice saloia da ladainha populista.

Pedro Abrunhosa no jornal Público.

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Quem nos diz que, se Rui Rio fizesse tudo o que está a prometer não levaria o país a entrar numa nova crise?

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Quem é o grande inimigo do BE e do PCP? É direita? NÃO! É o PS.

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Quem é que o BE e o PCP estão a ajudar. O PSD, claro!

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O PSD agradece a ajuda do BE e do PCP!

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A advogada Ana Pedrosa foi convidada para integrar as listas às legislativas, do Partido Aliança. A santanete respondeu numa entrevista:

Tem receio de uma maioria absoluta do PS?

Honestamente, não sei se é pior uma maioria absoluta do Partido Socialista ou uma nova geringonça. Tenho muito medo de uma nova geringonça. Pessoalmente, acho que é pior uma nova geringonça. Tenho muito receio da imposição moral, da tentativa permanente de destruição de valor que tem esta extrema-esquerda que apoia o PS…. Assusta-me muito ficar refém da extrema-esquerda.

Lurdes Rodrigues no Público:

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"É pena que Tancos tenha tomado conta desta campanha eleitoral. Percebe-se: Rui Rio e Assunção Cristas precisavam de mobilizar as suas bases, bastantes desmotivadas. Caiu-lhes no colo o tema de que precisavam para dramatizar e provar ao seu eleitorado potencial que são capazes de ser bravos, acutilantes, guerreiros, que são capazes de ser oposição. E assim se foi o que as campanhas eleitorais têm de melhor."

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A coordenadora do Bloco de Esquerda é uma atriz extraordinária. Passou rapidamente do papel da ativista antissistema, revolucionária e contestatária para uma sedutora política calma e cooperante. Porquê? - Perguntam vocês. Para caçar aqui e ali uns votinhos de um ou outro indeciso ou descontente com o radicalismo de outros.

Não, ela não é falsa. Faz parte do número de teatro a que a caça ao voto a obriga. Objetivo principal, apenas um só: evitar maioria absoluta do PS.

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Tancos agora outra vez? Acham que a maioria dos portugueses são tontinhos ou quê?

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No tempo de Salazar a direita utilizava todos os meios para neutralizar e difamar quem se lhe opunha. Atualmente a direita utiliza a mesma estratégia para o mesmo efeito.

Tudo o que Rui Rio disse sobre julgamentos na praça pública caiu por terra. Ele utiliza agora o que criticou.

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A direita, PSD e CDS, e seus meninos de coro, sem nada na mão, oferecem-nos Tancos.

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Da Revista Der Spiegel:

Primeiro Ministro de Portugal António Costa.

Ele sabe como tirar um país da crise

O primeiro-ministro de esquerda, António Costa, salvou Portugal da falência. Enquanto isso, a economia está crescendo. Agora ele está prestes a ser reeleito. Qual é a receita dele para o sucesso? Por Helene Zuber

20 de setembro de 2019

Quando António Costa conhece pessoas, ele as olha diretamente no rosto e sorri para elas. Curioso, o primeiro-ministro português se aproxima de colegas como Angela Merkel, aperta as mãos educadamente antes da entrevista ao vivo na televisão, ouve atentamente os cidadãos que se dirigem às ruas para seu chefe de governo. Ele sempre parece estar de bom humor, com o olhar levemente irônico dos olhos escuros por trás dos óculos sem aro.

O simpático senador Costa, com seu governo de minoria socialista, tolerado pelos comunistas e pelo bloco de esquerda trotskista, resistiu por quatro anos - um feito que quase ninguém esperaria que ele fizesse. Como "Geringonça", a caixa de diálogo, a oposição zombou da aliança quando assumiu o cargo há quatro anos.

No entanto, embora a Espanha tenha sido eleita mais no país vizinho do que a Espanha, Costa tem um mandato bem-sucedido - e ele quer ser reeleito em 6 de outubro. Suas chances de escolha são altas

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Acho que os portugueses já se estão borrifando para Tancos. Serve só para baralhar.

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Rui Rio nas entrevistas mostra-se um exímio vendedor de algo que qualquer um não hesitaria em comprar. O que acontece é que depois o comprador ao abrir o conteúdo acabaria por verificar que o material estava com defeito e que a devolução do material tornava-se difícil.

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Acho que sim! Tudo bem esmiuçadinho para desviar o vazio apresentado pela direita.

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BE e PCP pretendem que a votação no PS seja a mais baixa possível, mesmo que os votos vão para a direita, porque assim têm mais margem de manobra para pressionar o PS para políticas mais à esquerda no contexto da assembleia da República.

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A justiça não para e é implacável. O momento e o tempo por ela escolhidos são os mais oportunos para a aplicar. O tempo da justiça nada tem a ver com o tempo da política. E ainda há quem diz mal dela.

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Há uma nova polémica no PSD. Vários deputados do partido estão indignados com a liderança da bancada parlamentar. Acusam Fernando Negrão de ter usado as suas assinaturas sem autorização e sem os ter informado.

Os visados alegam que o uso sem consentimento faz ainda menos sentido porque estava em causa um pedido de fiscalização para o Constitucional.

