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Comunicações e opiniões pessoais sobre o dia a dia da política e da sociedade. Partidos, demografia, envelhecimento, sociologia da família e dos costumes, migrações, desigualdades sociais e territoriais.
Um acórdão que não é mais do que uma ameaça velada a quem de futuro se atreva a discordar e a criticar publicamente o que só alguns têm o direito de dizer ou de escrever.
Penso que todos se recordam ainda da polémica aberta no Governo de Passos Coelho por um deputado do PSD um tal António Peixoto, sobre a questão da “peste grisalha”. Pensavam que tinha acabado? Pois não.
Soube ontem pela Constança Cunha e Sá que um cidadão foi agora condenado pelo Tribunal de Gouveia, depois confirmada a sentença pelo Tribunal da Relação de Coimbra, porque, na altura, escreveu uma carta aberta a esse tal deputado Carlos Peixoto que, infelizmente para o PSD, ainda o mantém como deputado que, não tendo emprego cá fora, por isso teve que manter a fazer parte dum pequeno grupelho de hostes agressivas que se encontram dentro do seu grupo Parlamentar. Deputados que sendo pagos por todos nós com ordenados chorudos, cuja responsabilidade que teriam era a defesa de todos, se defendem apenas a eles próprios.
Para a decisão, os juízes dizem que as expressões são "insultuosas e suscetíveis de abalar a honra e a consideração pessoal, política e familiar do assistente", e que "nada tem a ver com o confronto de ideias e apenas pretende rebaixar o assistente". Acrescenta ainda que "O arguido pode não gostar do artigo de opinião escrito pelo assistente e tem o direito de o criticar e atacá-lo de forma contundente. Porém, o direito da liberdade de expressão tem limites".
Talvez estes senhores juízes nunca tenham visto debates na Assembleia da República, nem artigos de opinião em alguns jornais.
Não creio que haja alguma relação entre os cargos que ocupa e a decisão dos tribunais. Ele é apenas advogado e presidente da comissão politica distrital do PSD/Guarda. Mas, se não fosse ele quem é, como procederia a justiça? Poderei ser também processado por isto.
A carta aberta é a que reproduzo abaixo, está publicada no blog do seu autor, juntamente com um comentário anónimo bem demonstrativo de quem é essa gente que apoia a política dum PSD, que deixou de ser o que foi, para passar a ser o trampolim para uma espécie de gente da estirpe de Donald Trump, mas à portuguesa.
É assim que vai a nossa justiça, pois então.
Não se admirem se um dia destes, eu, ou alguns de vós, formos processados apenas por não concordarmos com algo escrito ou dito por gente como esta e por expressarmos os nossos pontos de vista sobre muitos que por aí andam a escrever nos jornais e lhes chamarmos os nomes que merecem mesmo dentro de limites toleráveis.
Do meu ponto de vista este acórdão não é mais do que uma ameaça velada a quem de futuro se atreva a discordar publicamente do que só alguns têm o direito de dizer ou de escrever.
A PESTE GRISALHA
(Carta aberta a deputado do PSD)
Exmo. sr.
António Carlos Sousa Gomes da Silva Peixoto
Por tardio não peca.
Eu sou um trazedor da peste grisalha cuja endemia o seu partido se tem empenhado em expurgar, através do Ministério da Saúde e outros “valorosos” meios ao seu alcance, todavia algo tenho para lhe dizer.
A dimensão do nome que o titula como cidadão deve ser inversamente proporcional à inteligência – se ela existe – que o faz blaterar descarada e ostensivamente, composições sonoras que irritam os tímpanos do mais recatado português.
Face às clavas da revolta que me flagelam, era motivo para isso, no entanto, vou fazer o possível para não atingir o cume da parvoíce que foi suplantado por si, como deputado do PSD e afecto à governação, sr. Carlos Peixoto, quando ao defecar que “a nossa pátria foi contaminada com a já conhecida peste grisalha”, se esqueceu do papel higiénico para limpar o estoma e de dois dedos de testa para aferir a sua inteligência.
A figura triste que fez, cuja imbecilidade latente o forçou à encenação de uma triste figura, certamente que para além de pouca educação e civismo que demonstrou, deve ter ciliciado bem as partes mais sensíveis de muitos portugueses, inclusivamente aqueles que deram origem à sua existência – se é que os conhece. Já me apraz pensar, caro sr., que também haja granjeado, porém à custa da peste grisalha, um oco canudo, segundo os cânones do método bolonhês. Só pode ter sido isso.
Ainda estou para saber como é que um homolitus de tão refinado calibre conseguiu entrar no círculo governativo. Os “intelectuais” que o escolheram deviam andar atrapalhados no meio do deserto onde o sol torra, a sede aperta a miragem engana e até um dromedário parece gente.
É por isso que este país anda em crónica claudicação e por este andar, não tarda muito, ficará entrevado.
Sabe sr. Carlos Peixoto, quando uma pessoa que se preze está em posição cimeira, deve pensar, medir e pesar muito bem a massa específica das “sentenças”, ou dos grunhidos, - segundo a capacidade genética e intelectual de cada um - que vai bolçar cá para fora. É que, milhares pessoas de apurados sentidos não apreciam o cheiro pestilento do vomitado, como o sr. também sente um asco sem sentido e doentio, à peste grisalha. Pode estar errado, mas está no seu direito… ainda que torto.
Pela parte que me toca, essa maleita não o deve molestar muito, porque já sou portador de uma tonsura bastante avantajada, no entanto, para que o sr. não venha a sofrer dessa moléstia, é meu desejo que não chegue a ser contaminado pelo vírus da peste grisalha e vá andando antes de atingir esse limite e ficar sujeito a ouvir bacoradas iguais ou de carácter mais acintoso do que aquelas que preteritamente narrou como um “grande”, porém falhado “artista”.
E mais devo dizer-lhe: quando num cesto de maçãs uma está podre, essa deve ser banida, quando não, infecta as restantes; se isso não suceder, creio que o partido de que faz parte, o PSD, irá por certo sofrer graves consequências decorrentes da peste grisalha na época da colheita eleitoral. Pode contar comigo para a poda.
Atentamente.
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 28/04/2013
www.antoniofigueiredo.pt.vu
Obs:Esta carta vai ser enviada sob A.R.
para a Assembleia da República.
Comentário de um
Anónimo26 de fevereiro de 2014 às 02:55
Serás crucificado, velho velhaco, crucificado durante os poucos dias que te faltam para ires para onde já deverias estar. O que escreves é a evidente inveja e frustração de nunca teres sido nada mais que isso que és, a falta de ter o que fazer por não te quererem onde nunca fizeste falta aliada a uma lírica claramente trabalhada para que pareças o que sabes bem que não és. Pode contar comigo a defecar na sua campa assim que se fine. Olha que esta não a publicas tu, no jornal da tua terra, onde bem te conhecem a tua sede e tendência que te persegue. Arranja uma rolha e um batoque e que a mais indicada te sirva na boca e a outra no estoma para que não te saiam mais intelectualidades contas as pessoas de Gouveia. Jorge Oliveira em A PESTE GRISALHA
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