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Para quem escrevem os autores de crónicas, opiniões, comentários e outras peças das mais variadas estirpes que se publicam na imprensa escrita? Para o comum do povo não será, com certeza, porque ele não compra jornais e, quando compra, prefere os tabloides de média e baixa qualidade jornalística. Mas vê televisão e compra revistas de coscuvilhices e outros assuntos do mundo caseiro com as últimas modas, ditos e mexericos das ditas “personalidades públicas”.

A pergunta mantem-se: para quem escrevem eles? Talvez para elites que compreendam o seu fraseado. São os fraseadores de opiniões, de escrita complicada lidas apenas pelos que já não precisam de ser doutrinados, isto é, algumas elites de intelectuais que entendem a linguagem rebuscada e metafórica dos escritos das opiniões dos factos mais correntes e comuns da nossa quotidiana política. Quem viveu no tempo da censura sabe que quem escrevia tinha que fazer ginástica para passar as suas ideias. Outra pergunta se pode colocar é a de saber se escrevem apenas para os seus fiéis leitores, sempre os mesmos?  

Então dirão alguns: viva a falta de qualidade e escreva-se tal e qual se fala e pensa no quotidiano popularucho! Veja-se o caso nas redes sociais como as mensagens (e fake news) passam, circulam e permanecem na memória de quem as lê.

Não, não viva a falta de qualidade!

Escrevo na casa de campo na Beira Interior, lá mesmo no meio, onde a Internet e o cabo ainda não chegam, e um modem tipo Hotspot faz o serviço pago ao dia ou ao giga. Citadino bem arreigado desde os meus cinco anos é na grande cidade onde me sinto bem, mas é aqui, rodeado de campo e de vizinhos cuja vida é passada no cultivo da terra para consumo próprio que, quando não consumido e em excessos é desperdiçado. É um modo de vida para fazer passar o tempo onde a monotonia dos dias apenas se altera nas épocas do plantio e da colheita para consumo próprio. Toda esta gente vive do que plantam num sem fim das estações do ano. É um carrocel onde os dias se sucedem sempre num ciclo infernal e espaçado pela obsessão do cultivo dos produtos das épocas. O que produzem não compram, se não compram não entra para o consumo interno. Mas compram. Compram sementes, compram os rebentos dos vegetais que plantam e regam depois do amanho da terra, mas é aqui que em algumas épocas que encontro a paz de espírito para olhar a política com outros olhares e perceber o conservadorismo destas espécies de gentes da beira interior.

Ao escrever esta pequena e simplista crónica, sim, simplista, porque nada tenho de arrogante, sou confrontado com a notícia de pré publicação cujo lançamento vai ser feito a 24 de outubro pelo ex-Presidente da República, Cavaco Silva, do segundo volume de memórias sobre os anos passados no Palácio de Belém, "Quinta-feira e outros dias". Ora aqui está o momento Zen do dia, estórias contadas ao nível do romance político contado ao seu modo. Como bom democrata se estivesse na capital não faltaria ao lançamento já que mais não fosse para fazer número para a enchente. Ficaremos a conhecer momentinhos deprimentes das historinhas de Cavaco quando foi presidente.

Nem de propósito, encontro-me na zona do que foi, em tempo, chamado o “cavaquistão”, tempo do qual muita desta gente das hortas ainda sente saudades, e salta-me esta boa notícia sobre a grande obra cavaquista que fala de Paulo Portas, António Costa, PCP, BE Passos Coelho e mais não digo.

Para terminar e agitar as águas sabem que Marco António Costa, ex-vice-presidente do PSD na anterior direção social-democrata, assume “que foi com “muito orgulho” que foi porta-voz do partido e diz esperar que Pedro Passos Coelho regresse”?

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publicado às 18:55


4 comentários

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De Tudo Mesmo a 22.10.2018 às 19:46

Nem todas as pessoas deixaram de comprar ou ler jornais de qualidade, mais ou menos tendenciosos de acordo com os interesses políticos ou financeiros. Felizmente, ainda existe uma % de que não faço a mínima ideia que gosta de ler um bom artigo, comentário, post ou o adjectivo qualificativo que lhe queira atribuir. Nem todos/as gostam de "novelas baratas", folhetins cor-de-rosa ou quem vai para a "cama com quem". E, note-se que há novelas muito bem conseguidas. O pós 25 Abril deu a "liberdade" a algumas pessoas para poderem ser o que não nunca poderiam ser. Começaram a "nascer" comentadores, repórteres, jornalistas que faziam e ainda fazem a comparação do "antes" e do "depois". Basta olhar para um canal qualquer. Existem tantos comentadores que já nem sei muito bem o papel deles. As mesas e os debates vão aumentando.
Jornalistas e Políticos por vocação e sem interesse, há-os muito poucos. Fazem parte, de uma elite, que tive o privilégio de ler excelentes artigos e que a "juventude" de agora está-se borrifando. E não falo em termos de idade. Falo em termos de maturidade.
Não, não tenho idade para a reforma nem 90 anos, mas fui ensinada a ler em papel e a ter respeito pelos outros. Já sei, temos o ambiente e as nossas árvores. Pois temos e respeito-as!
Não obstante, temos as redes sociais que dão azo a que se escreva tudo sem qualquer misericórdia. Nessas mesmas redes sociais existem "clubes", de acordo com o que está em "jogo" na mesa. São esses membros que alimentam as redes sociais. Ao fim de pouco tempo consegue-se identificar quem pertence a que "clube".
Em véspera de eleições, o jogo é uma final do mundial. Deve estar muito em jogo e ninguém quer perder o lugar no camarote. Quando existir o vencedor, volta tudo ao mesmo... Nada muda. Dizemos mal, do que estava anteriormente e agora eu sou o salvador.
Por isso é que temos o País que temos.
E, cada um tem aquilo que merece ou talvez não, mas este último dá muito trabalho e requer eficiência, vontade, colaboração e não pequenos "egos" que só enchem a carteira de alguns.
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De Anónimo a 23.10.2018 às 11:55

Apesar de ter gostado do que acabei de ler não posso deixar de referir que, apesar de tudo, o tema merecia uma escrita mais assertiva.
Talvez para a próxima tudo corra melhor. Embora não entenda para que raio servem as memórias de um tal chamado de cavaco!
Só se for mesmo de má memória. Parece que todos pretendem esquecer que só no tempo de tais governações houve dinheiro a rodos, projetos faraónicos, vidé CC de Belém, para não falar no surgimento das famigeradas PPPs.
Lapsos de memória, digo eu.
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De Tudo Mesmo a 23.10.2018 às 13:29

Permita-me uma resposta: Não comento as "tendências" políticas ou de outros conteúdos de ninguém. Sempre fui a favor da "liberdade" de expressão seja de quem for.
Seja este livro ou de outra pessoa. Já tenho adquirido obras para ler de quem não estou de acordo. E, não é por isso que deixo de respeitar os seus autores ou "expressão".
Agora, o que me custa é ver eleições que pesam nos nossos bolsos, um período pré-eleitoral que é ao mesmo tempo um "mar de rosas" e um "lavar de roupa suja", seja de que ala for. Não se aproveita o "melhor" de ninguém. Não me recordo de ter visto um novo Governo e ficar com um Ministro do anterior. Cada um arruma a casa conforme entende. Se ele ou ela tiverem feito um "bom trabalho", porque não?
Tem razão, as obras ficam e falam por si. Cada um tira as conclusões que entender.
Obrigada.
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De Toya De a 23.10.2018 às 15:13

Pobreza de artigo, nem entendo porque está isto em destaque no SAPO!!!!!!

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