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Temas à solta I: eleições europeias

por Manuel_AR, em 27.02.19

Temas à solta 1.png

Se acreditarem naqueles que dizem que são o que não são, depois não se admirem e digam: Pois, não sabíamos que era assim!

Parlapatão é um indivíduo que podemos designar por farsante, o que engana os outros com os seus argumentos intrujões, de meias verdades, omissões, quando não falsidades, é um fanfarrão, impostor, pantomimeiro. Um parlapatão pode ter todas ou só algumas das mencionadas propriedades.

Como cabeças de lista às europeias temos dois parlapatões cada um ao seu jeito. O parlapatão Pedro Marques do PS e o parlapatão Paulo Rangel do PSD. O primeiro, Secretário de Estado, agora saído do Governo para ser cabeça de lista às eleições europeias, já o conhecemos e identificámos o seu estilo palavroso, mais emotivo, diz mais do que devia não lhe faltando sobriedade. Quanto ao segundo, esse é mais subtil, confuso e ambíguo  na defesa dos seus pontos de vista sendo, por isso, perigoso devido ao seu canto de sereia.

Paulo Rangel tem andado ultimamente pela Venezuela com outros elementos da Comissão Europeia a fazer pressão contra esse ditador incompetente, obsedado, tarado, irresponsável que dá pelo nome de Nicólas Maduro. E, se por lá anda, ainda bem. Mas isso, tem para Rangel vantagem política pessoal para além de fazer parte da sua promoção de campanha para as eleições europeias de maio enquanto cabeça de lista pelo PSD.

Recuemos um pouco. Em setembro de 2018 o Parlamento Europeu aprovou o relatório que recomendava a instauração do artigo 7.º do Tratado da UE contra um Estado membro, a Hungria de Viktor Orbán. De acordo com aquele artigo o Parlamento Europeu pode ativar o mecanismo preventivo e pedir ao Conselho para determinar se existe um risco manifesto da violação dos valores da U.E.  pelo que a Hungria poderia, em última análise, perder direito de voto.

O relatório da comissão parlamentar das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos do Parlamento Europeu que considerava existir um risco manifesto de violação grave, pela Hungria, dos valores europeus, recebeu 448 votos a favor, 197 contra e 48 abstenções durante a votação realizada no PE, em Estrasburgo que pode conferir aqui.

Vejamos então as posições de Paulo Rangel quanto a esta posição da U.E.:

Paulo Rangel, cujo partido se encontra no grupo PPE da U.E., o mesmo a que pertence o partido de Viktor Orbán , afirmou que "O PSD sempre votou desde 2011 todas as resoluções que condenam a Hungria, ao lado das delegações holandesa, sueca, finlandesa, e nos últimos anos, das delegações romena e polaca.". Mas, a seguir Paulo Rangel lamentou "que não haja o mesmo procedimento para dois governos socialistas: a Eslováquia, onde jornalistas foram assassinados por investigarem corrupção ligada ao governo, e a Roménia". Isto é, por estar em desacordo com as sanções à Hungria defende o prevaricador apontando o dedo a outros e apenas por motivos ideológicos sem que o objeto da acusação estivesse no mesmo âmbito.

Mas há mais. Mário David que foi homem de mão de Durão Barroso, há mais de 26 anos que é amigo do primeiro-ministro húngaro Orbán amizade que lhe valeu a consultoria política sendo agora seu conselheiro, devido à relação de amizade antiga que tem com Viktor Orbán desde antes da sua entrada para o Partido Popular Europeu (PPE). Mário David esteve ao lado do polémico primeiro-ministro e defendeu os pontos de vista de Viktor Órban, apesar de o PSD ser crítico da atuação do Governo húngaro quanto aos pressupostos básicos do Estado de Direito. Se quer confirmar então veja aqui. Por sua vez Jószef Szájer, colega de Rangel no PPE, foi o autor confesso das alterações constitucionais que iniciaram o desfazer do Estado de Direito na Hungria.

É notório o sectarismo de Paulo Rangel. Enquanto alguns estão sempre disponíveis para denunciar com a mesma intensidade abusos cometidos por governos, quer de adversário, quer de aliados, no ataque à corrupção e à conivência governamental em países como Malta e Eslováquia, governados por socialistas, Paulo Rangel usa as críticas justificáveis, apenas aos regimes de adversários que violam direitos humanos para relativizar comportamentos iguais aos dos seus aliados.

