Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Etica e moral.png

Tinha em cima da minha secretária um livro que relata factos da política de meados do século XX. Resolvi folheá-lo e ler alguns extratos. Lá descobri algumas frases de reuniões, instruções e discursos pronunciadas por líderes da altura que inseri no final deste texto. Aquelas frases exprimiam um certo tipo de pensamento político de apelo à violência física e à dignidade das pessoas.

Para melhor se perceber a influência e a relação entre o que se diz em política e a formação de certos valores sociais partamos da seguinte suposição:

Numa aula de política eu dizia frente a jovens universitários o seguinte:

- Vocês não conseguem um emprego porque os vossos pais e outras pessoas estão instalados e a ocupar postos de trabalho que poderiam ser vossos.

Que valores pessoais, morais e sociais estaria eu a passar a esses jovens?

Estaria a disformar as suas mentes passando-lhes valores anti família e antissociais e ao mesmo tempo a contribuir para estimular uma “revolta” psicológica contra a família e outros setores da sociedade, podendo posteriormente a provocar clivagens sociais. Na prática estaria a estimular comportamentos de estigmatização dos seus progenitores por serem os responsáveis por não terem trabalho.

Voltemos novamente à questão da deturpação de valores que eu estava a transmitir aos jovens que tinha na aula à minha frente. Com uma atitude doutoral, convincente e de aparente credibilidade acrescentava sem qualquer outra explicação:

- Vocês, jovens, quando chegar a vez da vossa reforma, a pensão que irão receber será muito mais baixa porque os vossos avós, e pais se for esse o caso, estão hoje a receber pensões a mais do que aquela que deviam e não aceitam que sejam reduzidas para que no futuro vocês possam receber mais.

Imaginemos agora que entre esses alunos estivesse um Bart Simpson, o personagem do filme de animação “Os Simpsons”. O mais provável seria que ele batesse palmas e soltasse alegremente vivas. Com certeza haveria outros que, como a sua irmã Lisa Simpson, mais esperta, atenta, informada e refletida, em cuja educação lhes foram incutidos outros valores, não teriam concordado com nada do que eu tinha dito e, se pelo menos não me apupassem seria por respeito ou por pressão psicológica do grupo.

As mensagens que são passadas em política, podem vir a refletir-se na construção dum pensamento ao nível dos valores, da ética, da moral social e da filosofia de vida.

Face ao que Passos Coelho e alguns elementos do seu Governo e de partido têm dito por aí colocam-se então algumas questões que não são de somenos importância e merecem ser exigida uma resposta.

Que ideologia, que atitudes na política estão a pretender seguir ao proporem-se quebrar com toda uma cultura de solidariedade e de coesão social que são raízes na nossa cultura ao mesmo tempo que acicatam rivalidades inter-geracionais?

Que objetivos encobertos terão em mente que os conduzem a produzir tais afirmações tentando destruir valores consagrados em qualquer democracia da civilização ocidental?

Afirmam, e insistem, com grande aparato comunicacional que tudo está a melhorar, desde o crescimento da economia à diminuição do desemprego, da diminuição da dívida ao aumento do consumo, e que vivemos num Portugal em vias de ser uma maravilha e que todos os problemas têm sido resolvidos. O primeiro-ministro chegou a dizer para quem o quis ouvir que "Portugal é comparável às nações de maior prosperidade no mundo". Ao mesmo tempo fazem passar mensagens nas quais fazem subentender que não há solução senão banir, marginalizar e a excluir do tal apregoado crescimento um setor da sociedade que dizem ser causador de todos os males.

Apesar do atual contexto político não apresentar semelhança com aquela época que referi anteriormente levaram-me a fazer algumas conotações devidamente ajustadas à realidade portuguesa dos últimos quatro anos. Nenhuma das frases foi proferida em Portugal e, em regimes democráticos, hoje em dia, seriam impossíveis de ser pronunciadas, a não ser por movimentos radicais e extremistas que existem por esse mundo fora.

Contudo há mensagens subtilmente passadas em certas intervenções políticas que evidenciam determinadas atitudes e valores que perfilhadas cuja génese pode ser rebuscada no substrato das citações que selecionei.

Assim, através dum pequeno exercício intelectual que teve como base o que foi dito e feito por políticos em pleno exercício de funções durante estes últimos quatro anos de Governo, e após uma análise das citações, arrisquei fazer algumas conotações que, no domínio do simbólico, podem ser reveladoras de atitudes político-ideológicas semelhantes ao nível do subconsciente.

O conteúdo das frases citadas abaixo basta pode ser atualizado e transformado num discurso atual dissimuladamente democrático. Algumas são plenas de segregacionismo, defensoras da exclusão e de clivagens sociais conducentes à desvalorização e à quebra da coesão social.

As associações podem parecer exageradas e despropositadas mas deve ter-se em conta que o tempo político em que as frases originais foram proferidas foi outro, e que, posteriormente, muitas das ideias políticas foram-se alterando, subtilmente adequando e os seus discursos dissimulados. Ao longo da história da primeira metade do século passado alguns líderes ocuparam o poder que lhe foi dado pelo povo, graças às mensagens que transmitiram através dos seus discursos empolgantes que começaram primeiro por ser ideias plenas de promessas e glórias nacionais mas rapidamente e em crescendo, foram-se transformando em apelos intoleráveis.

Veja-se então as ditas associações a partir das frases citadas:  

  • “…Vamos agora enfrentar a tarefa de repartir o nosso bolo segundo as nossas necessidades, de modo a podermos: em primeiro lugar, dominá-lo; em segundo lugar administrá-lo; e em terceiro lugar, explorá-lo.”

Comentário:

Esta frase nunca foi proferida nem escrita pelos nossos políticos mas podemos supor o bolo como sendo um Orçamento de Estado que poderá ser será elaborado de modo a que haja transferências de uns setores para outros que deles beneficiarão. Normalmente os que são beneficiados são sempre aqueles que utilizarão os impostos pagos por todos para benefício de apenas alguns e prejuízo de muitos, que se manterão ou serão lançados para a retaguarda da sociedade. Isto porque a distribuição da maior parte dos recursos, nomeadamente os financeiros que, sendo escassos, privilegia cada vez mais através do processo de transferência outros setores já de si privilegiados. Quer dizer, estão a ser retiradas efetuadas da classe média e baixa para as camadas sociais mais ricas, não só através do Orçamento de Estado mas também por outras vias.

Alguns casos exemplificativos:

O desemprego dos dois membros de um casal, ou de apenas um deles, gera uma perda de rendimentos que os torna incapazes de manter os compromissos que tinham assumido. A compra duma habitação, concretizada no pressuposto de manterem ao longo da vida alguma estabilidade financeira que lhes possibilitava cumprir os seus compromissos, numa situação de desemprego viram-se repentinamente sem recursos para garantir o compromisso contraído com a aquisição da habitação. O não cumprimento da obrigação tem como consequência a entrega da casa. Esta é então adquirida a pronto por quem tem recursos financeiros enriquecendo o seu património. Poderão alguns dizer que em vez de se comprar uma habitação teria sido preferível alugá-la. O problema mantinha-se mas doutra forma, o rendimento dessa família ou pessoa singular, nas mesmas circunstâncias anteriores, continuava a não ser suficiente para assumir o compromisso do pagamento da renda.

