Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Do socialismo gastador à direita salvadora e regeneradora

Orçamento de Estado e intervenção externa

por Manuel_AR, em 18.12.19

Orçamento de Estado 2020.png

Portugal já foi intervencionado três vezes pelo Fundo Monetário Internacional. A primeira foi em 1977, seguiu-se 1983 e por fim 2011. Portugal e os portugueses não querem que isso volte a acontecer. Todavia, parece haver interessados sobretudo da direita que fiquemos novamente com a corda na garganta. Excluo destes os bem-intencionados que, felizmente, ainda os há, embora sejam cada vez menos.

Desde a tomada de posse do Governo na anterior legislatura que comentários nas redes sociais defendiam que o Governo, por ser socialista, iria conduzir o país para nova intervenção. Era a estratégia do medo já conhecida.

Nas últimas semanas começaram a circular na comunicação social certas notícias que avançavam existir uma contenda não bem explícita entre António Costa e Mário Centeno com o apadrinhamento de alguns ministros. O último aproveitamento foi o empolamento das posições sobre pontos de vista diferentes nas estratégias seguida entre Costa e Centeno durante o Conselho Europeu. Até esse demagogo Paulo Portas no programa que lhe deram aos domingos na TVI teceu considerações éticas por causa das posições divergentes entre ambos, insinuando que estavam em causa os interesses do país? Conhecemos bem os comportamentos e atitude democrática de quem se afastou da política ativa, mas que fala de política, (ou será uma estratégia para preparar cargos que se avizinham?).

Há uma diferença: uma coisa é a imparcialidade que deve ter um cargo de presidente do Eurogrupo, outra é a de um Chefe de Estado que deve defender os interesses do país que governa. A democracia não é uma visão monolítica das questões o debate e os confrontos são evidentes. O problema de quem preside ao Eurogrupo e ao mesmo tempo ocupam pastas no governo dos seus países é de terem de representar dois papéis. É como ser uma espécie de Dr. Jekyll e do Sr. Hyde.

Não conheço o que de facto se passa entre Costa e Centeno a não ser o que se diz na comunicação social, (o que se diz nas redes sociais está fora de causa se não for sustentado por factos considerados como validades e com fontes credíveis e não apenas em opiniões), mas há interesse para a direita em alimentar este tipo de confrontos. Porque como alerta o diretor do Gabinete de Estudos do Fórum para a Competitividade, Pedro Braz Teixeira, “a eventual alteração do ministro das Finanças durante a atual legislatura pode traduzir-se em “alterações significativas na condução da política orçamental”. “Uma alteração do ministro das Finanças pode significar alterações significativas na condução da política orçamental, tanto mais que tem havido uma cativação fortíssima das despesas” que o próximo ministro pode não conseguir manter.”.

Mário Centeno é um alvo a abater pelo menos por um motivo, a sua intransigência no que respeita ao acerto e excedente das contas públicas. É aqui que retomo a questão das intervenções externas.

Segundo especialistas, a consolidação orçamental, para a qual este orçamento parece apontar, é um conceito material que identifica o resultado das medidas de política financeira destinadas a reduzir o défice e a dívida e tem o seu antecedente imediato no equilíbrio orçamental e surge nos últimos trinta anos perante a proposta de recusar a criação de mais dívida pública.

Não é novidade que as esquerdas radicais pretendem aumentar cada vez mais a despesa pública sobretudo em aumentos e benefícios salariais para toda a função pública. Como não foram abertos os cordões á bolsa, daí a probabilidade de haver descontentamento à esquerda e à direita esta por motivo diferente e por mera oposição ao Governo, embora não se tenham pronunciado claramente. Para já a direita PSD “adiantou uma primeira opinião negativa sobre o documento”, “ainda que preliminar e à espera de uma avaliação mais cuidada” e "traduz claramente uma diferença absoluta" disse um porta voz do PSD, pelo que parece estar em desconformidade com o seu ponto de vista.

As opiniões da direita, consoante está ou não no poder, tem pontos de vista diferentes principalmente porque, durante anos, censurou o despesismo e a vocação dos governos socialistas por darem sinais de se poder viver acima das possibilidades.  