O candidato que Paulo Rangel apoia para Presidente da Comissão Europeia, o conservador Manfred Weber, grande apoiante tácito de Orbán, é, também, o mesmo que é apoiado por Viktor Orbán.

Rangel é ardiloso ao ponto de esconder factos como estes quando fala aqui, em Portugal. Em vez de intervir com a palavra, quando as violações de direitos humanos, as normas e os valores da U.E., são infringidos. Opta por omitir, esconder e dissimular quando, politicamente, isso lhe interessa.

Se acreditarem naqueles que dizem que são o que não são, depois não se admirem e digam: Pois, não sabíamos que era assim!

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publicado às 18:17

Resultados eleições europeias

por Manuel_AR, em 26.05.14

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publicado às 00:56

Contra a manipulação da opinião pública

por Manuel_AR, em 24.05.14

 

http://felizardocartoon.blogspot.pt/2013_05_01_archive.html

Recebi este mail que passo a divulgar 

 

 

As Eleições Europeias

No próximo dia 25 de Maio, os aposentados, pensionistas e reformados portugueses têm a oportunidade de votar em defesa do modelo social europeu e contra aqueles que, em Portugal, valendo-se de serem governo, os têm enganado e roubado, manipulando sem
vergonha a opinião pública.


A Europa, berço da Democracia, do Estado Social e do Estado de Direito está hoje ameaçada
por dois sinais inquietantes: o desemprego e o envelhecimento. Por isso, este é o momento
certo para exigirmos um sistema europeu de segurança social que não deixe desprotegidos
os mais novos e os mais velhos, os desempregados e os reformados. Bastaria uma pequena
taxa sobre as transacções financeiras dos bancos - que deverão pagar uma parte da crise que
criaram – para evitar que novos milhões de famílias por toda a Europa caiam na pobreza e na
fome sem qualquer medida de protecção assumida por Bruxelas.

Este é também o momento certo para, aqui em Portugal, defendermos o Estado Social e
“corrermos do poder” aqueles que nos têm enganado e roubado, sempre manipulando a
opinião pública.

Primeiro, disseram que “tínhamos vivido acima das nossas possibilidades” e que “tínhamos
tido menos cortes do que os outros” e aplicaram-nos um imposto chamado Contribuição
Extraordinária de Solidariedade (CES). Assim, passámos a ser o único grupo social a quem se aplica o IRS acrescido de um outro imposto sobre o rendimento. Tal imposto só passou no crivo do TC porque, era apresentado como temporário e ditado pela situação de “emergência”.
Depois, para “fundamentar” a medida anterior, tentaram enganar a população dizendo que
“o sistema público de pensões era insustentável”, nomeando um “grupo de sábios” para o
reformar, que logo descartaram. Ao mesmo tempo esconderam a reforma do sistema de
pensões feita em 2007, na qual já tinha sido introduzido um fator de sustentabilidade que
compensava até 2030 o aumento da esperança de vida, tendo-se ao mesmo tempo iniciado
o processo de convergência entre a CGA e a SS. Forte com os fracos, no início deste ano, o
governo penalizou ainda mais os cidadãos mais idosos, cortando pensões de sobrevivência e
de viuvez e aplicando a CES a pensões de valor mais baixo.

Agora, não tendo conseguido enganar o TC com a proposta de retroactividade na convergência dos dois sistemas de segurança social, o governo e os partidos que o apoiam, querem impô-la
através do próximo Orçamento de Estado, como um corte definitivo disfarçado com um novo nome (Contribuição de Sustentabilidade – CS), ao mesmo tempo que avançam com um novo aumento de impostos (IVA e TSU) que a todos abrange.


O cúmulo da falta de vergonha e da manipulação eleitoralista da opinião pública, foi o
anúncio, em sede do DEO (Documento de Estratégia Orçamental, para 2015 e os três anos
subsequentes) da “devolução” de uma parte dos cortes entretanto efectuados!

Não nos iludamos com a catadupa de expedientes e promessas pouco sérias: é-nos devida a totalidade das pensões e das reformas! A dita Contribuição de Sustentabilidade é mais um embuste que visa tornar definitivo aquilo que sempre foi apresentado como temporário.

