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Milagres leva-os o vento

por Manuel_AR, em 18.04.14

 

Quem vê noticiários nas televisões e lê jornais facilmente se apercebe que surgem de todo o lado, como que por milagre, instituições internacionais, a par de outras nacionais, a fazer prognósticos macroeconómicos positivos sobre Portugal. Em pouco mais de mês e meio tudo se transformou passando do mau a muito boas perspetivas. Parece, de facto um autêntico milagre.

Agora, até o Banco Morgan Stanley que, tanto quanto eu saiba, ainda não tinha sido referido pelos canais de televisão e jornais generalistas, vem fazer previsões sobre a economia e o crescimento de Portugal mais positivas do que as do FMI.

Divulgou o referido banco que prevê em alta as suas estimativas de crescimento económico em Portugal, para 1,4 por cento este ano e 1,6 por cento em 2015.

O curioso é que os noticiários apenas alinharam esta última parte do que foi divulgado por aquele banco, descurando outros pontos do comunicado que são mais importantes do que este que é apenas um possibilidade.

Para captar votos surgem, a cada dia que passa, mais promessas do atual governo apregoando melhorias que ninguém sente, promessas confusas, vagas e elegias aos amanhãs que cantam (frase utilizada por Constança Cunha e Sá). Até se podem estar a verificar, apenas em números estatísticos, algumas melhorias ténues, mas tudo o resto não passa de pura ficção.

Sendo eleições para o Parlamento Europeu há que aproveitar para mudar a correlação de forças dentro da UE e, se assim for, a orientação poderá passar a ser diferente.

Atualmente, com o aproximar das eleições para o Parlamento Europeu, muita coisa se está a passar com medidas a serem prometidas, nomeadamente estratégias expansionistas e de menos austeridade para que o eleitorado europeu vote no sentido dos conservadores neoliberais que, a par da crise internacional, contribuíram para colocar a Europa no estado em que se encontra.

Após eleições se não houver uma derrota significativas dos partidos do Governo arriscamo-nos a que tudo fique ainda pior.

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publicado às 20:11

A caverna

por Manuel_AR, em 08.04.14

 

Não será isto, vivermos numa caverna onde são projetadas sombras (através dos meios de comunicação social) que não são mais do que a criação de ilusões duma prosperidade que se aproxima, quanto a mim falsa, para que, nas próximas eleições, a ingenuidade de alguns se possa traduzir em votos para os partidos do governo.   

 

Após 40 anos após o 25 de abril de 1974 ainda vivemos como se estivéssemos numa caverna sem luz e cujas paredes se encontram forradas por ecrãs de televisão, única luz que se movimenta à frente dos nossos olhos. Tudo se passa como se lá nos tivessem lançado involuntariamente como naquela alegoria em que Platão coloca Sócrates (o filósofo) em diálogo com Glauco, descrito na República, Livro VII, da qual passo a transcrever uma pequena parte (sublinhados meus):

 

"… imagina da maneira que se segue o estado da nossa natureza relativamente à instrução e à ignorância. Imagina homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, tendo a toda a largura uma entrada aberta à luz; esses homens estão aí desde a infância, de pernas e pescoço acorrentados, de modo que não podem mexer-se nem ver senão o que está diante deles, dado que a cadeia os impede de voltar a cabeça; a luz chega-lhes de uma fogueira acesa numa colina que se ergue por detrás deles; entre o fogo e os prisioneiros passa uma estrada alta: imagina que ao longo dessa estrada está construído um pequeno muro, semelhante às divisórias que os apresentadores de títeres armam diante de si e por cima das quais exibem as suas maravilhas.

- Estou a ver disse ele.

Imagina agora, ao longo desse pequeno muro, homens que transportam objetos de toda a espécie, que transpõem o muro, e estatuetas de homens e animais, de pedra, madeira e toda a espécie de matéria; naturalmente, entre esses transportadores, uns falam e os outos calam-se.

- Um quadro estranho e estranhos prisioneiros - comentou.