Em causa estão assinaturas digitais, mas os parlamentares lembram que neste caso, por se tratar de um pedido de constitucionalidade, deviam ter sido contactados.

O líder da bancada parlamentar do PSD, Fernando Negrão, já admitiu à SIC o que aconteceu. Reconhece que foram usadas assinaturas sem autorização. E que agora, a pedido dos próprios, terá de as retirar e substituir por outras.

Todos os detalhes desta história no Polígrafo/SIC, no Jornal da Noite.

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Rui Rio é um grande propagandista de feira que tem receita para todas as maleitas.

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Então Dr. Rui Rio, punir jornalistas que condenem e tragam para a praça pública o que é da justiça! Onde está a a coerência? Ah! Pois! Isso é só às terças e quintas.

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Rui Rio se ganhar podem esperar pela pancada!

Rui Rio e o rigor das finanças públicas. "Faria igual a Maria Luís Albuquerque, ou pior"

Frase foi dita na reunião da bancada do PSD. Ao Observador Rio explica: perguntaram-lhe se ia haver mudança de rumo, respondeu que rigor nas contas era para manter. "Notícia seria dizer o contrário" (2017).

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Devo ter-me equivocado ao ler os programas da direita. Porque na campanha só os oiço falar em Sócrates, Tancos e laços familiares e nada de propostas! Ou, vá lá, pelo menos promessas mesmo que sejam inexequíveis.

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Sem uma maioria muito significativa do PS fica-se novamente na dependência das esquerdas BE e PCP com as inerentes dificuldades de governação e pior do que a geringonça, ou então caminha-se para ficar na dependência da direita.

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Ira para o Governo e encontrar contas certinhas era tão bom não era?

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As outras famílias (A confirmar).

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Mas, afinal, quem está o BE e o PCP a combater, a direita PSD+CDS ou o PS?

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Que raio de esquerdas BE e PCP são estas que parecem estar a favorecer a direita!

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Mas ainda há quem acredite nas patranhas de Rui Rio e no vazio das suas propostas?

É verdade já me esquecia, tem as propostas de Tancos!

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"O candidato melhor colocado para vencer é o que conseguir convencer o eleitor de que as suas promessas correspondem aos seus interesses e são para cumprir. A “mentira tem pernas curtas”!.

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"João Almeida, na qualidade de deputado do CDS, no programa “Prós e Contras” de 23 de outubro 2013, culpou os eleitores pelo facto dos partidos que ganham eleições mentirem durante a campanha eleitoral.

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Na opinião do candidato do CDS na coligação “Portugal à Frente” pelo círculo eleitoral de Aveiro, “se os partidos dissessem a verdade aos eleitores, e afirmassem que iriam cortar salários e pensões de reforma, aumentar os impostos perderiam as eleições”.

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Ao concluir o seu raciocínio afirmou: “os eleitores obrigam-nos a mentir”, disse uma vez Almeida do CDS.https://www.diariodaregiao.pt/…/a-dificil-arte-de-conquist…/

Promessas eleitorais.png

Sobretudo as que ele sabe à partida que são impossíveis de cumprir. Talvez endividando mais o país gastando as reservas conseguidas. Ou será que vai ser um despesista sem critério como acusava o PS no passado o PSD ?

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Em memória do CDS

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Alfredo Barroso

29 de setembro às 11:55

QUANDO A ASSUNÇÃO CRISTAS FALA, PARECE-ME ESTAR A OUVIR O ANÚNCIO DA "NUTRIBALANCE" QUE TONIFICA E EMAGRECE (O CDS?)...

Não sei se já ouviram aquele anúncio da "Nutribalance" em que várias donas de casa - com aquele tom de voz mavioso e sabichão da líder do CDS-PP numa prova oral de Direito - testemunham os bons resultados do método tão 'tonificante' de 'emagrecimento', o qual, neste caso do CDS-PP, já está nos 3,6% de intenções de voto nas sondagens... - A.B.

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O CDS PRODUZ E DIVULGA NOTÍCIAS FALSAS

Os senhores da campanha do CDS enviaram para os jornalistas por Whatsapp mensagens a dizer que Rui Moreira do Porto ia apoiar o CDS e os jornais publicam sem confirmar? Será que os senhores jornalistas já pactuam com "fake news"? Rui Moreira já desmentiu. Mas os media não deram a esse desmentido o mesmo relevo à notícia. Depois há jornalista que ficam todos ofendidos quando os contrariam.

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Rui Moreira não vai à Casa da Música

Rui Moreira acaba de negar, no Facebook do PÚBLICO, a notícia de que esta noite estará ao lado de Assunção Cristas num espectáculo da Casa da Música. "É falso. Nunca apoiei o CDS e não vou apoiar o CDS. Aliás, não vou logo à Casa da Música. Não fui consultado sobre esta notícia", escreveu o presidente da Câmara do Porto. A informação foi enviada a meio da tarde pelos órgãos oficiais do CDS, por Whatsapp, para todos os jornalistas que acompanham a caravana do partido.

