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Barqueiros do Volga.png

Treinadores de bancada_1.png

As sanções a Portugal, são um tema arrastado, com o entusiasmo da maior parte dos órgãos de comunicação social. Embora não avancem nada de novo vão especulando e oraculizando medidas, intenções, punições, cumprimento rigoroso das regras europeias apenas para alguns, é claro emparelhando com os partidos da direita, agora sentados no banco da oposição.

As declarações dos partidos sobre as ditas sanções, cujos trâmites se arrastam quais barqueiros rebocadores dos barcos do Volga, mais parecem treinadores de bancada a falar.

Os treinadores de bancada gritam para o ar, e para os seus vizinhos de bancada mais próximos, orientações aos jogadores, faz isto e não aquilo, se eu lá estivesse haviam de ver, vai para a rua e outras censuras. Quando o seu clube perde gritam que foram roubados e a culpa é do árbitro, do treinador e do selecionador.

Assim parece Assunção Cristas líder do CDS e a antiga Ministra das Finanças do Governo de Passos Coelho que apoiam uma direita europeia que está a pressionar o Governo português assim como outros políticos portugueses de outros quadrantes que gostariam de ver descarrilar a estabilidade governativa e social que até agora se conseguiu, vendo nas sanções uma oportunidade para colocar pauzinhos na engrenagem para conquistarem a hegemonia perdida.   

Peroram sobre as sanções que têm como base o défice dos anos de 2013-15, que se refere ao passado, o deles, mas vislumbrando causas para tal no presente e no futuro.

Fazem o mesmo exercício que os treinadores de bancada. Gritando que a culpa é do atual Primeiro-Ministro e do ministro das Finanças que não souberam negociar, deduz-se que deve ser sobre aquilo que eles próprios prometeram e não conseguiram. Se eu estivesse lá não seria assim, grita agora da bancada Maria Luís Albuquerque, etc..

O patriotismo de lapela serve agora como justificativa para prejudicar o país.

Segundo o jornal Público até Cavaco Silva, “estraga unanimidade do Conselho de Estado sobre sanções”. Independentemente do cumprimento rigoroso do que está determinado pelas das regras do Tratado Orçamental, pelo menos internamente há que haver algum decoro na defesa do interesse de Portugal que está a ser palco de experimentações de regras que, até hoje, não foram aplicadas a nenhum país que estivesse em incumprimento.

Claro que a Cavaco, visto não haver um Governo da sua preferência, apoia as sanções, numa tentativa frustrada de aparente imparcialidade. O que fica por provar é se, nas mesmas circunstâncias, e com um Governo da sua fação, tomaria a mesma posição.

Acrescem ainda sábios comentadores de economia como José Gomes Ferreira da SIC, que diz que as sanções vão implicar austeridade e mais medidas que já constam. Se não constam agora irão constar. Lança achas para a fogueira em vez de ajudar a acalmar o fogo em nome de todos. Mas a obsessão da desculpabilização da herança das sanções sobrepõe-se ao interesse e à defesa do país. Não há plano B, mas tem que haver. Se não é agora, é amanhã. Se não for amanhã será no futuro. Mas será. Que desejo mais obsessivo e pleno de contentamento!

As instituições da U.E. mais parecem grupos semelhantes a “bullies”. Estes, como cobardes que são, rodeiam-se de outros, e escolhem sempre os mais fracos para exercer a sua violência, seja ela física, moral e, ou, emocional sobre outros seus pares nos espaços que ambos frequentam.

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publicado às 18:31

UE Castiga Portugal.pngMuitos, como eu, estarão fartos e exaustos das políticas da U.E. apesar de sabermos da inoportunidade e perigos que poderão advir duma saída daquele agrupamento de países que pretendem impor um pensamento único de cariz ortodoxo.

A U.E. é uma espécie de Cérbero, cão de três cabeças que guarda as portas dum mundo no qual não se impede a entrada, mas impede-se a saída.

