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Não sou defensor da exploração dos trabalhadores, nem da desregulamentação indiscriminada dos contratos de trabalho, nem do abuso dos horários de trabalho, nem tão-pouco de salários baixos. Todavia, acho que há limites na utilização dos trabalhadores e das empresas como recurso para a concretização de movimentos e formas de pressão, mais ou menos dirigidos, para se obterem dividendos políticos.

O jornal Público numa das suas páginas coloca como título “A paz social na Autoeuropa e outros recados de Natal de Marcelo a Costa” a propósito do Presidente da República ter feito um apelo à paz social na Autoeuropa que pode estar a caminho de uma nova greve.

Não necessito de saber muito do que se passa no interior da Autoeuropa no que se refere à dita luta entre os trabalhadores e a administração da empresa. Basta-me saber o que começa a passar-se quando a CGTP e os sindicatos a ela afetos se intrometem. Não é novidade o que tem acontecido ao longo de décadas e por causa disso muitas empresas saíram de Portugal ou fecharam. Argumento de direita? Chamem-lhe o que quiserem.

Nos últimos anos a anterior Comissão de Trabalhadores negociou com a administração e, normalmente, chegavam a acordo. A Autoeuropa é uma empresa importante para o país e tem sido um dos exemplos de clarividência, quer por parte dos trabalhadores, quer por parte da administração, e um exemplo de como gerir a pacificação social dentro duma empresa, até um dia.

 Esse dia chegou com a infiltração da CGTP de Arménio Carlos, esse dito defensor dos direitos trabalhadores naquela empresa com ânimos agitados pela penumbra que olha em todas as direções onde pode lançar ou aproveitar a discórdia e parece apostada na destruição de empresas necessárias ao país.

Apesar de ter ficado em terceiro lugar com 26,58% nas eleições de outubro passado para a Comissão de Trabalhadores a CGTP está a conseguir manipular os trabalhadores daquela empresa prejudicando a produção e mais agora o sr. Arménio Carlos.

O secretário-geral da CGTP, já se arroga  o direito de falar sobre a estratégia produtiva a médio e longo prazo da fábrica da Autoeuropa em Palmela, que passe pela produção de carros elétricos.

Não sr. Arménio Carlos, não estamos num regime coletivista estatal como gostaria. A Autoeuropa é uma empresa privada e é ela que decide o que irá ou não produzir. Ou será que a que a quer nacionalizar assim como a tudo e acabar com tudo quanto é privado? Até a mercearia da esquina.

A tática da CGTP é sempre a mesma, onde quer que se infiltre é para cria instabilidade nas empresas e nos próprios trabalhadores através de processos reivindicativos, por vezes irrealistas, prejudicando assim as próprias empresas e, potencialmente, os postos de trabalho. Nesta “luta” aparece também o Bloco de Esquerda que, não querendo ficar na sombra, deita achas para a fogueira não querendo ficar atrás do PCP.

A CGTP é uma espécie de rapace que ataca rapidamente sempre que se lhe abre uma oportunidade. Arménio Carlos é um radical de extrema esquerda comandado à distância pelo espírito vanguardista do PCP, levando o BE de arrasto ambos se reivindicando defensores dos trabalhadores. A CGTP segue e fomenta o breviário da instabilidade social nas empresas com promessas vãs de aumentos salariais, redução de horas de trabalho e defesa de direitos para, depois, poderem gritar o estribilho de uma vitória que se poderá vir a ser efémera.

O PCP perdeu parte das autarquias nas últimas eleições, mas quer agora, através da “luta”, ver se consegue mostrar que são os únicos defensores dos direitos dos trabalhadores, por não se ter sido recompensado nas últimas autárquicas. Procura no futuro que lhe coloquem mais uns votinhos nas urnas. Puro engano. Quando os trabalhadores começarem a sentir que poderão perder os seus postos de trabalho porque alguns os conduziram a isso através de vãs e efémeras promessas passarão para o lado do populismo de direita que anda por aí a espreitar.

