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José Sócrates e a Operação Marquês tornaram-se uma espécie de publicidade gratuita e intermitente que, quando surge, faz vender jornais e aumenta as audiências das televisões.

Nem neste, nem em outro espaço qualquer tenho escrito alguma coisa em favor ou contra o que se passa em relação a José Sócrates a não ser “en passant” e em determinado contexto.   

Há comentadores, cronistas e articulistas, uns contra, outros em defesa da figura mais polémica da política portuguesa que tem sido José Sócrates que aproveitam a onda, à falta de melhor, para explorar este filão para que alguém os leia.

O artigo, comentário ou crónica ou que seja de Maria Filomena Mónica publicado no sábado passado no jornal Expresso pode ser a demonstração do que acabo de dizer. O Expresso concedeu-lhe especialmente e de mão beijada um espaço alargado, dada a grande importância nacional do tema (?). Desta vez quase uma página completa, para dissertar sobre Sócrates. Não sobre a Operação Marquês, mas sobre, vejam só, a sua tese de mestrado em Teoria Política. Até por aqui pode confirmar-se a importância que se atribui a tudo o que diga respeito a José Sócrates. Apenas num sentido: o da negação e destruição a tudo o que com ele se relacione.   

Tendo já quase caído no esquecimento o tema da tese foi agora recuperado por Filomena Mónica que, com o seu douto saber e treino de investigação que um doutoramento lhe confere, deu-se ao trabalho de gastar tempo e ter trabalho em pesquisas Googlianas sobre a dita tese.

Filomena veio também dar eco e acompanhar, ao seu modo, os jornais sensacionalistas que, valendo-se de fugas de informação, lançam condenações públicas antecipadas mesmo antes de sentenças. Aproveita a oportunidade e embala também contra Sócrates ao seu modo. Será Sócrates intocável? Com certeza que não.Será Sócrates culpado de tudo o que o acusam publicamente apesar do processo estar em segredo de justiça(?) ?  Não sei.

O que escrevo não é em defesa nem contra Sócrates é, antes de mais, contra os que escrevem neste momento sobre Sócrates. Falar, aobardia

Filomena Mónica não encontrou, agora em época de eleições, nada de mais importante senão perder tempo a pesquisar e a fazer história sobre um caso que, pelos vistos, lhe merece mais importância do que outros, porque, simplesmente se trata de José Sócrates. Pensei se não teria sido melhor ignorar o que Filomena escreveu, mas decidi que não já que mais não fosse por prazer pessoal. Nada tenho contra a articulista, contrariamente a certo rancorzinho contra a pessoa em questão que implicitamente ela deixa transparecer no que escreve.

Para falar sobre Sócrates e contribuir para a sua descredibilização não fala de política mas faz história e o mote foi a tese de mestrado. A douta Maria Filomena resolveu repescar tudo quanto à formação e à vida privada e académica a José Sócrates dissesse respeito recuando trinta e nove anos.

Diz não querer falar sobre as suspeitas que impendem na “Operação Marquês” mas no seu estatuto como Mestre em Teoria Política. E justifica que não está em questão o grau académico “que pode ser criticado” mas “por, ao longo dos anos, nos ter mentido.”.  

Sentiu-se enganada por ter mentido. Não gostou. Eu também fui enganado porque alguém também mentiu. Ninguém gosta que lhe mintam, eu também não. Mas muitos portugueses foram-no por este Governo e por quem também mentiu e estão calados. E, quando se mente ou se perde a memória sobre factos como Tecnoforma, impostos pagos, não pagos, que deviam ser, mas não foram, mas que o foram depois, o que dizer?

Falar sobre a tese de mestrado de Sócrates não foi mais do que um pretexto para fazer política.

Vejamos o caso das defesas de tese de mestrados e doutoramento

A doutoral Maria Filomena de formação académica conservadora e elitista pretende fazer acreditar que a sua crónica não é política mas vai-se recorrendo de escutas telefónicas da Polícia como suspeição de que a tese não teria sido escrita por ele para fundamentar o que diz.

Filomena Mónica sendo professora universitária doutorada diz ter sido encarregada “de avaliar pedidos de equivalência de teses de mestrado e de doutoramento feitas no estrangeiro” e conclui que havia gente que tentava aldrabar as instituições portuguesas, declarando ter dissertações obtidas em faculdade que não tinham frequentado e teses medíocres aprovadas em universidades obscuras”. Mas o primeiro documento a pedir às pessoas que apresentam essas teses não seria a comprovação da frequência e da realização do ato académico efetuado à universidade que diziam ter frequentado? Mas defende-se. Eram universidades obscuras. A avaliadora, sem nunca lá ter estado, adjetiva as universidades como obscuras. Entregam-me uma tese para avaliar, o que faço, concluindo que, não tem qualidade, não é original, é de uma universidade que não frequentou, é uma universidade obscura.