Quando alguém chega, Cérbero faz a festa, tece elogios. Quando alguém quer sair desse mundo ele impede sua saída a todo o custo. Cérbero torna-se assim um cão feroz e temido por todos. A U.E. é uma espécie de diretório multicéfalo com orientação de pensamento único de maioria dominante que pretende impor regras e submeter os mais fracos. Neste clube que domina o Parlamento Europeu encontram-se o PSD e CDS-PP que apoiam medidas mesmo que elas vão contra os interesses de Portugal, até quando se encontravam no poder.

Tudo funciona como uma espécie de bullying contra um aluno que se tem esforçado e tem conseguido, em parte, ser cumpridor embora, ultimamente, tentando um caminho diferente.

Quem manda na U.E. vê as coisas deste modo: há vários caminhos mas o único a seguir é aquele que nós impomos mesmo que, no fim desse caminho, seja a queda num precipício.

Nesta última semana o Brexit deixou de ser o prato do dia apesar das técnicas da confeção do cozinhado serem mais difíceis do que o problema português. Todavia, Portugal passou a ser um fator de de distração para os problemas de que enferma a U.E..

É mais do que evidente que as declarações sobre Portugal oriundas dos responsáveis máximos desta união de pensadores pretendem que não seja posta em causa a teoria do pensamento único. No livro, “A Realidade é Real?”, que li há muito, mas cuja leitura recuperei, Paul Watzlawick, escrevia no prefácio da página 7 o seguinte axioma: “A ilusão mais perigosa de todas é a de que existe apenas uma realidade.”

Os defensores dos argumentos do chamado “pensamento único” num mundo globalizado tanto a nível económico como a nível da informação, e, a sua inevitabilidade como fator de desenvolvimento, esquecem o conceito de democracia emergente nos finais do Século XX.

A filosofia do “pensamento único”, está a impedir, deformar, destruir, o livre pensamento, a discussão de ideias, a democracia participativa, a soberania e estados nacionais, a promover o controlo da comunicação social, caminhando para a restrição dos direitos humanos, etc., criando nos atores secundários que são as populações de países soberanos uma visível sonolência.

Em termos ideológicos os impositores desta “nova doutrina” na U.E. pretendem ser os apóstolos da única verdade impingindo aos países a crença de que ela é irreversível e que ou se adere a ela ou se fica à margem da História e do desenvolvimento.

Caso paradigmático é o que se tem passado nos últimos meses com adiamentos sucessivos sobre as ditas sanções a Portugal e a Espanha, neste último caso justificando o adiamento da decisão devido às eleições. Podemos tirar inerentes conclusões. Se a direita ganhasse por uma maioria confortável, o que não foi o caso, tudo ficaria solucionado e o caso encerrado com as desculpas do costume. Como assim não foi há que castigar o infrator, o povo espanhol, que votou contra o pensamento único votando numa maioria de esquerda, embora sem entendimento a nível das cortes espanholas.

No caso de Portugal a coisa é mais complicada e causa frenesim nos senhores “donos” da U.E. por ter sido possível um entendimento para uma maioria de esquerda parlamentar que sustenta um Governo do Partido Socialista no poder. Isto não agrada aos senhores da direita da U.E., onde se encontram o PSD e o CDS, portanto, há que castigar o povo que votou fora do pensamento dominante.

Apenas ensaístas, comentadores e políticos da cegueira neoliberal sabem que ficaria comprometida a política da ortodoxia vigente na U.E. se vier a ter sucesso outra política, colocando em causa o princípio do não há alternativa.

Para constatar o facto, basta analisarmos as declarações dos ex-governantes e representantes do calhambeque que forma agora a oposição ao Governo em Portugal.

Maria Luís Albuquerque fez afirmações que apenas constatam o que escrevo. Disse ela que “Se eu fosse ministra das Finanças a questão das sanções não se colocava”. Isto é, se Passos Coelho fosse ainda primeiro-ministro não haveria sanções mesmo que o défice do 3%fosse ultrapassado? É a comprovação de que há, de facto, uma retaliação da U.E. porque Portugal deixou de ter um Governo que deixou de seguir a via do pensamento único e da subserviência.