Quanto à esquerda mais radical tem motivos e legitimidade para contestar o primeiro superavit histórico da democracia. Se, em vez de se abrandar o esforço de consolidação orçamental, fosse transformado em despesa pública o BE e o PCP estariam em grande e aprovariam o orçamento e os sindicatos e corporações que gravitam à sua volta exultavam de alegria.    

Havendo contas certas e excedentes há que, segundo as centrais sindicais, começar a pressionar para se gastar apenas num sentido como têm demonstrado as ameaças públicas de luta que, os trabalhadores da função pública irão decidir, sejam manifestações, greves ou outras formas de luta.

Sindicatos, e também “ordens”, associam-se a lutas reivindicativas, até então geridas apenas pelos primeiros, são manobrados por líderes de esquerda e de direita, abrem e conduzem ao caminho que leva ao despesismo do Estado e consequente posterior aumento dos impostos que todos pagamos. Sendo grande parte reivindicada para salários o que resta para investimento público em setores mais carenciados como as polícias, a saúde e educação entre outros?

Se tudo o que se conseguiu nos últimos quatro anos derrocar teremos uma certa direita”, na retaguarda com timbre de hiena a rir com o significado social do grupo e a estabelecer entre si direitos ao “alimento”.

Permito-me fazer juízos de intenção e dizer é imaginável que a direita, hipocritamente, diga aos quatro ventos baixar impostos ao mesmo tempo que diz poder fazer mais investimento público e aumentos salariais como justeza reivindicativa, dizendo que não deseja instabilidade social, mas que afinal anseiam por ela. Lembremo-nos dos professores e da aliança negativa. Governo que cedesse às reivindicações e provocasse desvios orçamentais significativos seria a forma para fazer soar as vuvuzelas do socialismo gastador e da direita salvadora e regeneradora.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 18:19

Costa e Centeno.png

A direita tem toda a legitimidade para fazer oposição, o que não pode é tentar manipular e esconder a realidade e os factos à sua medida esquecendo o seu passado, ainda recente, e a forma como foi destruindo o país que, depois de destruído torna a sua reconstrução é mais lenta e difícil.

 Como habitualmente, após a apresentação em conferência de imprensa do Plano de Estabilidade a apresentar em Bruxelas pelo ministro da Finanças Mário Centeno, os partidos da oposição de direita CDS e PSD, e do BE e PCP, à esquerda do PS, comentaram o conteúdo apresentado.

Como seria de esperar, o CDS pela voz de Mota Soares (não sabemos se após deixar de ser ministro continua a andar de motoreta) não concordou em nada com o plano apresentado. Como seria de esperar para o CDS estava tudo mal e a sua intervenção sem história, resumiu-se a mais do mesmo. E, para testar a esquerda, quer ver votação de resolução no Parlamento. Cinismo do costume!

Quanto ao PSD, cujo comentário foi proferido por essa sumidade, e ainda jovem, Leitão Amaro, 38 anos, resquício da direita liberal radical do PSD que utilizando uma verborreia demagógica, demasiado longa e cansativa, lá foi dizendo, estava tudo errado na sua maior parte. Debitou para o ar uma série de jargões e de falsidades interpretativas já bem conhecidas das suas intervenções sobre a situação financeira e económica do país. E pretendeu com passe mágica verbal fazer-nos acreditar que tudo o que melhorou nas pessoas, e no país, foi devido ao PSD.

Ao ser questionado sobre se previa e pelas críticas que apontava no Plano de Estabilidade esperava que ele recusado por Bruxelas não respondeu e saltitou aqui e ali refugiando-se em partes descontextualizadas do Conselho de Finanças Públicas escolhendo as referências que mais lhe agradam. Quanto a alternativas que teria para apresentar se fossem governo nada disse limitando-se a dizer que seriam outras. Mas nós sabemos quais seriam. Seriam a mesmas que aplicaram durante os seus quatro anos de mandato.