Numa situação de desemprego ou de corte nos rendimentos (corte salarial por ex.) mesmo tendo habitação própria e sem qualquer dívida o aumento do valor do IMI pode ser tão elevado que possa ser incomportável o seu pagamento pelo que pode haver o perigo da perda da habitação em caso de incumprimento. O mesmo se passa com outros setores da sociedade, sejam eles reformados, aposentados ou pensionistas que, vendo-se privados de parte de rendimentos devido a cortes vêm-se obrigados a desfazer-se do seu património que passa para mãos oportunistas.

São apenas alguns exemplos de situações de pessoas, descritos com linguagem simples e não codificada que é utilizada por aí com o objetivo de evitar a sua compreensão por parte da população que vive num país onde lhe dizem que está tudo muito melhor e a correr como previsto. Será que um país existe sem as pessoas?

  • “As ações contra nós apresentam algumas vantagens: permitem exterminar quem quer que se nos oponha”.

Comentário:

Manifestações de protesto, greves, oposição popular e de trabalhadores a decisões tomadas pelo poder foram enfraquecendo. A retirada de regalias e direitos, cortes de salários e pensões, contribuíram para que quaisquer atividades reivindicativas da população fossem neutralizadas quer pela incapacidade anímica e física, (os idosos em estado de aposentação ou reforma, não têm capacidade reivindicativa nem lóbis), quer por incapacidade financeira, quer ainda por receio do risco de perda do posto de trabalho.

Veja-se este caso verídico passado nos anos oitenta quando a democracia estava em fase de consolidação e ainda havia alguma instabilidade política. Numa empresa privada onde na altura era eu diretor dum departamento que reportava à administração. Um dos meus colegas, também diretor de outro setor, quando tinha algum trabalhador que se lhe dirigia ao gabinete para fazer quaisquer pedido de aumentos salarial ou outra reivindicação qualquer, recostava-para trás na sua cadeira, abria calmamente uma das gavetas da secretária, retirava dentro dela um conjunto de papéis olhava para o funcionário e dizia: “olhe isto são tudo pedidos de emprego para lugares como o seu, portanto já sabe, faça o que entender.”.

  • “Deve fazer-se todo o possível por promover a difusão do terror, que é o único meio de eliminar na população a vontade de resistir”.

Comentário:

Na estratégia utilizada amiúde em situação de maior crise de oposição a medidas impopulares o terror é substituído pelo medo que se transmite à população para a amedrontar. Todos nos recordamos a proveniência de palavras e pequenas frases como estas: “cuidado com os mercados”, “podemos perder a credibilidade”, “podemos a ter que voltar a ter outro resgate”, “não há dinheiro para pagar salários e pensões”, “aqueles são os mesmos que nos conduziram à vinda da troika”, “as propostas deles são para voltarmos ao despesismo”, ”cuidado que eles são a instabilidade”, "a troika pode voltar", etc., etc., etc..

Um à parte:

Ainda hoje, domingo 7 de junho, Paulo Portas aplicou a estratégia do medo quando  durante uma intervenção no encerramento do IX Congresso Regional do CDS-PP/Açores, na Madalena, ilha do Pico disse que Portugal arrisca voltar à bancarrota com o PS.

Há ou não alinhamento com o que acabei de escrever?

 

  • “…A piedade e a brandura são sinais de fraqueza e constituem um perigo evidente.”

Comentário:

As associações que podemos fazer são várias mas há uma que se adequa perfeitamente e que se resume apenas em algumas palavras.

Apesar dos vários escândalos como as listas Vip, "os submarinos", o caso das declarações e das dívidas de Passos Coelho à Segurança Social, o caso da justiça com o Citius, os vistos Gold, as "swapps", entre outros, não houve quaisquer responsabilizações políticas nem o Governo tirou delas quaisquer ilações. Apenas se tentava responsabilizar e culpabilizar os funcionários de base do processo.

Em todos os casos Passo Coelho e o seu Governo seguiu o princípio de que a brandura, podendo ser substituída aqui por cedência, é sinal de fraqueza e constitui um perigo evidente para a credibilidade do Governo, para o seu enfraquecimento e de seguida para a perda do poder. Neste caso não procedeu a quaisquer demissões, nem ele próprio apresentou a sua, porque isso seria sinal de fraqueza e resolveu aplicar a isso tudo o princípio da impunidade.

  • “Só poderão receber a quantidade de alimentos que a restante população puder dispensar, e em caso algum mais alimentos do que os indispensáveis para assegurar a sobrevivência.”.”Estas rações devem continuar a ser ministradas até poderem entrar em vigor medidas mais intensivas…”.

Comentário:

Esta citação é uma das mais radicais em termos sociais. É um despacho de natureza política e social que coloca alguns setores da sociedade dependentes daquilo que outros não necessitem, neste caso alimentos de que precisem apenas, e só, para se manter a sua sobrevivência até novas mediadas mais radicais serem tomadas. As tais “rações que devem a ser ministradas até poderem entrar em vigor medidas mais intensivas”, no contexto e no tempo em que elas foram produzidas não fariam hoje sentido.

Claro que em Portugal não foi feito nem emitida qualquer legislação ou despacho neste sentido, nem tal, em democracia seria tolerável. Todavia há outras formas mais habilidosas e menos evidentes de o fazer. Exemplo? Destruição progressiva do Estado Social é uma delas, cortes de pensões, cortes nos salários, cortes nos subsídios de desemprego e de outra natureza destinados à manutenção da dignidade pessoa e social, desemprego forçado, etc., são medidas restritivas.

No Portugal atual as medidas intensivas são de outro molde e mais suaves mas que, no nosso contexto político e social, são evidentes com a subida da abertura de cantinas sociais em flecha, aumento do apoio financeiro que o Estado tem que dar a instituições privadas de solidariedade social, bancos alimentares, todos eles que têm tido cada vez mais procura.

Quer se queira, quer não, hoje em dia estas medidas são intensivas. A mais radical, e talvez já pensada por alguns de certas áreas políticas, mas sem coragem sequer para as propor seria a eliminação de todos e quaisquer apoios sociais de vez, o que não seria praticável porque isso a manifestações populares de revolta que levariam à tomada de medidas que podem ser sintetizadas na seguinte citação:

  • “Devem esforçar-se por manter a ordem não mediante pedidos de reforço, mas sim mediante o emprego dos métodos draconianos mais apropriados”

Quem estiver para isso que tire as suas próprias conclusões.

Se elas forem concordantes com o que se tem passado nestes últimos quatro anos de Governo então espere pela sua vez.

E por aqui me fico.

 

Referências:

Gibert, Martin. 2015, A Segunda Guerra Mundial, Vol. 3, Lisboa, Publicações D. Quixote/Jornal Expresso.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 20:06

O Governo e as tretas eleitoralistas

por Manuel_AR, em 21.05.15

Enquanto o Partido Socialista lança a proposta de Programa eleitoral o PSD nada tem, a não ser apenas o mesmo programa para além da troika, mais do que gasto, e sem nada de novo que todos já conhecemos demasiado bem. Reclamava o PSD, aqui há alguns meses, que o PS não tinha nada para apresentar. Agora podemos perguntar se a coligação vai apresentar-se com o mesmo programa eleitoral de 2011?