Outra pressão intencional, especulativa, com base numa falsidade, veio há dias do ministro das finanças alemão Wolfgang Shäuble ao afirmar que Portugal está a pedir "um novo programa" e que "vai consegui-lo". Claro que veio de seguida a corrigir dizendo que "Os portugueses não o querem e não vão precisar de um segundo resgate se cumprirem as regras europeias". O que é isto senão uma forma de pressão causando instabilidade nos mercados e sobre a dívida portuguesa. A justificação, para além de distrair sobre o Brexit devido é a de em Portugal não estarem no poder partidos de subserviência e seguidores de pensamento único, tão do seu agrado.  

Há uma justificação que se pode avançar: se em Portugal a aplicação de outro caminho e de outras políticas alternativas tiverem eventualmente sucesso isso poderá comprometer a credibilidade dos defensores do não há alternativa a da aplicação de austeridade cega, extrema e contínua em países mais vulneráveis. A Wolfgang Schäuble isso não interessará que fique no seu “currículo”.

Não é admissível que responsáveis da U.E. ponham publicamente em causa a credibilidade e a confiança dos mercados sobre um país, membro de pleno direito, que tem feito os possíveis para cumprir as regras, interferindo ainda que indiretamente na sua política interna.

A Alemanha sempre teve e continua a ter ambições hegemónicas na U.E.. O final da guerra fria, (que agora passou a estar, outra vez, parece, em cima da mesa), com o desmantelamento da eis União Soviética veio facilitar-lhe aquela ambição de dominação.

Na ótica do desvio ao pensamento único, os meninos desestabilizadores, mal comportados, entenda-se que não escolham os seus governos de acordo com a linha dominante, devem ser repreendidos e castigados de forma persecutória. Não de verifica o mesmo empenho dos dirigentes da U.E. a criticar quando são eleitos governos de extrema-direita que limitam liberdades nos seus países.

Na U.E. a liberdade democrática através do voto popular está estabelecida e garantida, mas desde que esteja em linha a orientação oficial dominante, caso contrário o caldo está entornado.

A Alemanha e países alinhados terão pretensões de caminhar para uma U.E. menos democrática. Senão, leia-se o documento preparado por Wolfgang Schäuble, ministro das finanças alemão, publicado pelo jornal alemão Handelsblatt que pretende que uma entidade independente, separada da Comissão Europeia faça a análise dos orçamentos dos Países-membros da EU entre outras reformas ainda pouco claras quanto aos intuitos.

Afinal, o que se pretende é a ingerência nos Estados de modo a limitar cada vez mais a soberania de (apenas de alguns!) países apesar de membros dum clube de ricos.

 

Na política, e no Euro 2016 que ganhe Portugal!

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publicado às 19:56

Geringonças que funcionam

por Manuel_AR, em 31.05.16

Geringonça.png

 

Sempre gostei de geringonças. Apesar de ter brinquedos que recebia no Natal comprados na antiga loja de brinquedos Kermesse de Paris, ali por baixo do Hotel Avenida Palace, hoje já extinta, como mandavam as regras das famílias com mais poses preferia construir as minhas próprias geringonças com que brincava.

Com pequenas peças retiradas de brinquedos antigos, daqui e dali, e de outros que desmanchava e desarticulava para ver como eram por dentro, construía com essas peças pequenos engenhos que verificava depois, com contentamento, que funcionavam. Com menos brilho é certo mas eficazes para o objetivo pretendido.

Hoje, ao ver a aplicação do termo geringonça à política com o intuito de achincalhar denoto a falta de visão dos que o utilizaram apenas com o objetivo de denegrir uma solução possivelmente viável. Penso no quanto a ciência e as descobertas pioneiras foram feitas inicialmente com geringonças.

As primeiras grandes viagens marítimas com sucesso foram feitas com embarcações que hoje não seriam mais do que geringonças. Os pioneiros da aviação que, como Lindbergh, atravessaram o atlântico partindo do Estado de Nova Iorque em direção a Paris em maio de 1927, num avião chamado "The Spirit of Saint Louis". O caso dos portugueses Sacadura Cabral e Gago Coutinho que fizeram a primeira travessia aérea do Atlântico Sul num hidroavião que, à luz da técnica de hoje, não era mais do que uma geringonça.