Continuar a nossa luta significa, no dia 25, ir votar contra esta política, este governo e contra os partidos que o formam. Continuar a nossa luta significa ligá-la à dos reformados e pensionistas de Itália, de França, da Grécia, da Espanha, etc. por uma Europa mais solidária.


Ficar em casa é capitular!

Grupo de Contra Propaganda, APRe! PORTO
Ana Vale
Fernando Rodrigues
Jorge Martins
José Cavalheiro

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publicado às 19:45

Abstenção pode ser um apoio à direita

por Manuel_AR, em 24.05.14

Faltam pouco mais de 24 horas para o ato eleitoral, oportunidade única durante os próximos cinco anos de dizermos à Europa quem queremos no Parlamento Europeu e rejeitar quem dos que nos governam se colaram aos neoliberais que dominam aquele parlamento.

Também é importante que os portugueses digam não aos neoliberais aqui em Portugal que, durante a campanha eleitoral, vestiram agora, novamente, a pele de cordeiro e mudando o discurso para os enganar. Tivemos até agora a experiência de governação de uma direita neoliberal colada aos radicais europeus da sua família política que diziam que somos todos uns calões que não gostamos de trabalhar e que, vejam só, vivíamos para além das nossas possibilidades.

Enquanto a direita se une porque tem um fim em vista e encontram pontos comuns, à esquerda do Partido Socialista, do PCP e do BE, proliferam partidos que apesar de terem todo o direito de se fazer representar conduzem à dispersão de votos.

esta campanha eleitoral por parte da CDU o alvo não foi a direita europeia ou a de Portugal, foi o PS, o parceiro à sua direita, o principal alvo dos ataques e, cujo objetivo, será apenas ganhar meia dúzia de votos onde os pode mais facilmente ir buscar o que não vai resolver nada em termos europeus nem nacional. Poderia até o PCP ter razão quanto às políticas seguidas pelo PS na altura da queda do Governo de José Sócrates mas o que é certo, é que, quer o PCP, quer o BE, ajudaram e muito a que a direita neoliberal ocupasse o poder. Até parece que o preferiram sabendo, mesmo assim, que não ganhavam nada com isso. Foi o que sucedeu nas eleições legislativas de 2011 e viu-se o resultado, a obtenção pelo PCP de um escasso resultado de 7,9% e 5,7% do BE.    

Não interessa em que partido se vote mas a abstenção não é solução, especialmente neste momento, porque poderá fornecer argumentos à coligação para justificar a sua ação, considerando que os valores da abstenção serão dados como aceitantes da política deste últimos três anos ou até que a abstenção foi a vencedora. Ir votar não é uma operação dolorosa mas um ato cívico que nada custa exercer.  

Quando votarem recordem-se dos três últimos anos e da destruição social que a coligação Aliança Portugal provocou: jovens contra idosos, privado contra público, desempregados jovens contra os empregados muitos deles pais desses mesmos jovens, cortes cegos nas bolsas de investigação científica e na cultura, muitos desempregados sem direito a subsídio de desemprego, destruição do tecido empresarial, grande parte dele constituído por pequenas e médias empresas, muitas delas familiares, sob o pretexto de serem obsoletas e que deveriam dar lugar a outras, deterioração, e, em alguns casos, destruição do Serviço Nacional de Saúde, aumento de impostos, tentativas de acabar com o ensino público canalizando verbas dos impostos para escolas privadas, mesmo em locais onde exista oferta pública, promessas falsas e não cumpridas, prejuízo sempre das populações mais frágeis, etc., etc..

 

Mas, se isto não, chega recorde-se o que o primeiro-ministro dizia antes de tomar o poder:

 

A política de privatizações em Portugal será criminosa nos próximos anos se visar apenas vender ativos ao desbarato para arranjar dinheiro.

 O país tem vindo a fazer poucos progressos no combate à pobreza.

Acusava-nos o PS de querermos liberalizar os despedimentos. Que lata.

Nunca concordei com taxar cada vez mais os impostos indiretos. Esta prática pode revelar-se profundamente injusta.

A ideia que se foi gerando de que o PSD vai aumentar o IVA não tem fundamento.

Precisamos de valorizar mais a palavra, para que quando for proferida possamos acreditar nela.

