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Comunicações e opiniões pessoais sobre o dia a dia da política e da sociedade. Partidos, demografia, envelhecimento, sociologia da família e dos costumes, migrações, desigualdades sociais e territoriais.
O problema gerado com os elementos escolhidos para a administração da CGD – Caixa Geral de Depósitos é um bónus que o Governo deu à direita na oposição. O Governo de António Costa errou. Esta é a segunda vez. Com mais erros idênticos dá-lhes oportunidade para trautear e evitar assim a verdadeira oposição que ainda não fizeram. Se António Costa e o seu Governo não prestarem mais atenção às implicações antes da tomada de decisões temos baile mandado.
Esgotado o argumento das sanções da U.E. pelo incumprimento do défice, do Governo anterior, diga-se, a direita olhará em todas as direções para ter oportunidades que até hoje não teve. É nisso que irão apostar. No acessório e não no essencial. Na chamada baixa política.
Os deputados da direita, como é sabido, pertencem a dois grupos partidários que, quando no poder, sempre prejudicaram uns em favor de outros e, para continuar essa cruzada querem voltar.
Deixemos agora um dos partidos, o CDS, que há muito se sabe com que contar e voltemo-nos para os deputados do PSD cujos argumentos apenas têm servido para iludir o povo com banalidades numa espécie de bailinho. Argumentam de modo a ir ao encontro com o cidadão menos atento e com alguma iliteracia política, a não ser a que veem e ouvem nos jornais televisivos e seus comentadores que muitas das vezes não escondem a sua entrega dedicada ao partido hoje na oposição.
Os que conduziram e contribuíram para que Portugal caísse no marasmo económico em que hoje se encontra e que outros pretendem ainda salvar num esforço hercúleo, dada a resistência quer interna, quer externa, veem agora, pela voz do vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, Luís Montenegro, por questões de lana caprina, falar da incompetência do atual governo devido à rejeição pela Comissão Europeia de alguns dos administradores propostos para a CGD. É como aquele adepto dum clube de futebol que comenta à mesa dum café sobre o treinador e diz que se eu estivesse lá não faria assim.
Apesar da razão que lhe possa caber pela falha não desculpável do Governo não se preocupa o senhor deputado com a ingerência da Comissão nos assuntos internos que apenas deveriam dizer respeito a Portugal. Isso já não lhe faz cocegas. Até parece que, quando o seu partido estava no Governo, era intocável, sem falhas, sem falcatruas, sem trapalhadas.
A Comissão Europeia numa coisa tem razão. Não pelo currículo dos propostos, mas pela questão da acumulação de cargos que podem dar lugar a interações pouco claras. Quando se vai ocupar o lugar num banco do Estado não podem existir incompatibilidades.
Disse ainda aquela luminária de deputado que é um atentado aos trabalhadores do banco do Estado os ordenados dos administradores. Esse senhor que manobra em algumas águas profundas e secretas e que, segundo a imprensa da época, janeiro de 2012, teve alguns problemas por ligações ao ex-diretor do SIED, e que pertence a um partido cujo líder sempre prejudicou quem trabalha vem correr em defesa dos trabalhadores. Quando o seu partido esteve no governo isso não fazia parte das suas preocupações. Tem memória de elefante para umas coisas e memória de toupeira para outras. Releia os jornais do seu tempo. Releia, que lhe faria bem rever os escândalos e falhas do Governo que na altura o seu grupo parlamentar apoiava.
Quanto aos vencimentos exagerados dos administradores posso não estar de acordo, mas será que ele encontraria alguém com qualidade e competência que arriscasse administrar a CGD com os problemas que atualmente enfrenta, apenas por um prato de lentilhas?
O que mais se lhe recomenda é tento, para não dizer pior.
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