- Assemelham-se a nós - respondi. - E, para começar, achas que, numa tal situação, eles tenham alguma vez visto, de si mesmos e dos seus companheiros, mais do que as sombras projetadas pelo fogo na parede da caverna que lhes fica defronte?

- E como - observou -, se são obrigados a ficar de cabeça imóvel durante toda a vida.

………………."

 

Frente aos ecrãs da televisão muitos portugueses veem apenas as imagens e a informação que os diversos canais lhe "vendem" e alinham como bem entendem. Tal como na caverna de Platão vemos apenas as imagens, quais projeções de sombras sem que se possam mexer para verem outra coisa senão o que está diante deles. As imagens chegam-lhes como se uma fogueira acesa atrás deles projetasse na parede (o aparelho de televisão) sombras de imagens e sons de ruidosa comunicação. Tudo se passa como se estivessem agrilhoados e ficassem habituados a viver num mundo de informação quase monolítica, que condicionam o seu pensamento crítico.

Claro que a realidade não é tão terrível como esta, mas, mesmo assim, ela tem contribuído para transformar os portugueses idênticos ao dos homens da caverna de Platão, cortando-lhes as asas para a imaginação, retirando-lhes e paralisando-lhes a vontade para criticar, reagir e agir.

As épocas eleitorais são propícias para estas análises. Nesta altura tudo serve para que, quem está no poder, possa manipular os circuitos informativos de modo a fazer passar as suas mensagens de boas novas e promessas, muitas delas incumpridas, o que já foi sentido por experiências em momentos do passado recente.

Os comentadores, porta-voz do governo, passam sistematicamente mensagens de sucesso à mistura de gaguejos mais ou menos críticos a algumas aspetos, poucos, que não são mais do que convenientes notas musicais desafinadas dando-se ares de isenção.

Estando atentos aos alinhamentos dos programas informativos das televisões deparamo-nos com incongruências entre pedidos de sacrifícios, austeridade continuada a par de recuperação económica do país, (não dos cidadãos), como aquela que ainda hoje foi anunciada pelo FMI do crescimento de 1,2% para este ano. Coincidentemente ou não, tudo se alinha para ludibriar os portugueses e os europeus antes das próximas eleições, que convém não sejam perdidas pelas direitas europeias.

Repare-se como é possível que, numa época em que todos falam de crise, de austeridade, de recuperação económica insipiente se dê a ilusão de que estamos num país que prospera em crescimento através de reportagens onde se anuncia antes de tempo que os hotéis na Páscoa se encontram esgotados (abril de 2014), criando falsas espectativas positivas para incentivo ao consumo que terão mais tarde (em 2015) consequências funestas…

Será isto um país em crise onde dizem que estamos a viver acima das nossas possibilidades, um país onde nos dizem que já não se voltará aos níveis de 2011, onde já se disse que não se pode comer bife, onde se disse, até há pouco tempo, não se poder subir o ordenado mínimo porque provocaria mais desemprego, onde se afirma que temos que ficar mais pobres, onde se preveem mais cortes no valor de dois mil e tal milhões de euros no estado social, na saúde, na educação, onde o desemprego continua a proliferar em grande escala, onde se mantem propositadamente a dúvida de que as pensões e os salários estão para ser ainda mais cortados, assim como os apoios sociais?

Não será isto, vivermos numa caverna onde são projetadas sombras (os meios de comunicação social) que não são mais do que a criação de ilusões duma prosperidade que se aproxima, quanto a mim falsa, para que, nas próximas eleições, a ingenuidade de alguns se possa traduzir em votos para os partidos do governo.   

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publicado às 17:29

Boia de salvação precisa-se

por Manuel_AR, em 19.02.14

 

 

A campanha pré-eleitoral para as europeias e a propaganda concertada com os meios de comunicação social estão em curso. Os tempos de antena convergem com os eventos e o discurso das posições do Governo e dos partidos que o sustentam. É evidente a convergência entre as organizações europeias e internacionais de direita no apoio ao governo. Comentários, conferências, discursos otimistas de recuperação económica, anúncio pelo Secretário de Estado Carlos Moedas de 400 reformas do Estado (todas elas fictícias, exceto duas) não são mais do que manobras propagandísticas desesperadas. E agora, face aos factos, insistentemente estende a mão ao Partido Socialista como se fosse uma boia de salvação.