Os barcos em que os portugueses efetuaram as viagens marítimas, comparados com os grandes transatlânticos de hoje, não eram mais do que geringonças feitas de madeira com uns panos que faziam de velas.

E todos funcionaram!

Uma criança pode ser contemplada com um brinquedo muito colorido comprado numa qualquer loja, ou até ser induzido pela publicidade, muitas vezes enganosa, mas prefere brincar com a geringonça do brinquedo, menos vistoso mas eficaz, da criança que brinca ao seu lado no jardim.

As geringonças foram, ao longo dos séculos, protótipos que deram lugar a máquinas mais evoluídas e bem acabadas. Algumas não passaram do papel, outras foram reajustadas, outras ainda melhoradas. Houve geringonças que foram inspiradoras como muitas as que foram desenhada por Leonardo da Vinci, outras, ainda, foram o princípio de muitas das descobertas científicas.

As geringonças foram, portanto, construídas para funcionarem e evoluírem. E é isto que desespera a direita e alguns que se dizem de esquerda como Francisco Assis, seguidor do modelo de governação conservador, baseado em acordos entre direitas e esquerdas moderadas que, sob a forma de coligações, até ver, se mantêm na União Europeia que também quer impor a outros países.

Se o PS fosse ou for por aí será o seu fim. A prazo e levará ao surgimento de outras fações de esquerda, menos moderadas, formadas com os potenciais dissidentes que se juntarão engrossando esquerdas menos moderadas. O caso de Espanha poderá ser um exemplo que tem sido pouco analisado.

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publicado às 19:02

Quando o réu quer virar juiz

por Manuel_AR, em 22.04.16

Juiz.png

A direita, especialmente o PSD de Passos Coelho, tenta desvincular-se da política que adotou enquanto esteve à frente do Governo. O PSD tenta agora na comissão de inquérito ao BANIF mostrar que nada teve a ver com isso,  desculpabilizar-se e apagar parte do seu mandato. Na Assembleia da República o PSD aproveita a comissão de inquérito e a visibilidade televisiva para atacar e responsabilizar o Governo em funções. A sua pedra no sapato é o ministro das finanças Mário Centeno porque, se este conseguir mostrar durante o mandato deste Governo que há outros caminhos para atingir os mesmos objetivos, mostrará o fracasso do Governo anterior e a política da severa austeridade que apoiou, (apenas para alguns), imposta pela UE e pelo seu defensor incondicional que é o ministro das finanças alemão.

Podemos questionar, se, quem não resolveu o problema do BANIF por incompetência, desleixo, ou talvez premeditadamente para precaver uma eventual perda de eleições tem moral política para acusar seja quem for pela situação criada no naquele banco. Poderemos perguntar ainda se já estão esquecidos dos estrondosos problemas que enredaram o Governo de que faziam parte?

O Governo anterior passou o problema para o senhor que se segue que, a custo, o resolveu enquanto elementos do PSD que estão na comissão de inquérito constroem artifícios irrelevantes fazendo-os parecer mais importantes do que na realidade são.

O PSD  ainda está no rescaldo da incapacidade de Passos Coelho, aliada a um certo ressentimento por não ter conseguido constituir Governo. Diria até uma certa ira para com o atual que, até ver, mostra estar a governar. Passos Coelho, por seu lado, mantém o registo de primeiro-ministro mas sendo ex-primeiro-ministro que algumas e desvairadas cabeças do PSD aconselham a manter como estratégia de modo a não fazer parecer exatamente aquilo que é, um ex-primeiro-ministro como tantos outros o já foram.

O PSD quer mostrar que não tem estratégia entrou num estado de aparente catalepsia esperando sentado. Isto é, está numa espécie de comprometimento e numa oposição inerte talvez porque nada tenha para apresentar de novo e que não seja ideologicamente neoliberal. O PSD estar a favor é comprometer as suas políticas passadas, abster-se é o mesmo que dizer que não concorda e estar contra é o mesmo que estar contra medidas que a maioria da população, bem ou mal, aceita.  