Será que para escrever um livro ou um tipo de tese para publicar temos que defender teremos que apresentar uma tese e defendê-la? Ah, já mês esquecia é por ter sido enganada. Quantas vezes já o não fomos? Olhe veja-se o caso de Relvas. Para esse que de facto em conluio com uma universidade enganou todo os portugueses. Mas esse não lhe veio à memória. É a chamada memória seletiva.

As minhas teses foram apresentadas e defendidas em universidade portuguesa, pública, logo sou o maior. Ou será que não passaria pelo crivo seletivo de Filomena e arrisco-me a que seja uma universidade obscura.

Se algum dia eu quiser publicar a minha tese que a minha orientadora, leu, rascunhou, releu, voltou a rascunhar e eu acedi prontamente à suas correções que, em muitos aspetos, não ficaria pedra sobre pedra, lá teria eu à perna a Filomena a dizer que foi escrita por outro embora a tivesse defendido.

Muito mais haveria para comentar. Estou a perder o meu tempo. Isto da tese e não tese, apresentação e não apresentação, publicação, não publicação não merece tempo nem espaço a não ser por questões estritamente políticas. Filomena Mónica continua na sua crónica a fazer quase um pré-projecto de dissertação duma história pessoal académica recente. Talvez, quiçá, publicar um livro sem ter defendido a tese da história da vida académica de Sócrates.  

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publicado às 13:58

A essencial derrota

por Manuel_AR, em 21.08.15

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É essencial que no dia 4 de outubro seja infligida uma derrota significativa à coligação no Governo, por dois motivos também essenciais. Em primeiro lugar para se mudarem as políticas seguidas nos quatro anos do Governo de Passos Coelho que, ainda há bem pouco tempo, reafirmou que eram para continuar. Ao mesmo tempo, mostrar que há outras vias que não a duma direita neoliberal retrógrada submissa ao estrangeiro que não tem mostrado qualquer espécie de dignidade. Aliados na Europa sim, mas sem subserviência. Em segundo lugar, para que o PSD renove a sua liderança e retire de campo esta rapaziada fogosa que tem atormentado o país.

A irresponsabilidade pode ser de vários tipos. Os que não reconhecem a autoria do que fizeram: “não fomos nós, foram os outros”. Outros dizem: “não fomos nós foram as circunstâncias” o que de certo modo os pode desculpar. Ao fazermos escolhas que nos vão governar durantes quatro anos somos por vezes empurrados pelo sistema político e económico vigente e pela sua propaganda, influenciados pelo exemplo de outros como vizinhos, amigos e familiares, que fazem também a suas campanhas privadas onde prevalecem medos, ignorância, falta de informação política, a não ser a que lhes “vendem” e que condicionam as nossas opções e liberdade de escolha que deve ser só, e apenas nossa. Quando admirados perante os resultados o abstencionista afirma que não sabia que seriam estes os resultados da sua ação e não se considera responsável por eles. Mas também foi.

Não podemos ser apenas meros sujeitos arrastados pelas circunstâncias e propaganda que nos impingem. Só seremos verdadeiramente livres em democracia se expurgarmos os medos e os fantasmas com que nos ameaçam e fazermos escolhas de acordo com a nossa consciência e não de acordo com a dos vizinhos ou amigos.

Neste momento a opção é escolhermos entre continuar a ficar encarcerados numa prisão, vigiada pelo mesmo carcereiro, que nos diz que iremos mudar para uma cela melhor sem ter mais celas disponíveis, ponto de vista da coligação ou, então, matar o carcereiro (em sentido figurado, claro) para lhe tirar as chaves e sair em plena liberdade.

Para bem da nossa democracia o PSD da coligação deve perder as eleições para se renovar e poder recuperar as suas raízes de modo a voltar a ter a credibilidade que perdeu com a gente que o capturou para seu interesse pessoal e político e que tem prejudicado o partido pela ânsia de poder. Não necessariamente regressando a um passadismo, mas aproveitar os jovens com honestidade política e fiéis à matriz social-democrata. Estou à vontade para o dizer convicta e desinteressadamente porque não pertenço a essa área ideológica e partidária.