Não contarão connosco para mais ataques à classe média

Se vier a ser necessário, ainda, algum ajustamento fiscal, a minha garantia é a de que ele será canalizado para os impostos sobre o consumo e não para os impostos sobre os rendimentos das pessoas.

Não se pode cortar cegamente.

Já ouvi o primeiro-ministro dizer, infelizmente, que o PSD quer acabar com o 13º mês, mas nós nunca falámos disso e isso é um disparate.

 O PSD aposta no crescimento da economia e aposta em que toda a austeridade seja agora feita pelo Estado e não pelos portugueses.

 O Estado tem de dar o exemplo.] Não devemos aumentar os impostos. O orçamento que foi apresentado na Assembleia este ano, de alguma maneira vai buscar a quem não pode fugir, aos funcionários públicos.  

Se eu fosse primeiro-ministro não estávamos hoje com as calças na mão.

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publicado às 00:17

 

A União Europeia com as políticas de austeridade que tem imposto, por força da Alemanha, tem andado distraída e está a dar lugar ao surgimento de e fortalecimento de movimentos populistas da extrema-direita cujos discursos anti Europa e anti-imigração tentam interpretar o sentimento dos povos, incentivando e fazendo apelo a sentimentos nacionalistas, xenófobos e racistas. Ao mesmo tempo, mascarando-se com roupagens e linguagens de falso apoio ao Estado social, apropriam-se de conceitos e ideias chaves utilizadas pelos partidos de esquerda.

Há dois exemplos que muito nos devem preocupar, a nós portugueses enquanto cidadão de Portugal e pertencentes, quer queiramos, quer não, a uma União Europeia mesmo que a muitos nada diga. O primeiro, na França, parece muito longe mas não é, onde o Partido da Frente Nacional de Marine Le Pen está à frente nas sondagens. É dada como a vencedora das europeias com cerca de 24%, seguida pela UMP (União para um Movimento Popular) partido de direita de Sarkozy com 22%  e, em terceiro lugar, o Partidos Socialistas Francês com 18% a 20%.  A FN atualmente com três eurodeputados está a prever chegar aos 20 eurodeputados nas próximas eleições do dia 25 de Maio.

Na Holanda, o partido da extrema-direita PVV, Partido da Liberdade holandês de Geert Wilders entre outros tais como Liga do Norte italiana, o FPOe Partido da Liberdade da Áustria, o flamengo Vlaams Belang, os Democratas da Suécia e o SNS Partido Nacional da Eslováquia -deverão eleger ao todo cerca de 40 eurodeputados.

É muito natural que, se uma maioria de direita e extrema-direita forem eleitas com maioria de eurodeputados, através de arranjos e combinações de conveniência possam cooperar em matérias vão contra os interesses das populações e da desvalorização do trabalho, direitos sociais e Estado social, o que, se sem dúvida se irá refletir em Portugal.

Atualmente a Frente Nacional encontra-se inscrita no grupo dos "Não Inscritos" no Parlamento Europeu, isto é, não está inserida em nenhum grupo. Todavia, é muito bem possível que as extremas-direitas se unam e forme um grupo próprio como a própria Le Pen já afirmou.

A história tem-nos dados exemplos do caminho a que conduzem os populismo de direita e de extrema-direita e os seus discursos falsamente apoiantes de sistema sociais prósperos, recuperar a liberdade, a segurança e a prosperidade, como a própria Le Pen tem afirmado em campanha eleitoral em França que acabam por desembocar, quase sempre, em ditaduras mais ou menos violentas mas, todas elas ditaduras.

Nós, por cá, parecemos estar longe com tudo isto a passar-se aqui ao nosso lado. Uma forte votação nas esquerdas poderá colocar um pouco de água na fervura das direitas radicais e extras-direitas que, passo a passo, começam a mandar e a comandar a Europa que vai ditar muito de tudo aquilo que não queremos ser e que, ao longo de 40 anos, ambicionámos.

Devemos apelar aos mais jovens, que desconhecem o que é viver com uma extrema-direita a governar o seu país, para estarem alerta para a falsidade dos símbolos verbalizados que lhes propõem, e tão do agrado da juventude, mas que não são mais do que armadilhas para a conquista de um poder que, rapidamente, limitará a democracia utilizando as desculpas do costume… Por exemplo, consensos que partidos de direita pretendem fazer com a esquerda mais moderada, são parte do seu projeto de desvalorização da esquerda afogando-a pelo comprometimento para de certo modo vir a ser limitada a democracia tal qual ela existe.