Esta insistência não é por acaso. O Governo já sabia o que iria acontecer quando se iniciasse a décima primeira avaliação. E aqui está ela, mais do mesmo, sobre os mesmos, como em "posts" anteriores já tinhamlos antecipado. As pensões e as reformas vão novamente ser atacadas.

Vai ser necessário corta mas dois mil milhões de euros e lá vão mais uma vez as reformas e função pública, os bombos da festa, pagar a crise. Daqui a insistência do apelo ao PS para se comprometer com as medidas de austeridade que aí vêm.

As declarações do FMI foram uma chicotada no eufórico discurso do Governo que é deitado totalmente por terra. Basta ler as declarações do FMI. Desta vez também não poupa os trabalhadores do setor privado, embora incida sobre as questões das rendas da energia e outros custos de produção não deixa contudo de colocar em cima da mesa 'medidas para descentralizar as negociações salariais, promover a “flexibilidade salarial” e  desincentivar os trabalhadores a contestar os despedimentos nos tribunais.

Do meu ponto de vista, em política não há coincidências. O entusiasmo do apoiantes do Governo com a baixa nos mercados dos juros da dívida, o que é´ótimo, não se deve à ação do Governo porque a descida também sucedeu com outros países.

As direitas organizam-se a nível europeu e a nível internacional mais vasto tendo em vista as eleições para o Parlamento Europeu. Há demasiadas coincidências.

Para aplicar as medidas de austeridade que Passos Coelho quer implementar necessita de uma moleta para trucidar ainda mais os portugueses após as eleições e precisa do aval do PS. Tenho afirmado mais do que uma vez que isto não é mais do que um ato de desespero do Governo PSD/CDS antevendo a perda das eleições. Passos precisa de um companheiro de derrota.

Tomou o poder, culpou o PS, tem maioria absoluta, o que pretende mais para bem governar. O PSD e o CDS que assumam em pleno a responsabilidade. No meu entender é preferível manter a austeridade mas com outro governo do que com esta canalhada que dizia resolver os problemas do país mas que os piorou colocando as pessoas na incerteza, na desesperança e na angústia.   

Maria Luís Albuquerque diz que o governo está a fazer história. É um facto, já fez e continua a fazer história pela negativa. Houve muito políticos que também fizeram história como Estaline, Mao Tse Tung, Hitler, etc.

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publicado às 23:08

O Cerco

por Manuel_AR, em 21.01.14

Cartoon modificado a partir de RLDiesslin 2002

 

Os partidos da coligação no Governo, PSD e CDS, aos quais se junta o Presidente da República, têm andado a pressionar o PS para um compromisso de salvação nacional, dizem eles. Que salvação nacional? A de oprimir e segregar financeiramente alguns setores da sociedade que têm sido cada vez mais penalizados e validar, na prática, a redução do estado social, como a saúde e a educação pública transformando-os, a médio prazo, numa prática destinada apenas aos desvalidos que vão sendo cada vez mais.

O PSD e o CDS andavam há anos a aguardar esta oportunidade que, diga-se, Sócrates lhes ofereceu de bandeja, para se grudarem ao poder e distribuírem, a seu bel-prazer, a riqueza do país de forma vantajosa pelas suas cliques financeiras, económicas e partidárias. Preparam-se agora para recolher os despojos.

Os cortes que fazem em salários e pensões não servem apenas para reduzir a despesa mas para compensar a despesa com consultorias pagas a preços exorbitantes pelos serviços prestados por escritórios de advogados que giram e vivem à custa do Estado e deste Governo.

Para o estado desta política de esbulho que nos impõem contribuíram o PCP e o BE que ajudaram à festa para a queda do Governo Sócrates e do seu PEC IV, embora com boas intenções. O tiro saiu-lhes pela culatra e acabaram por piorar ainda mais a vida dos portugueses. De boas intenções está o inferno cheio.