O PSD necessita de uma renovação por dentro e de renovação do discurso para fora. Como, com a atual liderança não se consegue renovar por isso pede continuamente, tendo como suporte a Presidência da República, (agora perto das eleições com menos insistência), compromissos e consensos, muletas necessárias para a sua sobrevivência enquanto partido que pretende continuar a ser poder.

Quanto ao CDS e a Paulo Portas vale mais que se mantenha do que vir outro pior que por lá apareça para ocupar o lugar. Pelo menos, Paulo Portas, sempre nos vai divertindo com a sua linguagem anafórica e com as tuas tiradas eloquentemente demagógicas e  demissões irrevogáveis.

O distrito de Viseu, onde me encontro de momento, é um caso de estudo. No que respeita à votação nas várias eleições, exceto nas legislativas de 2007, o PSD tem obtido sempre a maioria de votos.

Particularmente, fora do centro urbano Cavaco Silva deixou o seu cheiro que perdura e perdurará anos. É um cheiro a mesquinhez, bacoquice, conservadorismo levado ao extremo. O povo do distrito é politicamente acrítico e visceralmente conservador no que respeita à política do PSD. O seguidismo acéfalo pelo velho líder Cavaco que na altura se formou tem-se reproduzido ao longo dos anos. Se houvesse um partido que defendesse uma “democracia musculada”, seja lá isso o que for, era lá que Cavaco Silva estaria. Não é por acaso que o distrito é conhecido por “cavaquistão”. 

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publicado às 17:29

Segura o tacho ó Nuno este é o teu país

por Manuel_AR, em 20.08.15

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Há um crédito que Nuno Melo, deputado europeu pelo CDS/PP, me merece, é poder rir à gargalhada à custa dele. Numa coluna, apenas uma, mas mais larga, denominada “Linhas direitas” cujo título mais apropriado seria o de “Linhas da direita”, escreve uma série de meias verdades bordadas com matizes de falsidades. Em síntese, a economia está a crescer, diz, está tudo bom, e Portugal está bem e melhor. Se assim for como será depois se a coligação ganhar as eleições? Voltamos à mesma conforme Passos Coelho disse em tempo não muito longínquo, manteremos o mesmo rumo e nada será alterado.

Somos os maiores, ou quase, da zona euro. Maravilha de país. Deve ser por isso que Portugal virá a ser, como diz o seu líder do Governo Passos Coelho, uma das maiores dez economias do mundo. Segura o tacho ó Nuno!

Esta direita é falsa como as cobras. Estas, ainda têm desculpa porque é da sua natureza, mas os partidos desta direita são premeditadamente falsos.

Nuno compara e mistura Portugal com tudo sobre a Grécia. Deve ser o único e fraco argumento sem sustentabilidade que tem. Torneia premeditadamente a questão real de Portugal. Talvez gostasse que a Grécia não fosse ajudada e entrasse num colapso irreversível. Mas foi. E foi-o também pelo Parlamento alemão. Com uma mãozinha de Merkel e de Schäuble, votou a favor de novo resgate com 454 votos a favor, 113 contra e 18 abstenções. Onde se posiciona agora o CDS e o PSD com a sua coligação?

Nuno Melo, no seu artigo, e também a sua gente, revertem para o passado, sempre o passado, até no da Grécia, e esquecem o presente.

Para Nuno Melo Portugal é o país das maravilhas, mas sem Alice. Como Alice, também sonha em grande. Pois então! De alguns dados positivos que nada têm a ver com a atuação do Governo embandeira em arco e canta loas épicas de crescimento e prosperidade. Todavia, omite propositadamente o outro lado do espelho do país maravilhoso que não é o de Alice mas o dele.

O que está por detrás do espelho por onde Nuno Melo mira Portugal? Apenas isto:

Trabalhar era para o objetivo para ter uma vida digna acima do limiar da pobreza, agora é a garantia a sobrevivência e, mesmo assim abaixo desse limiar. Há cada vez mais portugueses que trabalham mas continuam a depender de apoios sociais. Outros, ainda, contribuem para aumentar a sopa dos pobres. É o teu país ó Nuno!

A solidariedade foi substituída pela caridadezinha, sinal da decomposição social. É o teu país ó Nuno!

Desregulação e desvalorização do trabalho e respetivas consequências sociais em conivência com a troika e o entusiasmo de quem se preparava para ocupar o poder, (já agora também um pouco de passado). É o teu país ó Nuno!

