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Comunicações e opiniões pessoais sobre o dia a dia da política e da sociedade. Partidos, demografia, envelhecimento, sociologia da família e dos costumes, migrações, desigualdades sociais e territoriais.
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O ano de 2013 vai começar bem para os portugueses, novamente vítimas deste governo, com o aumento de preços de bens e serviços, aos quais não podem fugir, como a eletricidade, 2,8%, gás, 2,5%, transportes, 0,9%, portagens, 2,09%, as empresas de comunicações móveis, com aumentos superiores à inflação e taxas moderadoras do Serviço Nacional de Saúde. A justificação para estes aumentos é a inflação apesar de se estimar que irá abrandar em 2013 em 0,9% de acordo com a RTP com a Lusa. Por outro lado, como são serviços e bens aos quais não podemos fugir ou de utilizar substitutos. Apesar de nos dizerem que há concorrência, então se todas aumentam os preços como escolher? Não será caso de concertação de preços? Em regime de mercado livre não nos prometeram a opção de escolha e a consequente baixa de preços?
Parece que, para o governo, a inflação é apenas sentida pelas empresas que fornecem aqueles bens e serviços e que os salários e pensões dos portugueses não têm nada que ser atualizados de acordo com a mesma taxa de inflação. O que acontece é que, devido a redução do consumo, os resultados das empresas baixaram e então haveria que aumentar os preços. Antigamente queixavam-se dos elevados salários pagos e que, devido aos aumentos salariais e de outros custos que justificavam a inflação e os aumentos de preços. Agora o que os justifica é mais uma vez a inflação que vai aumentar na formação dos preços mas não na dos salários.
Para além dos cortes dos salários e pensões e aumento de impostos os rendimentos vão ainda baixar mais com o aumento dos preços. Não foi por acaso que foi aprovado no parlamento pelo PSD, CDS/PP e também pelo PS (a posição deste não entendi) o pagamento em duodécimos de parte dos subsídios. Como já tinha afirmado em “post” anterior a que chamei Artimanha este é um artifício para contentar os portugueses e induzi-los que a sua capacidade financeira não foi tão má quanto esperavam, que acontece é que este valor vai ser totalmente absorvido não apenas pelos aumentos que referi mas por outros que irão vir por aí. Preparemo-nos para que os subsídios a partir de 2014 ou 2015 deixem de existir porque passarão a ficar para sempre incorporados nos salários e que também justificará também o congelamento de salários durante vários anos. Continuam a enganar-nos!
Estou a fazer futurologia? Resta a esperança de que me engane, o que duvido.
Hoje sinto-me natalício, por isso, quero desejar ao Sr. primeiro-ministro Passos Coelho um NATAL IGUAL às centenas de milhares de desempregados, milhões de reformados e pensionistas, centenas de milhar de funcionários públicos, para não falar de outros tantos milhões de portugueses.
imagem em: http://soproleve.blogspot.pt/2012/04/camilo-lourenco-o-lambe-rabos.html |
Hoje resolvi colocar um novo “post” com uma escrita mais contundente sobre o tema dos comentadores e analistas políticos que merecem a minha homenagem apenas enquanto “atores” de televisão. Então, estes atores comentadores, frente às camaras de televisão, trincham problemas do Estado da governação e da nação com a rapidez do tempo televisivo concedido e o vagar de quem enrodilha sem ter na mão a solução para os resolver.
A facilidade com que discutem a economia, a educação, a segurança social, as finanças e tudo o mais que vier, com uma pujante falsa nobreza de caráter para telespetador ver. Alguns vêm a surgir depois como futuros “mandões” cá do país, dispostos a castigar as insolências de que foram alvo e premiarem os que lhes captaram as boas graças.
Surgem entre esses outros que se perfilam e outros que estão de sentinela a todos os cargos que muitos desejam encarreirados em fila. Para serem consultores, assessores, secretários e estado, ministros e diretores gerais e outros que tais, onde entram digníssimas jovens que estão a postos para treparem seja a que título for.
É então vê-los frente aos canais de televisão e na imprensa a defenderem o indefensável lançando ao mar toda a vergonha quando, devido à pressa ou à incompetência legislativa, deitam cá para fora as atrocidades do costume defendendo os seus interesses e dos que os ajudaram.
A província, a que agora se chama pomposamente regiões do interior, enfastia-os e, se não fossem os cargos autárquicos que ambicionam, e obtêm à custa de promessas vãs, já estariam próximos do poder central, onde aí, sim, vale a pena estar à coca de uma oportunidade ou de um favor.
Os homens de mão do governo ocupam tempos de antena das televisões como comentadores políticos autênticos porta-vozes do governo. Quem tiver paciência para os ouvir facilmente constatará a forma subtil como eles fazem análise política na base da lavagem das declarações do primeiro-ministro fazendo interpretações mais ou menos adocicadas das suas palavras. O mais caricato é que umas vezes critica Passos, noutra defendem-no acerrimamente. São uma espécie de cataventos, ao sabor dos interesses do momento, desejando um mudar de vida para um país mais justo para eles.
Interrogo-me como é possível que haja de facto isenção nestes senhores sendo eles defensores e apoiantes do partido no governo. Nas suas análises mostram gráficos cujas leituras e interpretações podem ser várias em função das variáveis e dados apresentados. Como exemplo bastaria assistir na TVI24 aos comentários de Marques Mendes, sobre as declarações do primeiro-ministro, em que desculpabilizava, deturpando completamente o seu sentido, transformando as suas declarações divisionistas, de quebra da coesão social e lançando gerações contra gerações em boas intenções.
