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Poucos dias antes do congresso do CDS-PP que se realizou no dia 10 de março em Lamego Assunção Cristas andou agitada, expansiva, exacerbadamente otimista, e arrogante por antecipação, com potenciais vitórias do CDS-PP caso venha a concretizar-se uma subida substancial daquele partido nas próximas legislativas. Se tal acontecer deve ser cobrado a Passos Coelho devido à hesitação na escolha de última hora do candidato, neste caso candidata, para a Câmara de Lisboa em 2017.

Os eleitores do PSD que em 2017 não concordaram com a escolha de Passos Coelho para a Câmara de Lisboa terão votado no CDS-PP o que resultou numa subida substancial das suas votações conseguiu 20,59%. No mesmo anos o PSD sozinho obteve apenas 16,07%. Em 2013 o CDS-PP, em coligação com o PSD, obteve 22,37%. Em 2009 a coligação PSD.CDS-PP obteve 38,69%. Portanto o CDS tem andado até agora atrelado ao PSD, ou se coliga ou retira-lhe votos.

O 27º Congresso do CDS-PP confirmou Assunção Cristas como líder e o seu objetivo será o de recolher os votos dos neoliberais (órfãos de Passos) descontentes com a nova direção e orientação ideológica do PSD. Cristas com o seu partido pretende ser líder aglutinadora das direitas e quer liderar a oposição.

Se o PSD com Rui Rio pretende ser o centro-direita o CDS-PP abandona sua a democracia cristã e diz querer também ocupar o espaço do centro direita. Por outro lado, Assunção Cristas poderá vir a perder votos dos desalojados da direita mais conservadora e democrata cristã. Veremos se o CDS-PP irá delinear, ou não, uma estratégia populista, mas tudo aponta para que sim a ver com um programa que parece prestar-se para isso.

Após o congresso do PSD temos assistido a uma espécie de competição entre das direitas que se vão digladiando com vista às próximas eleições.

Assunção Cristas, senhora com cara de menina, quer jogar forte durante o chá canasta que ela pensa irão ser as eleições legislativas e vai dizendo que o CDS-PP é um partido dos ricos, mas do povo, e “faz de conta que o representa”. É certo que, para muitos, emana simpatia, mas isso não chega para governar. Assunção é o engodo para os que votaram em Passos Coelho e não veem com bons olhos a viragem do partido com Rui Rio à sua frente.

Assunção Cristas quer substituir-se ao PSD como grande partido nacional e diz querer fazer do partido a única alternativa "de centro e de direita" às “esquerdas encostadas”, e quer que o CDS-PP seja “o primeiro partido no espaço do centro e da direita sem hesitações sem complexos”, apontando o dedo ao Governo e deixando um recado implícito ao PSD. Em resumo Cristas quer crescer à custa do PSD e afirmou que o tempo de maiorias de um só partido já lá vai! Se o tempo das maiorias de um só partido já lá vai não é o mesmo que dizer que o CDS não terá maioria e que, portanto, terá de fazer alianças? Antecipa no futuro uma possível aliança com o PSD? Assunção Cristas quer mostrar por um lado que o CDS será um partido progressista, mas ao mesmo tempo assume que é a “casa do centro e da direita das liberdades, juntando conservadores e liberais”.  

Assunção Cristas assumiu-se como a “primeira escolha” alternativa ao PS. A líder do CDS definiu já os eixos programáticos para as legislativas de 2019: demografia, economia digital e a coesão território como os eixos estratégicos da sua agenda para os próximos dois anos. Nada de novo nestes eixos parecem um plágio de pontos estratégicos de outros partidos nomeadamente os do Partido Socialista.

Após o congresso comentadores políticos conotados como liberais de direita tentam descredibilizar Rui Rio para fazer sobressair Assunção Cristas de modo a contribuir a que Rio perca votos nas próximas eleições. Para tal estão a postos os neoliberais do PSD como Montenegro, os companheiros de infortúnio de Passos Coelho e outros que já estão na fila e que insistem em prejudicar o partido em que militam. O Partido Socialista pode ir consolidando a sua posição.

No PSD, ou há unanimidade e consenso em torno do novo líder Rui Rio, ou vão contemplar, com grande desgosto, o CDS de Assunção Cristas ocupar o seu lugar no espetro eleitoral.

Em fevereiro, segundo o jornal Público, Rio dizia querer vincar é precisamente a ideia de uma “não cedência”. Segundo a nova direção do PSD a ideia do novo presidente é a de “fazer uma rutura com o passado próximo”, ou seja, com a liderança de Passos Coelho - e que “não se desvia do seu objetivo”. Veremos!

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publicado às 17:10


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