Tornaram as pessoas mais pobres na impossibilidade de desvalorização da moeda. É o teu país ó Nuno!

Os salários reduzidos, quer pela subida brutal dos impostos sobre o trabalho, quer pelo desmantelamento das convenções coletivas e pelo corte das pensões, entre outras. É o teu país ó Nuno!

O emprego aumenta virtualmente com valores ínfimos. É o teu país ó Nuno!

Os salários baixos passaram a ser a regra, apesar de Passos Coelho umas vezes dizer que é preciso baixar salários e outras vezes dizer que se devem aumentar salários, e o ministro da Economia, Pires de Lima, diz que é preciso aumentar o salário mínimo. Balelas! É o teu país ó Nuno!

Quem trabalha tem cada vez menos a garantia duma vida digna. É o teu país ó Nuno!

Há 880 mil portugueses a receber o salário mínimo em 2011 eram 345 mil (Fonte INE). É o teu país ó Nuno!

Não se aumentou meio milhão de postos de trabalho, mesmo com salários baixos, mas os que perderem o emprego só puderam regressar ao mercado de trabalho aceitando condições degradantes. É o teu país ó Nuno!

Os jovens que ingressam no mercado de trabalho têm que aceitar salários mais baixos do que o que era oferecido aos seus pais. É o teu país ó Nuno!

A competitividade é conseguida através da escassez, da pobreza, da miséria e logo com o assistencialismo. É o teu país ó Nuno!

Portugal à Frente, nome dado à coligação significa: crescimento da taxa de pobreza, desemprego a baixar por obra dos salários baixos, pela emigração, subemprego, precarização e desistência de procura de trabalho nos centros de emprego, o que reduz estatisticamente a taxa de desemprego. É o teu país ó Nuno!

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publicado às 18:45

O charmoso

por Manuel_AR, em 18.08.15

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Há dias atrás algumas televisões deram-nos a conhecer uma notícia de grande importância: Passos Coelho está entre os dez governantes mais charmosos do mundo. Fantástico! É um dos bons motivos para se votar na coligação PAF.

Estas notícias, provavelmente pesquisadas por jornalistas apoiantes do quadrante da direita mais radical do PSD onde Passos Coelho se insere, depois lançadas para as redações, fazem parte duma estratégia eleitoral que são um atentado à perceção que os portugueses fazem da política.

Votar em alguém que é charmoso é votar na competência política e governativa. Ser político e ser charmoso, ter voz de barítono e saber cantar é um fator importante para ser eleito primeiro-ministro.

Não foi por acaso que esta notícia foi divulgada. Quem a produziu acha que há por aí tontinhas e tontinhos de portugueses cujo charme é o elemento importante em política para decidir em quem votar, mesmo que esse voto os possa conduzir, mais uma vez, ao engano e ao desengano.

Ser charmoso é, sobretudo para alguns setores do sexo feminino de meia-idade, condição para conceder um voto a alguém para nos governar.

Como dizia numa telenovela o ator brasileiro Duarte Lima “Estou certo ou estou errado?”

Posso estar errado, mas que ainda há tontinhas e tontinhos que vão por aí, lá isso há.

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publicado às 12:02

Frases à solta

por Manuel_AR, em 13.08.15

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  • Passos faz lembrar aqueles que para se safarem de penas maiores dizem que estão arrependidos mas à primeira oportunidade fazem o mesmo ou pior.
  • Ricardo Salgado disse mal do Passos e do Presidente da República e o juiz Carlos Alexandre colocou-o de seguida em prisão preventiva domiciliária. Quem se mete com eles apanha.
  • Há quem por aí quem surgira que algumas figuras mediáticas e comentadores políticos do PSD na televisão (exemplo Marcelo Rebelo de Sousa) deviam candidatar-se à Presidência da República. Será que não se poderão candidatar também outras vedetas da televisão como Manuel Luís Goucha e, porque não, Cristina Ferreira? Pelo menos uma mulher para variar e sempre dava gargalhadas estridentes quando discursasse. Seria uma lufada de ar fresco após termos aturado por quatro anos a monotonia dos discursos apáticos do atual presidente.
  • Chove dinheiro a rodos. Agora mais 53 milhões para escola privadas. Alguém vai sofrer para se recuperar esse dinheiro, e serão os suspeitos do costume.
  • A distribuição a rodos de dinheiros pelo Governo de Passos Coelho pode ter duas saídas:

Se a coligação PSD/CDS for governo vai buscá-lo aos mesmos.