Apesar de ter enviado a informação, o CDS faz questão de clarificar que nunca anunciou a ida de Rui Moreira ao espetáculo, com Assunção Cristas, como um apoio formal à líder. No entanto, o gesto - vindo de um autarca que estabeleceu uma coligação pré-eleitoral com o CDS na Câmara do Porto - tem um significado político.

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Onde é que Rui Rio foi desencantar esse tal super cérebro das finanças que nunca apareceu em lado nenhum e que Rui Rio foi retirar por detrás do biombo das arrumações?

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Será que Rui Rio e o seu fiscalista, desculpem economista, ou sabemos lá o quê), teriam estofo para se baterem junta da UE por Portugal ou, se ganhassem, iriam para lá encher pneus como o fez Passos Coelho?

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O senhor génio das finanças de Rui Rio que ainda ninguém viu nem ouviu (ou estarei enganado?) não é aquele que foi assessor de Cavaco?

 

 

 

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publicado às 13:11

UM PERFIL DE RUI RIO E O OPORTUNISMO DO BE E DO PCP-PEV
- uma confissão política de ALFREDO BARROSO

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... o que mais me dói é ver o BE encostar-se ao PCP-PEV e às direitas, dirigidas por demagogos de meia-tigela como Rui Rio e Assunção Cristas.

O que sinceramente mais me impressiona quando vejo e oiço Rui Rio a barafustar na televisão, é que o seu discurso político tem a espessura duma lâmina barbear, a subtileza dum tijolo e a consistência do puré de batata. Dá a impressão que ele se fia numa péssima intuição, nos seus rancorosos instintos, e nunca no conhecimento da realidade que o cerca. Rui Rio comporta-se cada vez mais como um demagogo populista e não como um "homem de Estado". Como diria Hermann Rausching (1887-1982),«as dificuldades só existem na imaginação». Rui Rio terá compreendido que «as banalidades, quando são ditas com uma forte convicção, actuam como evidências, e nem sempre se fará a diferença entre as "grandes ideias simples" e as "pequenas ideias simplistas"». À força de simplificar ideias e conceitos, os demagogos acabam muitas vezes por acreditar que também a realidade se deixará simplificar, rectificar, negar...
Dito isto sobre o presidente do PPD-PSD, o que mais me dói é ver o BE encostar-se ao PCP-PEV e às direitas, dirigidas por demagogos de meia-tigela como Rui Rio e Assunção Cristas, para colaborarem em mais um episódio carnavalesco da farsa de Tancos, desta vez na Assembleia da República e em plena campanha eleitoral. Que vergonha!
Como pude eu estar disposto a votar no BE, supondo que iria assim contribuir para evitar a maioria absoluta do PS, quando o que agora constato é que há uma conjugação objectiva do PPD-PSD, do CDS-PP, do BE, do PCP-PEV (eiro e vezeiro nestas "conjugações"), do Ministério Público e deste Presidente da República (leiam o Expresso do passado dia 28 de Setembro), para dar cabo de qualquer Governo do PS.
Ainda acredito (cada vez menos) na hipótese das Esquerdas terem de se "conjugar" para sustentarem um Governo do PS. Mas temo que, se isso suceder, à primeira grande contrariedade política, o BE, o PCP-PEV, o PPD-PSD, o CDS-PP, assim como os principais sindicatos da esquerda (Professores, Funcionários Públicos e etc.) e da direita (Médicos, Enfermeiros, Camionistas e etc.) não hesitarão em conjugar-se outra vez, objectivamente, para permitirem que este Presidente da República dê cabo desse Governo dissolvendo a AR. Ele anda "danadinho" por fazê-lo, e só não o fará se não for reeleito...

Campo d'Ourique, 1 de Outubro de 2019

 
 
 
 
 

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publicado às 20:38

Maioria absoluta.png

Se hoje Portugal ultrapassou cinco países na lista que a direita utiliza para desvalorizar as conquistas dos portugueses e se Portugal cresceu mais do que a Espanha em 2017, 2018~, e está a crescer mais em 2019, e se somos uma economia mais forte, com contas públicas certas e equilibradas, não se pode colocar em causa o rumo que seguimos que o PSD pretende "efabular" com um perigoso choque fiscal.

Numa decisão consciente de voto há que ponderar vários fatores. Um dos que deve ser considerado é o que interessará mais ao país e às pessoas. Analisemos cada um deles.

Uma maioria relativa do Partido Socialista trará provavelmente a prazo instabilidade política idêntica à de Espanha e de Itália. Em primeiro lugar porque a configuração da

Assembleia da República, órgão legislativo do Estado Português com competência legislativa que resultar das eleições é que irá decidir durante os próximos quatro anos de mandato as votações a favor ou contra de legislação importante para o país como, por exemplo, o Orçamento Geral do Estado.

O que poderá então acontecer caso o Partido Socialista vença com maioria relativa?

