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Comunicações e opiniões pessoais sobre o dia a dia da política e da sociedade. Partidos, demografia, envelhecimento, sociologia da família e dos costumes, migrações, desigualdades sociais e territoriais.
Nem em férias me dou ao descanso de escrever sobre política mas a culpa não é minha é deles, o Sr. Contente e o Sr. Feliz, que me ativam os meus neurónios já cansados de os ouvir mas que ainda resistem. Desta vez fizeram-me recordar da rábula interpretada por Herman José e Nicolau Breyner.
Sr. Contente e Sr. Feliz digam à gente, digam lá, como vai o “vosso” país, digam lá, digam à gente como está o NOSSO país.
A coligação PAF anda numa roda-viva para nos fazer crer que tudo está bem no reino onde quase tudo que está mal.
A coligação PSD e CDS/PP é uma espécie de acordo para minimização de danos. É uma coligação partido-dependente, em que ambos estão amarrados por interesses partidários. Assim coligados, ambos evitarão uma previsível e desastrosa derrota nas próximas eleições. Apresentando-se isoladamente às eleições arriscavam-se à humilhação duma reduzida percentagem de votos, especialmente o CDS/PP, em conjunto sempre poderão mascarar as perdas. São dois contra um dos maiores partidos da oposição.
Perdendo as eleições e se a coligação se dissolver como funcionará a distribuição das percentagens refletidas em deputados? Claro que as percentagens obtidas por cada um dos partidos nas últimas legislativas deverão manter-se, esta estratégia de encobrimento de resultados reais torna as perdas menos evidentes. Coligados sempre se encobre uma previsível derrota tornada demais evidente se fossem separados.
Não é por acaso que os compadres Portas e Coelho andam felizes e contentes e trocam entre si presenças nas iniciativas partidárias como em festas do Pontal, universidades de verão com participantes dos dois partidos e elementos dos governo para, em desespero tentarem arranjar mais uns votinhos aqui e ali.
Caso venham a vencer irão buscar aos nossos bolsos, e por outras vias, aquilo que estão a prometer e ainda vão continuar a prometer durante a campanha eleitoral. Quer se queira, quer não, é isso que nos espera a todos, pela simples razão de que não há dinheiro e a almofada financeira que dizem existir já tem o seu destino determinado.
Desta vez só se deixará enganar quem quiser.
Com grande desplanto o líder parlamentar do PSD, afirmou há dias atrás que o "País está muito melhor e a vida das pessoas começa a melhorar" e garante que "nos próximos quatro anos, a coligação vai retirar todas as medidas extraordinárias de austeridade".
O inacreditável é que ainda há alguém que alinha com estas patranhas que mais não são do que afirmações politicamente vergonhosas quando se sabe que o próprio Passos Coelho, mais do que uma vez, afirmou que a austeridade não irá parar e que o alívio será muito pouco e a longo prazo.
Afinal quem mente mais?
Quanto a Paulo Portas quer manter os seus redutozinhos de poder que lhe irão conceder e limita-se a acompanhar o seu compadre, dizendo uma coisa aqui e outra ali com o seu discurso tautológico para convencer potenciais eleitores. Quem gosta de o ouvir que o compre. Eu gosto de o ouvir, mas não compro, porque, debaixo da aparente sinceridade e coerência do seu discurso encobre-se um cinismo político já bem conhecido, bastas reler as suas intervenções no parlamento no tempo dos governos de José Sócrates.
Sr. Contente e Sr. Feliz digam à gente, digam lá, como vai o “vosso” país, digam lá, digam à gente como está o NOSSO.
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