Se for o PS governo vai ficar entalado porque vai encontrar os cofres vazios.

  • Pedro Passos Coelho parece um catavento. Tirou a alma a Portugal. Até agora não deu qualquer sinal de que vai alterar um milímetro que seja as políticas que tem vindo a seguir. Depois do “que se lixem as eleições”, na festa do Chão da Lagoa, na Madeira pediu “humildemente” para governar mais quatro anos para poder “dar uma outra alma a Portugal”. Ele há cada um! Brinca connosco! Só pode!
  • Alguém disse que “fazer todos os dias as mesmas coisas e esperar resultados diferentes é a maior prova de insanidade” e aqui entra Passos e o seu parceiro da coligação Portas porque, a não ser que esteja guardada alguma enorme surpresa, parece surpreendente que seja Passos a propô outra alma para Portugal. Mentiras e promessas não cumpridas do costume. Mostra-se uma cenoura a um burro para que siga sempre o mesmo caminho.

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publicado às 22:09

Passos o Feliz e Portas o Contente

por Manuel_AR, em 12.08.15

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Nem em férias me dou ao descanso de escrever sobre política mas a culpa não é minha é deles, o Sr. Contente e o Sr. Feliz, que me ativam os meus neurónios já cansados de os ouvir mas que ainda resistem. Desta vez fizeram-me recordar da rábula interpretada por Herman José e Nicolau Breyner.

Sr. Contente e Sr. Feliz digam à gente, digam lá, como vai o “vosso” país, digam lá, digam à gente como está o NOSSO país. 

A coligação PAF anda numa roda-viva para nos fazer crer que tudo está bem no reino onde quase tudo que está mal.

A coligação PSD e CDS/PP é uma espécie de acordo para minimização de danos. É uma coligação partido-dependente, em que ambos estão amarrados por interesses partidários. Assim coligados, ambos evitarão uma previsível e desastrosa derrota nas próximas eleições. Apresentando-se isoladamente às eleições arriscavam-se à humilhação duma reduzida percentagem de votos, especialmente o CDS/PP, em conjunto sempre poderão mascarar as perdas. São dois contra um dos maiores partidos da oposição.

Perdendo as eleições e se a coligação se dissolver como funcionará a distribuição das percentagens refletidas em deputados? Claro que as percentagens obtidas por cada um dos partidos nas últimas legislativas deverão manter-se, esta estratégia de encobrimento de resultados reais torna as perdas menos evidentes. Coligados sempre se encobre uma previsível derrota tornada demais evidente se fossem separados.

Não é por acaso que os compadres Portas e Coelho andam felizes e contentes e trocam entre si presenças nas iniciativas partidárias como em festas do Pontal, universidades de verão com participantes dos dois partidos e elementos dos governo para, em desespero tentarem arranjar mais uns votinhos aqui e ali.

Caso venham a vencer irão buscar aos nossos bolsos, e por outras vias, aquilo que estão a prometer e ainda vão continuar a prometer durante a campanha eleitoral. Quer se queira, quer não, é isso que nos espera a todos, pela simples razão de que não há dinheiro e a almofada financeira que dizem existir já tem o seu destino determinado.

Desta vez só se deixará enganar quem quiser.

Com grande desplanto o líder parlamentar do PSD, afirmou há dias atrás que o "País está muito melhor e a vida das pessoas começa a melhorar" e garante que "nos próximos quatro anos, a coligação vai retirar todas as medidas extraordinárias de austeridade".

O inacreditável é que ainda há alguém que alinha com estas patranhas que mais não são do que afirmações politicamente vergonhosas quando se sabe que o próprio Passos Coelho, mais do que uma vez, afirmou que a austeridade não irá parar e que o alívio será muito pouco e a longo prazo.

Afinal quem mente mais?

Quanto a Paulo Portas quer manter os seus redutozinhos de poder que lhe irão conceder e limita-se a acompanhar o seu compadre, dizendo uma coisa aqui e outra ali com o seu discurso tautológico para convencer potenciais eleitores. Quem gosta de o ouvir que o compre. Eu gosto de o ouvir, mas não compro, porque, debaixo da aparente sinceridade e coerência do seu discurso encobre-se um cinismo político já bem conhecido, bastas reler as suas intervenções no parlamento no tempo dos governos de José Sócrates.

Sr. Contente e Sr. Feliz digam à gente, digam lá, como vai o “vosso” país, digam lá, digam à gente como está o NOSSO

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publicado às 22:47


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