O que sustenta este tipo de cultura já não são os antigos medos incutidos pelo fascismo mas novos medos generalizados e propagandeados pelos órgãos do poder, e nos ambientes de trabalho, organizando inseguranças que alimentam novos medos como, por exemplo, medo do despedimento, insegurança no trabalho, - estes ao nível das empresas, - a bancarrota, novos programas de assistência financeira, acenar com hipotéticos cenários de despesismo, subida de taxas de juros dos empréstimos, avaliação pelas agências de rating, a insustentabilidade da segurança social e, consequentemente, as reformas atuais do no futuro, etc., etc..  

Estar atento nunca é demais!...

 

Previsão para o Parlamento Europeu 2014

pela POLLWATCH

 

 

 

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publicado às 19:02

A verdade das mentiras ou a boa memória

por Manuel_AR, em 13.05.14
Ao decidir em quem votar é bom recordar e tentar saber quem pronunciou tais frases
Será que podemos acreditar e votar em alguém que diz e promete hoje uma coisa e faz outra quando se apanha no poder? A maior parte das vezes e em campanha eleitoral quase todos os políticos falam muito e fazem pouco, pelo menos os dos partidos que têm tido assento no poder, mas com tal descaramento e quantidade não há memória.

Tente descobrir quem foi o político que proferiu estas frases que mesmo retiradas do seu contexto não alteram em nada o seu sentido.

Será um bom teste à memória, curta que dizem ter o povo, tentar identificar em que contexto político, em que tempo e quem pronunciou estas frases.

Quem pode agora garantir que não irá agora acontecer o mesmo. As eleições europeias são mesmo importantes porque, para além de se discutir a europa vai também estar em jogo o nosso futuro próximo.

Se as não conseguir ler na imagem encontram descritas mais abaixo.

_________________________________--

 

É sempre bom não esquecer:

 

  • A política de privatizações em Portugal será criminosa nos próximos anos se visar apenas vender ativos ao desbarato para arranjar dinheiro.
  • O país tem vindo a fazer poucos progressos no combate à pobreza.
  • Acusava-nos o PS de querermos liberalizar os despedimentos. Que lata.
  • Nunca concordei com taxar cada vez mais os impostos indiretos. Esta prática pode revelar-se profundamente injusta.
  • A ideia que se foi gerando de que o PSD vai aumentar o IVA não tem fundamento.
  • Precisamos de valorizar mais a palavra, para que quando for proferida possamos acreditar nela.
  • Não contarão connosco para mais ataques à classe média
  • Se vier a ser necessário, ainda, algum ajustamento fiscal, a minha garantia é a de que ele será canalizado para os impostos sobre o consumo e não para os impostos sobre os rendimentos das pessoas.
  • Não se pode cortar cegamente.
  • Já ouvi o primeiro-ministro dizer, infelizmente, que o PSD quer acabar com o 13º mês, mas nós nunca falámos disso e isso é um disparate.
  • O PSD aposta no crescimento da economia e aposta em que toda a austeridade seja agora feita pelo Estado e não pelos portugueses. O Estado tem de dar o exemplo. Não devemos aumentar os impostos.
  • O orçamento que foi apresentado na Assembleia este ano, de alguma maneira vai buscar a quem não pode fugir, aos funcionários públicos.  
  • Se eu fosse primeiro-ministro não estávamos hoje com as calças na mão.

 

Todas estas afirmações podem ser confirmadas pesquizando a imprensa da época em que os neoliberais estavam ansiosos pelo poder.

 

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publicado às 20:22

 

 

 Não podemos deixar que esta direita marque pontos a seu favor. Estar atento ao que se passa é uma missão de cidadania, portuguesa e europeia.

Os portugueses vão às urnas dentro de duas semanas para eleger o Parlamento Europeu pela quinta vez desde que é membro de facto da União Europeia.

A participação em eleições anteriores tem sido muito caracterizada pelo abstencionismo. Apenas em 1987 foi a mais baixa, apenas com 27,5%, a partir daí tem vindo sempre a crescer rondando em média os 62%. Isto significa que o que há um pensamento em que prevalece a ideia de que União Europeia está muito longe e em nada influencia a vida em Portugal. Nada mais enganador. Tivemos ao longo dos três últimos anos a prova disso.