 

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publicado às 17:04

Costa e Marcelo.pngForam sete dias de silêncio após as eleições presidenciais, tempo para refletir sobre a vitória de Marcelo Rebelo de Sousa que já era de esperar dada a fraca campanha dos outros candidatos e a também não necessária campanha do candidato vencedor que foi também uma vitória da televisão e a prova da sua influência na decisão do comportamento de voto dos eleitores. Foi a prova de que ainda há uma maioria que se deixa convencer por argumentos frágeis e mais do que repetidos dos comentadores e oradores que puxam sempre para o lado dos interesses que mais lhes convém para os seus objetivos pessoais que escondem sob a capa da defesa dos interesses dos portugueses. Alguns desses comentadores residentes nos canais de televisão dão opiniões públicas para agradar aos "patrões" e garantirem o seu posto e visibilidade. Os poucos discordantes servem para manter as aparências da pluralidade informativa e opinativa.

Parabéns a Marcelo pela vitória que os portugueses lhe deram que obteve sem qualquer esforço.

António Costa poderá ter em Marcelo um aliado, e vice-versa, e, por isso, o novo presidente não irá agitar muito as águas das relações institucionais, potenciando no futuro um pacto entre o PS e o PSD. Basta analisar o que Marcelo disse em campanha. Marcelo Rebelo de Sousa é, devemos dizê-lo, um social-democrata convicto que não se revê na política seguida pela ala direitista mais radical, os neoliberais disfarçados, que ocuparam o seu partido.

Até que o PSD decida o que irá fazer, isto é, deixar o partido continuar a ser controlado por aquela gente ou providenciar para que outros ventos façam ressuscitar a sua matriz ideológica, dando lugar a uma lufada de ar fresco, António Costa não terá grande obstrução por parte de novo Presidente da República.

Agora será o momento do tudo ou nada para o PSD. Passos Coelho apresentou a sua recandidatura à liderança do partido. O poder nos últimos quatro anos e meio soube bem ao PSD e não admirará que não mexa em treinadores que ganham, já que mais não seja pela figura que atrai muita gente que vota mais pelo efeito presença pessoal do que em políticas.

A frase infeliz de Jerónimo de Sousa "Podíamos arranjar uma candidata mais engraçadinha e com um discurso mais populista" pode aplicar-se à estratégia do PSD que é a de manter Passos Coelho na liderança porque não conseguem arranjar outro mais "engraçadinho" e com um discurso enganador que lhe possa trazer o mesmo número de votos ou mais ainda.

António Costa não tem a missão nada facilitada pela ditadura da União Europeia disfarçada de democracia para quem só os votos na direita são válidos e, tudo quanto assim não seja, há que bloquear por serem maus exemplos para outros que possam vir a surgir por aí. Os pretensos amigos europeus do PS e de Costa, como o SPD na Alemanha, estão enfeudados ao partido de Angela Merkel que parece não gostar nada do que venha da esquerda, seja ela moderada ou não e os partidos de direita no resto da UE estão com ela.

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publicado às 17:49

Órbita da política.png

 

O não facto é a direita querer governar nas atuais condições parlamentares mantendo as mesmas propostas de governação.

Se os últimos quatro anos não tivessem tido o prejuízo que a coligação de direita neoliberal causou ao país o milagre de entendimento ao nível parlamentar à esquerda do PS dificilmente teria acontecido.

Para a direita o que nunca aconteceu jamais poderá acontecer. Na altura em que o geocentrismo foi posto em causa por Galileu que defendia o heliocentrismo logo foi declarado suspeito de heresia, o que lhe valeu julgamento pelo tribunal a que chamavam na altura Santa Inquisição. Foi condenado a prisão perpétua porque ter provado que a teoria tradicional estava errada e que devia ser alterada. Disse então  "… e no entanto ela move-se!”. Para os conservadores tradicionais da época segundo a tradição deveria continuar a ser a terra, o ponto em torno da qual todos os astros se moviam.

É este o pensamento da direita portuguesa a mais retrógrada da União Europeia. E repito, para esta direita o que nunca aconteceu não pode acontecer, nem vir a acontecer.

O lamentável é que algumas cabeças pensantes deste país enevoadas com a defesa do indefensável pensam desta forma e querem que o país todo pense da mesma forma. O que dão a entender é que o neoliberalismo devia ser o sistema dominante e predominante e o caminho para o uni-partidarismo.