  1. Se no Parlamento houver uma maioria de esquerda como na anterior legislatura o PS ficará “refém” do PCP e do BE para aprovação de leis importantes, a menos que faça acordos à direita, o me parece ser pouco provável.
  2. Poderá ser aprovada com votos da extrema esquerda PCP e BE e da direita uma qualquer eventual moção de censura ao governo que, entretanto, estiver em funções.
  3. A situação mais gravosa poderá ser a não aprovação do Orçamento Geral do Estado nos meses seguintes à tomada de posse do Governo antes do final do ano se a extrema esquerda e a direita assim entenderem cada um apresentando razões próprias.
  4. Qualquer destas circunstâncias poderá ser ultrapassada com consensos e negociações o que desvirtuará as propostas apresentadas pelo Governo o irá ter, posteriormente, reflexos no país e na população em geral porque poderá condicionar a aplicação do programa do partido no governo.
  5. Se tudo correr sem incidentes os próximos quatro ano serão idênticos aos que agora terminam. PCP e BE com exigências irrealistas e desadequadas às circunstâncias atuais do país e do mundo e ameaças de greves constantes para criar instabilidade social.

O que poderá então acontecer caso o Partido Socialista vença com maioria absoluta?

  1. Provavelmente a extrema esquerda, PCP e BE farão todos os esforços para iniciar contestação social através de greves, contestações, manifestação e outras formas de protesto a que, a algumas das quais, a direita se associará.
  2. Poderá haver a possibilidade de falha de estabelecimento de diálogo com as outras representações no Parlamento. Mas, considerando ser António Costa o primeiro-ministro, isso será muito pouco provável.
  3. A questão que a direita levanta sobre os “boys” isso será também pouco provável vir a acontecer visto que já foi assumido como erro no passado e por experiência própria durante esta legislatura, o que pode deixar de trazer de polémica.
  4. Um Governo com maioria absoluta poderia vir a ser politicamente estável o que seria benéfico para a tomada de decisões e efetuar reformas necessárias que não poriam em causa as pessoas dadas as características dialogantes do próprio partido do Governo com as restantes forças do parlamento.
  5. Poderá haver, mesmo com uma maioria absoluta, negociações entre partidos quer à esquerda, quer à direita, para consensos sobre reformas necessárias e abrangentes para o país já que António Costa apresenta para isso predisposição.

As propostas de Rui Rio do PSD para baixa de impostos até 2023, isto é, a baixa de impostos vai ficar próximo da campanha eleitoral que será em 2024. Depois logo se vê! Será que é para depois ter de aumentar novamente os impostos. São meras contas de ilusionismo que resultarão em desbaratar tudo o que se conseguiu durante quatro anos.

E, para terminar, aspetos positivos executados pelo PS, e, justiça seja feita, algumas com a participação do PCP e BE:

 Após ter sido um país insolvente e na penúria, urge mostrar a realidade que muitos pretendem apagar graças a António Costa e ao seu Governo, o resto é mero clubismo e cegueira partidária:

 

- Acabaram os cortes nas pensões;

- Acabaram os cortes nos salários;

- Acabaram os cortes no IRS (CES);

- Reduziu-se o IVA da restauração;

- Aumentou-se o salário mínimo;

- Aumentou-se o abono de família;

- Aumentou-se o subsídio de inserção social;

- Aumentou-se o complemento solidário para idosos;

- Aumentou-se o subsídio de desemprego!!!

- Descongelaram-se os salários da Função Pública;

- Descongelaram-se as pensões;

- Aboliu-se o corte de 10% no subsídio de desemprego;

- Aumentaram os escalões de IRS!!!

- Devolveram o subsídio de férias e de natal;

- Reduziram o horário de trabalho;

- Revolveram 4 feriados;

- Manuais escolares gratuitos;

- Bónus no IMI por cada filho;

- Aumentaram as deduções fiscais;

- Grande redução dos passes nos transportes públicos;

- Manuais escolares gratuitos;

- Acabou-se com o Pagamento Especial por Conta;

- Reduziu-se a dívida pública de 130% do PIB para 123%!

- Portugal cresceu acima da média da União Europeia!!!

- Reduziu-se a taxa de desemprego de 12% para 6%!!!

- Inverteu-se o saldo migratório de negativo para positivo;

- Pagamos de juros de dívida pública menos 2.000 milhões de euros do que pagámos em 2015!!!

- A remuneração média mensal dos trabalhadores por conta de outrem subiu 8,2% em relação a 2015;

- As exportações sofreram um forte aumento de cerca de 20%!!!

- Deu-se um alívio fiscal em IRS de mais de 1.000 milhões de euros!

- O Investimento subiu mais de 20%!!!

- Foram concluídas as 100 Unidades de Saúde Familiar prometidas no programa de governo...

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publicado às 16:54

Catarina do BE_2.png

O PCP e o BE são paladinos a lutar para reduzir votos no PS que voam diretamente para a direita.

Qualquer extrapolação que comentadores que pretendam fazer sobre as eleições regionais da Madeira para um impacto nas eleições de 6 de outubro no Continente são meras especulações. Nunca assim foi. A única evidência é que isoladamente o PSD da Madeira perdeu a maioria absoluta que detinha e que o PS triplicou o seu número de deputados. Resta ao PSD pedir ajuda ao CDS que, por isso mesmo, é o vencedor estratégico porque passou a ser um partido charneira.