Este ano todos devemos ir votar contribuindo assim para que a abstenção diminua o que pode vir a beneficiar este Governo. Como sabemos e temos vindo a sentir por experiência própria a União Europeia não é uma coisa que está muito longe e que em nada interfere connosco. A crise que atravessamos em Portugal tem sido gerida e, não raras vezes agravada, pelo domínio de uma direita neoliberal à qual pertence Durão Barroso e segue tudo quanto lhe é imposto.

A família da direita neoliberal detém uma maioria no Parlamento Europeu que requer, sem demora, seja substituída. Só desta forma alguma coisa poderá mudar na europa e, consequentemente, em países como Portugal.

Os presidentes da Comissão Europeia, com o fim do mandato de Durão Barroso, serão selecionados pelos partidos políticos.

A direita europeia cerra fileiras em todas as frentes para fazer acreditar no sucesso da austeridade nos países do sul e que ela conduziu ao sucesso da recuperação económica nesses países. Basta estarmos atentos aos números estatísticos, às vezes até contraditórios, e às declarações que nos chegam de todos os lados da U.E. e que pretendem demonstrar o sucesso do ajustamento. Até na Grécia passou a estar tudo bem.

Segundo o Le Monde, na abertura da campanha eleitoral do seu partido CDU, Angela Merkel congratulou-se pela saída progressiva da crise na zona euro dizendo que "Estou feliz por termos decidido que a Grécia devia permanecer no euro. A Grécia tomou um caminho difícil, mas nós estavam ao seu lado.". Não é de admirar que, após as eleições, tudo volte ao passado e já nada seja outra vez como é gora.

Por outro lado, há que ter em vista que os partidos da extrema-direita como o de Marine Le Pen da França com o seu discurso social-populista e Geert Wilders da Holanda com o discurso autocrata e xenófobo, pretendem também ganhar o maior número de lugares no Parlamento Europeu.

Faz falta a Portugal e à Europa um novo despertar de modo a bloquear as tentativas que têm vindo ser feitas para a manutenção e reforço no Parlamento Europeu das direitas liberais e neoliberais, alguns com traços autocráticos, com prejuízo, em especial, para os países do sul.

A todos cabe a missão de defender a Europa e fazer soar os toques de rebate. São os jovens e os que agora têm entre quarenta e cinquenta anos e mais que beneficiaram de tudo quanto a Europa ajudou a trazer, desde infraestruturas, passando pelo Estado social até ao elevado nível de escolaridade obtido, e que julgam, erradamente, que são dados como adquiridos. Os últimos anos de governação em Portugal têm demonstrado o contrário pondo tudo em causa e querendo fazer-nos recuar quase aos níveis da pré-adesão.

Não podemos deixar que esta direita marque pontos a seu favor. Estar atento ao que se passa é uma missão de cidadania, portuguesa e europeia. Abstermo-nos é deixar que outros decidam por nós.

 

Composição atual do Parlamento Europeu 

 

 

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publicado às 23:59

Milagres leva-os o vento

por Manuel_AR, em 18.04.14

 

Quem vê noticiários nas televisões e lê jornais facilmente se apercebe que surgem de todo o lado, como que por milagre, instituições internacionais, a par de outras nacionais, a fazer prognósticos macroeconómicos positivos sobre Portugal. Em pouco mais de mês e meio tudo se transformou passando do mau a muito boas perspetivas. Parece, de facto um autêntico milagre.

Agora, até o Banco Morgan Stanley que, tanto quanto eu saiba, ainda não tinha sido referido pelos canais de televisão e jornais generalistas, vem fazer previsões sobre a economia e o crescimento de Portugal mais positivas do que as do FMI.

Divulgou o referido banco que prevê em alta as suas estimativas de crescimento económico em Portugal, para 1,4 por cento este ano e 1,6 por cento em 2015.

O curioso é que os noticiários apenas alinharam esta última parte do que foi divulgado por aquele banco, descurando outros pontos do comunicado que são mais importantes do que este que é apenas um possibilidade.

Para captar votos surgem, a cada dia que passa, mais promessas do atual governo apregoando melhorias que ninguém sente, promessas confusas, vagas e elegias aos amanhãs que cantam (frase utilizada por Constança Cunha e Sá). Até se podem estar a verificar, apenas em números estatísticos, algumas melhorias ténues, mas tudo o resto não passa de pura ficção.

