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Comunicações e opiniões pessoais sobre o dia a dia da política e da sociedade. Partidos, demografia, envelhecimento, sociologia da família e dos costumes, migrações, desigualdades sociais e territoriais.
Os países do Sul e em particular Portugal devem temer as consequências da desagregação da União Europeia. Ao contrário do que os partidos mais à esquerda como o BE e o PCP, antieuropeístas que alinham com os eurocéticos de direita e nacionalistas da extrema direita, a desagregação da U.E. seria um desastre e conduziria a desmandos na economia e nas finanças. Não seria a estruturação da dívida, como aqueles dois partidos preconizam, que nos salvariam da catástrofe social, inflacionária e de desvalorização salarial do regresso ao escudo.
O surto de corrosão da base eleitoral pelos populista e nacionalista que emana sobretudo dos partidos da extrema-direita pretende mudar a Europa à sua maneira. Uma Europa fechando as portas de contacto entre países que rivalizarão e competirão entre si trazendo, mais tarde ou mais cedo, potenciais conflitos militares.
Os partidos centristas, quer de esquerda, quer de direita e também a esquerda mais radical estão em vias de redução da sua base eleitoral no que se refere às eleições europeias e até em alguns países do grupo onde a extrema-direita eurocética já ocupa posições relevantes.
Os mais velhos já experimentaram na pele o que é estar a ser governado por partidos daquela ideologia, os mais novos sempre viveram numa Europa democrática e livre e onde podem circular sem restrições não se iriam adaptar a uma outra Europa que lhes tirasse tudo a aquilo que avós e pais ajudaram a construir.
As mensagens dos partidos populistas com as suas cantatas encantatórias dirigem-se sobretudo aos jovens atraindo-os para a beira de um abismo que eles não vislumbram porque nunca se sentiram ameaçados. Se os jovens querem continuar a viver numa europa livre, humanista e onde a diferença cultural seja aceite como um padrão não pode ficar numa atitude de “Não penso, não existo, só assisto” e votar dando aos partidos tradicionais mais uma oportunidade para reorganizarem a nossa Europa.
Ao longo dos anos ficámos a observar que em cada país da U.E. os partidos populistas fossem conseguindo aqui e ali nas votações nacionais o que se considerava serem bons resultados nas votações nacionais só que, desta vez, a União Europeia (UE) pode vir a confrontar-se como uma vitória dominada de partidos como o Rassemblement National (ex-Front National) de Marine Le Pen, da Liga Norte de Matteo Salvini e de outros partidos populistas nacionalistas o que pode mudar a face da política da U.E. que será prejudicial para todos. Serão os hereges da Europa a tentar arrombar as portas pensando que não vão derrubar a casa, mas as paredes são frágeis e o empurrão na porta pode mesmo derrubar a casa.
Os grupos parlamentares do PPE – Partido Popular Europeu e S&D – Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas onde se encontram o PSD e o CDS, e o Partido Socialista, respetivamente, são os únicos que poderão fazer frente aos nacionalistas e populistas, mas, para isso deverão ter uma maioria confortável que só uma votação em massa poderá dar, apesar de, no passado recente, algumas votações daquele grupo as votações do PSD com Paulo Rangel, foram de apoio a países onde se encontra a extrema-direita, nomeadamente na Hungria.
Fredrik Erixon escreveu no The Spectator que “as eleições europeias deste ano deixarão o centro-direita sem uma voz confiante ou coerente. E parecerá um pouco perdido quando a principal batalha de ideias for entre liberalismo e nacionalismo. A estratégia política do centro-direita é defensiva; sua atitude é irritável. Os vários partidos que fazem parte do grupo PPE da U.E. não estão a ganhar muitas eleições e apenas elogiam o que ganharam no passado. Em novembro passado, na eleição primária do partido para escolher o seu candidato para liderar a Comissão Europeia, eles poderiam ter procurado substituir Juncker por Alexander Stubb. Ex-primeiro-ministro finlandês e atleta de Ironman, Stubb é um conservador enérgico e um enorme defensor de uma UE mais forte. Em vez disso, eles foram para Manfred Weber, que é praticamente desconhecido fora de sua região natal da Baviera. Seu principal trunfo? Weber não parece ter opiniões fortes sobre qualquer coisa.”.
Vê-se qual a desorientação da família PPE a que o PSD e o CDS pertencem e que ocupa no Parlamento Europeu 221 lugares.
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