Para o Continente o certo é que, até hoje, as perdas ligeiras apresentadas nas sondagens para o PS e as ligeiras recuperações do PSD não apontam para que o Partido Socialista venha a ter uma maioria absoluta. A questão que se coloca é se haverá vantagem em que tal aconteça. O certo é que todos os partidos à direita e à esquerda do PS tremem com a possibilidade duma maioria PS.

Inventam-se situações de perigo para o caso de o PS vier a ter maioria absoluta e fala-se de poder levar a alterar a Constituição o que não deixa de ser uma falácia já que, para tal, seria necessário uma maioria de dois terços dos deputados, o que parece pouco provável ainda que volte a haver uma maioria de esquerda no Parlamento, o que parece ser muito provável.

Uma maioria absoluta do PS, apesar de alguns inconvenientes, seria a forma de moderar o radicalismo das extremas esquerdas. O mal que se evidencia é que o PCP e especialmente o BE está a laçar o PS para uma espécie de bloco central século XXI passando estes a ficar como uma espécie de apêndices no Parlamento como eram antes de António Costa os puxar para o arco da política real.

O grande risco de uma maioria absoluta poderá ser a contestação social vária que possa resultar de movimento quer à esquerda, quer á direita, do partido do governo, alguns até por oportunidade estratégica.

Outra situação será a possibilidade de o PS deixar de ficar na área de imposição negocial do BE e do PCP. Recorda-se que em 2015 quando António Costa comunicou a intenção de fazer acordos de incidência parlamentar com aqueles partidos, foi uma sucessão ininterrupta de comentários contra tal acordo, nomeadamente vindas de elementos dentro do Partido Socialista. Francisco Assis insurgia-se escrevendo que “O PS, como já aqui o referi na semana passada, não pode deixar-se aprisionar por compromissos impeditivos da prossecução de uma acção reformista de que o país notoriamente carece”. E pode ler também aqui opiniões sobre as grandes dúvidas.

Manuela Ferreira Leite chegou a afirmar em outubro de 2015 que “O que António Costa está a fazer é um verdadeiro golpe de Estado” e ainda “A interpretação de que a maioria votou à esquerda é uma interpretação verdadeiramente abusiva” que pode ler aqui. Clara Ferreira Alves foi outra das que se insurgiu ao dizer em novembro de 2015 que “(…) caminhamos para a mais grave crise do regime depois do 25 de Abril”.

Ora aqui está! Como o PCP e o BE estão a conseguir retirar votos ao PS que estão a dirigir-se para o PSD. Sim, porque se o PCP e o BE pensam obter votos vindos dos eleitores PSD e do CDS bem podem tirar o cavalinho da chuva. É por isso que, a direita, neste momento, está a recuperar votos e com isso rejubila. O PCP e o BE são os paladinos que lutam para captar votos ao PS que voam diretamente para a direita.

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publicado às 13:06

O simbólico na política

por Manuel_AR, em 04.02.19

Política e religião.png

Deus e o Diabo passaram a ser moda na política, sobretudo para alguns políticos com grandes responsabilidades para com os seus países que aproveitam a fé e as crenças das populações utilizando o nome de Deus em vão. Pretendem fazê-las acreditar que a sua eleição, consequentes procedimentos e condutas foram e serão emanadas da vontade de Deus, símbolo da Divindade principalmente pai, juiz, todo-poderoso e soberano.

Também nas monarquias absolutas (absolutismo) as correntes da teoria política faziam acreditar ao povo na doutrina do Direito Divino dos Reis, que defende que a autoridade do governante emana diretamente de Deus, e que não podem ser depostos a não ser por Deus.

Raramente referem o Diabo também conhecido por demónio, é o símbolo do malvado e simboliza todas as forças que perturbam, ensombram, enfraquecem a consciência e a fazem virar-se para o indeterminado.  O seu papel é, segundo a mitologia judaico-cristã, o de despojar o Homem da graça de Deus para o submeter ao seu próprio domínio.

Em Portugal o Diabo estreou-se na política com Passos Coelho a dizer que ele, o diabo, vinha aí aquando do acordo parlamentar do PS como o PCP e o BE. Passos Coelho, aos despedir-se dos deputados do PSD, numa mensagem catastrófica disse-lhes que “Gozem bem as férias que em Setembro vem aí o Diabo”.

Há poucos dias ouvimos António Costa a recuperar o Diabo e a dizer que a: extrema-direita ataca Europa para "reeditar todos os diabos”. Diabo, aqui no sentido alegórico sobre o desentendimento no passado entre as nações europeias que culminaram em guerras.

Bolsonaro no Brasil invocou várias vezes o nome de Deus durante a campanha eleitoral e na tomada de posse. Aproveitou a boleia das seitas evangélicas que utilizam a religião mais para fins lucrativos do que para elevação dos espíritos, e por lá foi dizendo que : "Também quero agradecer a Deus por esta missão, porque o Brasil está numa situação um tanto complicada, com uma crise ética, moral e económica, tenho certeza de que não sou o mais capaz, mas Deus capacita os eleitos", isto é, não é o “mais capacitado, mas Deus capacita os escolhidos”.   Depois de ter sido eleito Jair Bolsonaro foi a um culto na Assembleia de Deus Vitória em Cristo do pastor evangélico Silas Malafaia, que o apoiou na campanha e celebrou o seu casamento com Michelle Bolsonaro.