Sem nada para apresentar de novo, Passos Coelho passa as contas do rosário do trabalho feito pela coligação PSD/CDS e repete até à exaustão que não foi ele que trouxe a troika e que o PS tem "saudades da troika". Mas foi ele que governou para além dela e nada mais tem para apresentar a não ser a continuidade herdada da troika. Quem tem saudades quem é?   

Entretanto, no Parlamento, Jerónimo de Sousa diz que será o povo a mandá-lo cantar para outra rua apesar de cantar muito bem. Isto sobre os benefícios fiscais ao Novo Banco. Corta-se a uns para dar a outros. Segundo o jornal Público Maria Luís Albuquerque garante a legalidade das isenções fiscais de que o Novo Banco vai beneficiar, e apesar do despacho do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, ter sido assinado antes de a Assembleia da República aprovar uma alteração legislativa relacionada com esta matéria. Mas ontem o primeiro-ministro Passos Coelho no Parlamento admitiu que surgiram dúvidas na concessão do crédito fiscal ao Novo Banco porque o Estatuto dos Benefícios Fiscais "não previa expressamente" confirma o Económico. O Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) não era claro quanto à atribuição do crédito mas garantiu que a interpretação que mais tarde foi feita pelo legislador "é legal" acrescenta.

Os julgamentos na praça pública, ajudados pela comunicação social, parecem estar a institucionalizar-se. "Transformar os acontecimentos de domingo num caso de abuso policial, condenando um agente da autoridade sem qualquer investigação séria e profunda, é um deslocamento que indicia uma perigosa patologia coletiva. Não é aceitável passar para segundo plano a barbárie organizada, que com o envolvimento negligente de autoridades municipais, e contra as recomendações da PSP, se apoderou do espaço público, fazendo perigar a integridade física e a fazenda dos cidadãos." diz Vitorino Soromenho Marques no Diário de Notícias de hoje.

Apesar de terem telhados de vidro que tapam com placas de zinco para não partirem mais, (Dias Loureiro e outros que por aí andam) o PSD anda às turras e muito preocupados com o enriquecimento ilícito sobre a organização de grupos de trabalho sobre o tema, Dias Negrão repreende por estar à frente de um desses grupos de trabalho que Teresa Leal Coelho diz ser informal de acordo com o Diário de Notícias de hoje. Mas que azáfama vai por lá! "Teresa Leal Coelho tinha sido nomeada coordenadora de um grupo de trabalho para discutir as propostas de enriquecimento ilícito, mas não convocou qualquer reunião. Presidente da comissão não gostou, é o "lide" do Observador de ontem.

Mais um pouco de propaganda eleitoral do PSD e da ministra das finanças Maria Luís com a velha e gasta conversa sobre o corte de 600 milhões de euros a cortar que ainda não sabe onde e, daí, pede acordo com o PS ao mesmo tempo o Governo prepara cerca de e 445 milhões para o Novo Banco. Diz Maria Luís que as medidas sobre as pensões sempre deixaram de fora as pensões mais baixas. Também era o que mais faltava, mas vontade de o fazer também perece que não.

É uma festa porque o país se financiou através de venda de dívida pública a seis meses com juros negativos. Isto a curto prazo de seis meses com 4,61 vezes superior à procura. Outros países também conseguiram essa proeza. Quando acabar a política monetária do BCE a ver vamos.

Aqui ao pé a Grécia continua a tentar ser vergada e a ser castigada por ter optado por eleger democraticamente um partido para o seu Governo de uma área que não agrada à Europa porque pode ser um mau exemplo a seguir por outros. E daí temos que pressioná-los ao falhanço com as mais diversas justificações algumas com razão, outras sem qualquer uma. Quando problema da Grécia abrandar ou passar a não interessar adivinhem que será o senhor que se segue?

Ameaças nas redes sociais à família do polícia do caso der Guimarães parece ter sido a motivação para o artigo de opinião da diretora do Dinheiro Vivo, Sílvia Oliveira, hoje no DN.

Na propaganda da coligação Nuno Crato também participa. Ontem dia do exame de Matemática do primeiro ciclo foi a uma escola nada mais, nada menos, do que a escola pública de elites do Parque das Nações. Os alunos tinham à sua espera o ministro. Estavam felizes porque, diziam, o exame tinha sido fácil e por isso tinha corrido bem. O tempo do facilitismo parece que abriu uma pequenina porta para contento de todos, encarregados de educação e alunos. E mais garantiu Nuno Crato, que não haverá mais cortes no sector. "Não estou a planear fazer mais cortes", disse. Pois também o seu líder do Governo prometeu muita coisa e fez outra, digo eu.    Os cortes na educação e na saúde não tiveram impacto na redução da despesa por terem sido totalmente compensados com gastos na segurança social. Pescadinha de rabo na boca.

A ministra das finanças abre porta a uma redução mais rápida da sobretaxa de IRS é mais uma medida a reboque das eleições e do PS. Parece que no espaço de um mês tas finanças e a economia estão em alta porque o que parecia impossível para a ministra agora já é tudo fácil e por isso esclarece que "a eliminação da sobretaxa pode ser acelerada" segundo o jornal Púbico. O PS tem mais do que uma vez apontado para que a eliminação da sobretaxa de IRS seja feita em dois anos. Maria Luís entra no jogo do que quem dá mais. Será por estas e por outras que o PSD e a coligação insistiam que o PS apresentasse o seu programa económico e financeiro e eleitoral? Se o que o Governo tem dito ultimamente poderia invocar um plágio se fosse um trabalho de um aluno que eu tivesse que avaliar na faculdade.

Pouco se tem falado da linha de crédito de 500 milhões de euros disponibilizados pelo Governo para apoiar empresas com negócios em Angola. Há falta de recursos financeiros para umas coisas mas o Governo arranja sempre dinheiro para outras desde que, quem usufrua, não sejam as pessoas e as famílias.

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 20:33

Profissionais da falsidade na política

por Manuel_AR, em 18.05.15

Catroga_3.jpg

 

 

 

Votar na coligação é o mesmo que jogar na roleta apostando no 36 vermelho e o croupier anunciar que saiu o 13 preto. Resta depois hipotecar tudo o que se tem e não tem para pagar ao dono do casino por mais quatro anos.

MR

Há uma desilusão e um descrédito na sociedade relativamente aos políticos, daí a desmobilização das pessoas em relação ao voto no qual a abstenção é um dos indicadores mais relevantes.

Somos um país premeditadamente desinformado sobre a atuação política do Governo. O canal Parlamento é onde podemos seguir com mais pormenor o que se vai passando. O que vamos sabendo é apenas pela voz dos que defendem em causa própria a aplicação das políticas de quem nos governa. Como já escrevi em textos anteriores, entre eles estão também os comentadores afetos aos partidos do Governo que ocupam os canais de televisão generalistas sem que haja, ao mesmo nível de horário, a possibilidade de contraditório.

Ouvimos a maior parte das vezes os mesmos pontos de vista defendidos até à exaustão que as audiências absorvem como verdades porque não possuem a informação suficiente para a validarem.