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publicado às 23:06

Inconsequente sindicalista

por Manuel_AR, em 03.05.16

Bota abaixo.pngNo dia 1 de maio dei-me à paciência e ao trabalho cansativo de ver e ouvir o discurso de Arménio Carlos, presidente da CGTP, proferiu nas comemorações do dia do trabalhador na Alameda D. Afonso Henriques. Correndo o risco de não estar a ser política e sindicalmente correto não me escuso de emitir a minha opinião dizendo que aquele senhor há muito nos tem vindo massacrar com à sua lengalenga discursiva repetitiva ao estilo revolucionário “démodé” de populismo ofensivo, provavelmente para agradar a um muito escasso setor saudosista de outros tempos.

Foi um discurso longo, cansativo, repetitivo nas ideias, sem soluções que não fosse apelo a greves, manifestações que, em vez de ser conciliar e unir os trabalhadores os divide. Todos quantos proporcionam ou venham a proporcionar postos de trabalho ele denomina, com a sua já habitual agressividade e de modo pejorativo, de patronato. Seja ele grande, médio ou pequeno empresário, todos merecem que nas suas empresas se façam greves e reuniões reivindicativas tudo em nome da defesa dos trabalhadores. Quanto ao desemprego nada disse.

Os mais velhos que viveram meses posteriores ao 25 de abril recordar-se-ão de que muitas pequenas e médias empresas, capturadas aos seus proprietários (palavra diabólica para Arménio Carlos), fecharam devido à incapacidade dos trabalhadores para as gerir quando lhes caíram nas mãos pelas reivindicações demagógicas. Casos houve em que esses mesmos trabalhadores tiveram que chamar novamente os proprietários para que pudessem continuar a manter os postos de trabalho.

A demagogia da CGTP e do seu líder Arménio Carlos é uma espécie de veneno entorpecente para as mentes de alguns trabalhadores que ainda cantam e se encantam com uns amanhãs de glória de trabalhar o menos possível e ganhar o mais possível. Poderá dizer-se que afinal o PCP já não é assim. Talvez não, porque a sua linha dura é agora representada por um sindicalista que pensa que ainda se encontra em meados do século vinte.  

 Arménio Carlos continua a pretender apanhar moscas com vinagre. Disse pomposamente que aos cem mil sindicalizados se inscreveram mais cinco mil. O que não diz é os que de lá “fugiram” no mesmo período.

O único trunfo da CGTP são os trabalhadores da função pública porque sabem que estão seguros. Deveria ter tirado lições com a atuação de Passos Coelho que durante o seu mandato governativo e em sentido oposto, também pretendeu apanhar moscas com vinagre e saiu-se mal.

Dirão agora alguns: mas afinal quem escreve isto não pode ser de esquerda. Dirão outros: afinal este é dos nossos. Pois, se assim é, então é sinal que estou do lado certo.

E termino com uma citação de Sérgio Figueiredo, diretor de informação da TVI, do artigo de opinião publicado no Diário de Notícias: “Governar sob protesto é normal. Governar com o protesto é a democracia em si mesmo. Governar em função do protesto é desistir do motivo mais nobre pelo qual se é eleito. O bem comum. Exatamente o contrário daquilo que mobiliza taxistas, produtores de suínos, ambientalistas inconsequentes e sindicalistas da CGTP que inventam pretextos para a greve e inventam as greves para não desaparecerem.”.

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publicado às 19:03

Votos de sucesso

por Manuel_AR, em 24.11.15

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Embora contrariado, o Presidente da República Cavaco Silva, finalmente, indigitou António Costa como primeiro-ministro do novo Governo de Portugal.

A responsabilidade é enorme. Ninguém lhe vai perdoar se falhar e voltar a défices excessivos que eventualmente possam dar lugar a novos resgates. Os partidos que se comprometeram dar apoio parlamentar ao governo PS não podem falhar. A direita que perdeu votos vai andar por aí atenta a tudo e tudo sirva para fazer oposição, por mais sórdida que seja. Aliás, como já tem vido a ser seu hábito.

