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Comunicações e opiniões pessoais sobre o dia a dia da política e da sociedade. Partidos, demografia, envelhecimento, sociologia da família e dos costumes, migrações, desigualdades sociais e territoriais.
Os artigos de opinião podem servir como panfletos para orientar determinada campanha eleitoral. Basta pegar em determinados incidentes como por exemplo na saúde, nas repartições públicas, nos incêndios, etc., e apresentá-los misturados com a corrupção, com o trânsito, com os transportes, como provas culpabilizadoras de má governação. Esta narrativa é repetida vezes suficientes por vários atores dos órgãos de informação até ganhar os contornos de uma verdade subjacente à sociedade.
Grupos de cidadãos, organizações independentes, ou ditas como tal, associações ideológicas, profissionais e outras fazem campanhas e organizam-se contra ou a favor de algo.
Em época de aproximação de eleições surgem outras campanhas provenientes dos mais diversos setores e organizações e seus representantes que procuram exercer o seu direito de expressão de pensamento prestando declarações, dando entrevistas, fazendo comentários, escrevendo opiniões, entrando em debates que os órgãos e comunicação se encarregam de organizar e divulgar.
Muitos dos intervenientes são líderes de partidos, bastonários de ordens profissionais, dirigentes sindicais, deputados, comentadores, “opinion makers”, jornalistas, economistas, enfim, uma parafernália de ditos especialistas.
Em época de aproximação de eleições nos jornais televisivos, por exemplo, verifica-se alguma tendência para os alinhamentos e as edições das peças serem inseridos elementos, por vezes descontextualizados, indutores da formação de opiniões que eventualmente poderão favorecer forças políticas e partidárias opositoras ao Governo.
Um jornalista muito conhecido, infelizmente já falecido, terminava as suas entrevistas na televisão com uma pergunta, para ele sacramental: “Onde é que estavas no 25 de Abril?”.
Gostaria de fazer uma pergunta idêntica a muitos jornalistas, comentadores e escritores de opinião, alguns deles, na minha opinião, jornalistas e comentadores de fação que criticam tudo quanto venha dos últimos quatro anos de governação do Partido Socialista com o apoio parlamentar do PCP e do BE. Onde é que estavam entre 2011 e 2015?
Poderão perguntar-me: então já não se pode ter opinião própria mesmo contrária ao regime e expressá-la livremente? Claro que pode e deve, assim como estou a exercer neste mesmo momento o direito de opinião. Outra coisa é tentar transformar um facto verídico e positivo numa espécie de falsidade distorcendo a verdade, através de palavras e frases para tal escolhidas, por conveniência partidária ou ideológica.
Há ainda a estratégia muito aplicada em alguns espaços noticiosos das televisões e nas reportagens chamadas jornalismos de investigação em que é sistemática a repetição consecutiva de factos negativos ocorridos no passado, chamados ao presente através de repetições exaustivas. A estratégia de muitos partidos políticos, com incidência nos de direita, é a repetição constante de certas palavras que recordem às audiências factos desagradáveis, alguns até sem grande relevo, denunciado certos factos como sendo verdadeiros, mas afinal se verifica serem mentiras criadas com propósito bem determinado.
A direita recorre a todas as estratégia que passam pela difamação, ofensa e incentivação de ódios primários para atingir os seus objetivos, até mesmo dentro dos seus próprios partidos criam divisões, por vezes insanáveis, como está a acontecer com o ataque a Rui Rio dentro do PSD. Em entrevista ao Correio da Manhã, a antiga ministra da Justiça no governo de Pedro Passos Coelho, Paula Teixeira da Cruz, acusou no passado domingo o líder do PSD, Rui Rio, de exigir “uma cega e leal obediência à direção“ de se comportar como um ditador. “Não me inscrevi num partido estalinista, não tenho feitio para isso”.
Tenho reparado que a tendência da campanha eleitoral da direita com a eventual ajuda dos órgãos de comunicação será sob a forma de notícias e da atualidade no sentido de abandonar a notícia de casos e a centrar-se em casos mais amplos que possam sugestionar eleitores a colocarem-se contra o partido do governo com o objetivo de impossibilitar uma maioria absoluta e a redução da sua margem de potenciais votos, minimizando possíveis estragos nos partidos da direita.
Diariamente são apresentadas durante os jornais televisivos as mais diversas opiniões intervenções sem torno de problemas que dizem afetar indesejavelmente os portugueses e referindo-se à saúde, aos transportes públicos em geral, à educação, funcionamento dos serviços públicos, etc..
Depois há a Fenprof, os trabalhadores das misericórdias, as instituições de solidariedade social que, de forma oportunista, pretendem a devolução do tempo de serviço congelado e melhores salários, os opositores ao Governo já não contestam e até aprovam (será porque estão fora do poder?) e não contestam. Estamos a ver porquê. É tudo uma questão de votos.
Sobre todos aqueles temas atrás referidos escrevem-se opiniões de indignação, de fúria, de alerta e apelo às emoções. Uma senhora que não sei se é jornalista ou não, poderá já o terá sido e que também escreve livros de poesia alguns já editados (será a mesma? Se não for as minhas desculpas) agora também escreve artigos de opinião no jornal mensário DIA 15. Na última edição daquele jornal
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