Recentemente Donald Trump em 18 de fevereiro de 2018 no twitter “O lema da nossa nação é em Deus que confiamos”. Donald Trump disse à CNN a Jake Tapper que "tem um ótimo relacionamento com Deus" e com os evangélicos. Isto foi em 12 de janeiro de 2016. Por sua vez, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, disse em  12 de maio 2018 que "a fé na América está voltando a crescer" - graças ao presidente Donald Trump.

Os políticos ao incluírem Deus nos seus discursos sabem que as crenças religiosas têm ainda muita força na consciência das pessoas e que são fatores que ainda atraem eleitores menos esclarecidos. Quando os políticos, incorporam conceitos religiosos, independentemente de estarem a testemunhar as suas convicções e sentimentos religiosos pode ser que estejam também a utilizar a religião como uma instrumentalização para reforçarem um discurso de legitimação. Isso porque a religião, pelo facto de ser um elemento constitutivo da cultura de um povo, tem poder de persuasão.

 Na Venezuela temos em presença Deus e o Diabo em luta pelo poder, não literalmente, está claro. A oposição a Maduro liderada por Juan Guaidó, que se autoproclamou Presidente interino, declarou, perante uma concentração de milhares de pessoas, no leste de Caracas: " Hoje, 23 de janeiro, na minha condição de presidente da Assembleia Nacional e perante Deus todo-poderoso e a Constituição, juro assumir as competências do executivo nacional, como Presidente Encarregado da Venezuela, para conseguir o fim da usurpação da Presidência da República, um Governo de transição e eleições livres",

O BE não fala de Deus nem do Diabo, mas quer tudo e mais alguma coisa que só Deus conseguiria dar. O BE quer tudo e mais alguma coisa, mas também não quer. Quer aumentos salarias para toda a função pública, quer a contabilização de toda a carreira para os professores, quer enfermeiros sejam ouvidos e que o Governo ceda a todas a reivindicações. Quer cobrar mais impostos às empresas e às empresas como se já não bastasse o sugadouro do Estado que depois vai para as reivindicações muitas vezes irrealistas da função pública exigida pelos sindicatos. Quer mais saúde, isso todos queremos, enfim, quer tudo, mas não quer tudo. É também contra a “U.E. da austeridade”, não sabemos é se quer outra, é contra os EUA…

Quanto à Venezuela, O BE se por um lado, não quer que Portugal reconheça Juan Guaidó na Venezuela, por outro, também não quer Maduro. Quer defender uma mediação internacional para eleições livres, mas não diz que mediação. Será a dos EUA, da ONU, de Cuba, da China, da Rússia? De todos ao mesmo tempo? Parece que por aqui Deus e o Diabo andam de mãos dadas.

Por último há ainda o oportunismo direitista daquele execrável e tendencioso programa de José Eduardo Moniz na TVI, “Deus e O Diabo” porque chama muito pelo Diabo e muito pouco por Deus. Por isso dizem muitas seitas religiosas que o diabo está em todos o lado causando toda a espécie de mal. Nesse contexto o diabo torna-se ferramenta do poder das Igrejas católicas e evangélicas e do Estado, o diabo adquire consistência explicativo da realidade quando as pessoas não conseguem encarar e superar as dificuldades.

 

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publicado às 18:33

Rui Rio na oposição.png

Apesar de Rui Rio ser direita e do PSD gosto dele enquanto político. Gosto de o ouvir, embora discordando quanto ao conteúdo da mensagem, mas não da forma. É direto, espontâneo e revela de certo modo honestidade no que diz e no que pensa. É um social-democrata atual na sua essência. Revela falhas quanto aos argumentos para fazer oposição, mas percebe-se o que diz, e isso é perigoso para quem está no poder porque pode levar alguns na sua boleia. Apesar de tudo esta apreciação não inibe a minha capacidade de o criticar como líder da oposição e à direita que ele representa.    

Assim, aqui vamos nós. Logo após a relativa consolidação de Rui Rio como líder do PSD, Luís Montenegro tentou transformar em vitória a sua derrota ao afirmar que a sua “iniciativa teve um efeito inegável: acordou um gigante adormecido" e “estou de consciência tranquila, disponibilizei-me para o meu país e para o meu partido numa hora difícil”, e, ainda, que “ficou mais aguerrido como opositor ao Governo e a António Costa. Luís Montenegro disfarçou a sua derrota numa vitória do PSD porque, graças a ele, conseguiu tornar o partido mais vivo e que agora o partido tem melhores condições para garantir "unidade interna", fazer "uma oposição firme e efetiva" e concentrar-se em conquistar "uma terceira vitória nas legislativas de forma consecutiva".