O Presidente Cavaco Silva é a prova de que mudam-se os tempos mudam-se as vontades (leia-se neste caso os interesses) porque em 1999 apoiou a moção de rejeição ao programa de Governo de António Guterres que, pela segunda vez, tinha ganhos as eleições sem maioria absoluta e disse então: “Quem no PSD não entende que é assim que o partido pode regressar às vitórias das duas uma: ou tem pouca visão de futuro ou já absorveu a linguagem da pretensa responsabilidade que o PS quer impor à oposição”.

A estratégia da coligação de direita era atrair o Partido Socialista para o seu lado de modo a validar a sua continuidade no poder e manter e até agravar as políticas seguidas. O PS seria o partido dos tontinhos que se aliavam à direita e ao seu programa a troca de uns lugares nas cadeiras do governo. A direita seria o centro da política e o PS o seu satélite.

Para convencer rebuscam argumentos dizendo que a vontade dos portugueses, demonstrada nas urnas, foi de apoio a um acordo do PS com a direita coligada. Deixem-se de torneios e expliquem como perderam 819148 votos entre 2011 e 2015 e para onde foram, como e porquê a esquerda no seu todo ganhou 448140 votos.

Em 2009 o PSD mais o CDS tiveram em conjunto 2246443 votos e quantos obtiveram em 2015? Resposta: 19993921 votos.

A coligação de direita neoliberal ganhou as eleições é o facto. Outro facto é que os portugueses validaram como negativa a política em que anteriormente tinha votado (2011). O não facto é a direita querer governar nas atuais condições parlamentares mantendo as mesmas propostas de governação.

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publicado às 21:37

Boliqueimismo, o novo movimento em Portugal

por Manuel_AR, em 28.10.15

Boliqueimismo.png

O provincianismo é uma forma de costume característico do ambiente de uma província assim como pacóvio que é alguém considerado rústico, pouco evoluído ou de visões curtas e homem do campo, como muito respeito para com os homens do campo.

Nenhuma destas asserções tem a ver com inteligência e formação mas com o modo de pensar, de agir, de conduta, de procedimento e da forma como se vê o mundo.

Do sentido genérico de provincianismo podemos derivar para outros termos como por exemplo o boliqueimismo, ambiente característico do passado de Boliqueime, freguesia do concelho de Loulé, que teve até ao 25 de abril de 1974 horizontes limitados e assim continuaria se não fosse o desenvolvimento que a revolução e o turismo trouxeram.

O sufixo "-ismo", de origem grega, produz nomes que veiculam um conjunto variado de sentidos, desde movimentos políticos ou religiosos até meios profissionais. Àquele original movimento político de Boliqueime pertencem adeptos adjetivados como teimosos, infalíveis, presunçosos e revanchistas, qualidades que não podemos, nem devemos, imputar à generalidade dos cidadãos boliqueimenses.

Os boliqueimistas, têm um pensamento único que querem transformar em superior interesse nacional. Convém esclarecer que o sufixo  ´-ista´ vem do  sufixo grego ‘-istés’, que indicava a noção de agente, isto é, a pessoa que praticava uma dada ação.

Os boliqueimistas, como muitos outros, foram cozinhados no tempo da austera ditadura. Alguns evoluíram, outros desviaram, outras adaptaram-se, outros, ainda, disfarçaram-se de democratas.

A dimensão do que hoje se passa em Portugal não está ao nível de Bruxelas mas de Boliqueime e do movimento boliqueimista cujo objetivo é criar uma crise em Portugal com a desculpa do europeísmo de uns e do suposto antieuropeísmo de outros. Os boliqueimistas, ainda com o pensamento do tempo da Guerra Fria, mostram uma atitude suprapartidária, porque são adeptos do partido único como é o boliqueimismo.

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publicado às 15:38

Imprensa.png

 

Há uma interpretação possível para a vitória do Syriza, é que os gregos preferem, apesar de tudo, que um resgate e a austeridade sejam aplicados por uma esquerda do que a sua execução por uma direita. Isto pode se relevante.