Os argumentos que utilizam são muitas vezes baseados em informação com incorreções, falsidades e distorção da verdade para iludir quem os escuta. Com exceção de alguns mais interessados ou informados a maioria não tem a possibilidade de confirmação.

Um dos que está nesse alinhamento é Eduardo Catroga que foi premiado por serviços prestados quando da negociação do memorando com a troika e pela venda da EDP à empresa estatal chinesa, China Three Gorges Corporation. Ocupou de imediato o cargo de Presidente da EDP em representação daquela empresa com remuneração milionária.

Catroga, bem instalado na vida com remunerações escandalosas para um país empobrecido como é Portugal, é compreensível que seja um dos carros de combate do atual PSD. É um digno representante do pensamento político e ideológico, ainda mais radical do que o próprio Governo que apoiará para que a coligação continue a governar.

Disse Eduardo Catroga que o Governo se atrasou no processo de redução da despesa pública e que, em vez do colossal aumento de imposto, deveria ter feito uma enorme redução na despesa. Lança isto mentindo descaradamente, aliás seguindo as pesadas do líder do seu partido.

Vamos ver os verdadeiros números para podermos aferir se deveremos ou não votar nesta coligação que nos engana sustentada por uma vanguarda que nos pretende continuar a enganar.

 

Consolidação orçamental:

  • Diminuição da despesa primária de 7,4 mil milhões de euros. (Despesa efetiva excluindo a rubrica de juros e outros encargos)
  • Aumento da receita de 4,5 mil milhões de euros.
  • Redução da despesa de 2/3 da consolidação.
  • Aumento da receita 1/3 da consolidação.
  • Ao contrário do que Eduardo Catroga diz o enorme aumento de impostos foi inferior ao enorme corte na despesa.                     

Os dois momentos do ajustamento foram:

Primeiro momento

  • Corte brusco na despesa que reduziu mais de 10 mil milhões de euros.
  • Quebra na receita de 2,7 mil milhões de euros.
  • Decisão do Tribunal Constitucional: eliminados 3 mil milhões de euros de corte na despesa. Se não fosse esta decisão a economia estaria ainda neste momento com uma recuperação ainda mais débil.

Segundo momento

  • O tal aumento enorme de impostos com a subida de receita de 6,2 mil milhões de euros.

Como o corte na despesa foi anterior ao enorme aumento dos impostos apenas este ficou registado na memória das pessoas devido ao matraquear constante dos comentadores e da comunicação social produzindo na opinião pública uma falsa perceção dos factos propositadamente criada.

Catroga como muitos outros radicais que apoiam estes neoliberais do Governo acreditam numa austeridade expansionista que apenas existe no país da Alice. Desculpam-se com o interesse do país (julgando-se as únicas pessoas que o habitam) mas olham apenas para o seu umbigo que, em qualquer circunstância, sabem que fica sempre preservado de todas as contingências.

Quando o dr. Eduardo Catroga e outros que tais dizem que se deveria ter cortado ainda mais na despesa, estão fixados no ataque sistemático aos salários e às pensões, quadro donde de encontram a salvo, já que tudo quanto possam ainda dizer sobre corte na despesa é um logro.

A economia não se recupera com esperança num futuro risonho que não chega, nem apenas com cortes nos rendimentos das famílias. Em qualquer sistema capitalista e de economia de mercado a economia vive à base do "pilim" se este se corta ou limita às empresas e às famílias o fundo está à vista.

Acreditar e manter a esperança nesta gente que, mais uma vez, nos pretende iludir é o mesmo que jogar na roleta apostando no 36 vermelho e o croupier anunciar que saiu o 13 preto. Resta depois hipotecar tudo o que se tem e não tem para pagar ao dono do casino por mais quatro anos.

  

Diz Pedro Adão Silva no Expresso:

Se o tema são os pedidos de desculpa, a maioria devia, então, começar por pedir desculpa às famílias

dos 400 mil portugueses que emigraram

aos 400 mil que viram os seus empregos destruídos;

às 65 mil crianças que deixaram de ter inglês no 1º ciclo;

aos milhões de idosos que tiveram as suas pensões cortadas.

 É que, em importante medida, tudo isto foi consequência de uma estratégia de “ir além da troika”, assente na crença mágica de que um corte abrupto na despesa teria um efeito salvífico

 

Fontes: jornal Expresso; Governar com a Troika - Políticas Públicas em Tempo de Austeridade, Almedina

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 19:41

Sintonias

por Manuel_AR, em 09.05.15

Sintonia.png

 

 Ao apoio incondicional, até despudorado, dado ao executivo o Presidente Cavaco Silva chama-lhe agora "sintonia" para proteção dos interesses do país.

Vem sendo hábito confundir os interesses partidários, institucionais e pessoais com o chavão do interesse do país para se justificarem as opções políticas erradas. A fantochada do veto presidencial ao diploma sobre "a compensação equitativa relativa à cópia privada", uma lei aberrante, não é mais do que uma manobra de diversão. O Presidente sabia à partida a relativa pouca importância da lei para a opinião pública porque, na prática, não implica com a vida da maioria dos cidadãos como por exemplo, a saúde, a educação ou o corte nos salários e das pensões.

O Presidente Cavaco resolve agora quase no fim do mandato e próximo de eleições legislativas fazer périplos pelo estrangeiro aproveitando as verbas destinadas pelo orçamento de estado provenientes dos nossos impostos para justificar as afirmações que fez sobre o perfil que deve ter o próximo Presidente da República.

O apoio que tem dado ao Governo justifica-o agora como sendo "para defender os interesses de Portugal no plano externo" e que "é preciso uma concertação aprofundada entre o Presidente da República e o Governo, por forma a aprofundar sintonia de linguagem". Não "havia nexexidade, ummm…., ummm…" de se justificar porque já conhecemos, há muito, a "sintonia" e o apoio dado ao Governo. Recorrer agora à defesa dos interesses de Portugal no plano externo para o justificar não altera nada. Os portugueses não são atrasados mentais e sabem muito bem onde Cavaco Silva quer chegar. Bem se pode esforçar para que a sua popularidade volte a subir porque não o vai conseguir. Em abril a sua popularidade estava baixíssima como mostra o quadro seguinte.

Cavaco Silva_popularidade.jpg

 

Esperemos que nas próximas eleições legislativas, e a seguir nas presidenciais, saibamos mudar de vida sem medos e sem quaisquer constrições, como já o soubemos fazer ao longo da nossa história democrática.

A conceção errónea dum conservadorismo e dum abstencionismo por inércia não são mais do que uma castração da vontade própria por comodismo que se pode consubstanciar na seguinte ideia: "pelo menos com estes já sabemos com o que contamos".

Votar apenas por opção de saber com o que se conta, na maior parte das vezes, significa sermos apanhados de surpresa. Temos experiência das falsidades que Passos Coelho teceu para poder ganhar as eleições anteriores. A justificação pela falta à verdade foi apontada à troica, embora na altura tivesse dito que o seu programa ia para além.

A ideia que pretende agora passar é que o pior já passou, que estamos no bom caminho e que a economia está a crescer. Após assentes novamente na cadeira do poder estas e outras asserções podem vir a ser alteradas justificando imprevistos de última hora que foram detetados.

