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Predadores

por Manuel_AR, em 27.01.14

Na vida selvagem os predadores são os animais que atacam outros denominados presas para se alimentarem. Em sentido figurado é alguém que explora outro ou outros de modo implacável. A palavra provém do étimo latino praedatōre que significa ladrão.

Socialmente passou a ser comum utilizar o termo predador sexual que pode ser definido como um indivíduo que procura obter contacto com outros levando-os a uma situação de obtenção de favores sexuais. São considerados predadores sociais os “serial killer”, estes procuram vítimas com características bem definidas para praticar crimes com móbeis mais diversos e com o mesmo modus operando. São considerados sujeitos psicologicamente perturbados conduzidos por efeitos de forças mais ou menos irracionais ou até inconscientes, executam os crimes sem olhar a meios e a fins para a consumação dos seus atos criminosos.

Surgiu nos últimos tempos um novo tipo de predadores. São os predadores político-sociais que, através de eleições, se alojam no Estado e, pelas mais diversas razões, atacam vítimas indefesas para lhes retirar rendimentos. O modus operandi destes predadores é sempre o mesmo, distraem as vítimas numa primeira fase e, posteriormente, atacam de forma rápida sem olhar a meios, fins e leis fundamentais. O móbil é empobrecer alguns grupos sociais, em nome de défices que não causaram, para enriquecer outros.

 Provocam a destruição de pequenas empresas e reduzem salários em nome da criação de emprego e do investimento. As suas vítimas prediletas são sempre as mesmas, trabalhadores desprotegidos, funcionários públicos, pensionistas e reformados. A força psicológica, o temor incutido às populações e a assertividade são o seu meio de provar a força e garantir a sua continuidade no poder. Se são ameaçados reagem ferozmente e agem por vingança quando são contrariados atacando os mesmos indefesos de outra forma. Embora disfarcem são vingativos e rancorosos. Porém, estes novos predadores recuam perante grupos mais fortes, com poder reivindicativo e outros que se protegem com escritórios de advogados e em lóbis.

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publicado às 22:48

O Pensamento mágico do Governo

por Manuel_AR, em 07.06.13

 

 

 

Um povo a caminhar sobre uma espiral descendente

 

Nos debates políticos os defensores do atual Governo insistem em reportar-se aos governos anteriores. Ao fazê-lo é como se estivessem a exumar um cadáver para lhe fazerem uma autópsia, sem quaisquer objetivos que não seja o de confirmar que está realmente morto. Mas defendem a opção estratégica em matéria económica e financeira com os argumentos plenos de falácias.

O conceito de falácia em filosofia quer dizer argumento enganoso que induz a erro. Em economia na área do investimento há um outro que é o do custo perdido. Estes dois conceitos conduziram-me ao encontro da falácia do custo perdido que é aquilo que o Governo, nomeadamente Passos Coelho e Vítor Gaspar, têm praticado nestes dois últimos anos.

A falácia do custo perdido refere-se a uma tendência autodestrutiva para a continuidade de investimento em projetos, ideias ou realizações em declínio, cuja justificação é a de já se ter investido substancialmente nos mesmos. É uma espécie de mágica em que se acredita, porque gostaríamos que fosse de facto verdadeira. Este modo de pensamento serve para evitar a aceitação de que nos enganámos e de que nos confrontamos com verdades desagradáveis.

Para exemplificar vamos supor que se comprou um automóvel ou outro equipamento qualquer que sistematicamente se avaria, pagando-se centenas de euros pelas sucessivas reparações. Tendo como justificação o dinheiro que já se investiu no equipamento gasta-se cada vez mais nas reparações. Assim tem feito este Governo que, capciosamente, comete os mesmos erros, com promessas de que tudo vai ficar ótimo, quiçá, num tempo que ainda há-de vir. Isto é, continua a desperdiçar verbas na reparação do equipamento, esperando que um dia ele passará a funcionar sem avarias.

Ao investir-se em grandes doses da mesma política, aplicando sempre as mesmas estratégias, não significa que, só por isso, o melhor que há a fazer é continuar a orientá-las no mesmo sentido.

Poder-se-ia deitar fora o equipamento que pode ser continuamente reparado mas, se a razão fundamental para o manter é unicamente o de já ser ter investido muito nele, ao insistir na mesma receita, uma, e outra, e outra vez, então, estamos perante uma falácia do custo perdido que é aquilo que o Governo tem feito neste dois últimos anos. Esta obsessão trouxe custos sociais económicos e financeiros enormes, dos quais não se vêm quaisquer resultados práticos, a não ser para alguns que, conscientemente, são poupados, injetando-lhes antivírus que os tornam imunes à crise.

É isto o que temos!

É isto que tem que ser mudado!

 

 

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publicado às 23:22

Nada é tão admirável em política quanto uma memória curta

John Galbraith

 

Dois anos após da tomada de posse deste Governo é bom que nos lembremos que os partidos que agora estão no poder estiveram, não ainda há muito tempo, na oposição. Nessa altura, em que o desvario de José Sócrates, falava na construção de um TGVs, num novo aeroporto, na reconversão da escolas, em que gastou dinheiro em acabamentos luxuosos. Falava-se ainda na construção de uma nova ponte sobre o Tejo, tudo para estimular a economia.

Na mesma altura, o PSD e o CDS então na oposição criticavam, e com razão, todos aqueles investimentos que achavam desnecessários e despesistas. Indignados criticavam tudo o que fosse estímulo à economia via investimentos do Estado. Não foram contudo tão perentórios a criticarem na mesma altura as PPP.       

O que se começa a delinear agora é que os partidos do Governo, PSD e CDS, estão a pegar no que antes criticavam para, segundo eles, se começar a impulsionar a economia, como se antes não fosse também um dos motivos que justificassem os referidos projetos no tempo de José Sócrates. Abre-se novamente o balão de oxigénio do governo. Retomam-se então, embora com outros nomes, projetos como o de relançar a construção e o imobiliário (lembram-se da requalificação escolar?), o do comboio de mercadorias para alta velocidade para ligar a Espanha (caso do TGV mas agora com nome mais “rasca” para não levantar dúvidas), a retoma do novo aeroporto de Alcochete do qual se volta a falar nos gabinetes, o novo porto da Trafaria na margem sul do Tejo, com impactos ambientais negativos e que, para distribuir mercadorias para norte, vai ser necessário arranjar novas vias de comunicação ferroviárias e rodoviárias (nova ponte sobre o Tejo ou qualquer outra coisa). Tudo obras públicas que este Governo combatia a pés juntos.

Cabe perguntar quem irá ganhar com os estudos caríssimos destes projetos que se irão encomendar a gabinetes privados. Com certeza alguns que estão à espera de arrecadar dinheiro (de todos nós) que o Estado irá pagar para, no final, se chegar à conclusão de que não temos dinheiro suficiente para os tais projetos Mas têm sempre a hipótese de constituir mais PPP´s gravosas como o foram no passado e continuam a ser, justificando que sai mais barato e é mais eficaz. Então para o seu cumprimento virá mais austeridade e aumento de impostos e taxas. Foi assim no passado e irá ser assim no presente e no futuro!

Não podemos esperar sentados para ver. Temos que estar alerta para tudo e participarmos nos movimentos cívicos que se organizem para que a mesma receita não se repita, e não nos enganem novamente, desta vez, com outros que tais…  

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publicado às 15:55


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