O que se passa de relevante em países que fazem parte duma União Europeia a que pertencemos pode vir a ter a prazo maior ou menor influência no nosso. Hoje foi uma prova de como funcionam as redações de alguns jornais em Portugal. Em jornais europeus o mesmo. As eleições na Grécia foram varridas das primeiras páginas dos jornais diários impressos e, quando não o foram, apenas tiveram direito a uma pequena referência na capa. Em Portugal apenas o Jornal Público e o jornal i deram destaque à notícia em primeira página.

As eleições gregas não interessam porque quem ganhou foi um partido que não interessa que seja notícia e muito menos agora. Há que fazer esquecer a vitória. E se fosse o contrário? Se fosse a direita da Nova Democracia que ganhasse? Pois sabemos bem o que aconteceria, páginas e páginas com a notícia de letras gordas e bem nutridas.

Pois assim vai alguma da nossa imprensa.   

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publicado às 19:41

Uma conversa possível sobre a Grécia

por Manuel_AR, em 17.07.15

Reunião_UE_EUA.png

 

Estou a imaginar o seguinte diálogo entre o Presidente dos Estados Unidos da América, Obama, claro! Há quem não goste dele. Estão no seu direito, eu também não gosto de outros que por ai andam a mandar bitates. Paciência, é a vida!

Dizia eu que imaginava um diálogo entre o Presidente dos EUA, ou qualquer mandatário, e uns tipos ou tipa importante que mandam na União Europeia.

Começa o do EUA.

«Eh pá, vejam lá essa porra da Grécia. Isto pode criar um problema do caraças! Vocês aí até parece que não sabem geografia nem ler mapas. Já viram bem o imbróglio que estão a criar ali na zona! Aquilo ali é nosso, faz parte da NATO, não podemos perder a nossa influência naquele lado, pá!»

«Mas senhor Presidente, aqueles tipos devem-nos dinheiro como ó caraças e não fizeram esforço para poupar e pagar».

«Vocês querem é aproveitar-se dos juros que cobram. Como querem que eles paguem se não ajudam a economia para poderem pagar. Vocês são mas é uns grandes cromos que só pensam no umbigo dum país. Pensem a longo prazo porra!».

O do lado proferiu um comentário sarcástico. «Diz-lhe mas é se ele quer as ilhas gregas no dólar e nós ficamos com Porto Rico no euro».

«Deixa-te mas é de gracinhas pá, e centra-te mas é no importante». Avisou o dos EUA. «Vamos falar com o FMI para dar uma ajudinha de modo a inverter a situação, vocês disfarçam, dizem que não é legal e tal e coisa, mas que irão ver se arranjam uma solução».

«Isso é complicado porque temos os parlamentos que têm também que aprovar o novo resgate e sabem como é… os credores. E depois há os "outros" que também estão em crise e com dívida que começam para aí a chatear que querem o mesmo. Vejam o caso de Portugal onde o primeiro-ministro que, sobre este assunto, anda sempre a nosso reboque é muito bom aluno e agora que está em período eleitoral vai ser lixado.»  

«Criaram o problema, emprestaram à balda quando na Grécia havia governos da vossa simpatia, agora amanhem-se. Quanto a esse tipo lá de Portugal não se preocupem, ele não faz mais do que o que vocês dizem para fazer, depois desenrasca-se e dirá o dito por não dito de modo a que ninguém perceba. Nós cá falaremos com ele sobre a Lajes e ficará todo contente. Ele contenta-se com pouco, precisa é que alguém de fora o mande fazer qualquer coisa.».

«Porreiro pá! Iremos tentar. Mas não prometemos que seja já. Sabem, estão também em jogo a nossa dignidade e os nossos eleitores, as coisas terão que ser a pouco e pouco.»

«OK. Já estamos a perde muito tempo com esta m., vamos dizer à Lagarde para mandar emitir um relatório sobre a dívida da Grécia. Poderá ser-lhes útil. Queremos manter aquela área de influência sobre nosso controlo. Lá do outro lado aquilo pode complicar-se. Depois há aqueles tipos das extremas-direitas que andam aí para os vossos lado e são perigosos. Podem captar votos se isto corre mal. E são muito piores que vários Syrizas juntos e aí vocês é que se tramam, sai-lhes tudo do euro.»