Entretanto os lobos passaram a vestir, por ora, a pela de cordeiros.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 00:16

Em tempo Passos Coelho mandou os portugueses sair da sua zona de conforto. 

Esta frase foi, de certo, aprendida numa qualquer sessão deformação sobre liderança, mas não deve ter apreendido os verdadeiros sentidos nela contidos.

O que tem acontecido é que ele e o seu Governo mantêm-se há quatro anos na sua zona de conforto. Como?

Para ele a zona de conforto tem sido sempre a de seguir o caminho mais fácil sem necessidade de análises, por vezes morosas e difíceis e até incapazes de ser feitas por quem se encontra no Governo. Pensar sobre os problemas e impactos das medidas que se tomam é difícil, dá muito trabalho e precisa de competência dada pela experiência.

Assim, é mais confortável lançar medidas para a praça pública e contra a constituição e contra as pessoas, tomando a opção de facilitismo de aumentar impostos sem contrapartidas e cortar a eito apenas tendo como base números. Há que acertar contas mesmo que se tenha que somar laranjas com batatas ou subtrair cebolas de abóboras .

Agora, em pré-campanha eleitoral e com a apresentação do programa económico do Partido Socialista, Passos Coelho, o PSD e o CDS vêm muito preocupados ameaçar e amedrontar com o regresso ao passado, com o despesismo, com a troika que, diga-se, ainda não saiu de vez, etc.. Em vez de saírem da sua zona de conforto governativo, político e técnico para analisar e debater o modelo económico apresentado vêm tecer considerações carecentes de competência técnica e política.

Passos Coelho com uma atitude confortável de quem está no poder, vem dizer que o documento que o Partido Socialista é eleitoralista e pede que "disponibilize dados num formato que permita fazer contas". Este pedido demonstra apenas a necessidade de manutenção da sua zona de conforto, já que são desconhecidos os dados do documento que o Governo e a ministra das finanças apresentaram na passada semana. Basta recordar o caso dos 600 milhões de euros a cortar. Onde está o detalhe? São 600 milhões e não 500 ou 700 porquê? E a descida da TSU para as empresas? Onde estão detalhe do valor percentual e os impactos sociais, económicos e financeiros? Estes são apenas dois casos.

É tão bom estar na zona de conforto não é?

A coerência de Passos que por aí agora dizem ter não é mais do que a obstinação em seguir certas medidas. A aparente coerência não e mais do que uma tentativa de mostrar de que agora não mente, que não liga às eleições e mostrar, aos ainda não crentes, que a sua coerência é a razão das medidas que pretende tomar. Isto é, manter-se na sua zona de conforto.

A mentira também se faz por omissão. Está agora nessa fase, propor medidas sem que diga o que está por detrás. Isto é, sem revelar os dados em que se baseia para tais medidas. Eleitoralismo pela falsa coerência?

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 16:29

Histórica obsessão do triunvirato

por Manuel_AR, em 21.04.15

Triunvirato.pngAo longo dos últimos quatro longos anos de governação de Passos e Portas, abençoados pelo Presidente da República Cavaco Silva, muitos têm pretendido, através de afirmações contrárias à verdade, reescrever a história recente da política portuguesa para justificarem as medidas que tomam contra os portugueses que os elegeram e que, segundo eles, conheciam o programa. Será que conheciam?

É necessário que fique claro que nada justificou alguma da despesa exagerada do anterior Governo chefiado por José Sócrates, apesar das políticas de então, procedidas da Europa, fossem no sentido do investimento público que mais tarde veio a recuar que em Portugal não foi travado atempadamente mantendo-se uma política despesista.

Para o confirmar basta um pouco de tempo e paciência para consultar o que se publicou deste então na imprensa sobre o tema do pedido de ajuda internacional a Portugal que foi efetuado a 6 de abril de 2011 para se perceber a falta à verdade e a hipocrisia com que alguns senhores que por aí andam a tentar, mais uma vez, enganar os portugueses.

Se não vejamos.

Pouco dias antes Portugal tinha proposto um programa de austeridade denominado PEC 4 (Plano de Estabilidade e Crescimento 4, agora chamam-lhe apenas PE) que dias antes tinha sido elogiado por Angela Merkel. Com o seu apoio e o do presidente da Comissão Europeia Portugal poderia ter obtido um resgate mais suave.

Sobre este facto José Sócrates dá conhecimento disso ao líder da oposição Passos Coelho. Nessa altura era bem conhecido o apoio partidário, poder e a influência que José Relvas exercia sobre o líder do PSD. Diria que Passos Coelho era dependente de Relvas e por este influenciado, e por tal não deixa passar o PEC 4 justificando que já tinha havido vários PEC’s, alegava desconhecimento e que não queria que os portugueses passassem mais sacrifícios. É bom atentar nesta ideia e compará-la com as ideias posteriores de Passos.

Objetivo principal, óbvio e oportunista era a queda do Governo e a tomada do poder através de eleições antecipadas, cujas sondagens devido às medidas já tomadas pelos PEC’s anteriores davam uma maioria ao PSD.

No discurso da tomada de posse como Presidente da República, a 4 de abril, Cavaco Silva faz um ataque ao então Governo de Sócrates afirmando que não havia espaço para mais austeridade, “Há limites para os sacrifícios que se podem exigir ao comum dos cidadão”, dizia. Nesta altura começou a ser notado o alinhamento do Presidente da Repúblicacom o Governo e a sua falta de isenção e independência.

Entretanto os bancos pressionavam o ministro das Finanças da altura, Teixeira dos Santos que sem consultar José Sócrates anuncia publicamente que Portugal precisava de recorrer a ajuda financeira externa. Sócrates pede a intervenção da “troika”.

Angela Merkel que também desconhecia aquele facto mostra-se surpreendida e desconfortada com tal medida.

Claro que os partidos da oposição, obcecados pelo poder, e os comentadores neoliberais extremados e alinhados com o potencial futuro Governo de maioria, sem o mínimo espírito crítico, dão vivas ao memorando de entendimento que foi assinado como sendo o melhor que poderia ter acontecido a Portugal.

Esta parte da história termina aqui. Mas quais foram as consequências daquela obsessão pelo poder, da intransigência em não reconhecer os erros cometidos, continuando com a mesma orientação e o apoio dado a esta política pelo Presidente Cavaco Silva sem o mínimo pudor político de alinhamento com o Governo?

Basta ler o memorando de entendimento ou o relatório de ajustamento 2011-2014 da altura e verificar as projeções para a economia portuguesa.

A austeridade seria de um ano. Passou a três. Não, agora já de quatro e continua até 2019

Recessão inferior a 4%. Real próximo de 8%.

Ajustamento previa 2/3 pelo lado da despesa e 1/3 pelo lado da receita. A realidade mostrou que o aumento de impostos foi muito superior à redução da despesa.

Desemprego previsto 13%. A realidade mostrou que atingiu mais de 17%. E assim continuaria se não fossem as manobras artificiais para a sua redução tais como os subsídios dados a empresas que aceitem desempregados através de estágios.

O memorando não aborda a questão da emigração, mas foi superior a 250 mil.