Sendo eleições para o Parlamento Europeu há que aproveitar para mudar a correlação de forças dentro da UE e, se assim for, a orientação poderá passar a ser diferente.

Atualmente, com o aproximar das eleições para o Parlamento Europeu, muita coisa se está a passar com medidas a serem prometidas, nomeadamente estratégias expansionistas e de menos austeridade para que o eleitorado europeu vote no sentido dos conservadores neoliberais que, a par da crise internacional, contribuíram para colocar a Europa no estado em que se encontra.

Após eleições se não houver uma derrota significativas dos partidos do Governo arriscamo-nos a que tudo fique ainda pior.

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publicado às 20:11

O piu-piu dos passarões

por Manuel_AR, em 18.04.14

São evidentes os sinais e os piu-piu destes passarões que governam Portugal que, mascarados de passarinhos indefesos, não são mais do que aves de rapina. A entrevista atabalhoada do primeiro-ministro atestou que quis fazer-se passar por passarinho. Aliás, Gomes Ferreira fez os possíveis por não lhe colocar questões incómodas entre as quais algumas tão importantes como a da política estratégica que tem para Portugal e a sobre sustentabilidade da dívida com o regresso aos mercados e o confronto com os cálculos apresentados no prefácio escrito por Cavaco Silva nos Roteiros VIII.

Hoje mesmo o Presidente da República num evento em que participou classificou de injusta e intolerável a situação dos portugueses. É lastimável que Cavaco Silva venha agora dizer isto quando foi ele um dos responsáveis pela situação já que, face aos factos, nada fez, pelo contrário colaborando e até apoiando o Governo.

Agora que umas eleições se aproximam os neoliberais do governo e seus apoiantes, que pululam pela comunicação social, voltaram ao discurso social de falinhas mansas negando agora o que pensam vir a pôr em prática depois, temos disso a experiência, e tudo indica que irá continuar a ser assim. Até Durão Barroso vem a Portugal fazer descaradamente campanha pelos partidos do Governo e por ele próprio, antecipando uma eventual candidatura à Presidência da República, falar de situações insustentáveis dos portugueses para os quais há um limite, mostrando-se muito social. Na entrevista que deu, ou que pediu ao Jornal Expresso, foi nítido o apoio ao Governo tentando lavar a imagem dos elementos do PSD pelo se passou no BPN. Toda a gente sabe que o BPN era o banco do PSD, ponto final.  

Miraculosamente, a baixa dos juros da dívida é todos os dias anunciada, com grande orgulho como se fosse mérito dos Governo, que não é, pois está a verificar-se para todos os países nomeadamente os que estão sujeitos a intervenção como a Grécia. Claro que esta baixa dos juros da dívida faz parte de uma estratégia pré-eleitoral para conseguirem pôr a mão por baixo dos partidos maioritários que ocupam atualmente o Parlamento Europeu. É por isso que o voto nas próximas eleições é importante para que seja alterada a correlação de forças.

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publicado às 00:00

A caverna

por Manuel_AR, em 08.04.14

 

Não será isto, vivermos numa caverna onde são projetadas sombras (através dos meios de comunicação social) que não são mais do que a criação de ilusões duma prosperidade que se aproxima, quanto a mim falsa, para que, nas próximas eleições, a ingenuidade de alguns se possa traduzir em votos para os partidos do governo.   

 

Após 40 anos após o 25 de abril de 1974 ainda vivemos como se estivéssemos numa caverna sem luz e cujas paredes se encontram forradas por ecrãs de televisão, única luz que se movimenta à frente dos nossos olhos. Tudo se passa como se lá nos tivessem lançado involuntariamente como naquela alegoria em que Platão coloca Sócrates (o filósofo) em diálogo com Glauco, descrito na República, Livro VII, da qual passo a transcrever uma pequena parte (sublinhados meus):

 

"… imagina da maneira que se segue o estado da nossa natureza relativamente à instrução e à ignorância. Imagina homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, tendo a toda a largura uma entrada aberta à luz; esses homens estão aí desde a infância, de pernas e pescoço acorrentados, de modo que não podem mexer-se nem ver senão o que está diante deles, dado que a cadeia os impede de voltar a cabeça; a luz chega-lhes de uma fogueira acesa numa colina que se ergue por detrás deles; entre o fogo e os prisioneiros passa uma estrada alta: imagina que ao longo dessa estrada está construído um pequeno muro, semelhante às divisórias que os apresentadores de títeres armam diante de si e por cima das quais exibem as suas maravilhas.