Os partidos do Governo, apoiados pelo Presidente da República, querem fazer uma grande coligação, à semelhança da grande coligação alemã entre o CDU-CSU-SPD, para sentar o PS à mesa do Estado tornando-o uma moleta que os apoie para atingirem os objetivos maquiavélicos que ainda se propões fazer, mas que não divulgam. Se tal fosse conseguido o PS serviria apenas para apaziguar e fazer calar o descontentamento generalizado dos portugueses.

Ao longo das dezenas de anos que tenho acompanhado a política em Portugal não me recordo de nenhum governo com um primeiro-ministro que tenha sido tão hipócrita como este e causando, em tão pouco tempo, estragos irrecuperáveis ao país e que apenas pensa na sua carreira.

Começaram já o discurso da recuperação económica em abstrato. Será que ela chegou às empresas e às famílias que o Governo prejudicou ao lançá-las no desemprego ou para a reforma antecipada? As reformas antecipadas servem agora para justificar a insustentabilidade da segurança social.

Uma das reformas estruturais que este Governo conseguiu realizar foi o aumento do desemprego estrutural. Os números do desemprego têm vindo ligeiramente a diminuir o que em si mesmo é bom. O Governo agarra-se a esta tábua de salvação. Todavia, se como dizem foram criados dezenas de milhares de postos de trabalho colocam-se as seguintes perguntas:

 

Que setores de atividade criaram esses postos de trabalho?

Que tipos de postos de trabalho foram criados?

Quantas foram as empresas que criaram esses postos de trabalho?

Quais os salários que lhes foram atribuídos?

Como foram obtidos esses postos de trabalho?

Qual o número de horas nesses postos de trabalho?

Foram postos de trabalho a tempo parcial ou integral?

Quais as qualificações dos que estão colocados?

É com a resposta a estas e a outras perguntas que se consegue verificar se, de facto, temos uma diminuição do desemprego estrutural e quais as causas que conduziram à sua diminuição. Ou será que o Governo tem uma varinha mágica que em três meses conseguiu recuperar dezenas de milhar de postos de trabalho. Têm que me explicar como se eu fosse tótó.

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publicado às 16:37

Cavalgando as ondas

por Manuel_AR, em 17.01.14

 

 

Todos os partidos se treinaram para o surf político da conveniência. Uns mais do que outros têm uma tendência para cavalgar ondas quando isso lhes interessa. A estratégia da comunicação do PSD e do CDS são o caso acabado do que afirmo. No início desta semana cavalgavam a onda do sucesso da colocação no mercado títulos de dívida pública a taxas de juros mais baixas e os porta-vozes dos partidos e do Governo lançam-se para o topo da onda autoelogiando o trabalho que foi feito e que, por isso, os juros foram em quase todos os prazos os mais baixos desde Agosto de 2010. O que nunca dizem é que essa descida não foi resultado das notas por o Governo ser bom aluno porque para os maus alunos como dizem ser a Grécia os juros também desceram.

 

Ainda estavam do topo da onda quando, por azar hoje mesmo, os juros da dívida de Portugal a cinco anos sobem. Não nos convencem que estas oscilações, nomeadamente a baixa de juros, têm a ver com as boas medidas tomadas pelo Governo (quais?). A tendência na zona euro é para o alívio dos riscos em quase todos os países como se verifica, por exemplo, em dois casos extremos como o da Irlanda e o da Alemanha.

 

Outra onda que gostam de cavalgar é a da recuperação económica agarrando-se a alguns dados macroeconómicos divulgados. Quem é que não quer que haja recuperação económica? Acho que ninguém. A questão que se coloca à discussão é a de quem virá a beneficiar com essa, ainda hipotética, recuperação. Não serão com certeza os milhões de portugueses que foram espoliados dos seus ordenados e reformas e muitos outros que ficaram sem emprego e que já nenhuma recuperação económica irá resolver.