Previa-se uma forte recuperação da economia com base nas exportações e no investimento, mas a recuperação foi muito fraca e com solavancos, mais baseada no consumo interno e nas exportações também estas com oscilações face à oscilação dos mercados externos.

O sistema financeiro estava sólido garantiam. A realidade mostrou bancos a irem à falência e outros a recorreram à linha de capitalização de dinheiros públicos previsto no memorando. Outras instituições recorreram a aumentos de capital.

Financiamento nos mercados foi a única coisa aceitável mas, mesmo assim, continuamos a estar com a dívida pública nas zonas do lixo das agências de rating. Quando falam obtidos a juros mais baixos, estes não foram devidos ao bom comportamento de Portugal, aconteceu o mesmo em todos até com a Grécia.

Não previam crédito às pequenas para que as pequenas e médias empresas funcionassem com base nesse financiamento. A realidade foi o corte na concessão de crédito a estas empresas, logo, falências e aumento do desemprego.

Desconhecimento da realidade económica e social do país demonstrado pelo próprio memorando resultou na realidade mostrada pela destruição da economia e o aumento muito elevado de problemas socias e de pobreza.

Privatizações: venda a quem calhou, neste caso a chineses, (leia-se ao estado chinês) de empresas como a EDP e a REN tendo-lhes sido garantido que os otários dos portugueses continuariam a pagar a energia a preços elevados.

E, por aí fora…

Não digo mais, porque eram tantas as coisas que até me fartei e já tinha consumido muito tempo em pesquisas.

Repito, basta ter paciência para reler os jornais. Coisa chata aliás agravada por ter que voltar a encontrar os disparates que esta gente que nos desgovernou disse ao longo destes quatro anos. Quatro anos até parecem ser cinquenta, como os do outro, os de Salazar.

 

Fontes principais: Jornal Expresso, Nicolau Santos.

Outras fontes: jornais diários como Público, jornal i, revista visão, revista Sábado, Diário de Notícias.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 17:55

Enganados outra vez só se formos otários

por Manuel_AR, em 23.03.15

Tretas.png

 

Na passada semana a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) ouviu novamente Ricardo Salgado horas a fio. Mais de dez. Não queria estar na pele dele e muito menos na dos deputados da comissão. Consideremos que é fatigante. Não é sobre isto que me vou debruçar mas sobre a mensagem enganosa mais as tretas do costume que, desde algum tempo atrás, o Governo e os comentadores por sua conta têm vindo a fazer passar  sempre que oportuno 

A questão prende-se com a ideia de que a solução encontrada para o BES, agora conhecido por Novo Banco, foi a melhor porque poupou dinheiro aos contribuintes. O Novo Banco teve vários tipos de gás a enchê-lo para evitar perdas.

Em primeiro lugar o Estado emprestou 4400 milhões de euros ao Fundo de Resolução (linha da troika) para capitalizar o Novo Banco. Diz-se que vai receber juros de 2,95% pelo empréstimo. Se assim for nada a dizer. Por outro lado, para este banco apenas passaram os ativos do BES (o que não eram prejuízos).

Tudo quanto eram dívidas à Goldman Sachs e a clientes do papel comercial (aqueles que se têm manifestado para que lhes paguem) foram transferidas para o chamado banco mau (?). Mas que raio de nome arranjaram! Até se escreve com letra pequena!  

Mas a questão é quem vai perder este dinheiro. Será o Novo Banco? Seremos nós através dos nossos impostos? Serão os clientes que agora reclamam o seu dinheiro? Quem souber que responda.

Outros `mas´ se colocam: se for o Novo Banco a pagar este ficará desvalorizado, perderá valor para a sua venda, o que não interessa. Mas disseram aos clientes do tal papel comercial que receberiam, mas depois que não.  

O Novo Banco beneficia de 2,87 milhões de euros de impostos diferidos que é o valor referente ao pagamento de impostos sobre os rendimentos, neste caso ISR (Imposto Sobre Rendimentos), recuperáveis em períodos futuros, o que valoriza o banco. E os juros sobre esse capital, quem os paga, será o novo comprador do banco? É uma espécie de crédito fiscal que é concedido. Isto é, os lucros futuros que o Novo Banco possa ter após a sua venda não pagarão impostos sobre eles. A transferência dos ativos do BES fizeram perder ao Estado 300 milhões de euros em imposto de selo. Foi um download fiscal grátis.

Se isto não vem dos meus, teus, seus impostos donde veio?

Veremos ainda quem vai pagar os passivos na posse do banco mau.

Isto mais parece o castelo fantasma como aquele que existia nas Feira Popular mas com esqueletos guardados nos armários por Passos Coelho e pela ministra das finanças, Maria Albuquerque.

Para uma opinião mais técnica e desenvolvida ver Pedro Santos Guerreiro, jornal Expresso.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 19:04

Os trapalhões

por Manuel_AR, em 03.03.15

Com a coligação PSD/CDS que está no Governo já não sabemos onde acaba o PSD e começa o CDS/PP e vice-versa. O CDS/PP perdeu a sua identidade. De vez em quando Paulo Portas, para dar um ar da sua graça costumeira, como que a dizer olá, eu estou aqui, mostra em escassos pontos que tem opinião diferente estando sempre presente em eventos que lhe deem visibilidade.

Qual é o projeto político e de governo do CDS/PP? Não existe, é o mesmo do PSD. Se o CDS for a votos sem ser em coligação como saber qual o seu programa eleitoral? Atualmente, tirando as respetivas lideranças, são uma e a mesma coisa. Cada um deste partidos tornou-se albergue de várias direitas sem expressão que por aí proliferam onde se incluem apoiantes da sempre esperançada causa monárquica.

A manutenção duma coligação como esta que nos governa é possível apenas e só, por interesse onde conta, sobretudo, a distribuição de pastas e de outros lugares à mesa do orçamento e nada mais.

Passos Coelho e os seus “vuvuzelas” partidários e governamentais continuam, por aqui e por ali, a lançar para o ar e para as mentes menos atentas os benefícios da austeridade a mata-cavalos elogiando os sacrifícios dos portugueses (em calão significa passar a mão pelo lombo) que souberam ser meninos bem comportados durante estes anos de governação. Agora vai tudo mudar devido ao crescimento económico auxiliado pelo turismo, à descida de desemprego, blá, blá…

Para a maioria que sustenta o Governo qualquer variação para melhor de 0,1% nos índices macroeconómicos é uma festa como dizia a outra, a da educação.

Eu tive um professor na Universidade que costuma dizer e cito que mais vale ter mau hálito do que não ter hálito nenhum. É sinal de que estamos vivos. É isso que o Governo faz, tentar mostrar que está vivo. É o mesmo que dizer “Ouçam!... Ouçam!... Ouçam!...”, como aquela canção portuguesa que foi à eurovisão muito antes do 25 de abril, estamos no bom caminho. O único problema é que a realidade não alinha pelo mesmo diapasão.

Mas vejamos:

O que poderá está a acontecer aos portugueses que falam, por tudo quanto é sítio com algum receio, não lhes vá acontecer pior, sobre cortes nas pensões, nos salários, no grave problema na saúde, na educação, no aumento do custo de vida, apesar da deflação, nos despedimentos liberalizados de milhares de trabalhadores a meio da sua vida profissional que ficarão condenados para sempre ao desemprego?