Rui Rio ajuizou, de facto, as recomendações do ex-líder parlamentar do PSD e parece que ficou com imperatividade para fazer oposição e, fazendo uma fuga para a frente critica o Governo de António Costa. Rui Rio diz existir uma contestação social ao Governo vindo de vários setores e isso é, deduz-se que é devido à má governação.

O que Rui Rio não explica é que essas contestações que aparecem sob a forma de greve e de outras formas de luta são. muitas delas, implicitamente apoiadas pela direita PSD e CDS e que na sua maior parte são devido a cadernos reivindicativos para aumentos salariais dos funcionários do Estado, outras associadas ao descongelamento de carreiras, contra os estatutos profissionais, progressões nas carreiras, contagem do tempo de serviço desde o congelamento, em que sindicatos e até, vejam só, ordens profissionais como a dos enfermeiros estão envolvidos. Alguns bastonários das ordens mais parecem ser umas vezes sindicalistas e outras vezes até falam como se estivessem a fazer oposição encomenda pela direita.

Numa perspetiva de coerência de demonstração da validade das suas afirmações Rui Rio não devia apenas evidenciar aquelas contestações. Como líder da oposição deveria também dizer ao país como resolveria o problema dessas contestações e com que recursos, caso fosse eleito. Será que, nesse caso, Rui Rio cederia a todas essas reivindicações colocando em perigo o que se conseguiu nos últimos anos?    

Se o executivo, como diz Rui Rio, “governa para agradar ao momento”, e que “não tem estratégia económica”, o mesmo podemos dizer da estratégia oposicionista que está a fazer que mais parece ser para agradar à oposição interna que lhe fazem os neoliberais do PSD. Oposição por oposição não chega! Se acusa o Governo deve mostrar aos potenciais eleitores com dados objetivos o que está mal deixando de fazer também oposição através de mensagens mais ou menos populistas no Twitter e outras redes sociais. Será que, se o PSD fosse governo, abriria as comportas ao despesismo do Estado?

Rui Rio acusa o executivo de não ter estratégia “de crescimento económico, porque o “Governo ao longo de todos estes anos se preocupou fundamentalmente em pegar em todas as folgas que a conjuntura permitia e distribuir pela lista de reivindicações feitas pelo Partido Comunista, e feitas pelo Bloco de Esquerda”, e que “isto significa que esqueceu completamente o futuro”. Vamos lá ver se nos entendemos! Se houve distribuição pela lista de reivindicações feitas pelo PCP e pelo BE como é que então explica a contestação social que diz existir e que é devida ao que anteriormente referi.

Por outro lado, a afirmação de “que se esqueceu completamente o futuro” mais parece ter sido tirada de um discurso de Passos Coelho quando estava no poder e se preocupava apenas com o futuro deixando na margem do caminho, votados ao esquecimento, todos os que viviam no presente. Claro que é importante precaver o futuro e é isso que parece estar a ser feito, mas que à oposição tanto incomoda quando critica a continuação da austeridade.

Rui Rio insiste, referindo-se ao Governo, que “Não fizeram nada pelo investimento privado, baixaram o investimento público, degradaram a taxa de poupança, agravou-se o endividamento das famílias, atingiu-se a maior carga fiscal da história de Portugal”. Se assim é, como é que a direita reverteria esta situação? É o que todos nós, portugueses, necessitamos de saber para que não se regresse novamente como estivemos no passado recente.

Os eleitores só poderão decidir quando se configuram alternativas políticas entre as quais se pode escolher. Até ao momento, Rui Rio e o PSD e, muito menos, o CDS e a faixa de outros partidos satélites de direita que saíram do umbigo do PSD ainda não mostraram o que fariam de diferente quando se apresentam como alternativa ao atual Governo.

Parece-me que Rui Rio propões como solução resolver daquilo que é impossível em simultâneo: resolver o impossível como é o problema da quadratura do círculo, um dos três problemas clássicos da Geometria grega que consiste em construir, usando apenas régua e compasso, um quadrado com a mesma área que a de um círculo dado. Dar resposta a todas as reivindicações, diminuir impostos, acabar com a “degradação dos serviços públicos do tal patamar inadmissível”, como diz, melhorar o SNS e, ao mesmo tempo, duplicar o crescimento.

Luís Montenegro continuará à espreita acompanhado por todos aqueles que até agora não conseguiram os seus intentos para fazer regressar o “passismo” e os “passistas” ao PSD. Era esta a estratégia lançada pelos que apoiaram Montenegro nessa demanda e ele próprio, mas duvido que, se os intentos fossem conseguidos, e Montenegro fosse a líder do PSD, conseguisse ganhar as duas próximas eleições como próprio exige a Rui Rio.

Atenção aos populismos, porque há grandes populismos para os quais olhamos para o lado desconfiados e os populismos para consumo caseiro que, atenção, esses são os mais perigosos!

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publicado às 19:33

Queremos tudo já, não importa como

por Manuel_AR, em 24.11.18

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Segundo o jornal Público a bancada comunista vai votar a favor das propostas do PSD e do CDS sobre a contagem do tempo de serviço que esteve congelado das carreiras especiais da Função Pública, que incluem os professores, e que pretendem retomar as negociações entre os sindicatos e o Governo. Com esta posição assumida no âmbito do Orçamento do Estado (OE) para 2019.

