Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]




Apologia da pobreza por Isabel Jonet

por Manuel_AR, em 11.11.12
Apologia da pobreza de Isabel Jonet
Fonte: Imagem do Blog 

http://corporacoes.blogspot.pt/2012/11/o-dia-em-que-jonet-homenageou-as.html

 

 

Penso não haver dúvidas que todos queremos que o Banco Alimentar continue a ajudar quem necessita e devemos todos contribuir e continuar a apoiá-lo, mas sem essa senhora que, se não estiver agarrada ao poder e ao protagonismo, deve ela própria demitir-se. 

 

 

Andam alguns colaboradores de jornais a escrever que todos os que se insurgem contra as afirmações de Isabel Jonet são de uma determinada esquerda. Mas o que os leva a etiquetar outros como seno de esquerda? Será que acham que os que são de direita não poderiam, nem deveriam pronunciar-se contra as afirmações que vêm do setor a que pertence aquela senhora? Isso é sectarismo. As referidas afirmações incomodaram tanto os de direita como os de esquerda e os sem partido porque foram dirigidas a todos.

Os mais jovens não passaram por isso, mas, afirmações como aquelas que a senhora Jonet proferiu, ouviam-se no tempo de Salazar quando, sistematicamente, se fazia passar a mensagem, coadjuvada pela igreja, da pobreza como uma virtude a seguir. Cada senhora rica da alta sociedade da época tinha os seus pobrezinhos que protegia e se regozijava com isso. Era o Estado da altura que fomentava as obras de caridadezinha privada para apoiar dois tipos de pobreza, os pobres que pediam à porta das igrejas e na rua, e os pobres envergonhados que a igreja protegia.

Esta senhora não deseja que os pobres saiam da pobreza, quer mais, quer que se agrave. Aliás algumas das suas afirmações são a evidência do que acabo de dizer: “vivíamos muito acima daquilo que eram as nossas possibilidades", "há uma necessidade permanente de consumo e de bens para uma satisfação das pessoas e que conduz à felicidade que não é real.” E ainda "Vamos ter que empobrecer muito, mas sobretudo vamos ter de reaprender a viver mais pobres". Pode perguntar-se a essa senhora se ela tem uma felicidade que não é real ou se, pelo contrário, pratica ela própria uma não “permanente necessidade de consumo” que a possa elevar à pobreza como felicidade.

Penso não haver dúvidas que todos queremos que o Banco Alimentar continue a ajudar quem necessita e devemos todos contribuir e continuar a apoiá-lo, mas sem essa senhora que, se não estiver agarrada ao poder e ao protagonismo, deve ela própria demitir-se.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 16:14



Mais sobre mim

foto do autor


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.