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Defensor.pngO editorial do jornal Público na edição de 22 de abril, intitulado “Cala-te Sócrates” refere-se às intervenções que José Sócrates, também ele ex-primeiro-ministro, produzindo opiniões sobre a atualidade política portuguesa.   

Passos Coelho que deve achar que o patriotismo apenas se revela pelo uso de PIN na lapela, continua a comporta-se não como deputado da oposição mas como um primeiro-ministro que foi colocado no exílio. Este também ex-primeiro-ministro veio, com a sua postura e palavreado de mestre-escola, solicitamente em defesa de José Sócrates insurgindo-se, vejam só, contra o editorial do referido jornal por estar a colocar em causa a liberdade de expressão dum cidadão. Passos, ou não leu o editorial, compreende-se no meio de tanto evento não terá tempo, ou então, sopraram-lhe ao ouvido um resumo desvirtuado do sentido.   

Ao falar em liberdade de expressão Passos esqueceu-se que aproximadamente em março de 2014 quando da chegada de Miguel Relvas à reunião do Conselho Nacional do PSD, num hotel de Lisboa, o fotojornalista da Global Imagens (DN/JN/O Jogo), Paulo Spranger, tentava captar imagens do ex-ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, quando foi surpreendido por um pontapé desferido pelo assessor de imprensa social-democrata, Zeca Mendonça. Não houve insulto. Provocação. Um fotojornalista tentava tirar uma fotografia do momento. As imagens foram captadas pela CMTV.

O editorial do jornal Público é uma opinião, como tantas outras que se expressam de modo favorável ou desfavorável sobre a atualidade política. O editorial utilizou uma conhecida e divulgada expressão com que o rei de Espanha se dirigiu a Chávez, em junho de 2014, na altura Presidente da Venezuela, que não deixava Zapatero falar. O rei, então, surpreendeu-o, dizendo: – Por que não te calas? Terá sido isto limite à liberdade se expressão?

O autor do editorial expressa através duma opinião a intervenção que José Sócrates fez sobre António Costa e Rebelo de Sousa que também não passa de opinião e pontos de vista pessoal, como o fez dar a entender. De certo modo reconheço que Sócrates poderá ter razão em emitir os seus pontos de vista pessoais, mas não é por isso e por acaso que Passos Coelho se coloca contra aquele jornal de referência em nome da liberdade de expressão.

José Sócrates prestou-lhe um serviço com as declarações que fez ao juntar-se ao pensamento oposicionista sem critério nos corredores do PSD. Teríamos a mesma atitude do ex-primeiro-ministro “exilado” Passos Coelho se o mesmo jornal tivesse escrito mandar calar Sócrates caso este tivesse dito algo sobre ele que não lhe agradasse?

Porque não te calas Passos?

Já agora um conselho, valia mais que envidasse esforços para que os deputados do PSD no Parlamento Europeu defendessem os interesses de Portugal em vez de se juntarem às críticas que lhe são feitas. Isso é que é patriotismo senhor deputado Passos Coelho, não é o PIN na lapela.

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publicado às 22:37


7 comentários

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De José Silva a 25.04.2016 às 10:15

Conclusão de todo esse discurso, o senhor não pode com o pin na lapela! Deveria pensar, que neste país, pélo menos alguém o usa! Não é só patriotismo, é uma afirmação de valores! Quanto a Sócrates, como cidadão tem direito a exercer a sua liberdade de expressão, sem duvida e mal estaremos nós, quanto esta moda do "mandar calar", se imponha! Que se saiba, ainda vivemos em democracia! Não gostaram das suas palavras, agora, por que não foram a jeito, outro, tique perigoso. Parece-me que temos todos que ficar pela mesma nota de um diapasão avariado! Nunca gostei de Sócrates, como P.M., bem pelo contrário, entendo ser responsável pelos terríveis problemas quer enfrentámos, tem contas a prestar com a Justiça, sobre as quais aguardamos as conclusões e investigação por parte dos Magistrados, que acredito, ser complexa e diariamente presenteada com novos dados. Mas, a defesa liberdade de expressão de um cidadão não se mede pelo gosto ou não, de quem defenda essa liberdade, usar um pin, como usam vários políticos no Mundo, representando a sua bandeira nacional, nem nada tem a ver com a acção da Justiça, é censura politica, apenas e tão só. Esse pin, parece-me incomoda mesmo muita gente! Para os incomodados, sobretudo hoje, esse singelo acto é, subversão, entendem ver num cravo, por exemplo um símbolo nacional, mais representativo da afirmação patriota que a bandeira nacional! Estranhos conceitos de liberdade e de patriotismo têm vocês, os justiceiros sociais sem outra causa, que não seja mandar calar quem incomoda e criticar, quem mostra gostar do seu país sem complexos imbecis! Tiques bem enraizados de outros tempos, que dizem, sempre, combater.

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