 

A subida de ténues décimas nos indicadores macroeconómicos, por vezes tão pequena que podemos supor ser resultado de erros de cálculo ou de arredondamento, servem para cavalgar a onda de um falso sucesso.

 

Todas as ondas, mesmo as mais pequenas, a partir deste momento e até às eleições, irão servir ao Governo para cavalgar.

 

As eleições para o Parlamento Europeu que para alguns podem não parecer importantes são de facto um indicador das tendências políticas e ideológicas na U.E. e, por maioria de razão, em Portugal. Basta ver o caso da progressão da extrema-direita mais radical. Se os partidos PSD e CDS que se prevê irem em coligação às eleições europeias obtiverem uma maioria podemos já todos sabemos com que mais medidas podemos contar.

 

A última onda que o PSD e os comentadores pró-governo cavalgam é agora a das posições tomadas pelo Presidente François Hollande apoiados pelas suas declarações face à austeridade. Sem querer ligar intencionalmente os acontecimentos das últimas semanas não deixa de ser curioso que o programa de austeridade que Hollande apresentou aos franceses tenha coincidido com o escândalo amoroso do líder francês. A questão de ser causa e efeito ou pura coincidência pode ser especulativa.

 

O PSD bem pode agora cavalgar a onda de Hollande mas do que não se livram os apoiantes do Governo é que em França não vai haver austeridade à Passos Coelho, isto é, à bruta e à pressa com medo das reguadas de Ângela Merkel. Quando ela espirra Passos assusta-se. 

 

Resta saber quando é que o Governo, em vez de cavalgar as ondas se vai embrulhar com elas.

 

 

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publicado às 15:04

Moção de confiança já!

por Manuel_AR, em 26.07.13

Se moções de censura apresentadas em situações de maioria parlamentar poderão ter um significado simbólico de descontentamento perante as atuações de um governo não deixam, por isso, de ser caricatas porque se conhece à partida o resultado que é o de serem rejeitadas pela maioria, salvo casos excecionais em que alguns deputados resolvam “morder a corda”.

O mesmo se poderá dizer das moções de confiança apresentadas por maiorias parlamentares. Neste caso, o caricato da situação é por demais evidente. Por aqui podemos ver como a política em Portugal está toda inquinada onde até o Presidente da República anuncia a apresentação de um moção de confiança que é depois confirmada pelo grupo parlamentar que apoia o governo durante o curto espaço de tempo de uma remodelação ministerial. Isto é, um governo remodelado sem ainda ter tomado qualquer iniciativa visível e merecedora é sujeito a uma moção de confiança. Parece-me ridículo, para não dizer lamentável.

Quem ouvir agora a cavaquista Manuela Ferreira Leite na TVI24 se aperceberá a cautela que tem quando se refere ao Presidente da República e como ela agora rodeia algumas questões que anteriormente criticava com mais convicção. Agora este governo passou a ser o do seu mentor.  

Cavaco Silva, o mentor de tudo isto, tem um objetivo que não é Portugal nem dos portugueses, é dele próprio e dos seus interesses a manutenção deste governo. Pode haver justificações insondáveis nisto tudo. Tudo se passa como se alguém dissesse: se não fazes isto já sabes o que pode acontecer!

Vendo que, neste momento, eleições trariam perdas significativas para o partido que ele tem vindo a apoiar resolveu meter um pauzinho na engrenagem para emperrar, mesmo conhecendo os riscos que se verificariam relativamente aos mercados, como acabou por acontecer. Claro que juntou o útil ao agradável ao ter a consciência de que, eleições neste momento também poderiam ser prejudiciais para o país.

Sabendo nós que todos eles, os políticos que nos governam, sempre dizem, em qualquer circunstância, que é tudo a bem dos portugueses e de Portugal podemos sempre desconfiar do que nos pretendem “vender”, a desconfiança. Foi isto que Passos Coelho e o Presidente da República conseguiram ao fim dos dois anos que levaram à derrocada do país. E falam eles agora de crescimento e recuperação! Cá estaremos para ver.

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publicado às 23:08


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