Logo que a decisão do Presidente da República foi conhecida alguns partidos, nomeadamente o BE através de Catarina Martins perfilou-se frente às câmeras das televisões falando como se o seu partido fosse o principal e único protagonista das mudanças que constam do programa de Governo do Partido Socialista, esquecendo-se que houve outros parceiros na negociação. Nesse aspeto o PCP foi mais comedido. Esperemos que isto não sirva para começar a gerar conflitos tendo como base a propaganda partidária, que a oposição de direita irá aproveitar em pleno. Não é estratégico os partidos que assinaram o acordo iniciarem uma competição onde cada um pretende chamar a brasa à sua sardinha, o que apenas servirá para dar argumentos e razão à direita.

Das centrais sindicais e dos sindicatos nelas filiados espera-se uma contenção reivindicativa responsável.

Ao presidente da CGTP, Arménio Carlos, pede-se uma outra atitude e contenção verbal e parar com a contínua guerra aberta respeitando os outros dirigentes quer da UGT quer das associações patronais, da mesma forma que o respeitam a ele. Refiro-me, neste caso, ao presidente da CIP.

Arménio Carlos, quando fala, parece estar sempre em guerra aberta com todo e qualquer representante das confederações patronais quando em negociação ou em debates. Não negoceia, exige, reivindica, vendo apenas e só um lado da questão, esquecendo-se que existe uma economia para crescer e gerar postos de trabalho. Torna-se por vezes inconveniente, o que pode conduzir a ruturas que, nem agora, nem num futuro próximo, interessam a qualquer das partes, nem aos portugueses. Gerar conflitos apenas ajuda a direita. Não é o momento de vanguardismos de esquerda, mas de calma e consensos. Se assim não for quem ganha sempre é a direita. E, nas próximas eleições, se a direita volta a ganhar, as vítimas serão sempre os mesmos, os que afinal pretendem defender!

Pensem nisto.

 

 

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publicado às 22:47

Dia das bruxas da política

por Manuel_AR, em 30.10.15

Dias das bruxas da política.png

 

Segundo conta a lenda, as bruxas participavam de uma festa chefiada pelo próprio Diabo. Elas jogavam maldições e feitiços em qualquer pessoa, e causavam todo tipo de transtorno. 

Arménio Carlos anunciou em conferência de imprensa uma concentração, em Lisboa, junto à Assembleia da República, realizada pela CGTP no dia em que serão votadas as moções de rejeição ao Governo de direita. Assim, o dia das bruxas da política será comemorado mais tarde. Não havia nexexidade, ham…ham…!

Não facilita, apenas complica e favorece os argumentos da direita contra o acordo em que o PCP está envolvido para viabilizar um governo apoiado pela esquerda.

Ah! Mas a CGTP não é o PCP. Não é, mas….

O PCP não desarma e não abdica de querer ser o protagonista do vanguardismo da classe operária, desculpem, dos trabalhadores. O PCP tem muitas ilusões, e mantem-nas, esquecendo-se que foi um dos que contribuiu para que a direita, em 2011, viesse a ganhar as eleições com maioria absoluta e não conseguiu, com o seu vanguardismo, tirá-la do poder.

Acho ser inoportuna esta concentração que, diz Arménio Carlos, serve para  "reafirmar a recusa popular e a determinação de fazer com que este seja o último programa de Governo da autoria da coligação PSD/CDS" e "exigir resposta positiva às reivindicações dos trabalhadores e das populações e reclamar uma alternativa política…".

Mas essa alternativa está a ser já negociada e, segundo parece, está a decorrer em sentido positivo para quê agora manifestações de rua para forçar o que já está determinado pelos partidos proponentes da(s) moção(ões) de rejeição.

A resposta virá célere da direita com os argumentos do costume apresentados sobre a convergência da esquerda acusando o PCP de não ser de confiança.

Sou pelas negociações à esquerda mas esta concentração só pode servir para invocar as bruxas da política.

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publicado às 15:47


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