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Só se deixa enganar quem quer

por Manuel_AR, em 05.09.14

 

Nas últimas semanas vieram a lume na comunicação social notícias, quase sucessivas, sobre problemas de ordem técnica em aviões da TAP que obrigaram a atrasos nos voos. Declarações de responsável da administração da empresa desvalorizaram os acontecimentos acusando os órgãos de comunicação social de fazer parecer mais importante do que na realidade é, visto que, segundo ele, problemas destes sempre existiram e se encontram dentro das médias. Coisa espantosa, já que seriam situações que normalmente são divulgadas.

Curiosamente hoje surgiram notícias e declarações de interessados na compra da TAP. Nestes casos para mim não há coincidências. Provocar situações que indiretamente conduzam a um objetivo pré-determinado.

Seria bom que alguém desmentisse que este governo, no que à manutenção dos aviões da TAP diz respeito, resolveu tornar desnecessárias a apresentação de credencias necessárias e obrigatórias para a admissão dos técnicos de manutenção facilitando os concursos, até para conseguir entrada de amigos, mera divagação.

 

Em março de 2014 segundo o jornal Expresso os sindicatos que representam os trabalhadores alertavam para "para uma situação "insuportável" e para o risco de um "colapso operacional" da empresa. Os trabalhadores da manutenção da TAP vinham a ser aliciados com salários líquidos de 5000 euros, por exemplo, complementados com o pagamento de casa e escola para os filhos, e foram conquistados sobretudo por companhias da Ásia, como a Emirates, a Qatar Airways e a Etihad Airways, mas também da Europa. De Malta, por exemplo, chegou a haver propostas de 1600 euros por semana, a trabalhar 10 horas por dia em seis dias da semana. Mais recentemente, houve ofertas do Reino Unido e do Vietname, com salários "quatro ou cinco vezes superiores", avança André Teives. No caso dos pilotos, na sua maioria mudaram para a Emirates, para ganhar 5500 euros limpos (como copilotos). Fernando Pinto, presidente da companhia aérea, estima a criação de 500 novos empregos e 100 que vêm compensar a saída de trabalhadores nos últimos anos.  Só em 2013, houve cerca de 20 pilotos e 50 técnicos de manutenção que deixaram a companhia portuguesa, contabiliza o gestor.

Ora, a admissão de técnicos pressupõe qualificação e formação de elevado nível e tempo de experiência que não se adquire em cinco meses.

Não é difícil estabelecer uma relação de causa efeito. E o Dr. Pais do Amaral e o insistente  colombiano Germán Efromovich estão aí para o confirmar. As avarias nos aviões das TAP foram o rastilho e a desculpa oportunos para se avançar novamente como o processo de privatização.

As notícias vindas a público sobre os incidentes técnicos em aviões da empresa transportadora aérea foram de imediato aproveitadas para acelerar a sua privatização. Como se a mensagem a passar fosse: estão a ver o que dá em ser pública a TAP se já tivesse sido privatizada nada disto acontecia. Digo eu, que estou sempre de pé atrás com estes tipos.

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publicado às 22:46



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