De facto, passámos a ter nos canais de televisão comentários monolíticos de senhores que pretendem lavar-nos o cérebro e fazer pedagogia à boa maneira da ex-soviética e da Coreia do Norte.
Ao promulgar o Orçamento Geral do Estado para 2013 sem pedir a fiscalização preventiva do Tribunal Constitucional o Presidente Cavaco Silva cedeu à pressão de Passos Coelho quando este, no início da semana, se referiu às pensões milionárias recebidas por aqueles que mais protestam contra os cortes. Claro que estes são aqueles que podem publicamente manifestar o seu protesto porque todos os outros milhões, que não recebendo pensões milionárias mas que também vão sofrer cortes, não têm acesso aos meios onde possam manifestar o seu protesto.
Cavaco Silva cedeu às pressões de Passos Coelho tendo em conta as seguintes alternativas:
a) Não enviar o orçamento para o Tribunal Constitucional e ser criticado pelas oposições;
b) Enviar o documento para o Tribunal Constitucional e enfrentar as críticas da opinião pública com a acusação de, sendo ele um dos lesados com os cortes, ter assim procedido na espectativa de poder haver um recuo face àquelas medidas;
c) Deixar que os partidos da oposição tomassem iniciativa.
Cavaco, como de costume, tratou de salvaguardar a sua imagem cedendo às pressões de Passos Coelho e do governo, ficando comprometido com a eventual inconstitucionalidade do orçamento e tomou mais uma vez o caminho mais fácil, deixar para outras forças políticas o trabalho incómodo que lhe competiria.
Senhor primeiro-ministro, por favor, não pretenda dividir os portugueses para poder “reinar” à vontade, porque outros argumentos já não tem. Não troce dos portugueses!
Passos Coelho já não diz coisa com coisa e mais grave, insiste em lugares comuns e popularuchos. Para justificar o corte de pensões e reformas a milhões de portugueses, dirigiu-se àqueles que auferem pensões milionárias que, segundo ele e conforme foi noticiado pelo pTjornal, “pedir um contributo maior aos pensionistas que têm rendimentos mais elevados – entre os quais Cavaco Silva, Bagão Félix, Manuela Ferreira Leite e outras figuras proeminentes que criticam o Orçamento – é uma questão de justiça.” Acrescenta ainda aquele jornal online que as críticas ao Orçamento, segundo Passos Coelho, resultam das perdas de rendimentos que aqueles pensionistas vão sofrer.
Pois claro, é natural, porque aquelas são as vozes que se levantam porque têm acesso aos canais de televisão e à imprensa para se manifestarem e quando falam estão também a falar por muitos outros que estão silenciados e que não têm pensões milionárias.
Cabe perguntar ao senhor primeiro-ministro: e os outros milhões de vozes, maioria silenciosa, que não se podem manifestar publicamente e que também estão a ser abrangidas pela mesma medida?
O carrasco do CDS/PP no governo que vai matando aos soluços tudo o que é Segurança Social, reformados e pensionistas e, para se desculpar, diz que aumenta as reformas mais baixas. Mas o que não diz é que foi à custa da redução dos subsídios de desemprego dos que estão sem trabalho.
Já não há paciência para este senhor
Passos Coelho tem sido o maior divisionista dos portugueses numa altura que a união é imprescindível para se ultrapassar a crise.
OS CULPADOS
D. Afonso Henriques | Reconquista de Portugal aos mouros | D. Sebastião |
Restauração de Portugal | D. JoãoV | Invasões Francesas |
Revolução Liberal | Implantação da República | Golpe de 28 de Maio |
Estado Novo |
Oliveira Salazar |
Marcelo Caetano |
25 de Abril de 1974 | Vasco Gonçalves | Mário Soares |
Descolonização e retornados | Cavaco Silva | Gueterres |
Durão Barroso | Sócrates | Passos Coelho, Paulo Portas, Relvas |
O culpado que se segue |
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Quando os partidos, através de eleições, se encontram no governo e têm maioria parlamentar, são confrontados com medidas impopulares que têm que tomar de acordo com o seu ideário ou, quando não têm justificação para elas, a culpa, já se sabe, é sempre do governo anterior. Esta justificação é sucessivamente redundante nos debates parlamentares, nos comentadores políticos, nas entrevistas ou intervenções de membros do governo. A desculpa é sempre a mesma e cansativa, foi o governo de fulano que nos colocou nesta situação, foi uma medida tomada pelo anterior governo, foi o despesismo do partido X quando esteve no governo, etc., etc..
Pois acho que, em questão de culpas deviam ir ao fundo do problema e, ao mesmo tempo, variá-las com imaginação e criatividade para não serem repetitivos. Senão vejamos:
Nós, os que agora governamos não temos culpa de nada, é tudo de quem veio antes de nós. Somos os maiores!
Pensamento do dia:
Os políticos que nos governam pretendem refundar o Estado e o Estado Social, mas apenas naquela parte onde eles não se incluem e se encontram entrincheirados. O que temos de REFUNDAR são estes políticos e estes partidos que têm corroído o sistema até à medula e dele se têm aproveitado.
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