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Antes do comentário que irei fazer cumprem-me fazer uma declaração prévia. O futebol não faz parte de todo dos meus interesses pessoais e, como tal, não tenho por hábito discutir futebol com quem quer que seja e quando o faço é pura e simplesmente no sentido de gracejar com o tema.

A condecoração de Cristiano Ronaldo com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, por parte do Presidente da República, Cavaco Silva, do meu ponto de vista não foi essencialmente por causa do seu contributo na projeção internacional do país, mas uma questão de imagem pessoal do próprio presidente. A projeção internacional de Ronaldo como tal não nos livra das dificuldades financeiras, tão pouco nos da crise e da austeridade nem contribui para a recuperação económica.

Apesar de ter havido uma ligeira recuperação, 1,5%, da popularidade de Cavaco Silva ele precisava de uma ajudinha, e onde ir buscá-la, claro que na área onde sabe que as emoções vêm à flor da pele, o futebol e Cristiano Ronaldo.

 Aqui o Presidente da República jogou uma dupla cartada que foi pensar nele mesmo, o que faz por norma, e no desvio das atenções dos problemas que se enfrentam. Um oportunismo político porque este espetáculo público sobretudo cai bem…

Mas assim como os portugueses têm memória curta na política, dizem, também a têm para estes factos efémeros que se esfumam quando, no quotidiano, se confrontam com as dificuldades e lutam para as ultrapassarem com grande esforço.

No seu discurso de entrega da condecoração o presidente instituiu o futebol como arte, disse ele, ao exaltar as qualidades de trabalho de Ronaldo como se fosse um exemplo a seguir pelos portugueses, tal como a "coragem de acreditar", não sabemos é em quê!

Como não há símbolos nacionais credíveis que mobilizem os portugueses Ronaldo é o que está à mão. As artes, as ciências, a investigação científica ficam ofuscadas por um

 

"Cesse tudo quanto a antiga musa canta,

Que outro valor mais alto se alevanta."

 

como Camões escreveu n' Os Lusíadas.

 

Mas que viva Ronaldo!

 

Ele é, e será, a salvação da Pátria porque dá alegria a milhões de portugueses.

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publicado às 23:35


2 comentários

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De blackjack online betclic a 27.01.2014 às 11:17

Percebo o ponto de vista e até concordo com a maioria dos aspectos, mas reconhecer o mérito de Ronaldo não pode ser entendido como uma má decisão. Afinal estamos a falar de alguém que foi considerado o melhor do mundo da sua profissão. Não nos vai tirar da crise, é certo, mas é bom saber que um país pequeno como o nosso é grande em talento!
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De Manuel_AR a 31.01.2014 às 19:40

Concordo com o que diz. Mas o que está em causa é que por causa do futebol ou de algo que a ele diga respeito sobrepõem-se aos problemas pessoais e sociais. Não está em causa o Ronaldo nem o seu valor, o que está em causa é o aproveitamento político do seu nome e valor. Sabe-se que, quando se dá aos portugueses futebol esquecem tudo, o que é uma pena. Mas também acho que nem só da política vive o homem, mas o objetivo é distraí-los dos reais problemas.

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