Falou ainda em reformas, que reformas? As que devem ser feitas para as gerações futuras como se as gerações do nosso tempo não tivessem também sido no passado consideradas como gerações futuras. Os portugueses vivem o presente, não vivem do que se deve fazer tendo em vista as gerações futuras, porque essas, quando vierem, muita coisa mudou, entretanto, e, então, serão elas que terão de garantir e tomar as medidas adequadas à sua época. O que as gerações futuras necessitam é que se cuide do ambiente em que irão viver porque, no que respeita às melhores políticas, cada geração saberá cuidar-se e ver o que necessita no momento. Quem é que, no tempo da ditadura do Estado Novo, pensava que as gerações futuras iriam produzir o 25 de abril que acabou com o regime? Salazar bem fez o possível por preparar nesse tempo as gerações futuras para manter o fascismo e o colonialismo. 

Algumas das afirmações do porta voz do PSD são hilariantes tais como "a solução do PSD para governar o país é diferente" daquela do atual Governo e de "Não nos conformamos em aproveitar os ventos de costas, queremos melhorar a vida dos portugueses", refere ainda que a opção do Governo é de "insistir em manter em Portugal a carga fiscal mais elevada de sempre". Onde é que nós já ouvimos isto?  Leitão deve ter-se esquecido dos cortes que estariam para vir se o PSD daquele tempo ainda estivesse no governo do país, e do “enorme aumento de imposto” que o ministro das Finanças, Gaspar reconheceu durante o governo em que Leitão foi Secretário de Estado da Administração Local no XIX Governo Constitucional, leia-se Governo de Passos Coelho.


Leitão Amaro, vice-presidente da bancada parlamentar do PSD que, como muitos outros, é um dos apêndices dos liberais radicais de Passos Coelho em funções parlamentares fez questão de mencionar que Portugal com o atual Governo é dos países que menos vai crescer economicamente. Mentira descarada por omitir o contexto real, é que as previsões intercalares de inverno de 2018 da Comissão Europeia para o

 

Comissão europeia previsões 2018.jpg

 crescimento em Portugal durante em 2018 e 2019 embora desacelere fica alinhado com o dos países da zona euro e os que mais influenciam a economia da U.E. e outros comparativamente mais ricos como se pode ver no mapa e no gráfico que se apresenta abaixo.

 

Mapa Crescimento 2018.png

 

O que Leitão Amaro não mencionou é que os países que mais crescem com exceção da Irlanda são aqueles onde a direita está a impor-se e a exploração do trabalho apresenta níveis salariais muito baixos. São os países do leste europeu como se verifica quadro abaixo marcados com asteriscos os que não pertencem à zona euro e com dois astericos o que integram a zona euro.

Também não salientou que, devido a uma previsível alteração da conjuntura internacional as previsões da mesma comissão para 2019 são de baixa de crescimento para todos aos países.

  

Comissão Europeia: Previsões de crescimento de outono 2017

Países

2017

2018

2019

Italy

1.5

1.3

1.0

United Kingdom

1.5

1.3

1.1

France

1.6

1.7

1.6

Belgium

1.7

1.8

1.7

Denmark

2.3

2.0

1.9

Germany

2.2

2.1

2.0

Portugal

2,6

2.1

1.8

Euro area

2.2

2.1

1.9

EU

2.3

2.1

1.9

EU27

2.4

2.2

2.0

Austria

2.6

2.4

2.3

Greece

1.6

2.5

2.5

Spain

3.1

2.5

2.1

Netherlands

3.2

2.7

2.5

Finland

3.3

2.7

2.4

Sweden

3.2

2.7

2.2

*Croatia

3.2

2.8

2.7

Cyprus

3.5

2.9

2.7

**Lithuania

3.8

2.9

2.6

*Czech Republic

4.3

3.0

2.9

**Estonia

4.4

3.2

2.8

Latvia

4.2

3.5

3.2

Luxembourg

3.4

3.5

3.3

*Hungary

3.7

3.6

3.1

**Slovakia

3.3

3.8

4.0

*Bulgaria

3.9

3.8

3.6

*Poland

4.2

3.8

3.4

Ireland

4.8

3.9

3.1

**Slovenia

4.7

4.0

3.3

*Romania

5.7

4.4

4.1

Malta

5.6

4.9

4.1

 