O PCP tenta assim uma aproximação ao PSD, que é determinante na votação das propostas sobre esta matéria já que o PS deverá votar contra, tendo em conta o decreto-lei já aprovado pelo Governo sobre os professores.

As estratégias partidárias no que respeita ao congelamento das carreiras dos professores o PSD, CDS, BE e PCP e PEV cantam em uníssono já numa espécie de campanha pré-eleitoral onde o objetivo é evitar uma maioria absoluta do PS. Parece ser um entendimento para prejudicar o Governo e fazer uma oposição cínica, como o eram as combinações entre várias famílias da máfia que se juntavam para obterem vantagens em negócios (nesse caso ilícitos)  e depois se matavam entre si.

O PSD e o CDS votaram, ano após ano, o congelamento da carreira dos professores, dizendo expressamente que esses anos de congelamento não contariam como anos de serviço. O governo do PSD e CDS, com Passos Coelho como primeiro-ministro, tomou posse em junho de 2011 e durante o seu mandato de 2011 a 2105 o governo deles nada fez para o descongelamento das carreiras. Por outro lado, também nunca vimos do lado das organizações dos professores, especialmente da FENPROF, qualquer movimento para pressionar esse governo a descongelar as carreiras.

2011

2012

2013

2014

2015

"congelado"

"congelado"

"congelado"

"congelado"

"congelado"

365

366

365

365

365

A 1 de janeiro de 2011, então, a carreira voltou a “congelar”, situação que se mantém ainda hoje. Os professores que vincularam em 2013 e anos seguintes, independentemente do seu tempo de serviço, ficaram no 1.º escalão; há milhares de docentes retidos, há 7 anos, nos 4.º e 6.º escalões por nunca ter sido publicada a portaria de vagas para acesso aos escalões seguintes.

Ninguém lhes tira razão o que está em causa é a exigência temporal do pretendido. Não há dinheiro para tudo. Resta saber como a direita reagiria nas mesmas circunstâncias financeiras ao mesmo problema?

Claro que o CDS e o PSD, quando no governo, que foram os que mais arrasaram em direitos e salários a função pública, incluindo os professores, e muitos outros trabalhadores pretendem agora mostrarem-se os seus defensores, cavalgando a onda para obtenção de mais alguns votos.  Pela mesma e outras razões, mas incluídas na mesma maleta, o BE e o PCP pretendem o mesmo apesar de saberem da estreita margem que possam vir a conseguir. O seu número de votos para o PCP e para o BE não irão aumentar substancialmente e, por isso, adotaram outra estratégia bem definida: evitar a maioria absoluta ao PS, mesmo que, para isso, se aliem por conveniência à direita. Só com uma maioria relativa do PS o PCP e o BE podem conseguir uma aliança parlamentar na futura legislatura. Uma versão dois da “geringonça”. Todavia, segundo sondagem da Eurosondagem no dia 16 de novembro de 2018 e mantendo-se as pequenas oscilações parece que a coisa se complica mais para o PCP do que para o BE.

SondagensNov2018.png

Quando começa a verificar-se um ligeiro alívio da crise, sim, apenas ligeiro, que não dá para respirar fundo, as movimentações sindicais e outras inorgânicas da direita e da esquerda querem que tudo seja concedido com uma imediatez impossível. Esquecem-se de que há outros setores que, por não terem capacidade reivindicativa nem de mobilização para manifestações de rua ficam na escuridão vendo outros reclamar para obter o sol. Não são apenas os professores, cada vez são mais os pedem tudo ao Estado quando, no tempo em tudo lhes tiravam, retraíam-se e mesmo quando protestavam nada conseguiam.

Ao contrário do PSD e do CS que congelaram carreiras esquecem-se de que já foram neste momento descongeladas as carreiras de 32 mil professores e que até ao final deste mês,  conforme parece lhes foi prometido, mais 12 mil professores verão a sua carreira descongelada e no próximo ano serão mais 19 mil e até 2020, não haverá nenhum professor que não tenha tido uma progressão na sua carreira. Para quê colocar em perigo as finanças públicas que poderão por em risco aquilo que já foi conseguido e voltar tudo outra vez à mesma. Parece aqui haver uma teimosia dos sindicatos que possa por em causa a autoestima dos seus líderes enquanto dirigentes sindicais.

Para concluir parece que somos um país rico com crescimento económico e PIB exemplares:

Baixar já o IVA das touradas.

Baixar já o IVA dos festivais.

Queremos, já, aumentos salariais acima do razoável.

Queremos, já, integração de precários sem condições.

Querem, já, descongelamento de carreiras e que se conte os anos  e dias dos professores.

Os juízes vão na mesma onda.

Os médicos e enfermeiros também.

A FESAP quer o salário mínimo maior do que no privado. Aqui recordo-me de Passos Coelho quando lançava trabalhadores do público contra o do privado. Teria ele razão?

Etc., Etc.

PCP e BE apoiam. Estarão o PSD e o CDS a reboque?

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publicado às 18:57


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