«F… já viste a m… em que nos meteste pá!» Vociferou um deles virando-se para um outro do grupo da U.E..

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publicado às 19:44

Democracia: a nossa, a vossa e a deles

por Manuel_AR, em 04.07.15

Faltam menos de 48 horas para o refendo na Grécia e as direitas europeias e portuguesa que, infelizmente, procuram deturpar os factos à sua maneira, interferem nos assuntos internos dum país soberano (?).

A democracia na União Europeia começa a estar em perigo. Através da miragem da adesão ao euro cuja permanência é vitalícia porque após entrar não há como sair e dos apetecíveis fundos países soberanos estão a ser "conquistados e ocupados" não pela força das armas mas por processos ínvios conducentes à passagem a protetorados passando pela perda de soberania e logo depois pela submissão mais vigorosa. Este é o que pretendem com o caso da Grécia como experiência exploratória para posterior alargamento a países mais frágeis como Portugal.

A interferência das instituições europeias nas eleições de países como a Grécia e Portugal direta tem sido uma evidência. Recorde-se o caso das eleições para o Parlamento Europeu em Portugal onde por várias vezes dirigentes europeus interferiram com conselhos, ameaças como as efetuadas por Durão Barroso.

Ter votado num partido diferente daqueles que a "democrática" União Europeia pretendia tem contribuiu para que fosse exercido um terrorismo, uma tortura psicológica e, sobretudo a criação de uma insegurança que os solidários governantes europeus exercem como castigo pelo atrevimento que tiveram em escolher quem pretendiam para o seu Governo.

Para os países que controla a União Europeia, nomeadamente a Alemanha e os países seus mandatários aos quais se juntam os subservientes, a democracia é só uma, a deles, a do poder alemão, e a do poder financeiro e mais nenhuma. O princípio para onde a Europa está a ser conduzida é a de manutenção no poder de partidos de ideologia única para o exercício de uma de forma de poder com forte controlo ditatorial disfarçado por laivos de democracia.

A democracia nos países mais frágeis da U.E., como a nossa em Portugal, está também em perigo porque o seu exercício está sujeito a influências e interferências exteriores em países supostamente soberanos que não teriam receber quaisquer recomendações, boas ou más, por parte das instituições europeias ou internacionais sobre os seus atos de escolha política e partidária.

A vossa democracia tem que ser aquela como nós a entendemos e queremos que seja e, quanto isso, não há como escapar, é a mensagem que transparece e nos chega da europa alemã.  

Uma coisa são manifestações de a favor ou contra, levadas a cabo por organizações e povos de outros países sobre acontecimentos (a nível estritamente político e não interferentes), outra são os responsáveis máximos e líderes políticos de instituições da U. E. que deveriam ficar distanciadas, o que não é o caso.

A questão da Grécia sempre foi financeira e económica mas deixou de o ser a partir do momento em que um partido como o Syriza ganhou democraticamente as eleições. O referendo que se vai realizar deveria ser um assunto deveria ser discutido internamente e a decisão, fosse qual fosse, democraticamente aceite.

O que se vê são as interferências descaradas das instituições europeias ora com ameaças, ora com ofertas de cenoura à frente do burro para o levar para onde queremos, ora através do medo e do terror propagado através dos media. É um terrorismo político.

O media, nomeadamente em Portugal dão notícias veiculando mensagens de voto no SIM na Grécia como esta em que se diz que "líderes europeus, mas também os media gregos, continuam a pressionar pelo voto no “sim”. Varoufakis diz que "há demasiado em jogo" para que a Grécia saia do euro e que a União Europeia quer fazer do país um exemplo para Portugal e Espanha".

A pergunta que é efetuada ao povo grego para responder no dia 5 de julho, ao contrário do que as direitas por essa Europa querem fazer crer não é a saída ou não do Euro mas é simplesmente responder se SIM ou NÃO "Aceitam um documento projeto apresentado pela Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional, na reunião do Eurogrupo realizada em 25 de junho?". Se vai haver ou não consequências para a Grécia sair do Euro isso depende exclusivamente da União Europeia.

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publicado às 17:19


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