O sinal da mentira e da mistificação dum falso sucesso está a pegar de novo como no passado mas com outras nuances. Mistificações que, tal como nas eleições em 2011, levaram os portugueses a acreditar em promessas e mentiras.

A direita pode pensar que os portugueses são ingénuos, sofrem de medo atávico e gostam de estar metidos no seu cantinho que lhes destinaram para sempre e que, portanto, serão um alvo fácil para a burla política. Mas podem desenganar-se porque o povo desesperado não se deixa mais enganar.

Surge agora um medo que se apossou desta direita hostil para com os portugueses, são os gregos sem medo que apostaram na subida ao poder do Syriza na Grécia e os espanhóis com a subida nas sondagens do Podemos em Espanha. Não admira pois que Portugal e Espanha tenham manifestado os mais radicais contra o apoio à Grécia. Passos e Maria Albuquerque que o acompanhou, quiseram mostrar que são germanistas por convicção política, arrastando com eles o nome de Portugal. Para os nacionalistas radicais, isto, seria uma traição lesa Pátria. Para os portugueses mais moderados que acham que não devemos perder a nossa soberania na íntegra foi também uma traição.

Vejamos então a imagem de sucesso que Passos e companheiros de partido e de Governo nos apregoam e o que nos reservam se ganharem as próximas eleições.

O ir para além da troika pressupunha atingir determinadas metas como a descida dos custos do trabalho para atrair investimento nacional e estrangeiro, o que dinamizaria as exportações, a poupança das famílias que levaria à descida da dívida equilibrando as contas públicas (como se cortes em salários e pensões, aumento de impostos e população desempregada sobrasse alguma coisa para poupar), a redução da despesa do Estado que iria travar a dívida pública criando excedentes orçamentais para controlar as contas do Estado. O milagre esperado por esta direita de incompetentes e incultos que nos governa (talvez até incompetência propositada, caso dos vários chumbos do T.C.) seria a descida dos impostos, e a economia atingiria o crescimento de 4% do PIB ao ano. Seria o país da direita de sucesso.

Após anos de sacrifícios vemos o realismo dos números do país virem à superfície, mas o das pessoas é muito pior e não é visível. As exportações abrandaram significativamente porque o investimento foi escasso; a economia está a ser puxada pela procura interna com o consequente aumento das importações; segundo as estatísticas os automóveis, nomeadamente vindos da Alemanha, estão novamente no seu auge (prova de algum germanismo subconsciente?) esvaindo-se pela porta grande tudo o que se poupou com os sacrifícios; a dívida externa aumentou; défice orçamental acima dos 3%, mas dizem que vai baixar; as rendas excessivas, tão apregoadas pela troika, não reduziram, são estrangeiros a usufruir delas.

Tudo está bem neste país, com Paulo Portas a fazer parte do coro como mandam as boas regras da convivência política. Todavia, relatórios atrás de relatórios vindo de Bruxelas e do FMI dizem o contrário, ao mesmo tempo que determinam completar a tarefa com o receituário das medidas atá aqui tomadas e, se possível, com mais uns pozinhos.

Dizem o primeiro-ministro e o seu vice, juntamente com o badaleiro ministro da cervejeira, que, graças a isto e mais àquilo, agora é que vai ser, 2015 a crescer. Rima como poesia mas, como ela, é romantismo ficcional a entrar pelos nossos ouvidos, infelizmente para mal da maior parte dos portugueses.

As reformas estruturais, as que atingem gravosamente os portugueses (leia-se cortes à moda PSD/CDS) tais como reformas, pensões, educação, saúde, segurança social, despedimentos, aumentos de imposto, continuação das rendas para a energia pararam ou abrandaram, por enquanto.

O orçamento geral do estado para 2015 conseguiu, miraculosamente, uma elasticidade orçamental para dar aqui e ali umas benesses tendo em vista as eleições legislativas.

Passos Coelho passa o mesmo filme de 2011 reconstruido, e desta vez com o “dolby system”, onde prolifera a imagem ficcional de que o pior já passou. “O país está a crescer, e vai crescer mais este ano, as marcas de um período recessivo existem e a mais visível são os quase 14% de desemprego” apregoa. E confirma que “não é possível ter uma receita radicalmente diferente”.

A economia precisava de uma mudança estrutural mas ela não se viu, antes pelo contrário, o crescimento volta a ser pela procura interna e a balança comercial voltou estar numa situação instável a esta questão o primeiro-ministro dá respostas evasivas sabendo ele que o grande causador deste descalabro está na insistência das políticas de direita neoliberais e radicais que aplicou.

À questão do projeto para um futuro Governo que nunca mais anuncia, diz que quer continuar o projeto que tem em mão e escusa-se a responder dizendo que não é uma prioridade porque este é o tempo de governar e de garantir a recuperação.

Como é que Passos e os seus acólitos acusam António Costa de não apresentar um projeto mais detalhado para o país, nem um programa de governo se está bem claro que ele também não o quer apresentar já? Portanto, não se percebe porque estão os seus arautos e apoiantes continuamente a pressionar António Costa para definir a sua estratégia de governo.

O que se pode concluir é que o programa de governo caso Passos Coelho ganhe as eleições será o mesmo que seguiu até aqui e agravado porque o que iria muito para além da troika ainda não está cumprido. Ele próprio o confirma quando diz que “…há muita coisa que precisa ser feita… Há reformas por completar que não cabem nem no memorando nem numa legislatura. As próximas eleições são muito importantes para que este projeto possa ser completado…”.  Fica então claro o que pretende.

Sobre o último relatório da troika que foi crítico e acusou o Governo de ter parado com as reformas Passos admite que “algumas foram ajustadas em termos de calendário” e conclui que “as reformas estão a prosseguir”. Claro que o ajustamento de calendário a que ele se refere tem a ver com a proximidade das eleições para conseguir captar todos aqueles incautos que apesar de terem sido enganados uma vez possam novamente cair na armadilha. Portanto, os portugueses das classes médias e, em suma, todos aqueles foram massacrados por não terem qualquer hipótese reivindicativa e sobre os quais ainda não conseguiu completar os seus intentos já sabem o que os espera.

Não duvido que o próximo governo que sair das eleições, seja ele qual for, tenha que manter algumas das medidas mas seguindo outras vias que não a sejam a destruição abrupta do país.     

Dar com uma mão e “surripiar” com a outra é uma das estratégias já bem conhecida por todos. Passos, agora, como gato escaldado, promete sem prometer, dá sem dizer que retirará.

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 20:08

Paulo_Passos2.jpg

O irrevogável Paulo Portas com passos de bailarina acrobática mais o seu CDS bem podem esforçar-se de vez em quando por vir mostrar que mantêm a sua identidade enquanto partido mas que, por mais que se esforcem, já não a consegue manter. Já não se percebe onde acaba um e começa o outro. Compreendem-se por isso os autoelogios que Passos e Portas fazem à maioria. Numa pertença diferença de opinião o líder parlamentar do CDS Nuno Magalhães veio ontem dizer que as críticas de Jean-Claude Juncker sobre a 'troika' coincidem com "os alertas" deixados pelo CDS-PP nos últimos três anos, mas que essa situação foi "superada" por "mérito dos portugueses". Fará já isto parte da campanha pré-eleitoral do CDS? Em tempo algum criticaram as posições alemãs. Estamos fartos de balelas!