- Estou a ver disse ele.

Imagina agora, ao longo desse pequeno muro, homens que transportam objetos de toda a espécie, que transpõem o muro, e estatuetas de homens e animais, de pedra, madeira e toda a espécie de matéria; naturalmente, entre esses transportadores, uns falam e os outos calam-se.

- Um quadro estranho e estranhos prisioneiros - comentou.

- Assemelham-se a nós - respondi. - E, para começar, achas que, numa tal situação, eles tenham alguma vez visto, de si mesmos e dos seus companheiros, mais do que as sombras projetadas pelo fogo na parede da caverna que lhes fica defronte?

- E como - observou -, se são obrigados a ficar de cabeça imóvel durante toda a vida.

………………."

 

Frente aos ecrãs da televisão muitos portugueses veem apenas as imagens e a informação que os diversos canais lhe "vendem" e alinham como bem entendem. Tal como na caverna de Platão vemos apenas as imagens, quais projeções de sombras sem que se possam mexer para verem outra coisa senão o que está diante deles. As imagens chegam-lhes como se uma fogueira acesa atrás deles projetasse na parede (o aparelho de televisão) sombras de imagens e sons de ruidosa comunicação. Tudo se passa como se estivessem agrilhoados e ficassem habituados a viver num mundo de informação quase monolítica, que condicionam o seu pensamento crítico.

Claro que a realidade não é tão terrível como esta, mas, mesmo assim, ela tem contribuído para transformar os portugueses idênticos ao dos homens da caverna de Platão, cortando-lhes as asas para a imaginação, retirando-lhes e paralisando-lhes a vontade para criticar, reagir e agir.

As épocas eleitorais são propícias para estas análises. Nesta altura tudo serve para que, quem está no poder, possa manipular os circuitos informativos de modo a fazer passar as suas mensagens de boas novas e promessas, muitas delas incumpridas, o que já foi sentido por experiências em momentos do passado recente.

Os comentadores, porta-voz do governo, passam sistematicamente mensagens de sucesso à mistura de gaguejos mais ou menos críticos a algumas aspetos, poucos, que não são mais do que convenientes notas musicais desafinadas dando-se ares de isenção.

Estando atentos aos alinhamentos dos programas informativos das televisões deparamo-nos com incongruências entre pedidos de sacrifícios, austeridade continuada a par de recuperação económica do país, (não dos cidadãos), como aquela que ainda hoje foi anunciada pelo FMI do crescimento de 1,2% para este ano. Coincidentemente ou não, tudo se alinha para ludibriar os portugueses e os europeus antes das próximas eleições, que convém não sejam perdidas pelas direitas europeias.

Repare-se como é possível que, numa época em que todos falam de crise, de austeridade, de recuperação económica insipiente se dê a ilusão de que estamos num país que prospera em crescimento através de reportagens onde se anuncia antes de tempo que os hotéis na Páscoa se encontram esgotados (abril de 2014), criando falsas espectativas positivas para incentivo ao consumo que terão mais tarde (em 2015) consequências funestas…

Será isto um país em crise onde dizem que estamos a viver acima das nossas possibilidades, um país onde nos dizem que já não se voltará aos níveis de 2011, onde já se disse que não se pode comer bife, onde se disse, até há pouco tempo, não se poder subir o ordenado mínimo porque provocaria mais desemprego, onde se afirma que temos que ficar mais pobres, onde se preveem mais cortes no valor de dois mil e tal milhões de euros no estado social, na saúde, na educação, onde o desemprego continua a proliferar em grande escala, onde se mantem propositadamente a dúvida de que as pensões e os salários estão para ser ainda mais cortados, assim como os apoios sociais?

Não será isto, vivermos numa caverna onde são projetadas sombras (os meios de comunicação social) que não são mais do que a criação de ilusões duma prosperidade que se aproxima, quanto a mim falsa, para que, nas próximas eleições, a ingenuidade de alguns se possa traduzir em votos para os partidos do governo.   

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publicado às 17:29


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