Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Comunicações e opiniões pessoais sobre o dia a dia da política e da sociedade. Partidos, demografia, envelhecimento, sociologia da família e dos costumes, migrações, desigualdades sociais e territoriais.
Seja o que for decidido, Paulo Portas e o seu partido
estão no Governo e, como tal, estão veiculados às medidas
que irão, com certeza, ser aprovadas é, por isso, tão responsável
como os seu parceiro de coligação
A declaração de ontem de Paulo Portes foi um ensaio sobre a cegueira do governo e dele próprio. Mais pareceu uma apresentação lida de uma comunicação académica. A maior parte dos trinta minutos que durou a declaração foi passada na contextualização da situação financeira do país o que todos já estão fartos de ouvir e que não trouxe nada de novo.
Foi ainda uma tentativa de capturar votos, eventualmente perdidos, de alguns dos três milhões de reformados e aposentados. Fez os possíveis mas não conseguiu. Pressiona mas aceitou. Diz que se opôs ao novo imposto sobre as reformas, dizendo que não concorda com a contribuição de sustentabilidade, denominada TSU das reformas mas garantiu que vai bater-se junto da “troika” para que não seja adotada, o que, só por si nada garante.
Ora, sabe-se que pode bater-se até à exaustão mas, também sabe que pode perder essa batalha, o que será o mais certo, ou então o que o primeiro-ministro propôs não passa de balelas.
Claro que deixou em aberto a hipótese de falhanço da tentativa de retirar o novo imposto sobre as reformas. Se falhar a culpa não seria dele seria de que não aceitou. Engana-se, porque a tentativa de desculpabilização não tem qualquer credibilidade. Seja o que for decidido Paulo Portas e o seu partido estão no Governo e, como tal, estão veiculados às medidas que irão, com certeza, ser aprovadas e, como tal, é tão responsável como os seu parceiro de coligação.
O apego ao poder é tal que Paulo Portas, declarando este domingo que a aplicação de uma sobretaxa aos pensionistas constitui uma linha vermelha para o CDS, não descola.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.