Uma coligação como esta a que Paulo Portas se submeteu após o retrocesso do irrevogável ficou, irrevogavelmente, refém da maioria relativa do PSD. Mesmo que se esforce não deixa de ir a reboque do PSD. Os argumentos que lhe restam reduzem-se ao já gasto discurso do regresso ao passado tomada como ameaça ao futuro trombeteado pelo ministro da economia Pires de Lima cuja credibilidade se vai a cada dia esgotando. Esquecendo que, ao falar nas taxas e taxinhas de uns, faz parte de um governo que aumentou impostos e impostinhos, complementos e complementinhos de solidariedade, lançou taxas e taxinhas verdes e que apregoa como um grande feito o crescimento débil da economia. Este é um ministro cujas intervenções se baseiam num discurso débil e gasto mais digno de comício do que de um responsável por uma pasta da economia que, de substancial, ainda nada fez a não ser propaganda, daí ser a vuvuzela  o instrumento preferido que tem sempre à mão.

Paulo Portas ao dizer que a "solidariedade com a Grécia faria disparar os juros e diminuir a confiança" não se preocupou tanto na altura em fez estalar a crise do "irrevogável". Será que com aquela declaração Portas quis dizer:

- Somos solidários com a Grécia, mas, sabem, não o posso manifestar por causa dos mercados.

Treta! A solidariedade é sobretudo um sentimento de partilha do sofrimento que pode ou não ser consubstanciado em apoio político ou auxílio financeiro e económico e, nestes casos há a opção de neutralidade coisa que a maioria não conseguiu manter colando-se numa atitude colaboracionista com as posições radicais germânicas.

O prémio: Portugal é um país que serve como exemplo para dar cobertura ao falhanço das políticas alemãs de austeridade imposta aos países do sul. São portas abertas à invasão pacífica germanista que é também uma guerra contra a sociedade que está a ser ganha.

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 15:33

Os vuvuzelas

por Manuel_AR, em 20.02.15

Vuvuzelas_2.png

 

As vuvuzelas dos políticos instalados no poder, Cavaco Silva, Passos Coelho, Maria Luís Albuquerque e Pires de Lima entrte muitos outros já atormentam suficientemente os ouvidos dos portugueses com a sua propaganda em uníssono, faltava agora, a reboque da situação grega, a intromissão dum agente alemão a contribuir para a propaganda partidária interna. Os vuvuzelas fazem de Portugal uma espécie de cãozinho amestrado que, quando lhe esfregam o lombo, abana a cauda.

A falta de autoestima dos portugueses leva a uma necessidade de procura desesperada de elogios de outros como própria realização enquanto povo. Isto é verdade em todas as manifestações que vão desde o futebol à política. A inveja é outro dos pecados dos portugueses que é de nos congratularmos com o mal dos outros como forma de nos distinguirmos e distanciarmos.

O provincianismo bacoco de quem nos governa vão desde o Presidente da Republica ao primeiro-ministro e afins é evidente nas declarações que fazem sobre Portugal e sobre países que fazem parte do grupo a que nos obrigaram pertencer.

Os recentes elogios feitos a Portugal pelo ministro das finanças germânico, Schäuble, são uma dessas evidências do oportunismo do governo alemão face aos acontecimentos na Grécia. Para o ministro germânico das finanças "Portugal é aprova de que os programas de assistência funcionam" que, por outras palavras, quer dizer Portugal passou a ser um caso de sucesso da intervenção externa. O sabe aquele senhor sobre a realidade portugueses a não ser o que lhe "transportam" Passo Coelho e Maria Albuquerque.

Uma análise sócio económica breve mostra-nos que Portugal devido à intervenção externa aumentou o desemprego de forma assustadora, embora o decréscimo artificioso apresentado pelas estatísticas, aumento do número de pobres, cidadãos em desemprego de longa duração e sem subsídios de desemprego, diretores clínicos que se demitem por falta de condições nos hospitais, dezenas de horas de espera nas urgências dos hospitais, doentes que morrem nas urgências por falta de assistência atempada, cortes em salários e em pensões, falta de condições nas escolas públicas, verbas dos impostos entregues a escolas privadas, aumento do número de crianças em estado de pobreza estrema, diminuição do investimento privado, redução do poder de compra das famílias, PME's sem crédito, empresas em situação de falência, milhares de famílias obrigadas sem possibilidades de pagamento de créditos à habitação, trabalhadores da função pública obrigados a entrar num corredor de despedimento que denominaram de requalificação, idosos sem possibilidades de aquisição de medicamentos, destruição de milhares de postos de trabalho, aumento em quantidade de instituições de apoio social que se transformou num negócio rentável que dizem sem fins lucrativos, desvio para bancos de dinheiro cobrado pelos impostos, privatização de empresas públicas rentáveis, venda de património nacional ao estrangeiro, rendas da energia elevadas a pesar nas faturas dos cidadãos, aumento de preços dos transportes e da energia sem que a inflação o justifique e em tempo de congelação de salários e pensões, previsões de crescimento anémico, dívida impagável pelo menos durante os próximos vinte anos, etc.,etc.. Estes são algumas das provas de que o programa de assistência funcionou em Portugal.

Portugal atualmente já não tem nem património económico nem dignidade que lhe foram retirados com a cumplicidade dos vuvuzelas alojados no governo e na presidência da república. Segundo o jornal Público Jean Claude Juncker o atual presidente da Comissão Europeia e ex-presidente do Eurogrupo aponta o dedo a Durão Barroso e reconheceu na quarta-feira à noite que “falta legitimidade democrática" à troika e que a Europa atentou “contra a dignidade” dos países que pediram resgates. “Pecámos contra a dignidade dos povos, especialmente na Grécia, em Portugal e também na Irlanda. Eu era presidente do Eurogrupo e pareço estúpido em dizer isto, mas há que retirar lições da história e não repetir os erros”, disse Jean-Claude Juncker, em declarações no Comité Económico e Social Europeu, em Bruxelas.

Pressurosamente veio o ministro Marques Guedes a dizer que "Jean Claude Juncker foi “infeliz”. O ministro da Presidência falou no Conselho de Ministros, esta tarde, e considerou que "em momento algum a dignidade dos portugueses foi posta em causa pela troika acolitado também pela ministra Teixeira da Cunha. Mas o que entendem estes sujeitos por dignidade que fizeram perder aos portugueses, não apenas no que se refere à pessoa humana enquanto tal mas também ao país como um todo. Que interesses está esta gente a defender? Os de Portugal não serão com certeza.

A chanceler Merkel para salvar a face perante o que está a acontecer na Grécia encarregou o seu número um das finanças de se bater a todo o custo pela passagem da mensagem de "sucesso" do programa por eles implementado em países como Portugal e a Irlanda, os mais frágeis. Seria um desastre político tremendo para o governo e a opinião pública alemães a demonstração do insucesso do programa, e a Grécia agudizou-lhes esse receio.

Há um quarto vuvuzela que é o ministro Pires de Lima, mas desse falaremos mais tarde.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 01:18


Mais sobre mim

foto do autor


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.