Gráfico crescimento UE.png

Fonte: Comissão Europeia - https://ec.europa.eu/info/business-economy-euro/economic-performance-and-forecasts/economic-forecasts/winter-2018-economic-forecast_en#winter-2018-interim-economic-forecast-a-solid-and-lasting-expansion

 

A direita tem toda a legitimidade para fazer oposição, o que não pode é tentar manipular e esconder a realidade e os factos à sua medida esquecendo o seu passado, ainda recente, e a forma como foi destruindo o país que, depois de destruído torna a sua reconstrução é mais lenta e difícil.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 18:15

E, no entanto, ela move-se

por Manuel_AR, em 31.01.18

Galileu na inquisição.png

Refiro-me à direita com a paráfrase de Galileu Galilei, matemático, físico e filósofo italiano, que terá murmurado a frase "eppur si muove" - "e, no entanto, ela move-se" depois de ter sido obrigado a renegar em 1633, diante da Inquisição, a sua crença de que a Terra se movia em torno do Sol. No momento do seu julgamento, a visão dominante entre os teólogos, filósofos e cientistas era de que a Terra seria estacionária, e era o centro do universo. Adversários de Galileu acusaram-no de heresia, crime punível com a morte pelo tribunal da Inquisição. 

A Inquisição já não existe da mesma forma, modificou-se, transformou-se, adaptou-se, “democratizou-se”.  A fogueira foi substituída por órgãos de comunicação social especialistas em atear a fogueira na praça pública que outros também ajudam. Esta nova inquisição investiga, julga sem julgamento e ao mesmo tempo condena nos novos pelourinhos que são as primeiras páginas e as redes sociais.

Estas novas inquisições que condenam sem culpa formada são aplaudidas por uma direita que lhes viu o poder fugir da mão e o quer de novo agarrar utilizando as ferramentas que ela tão sabe manipular. A direita, sem nada na mão para fazer oposição ao Governo, faz coro com essa comunicação social utilizando o populismo e, por portas travessas, entra hipocritamente no desvario “justiceiro”. Este coro de justicialista da direita esgueirou-se pelas portas entreabertas da PGR de Joana Marques Vidal que, neste momento do seu mandato, quer mostrar a eficiência do seu trabalho dedicado, e é imperioso apresentar trabalho feito para português ver, fazendo ao mesmo tempo jus a uma eventual agenda política da direita há muito premeditada. O estranho é que, apenas agora, tenham aparecido em catadupa “tantas e tão boas” operações investigatórias e publicamente inquisitoriais para o deleite dum público que fica efervescente à espera de sangue na arena dos órgãos de comunicação social.

Para além de apenas informar uma comunicação social séria e isenta deve escrutinar os poderes, sem pactuar com interesses outros, que não apenas as suas políticas e princípios editoriais salvo risco de passarem a ser órgãos oficiosos e seguidores dos interesses de partidos, quaisquer que sejam, dando aqui e ali umas pinceladas de isenção.

Jornais e canis de televisão lançam para a opinião pública casos, alguns em segredo de justiça, provenientes de “fontes” eventualmente pagas pelas informações que abastecem ávidos jornais, alguns autointitulando-se como sendo de referência.

Toda esta catadupa de casos judiciais surge, por coincidência, claro está, depois do não assunto que é de momento a continuação, ou não, do mandato da Procuradora Geral da República. Claro que, todos nós, portugueses, queremos e ansiamos que se investiguem e apurem factos de corrupção, quando exista, e que a justiça seja aplicada com celeridade.

Todavia, toda esta ânsia de investigações e buscas aqui e ali que vão desde bilhetes para jogos de futebol, desvios de milhões em universidade privada, dirigentes de clubes desportivos misturados com juízes desembargadores e de permeio, neste último caso Sócrates metido através de imagens inseridas à pressão nos jornais informativos de canais de televisão em assuntos que nada têm a ver com o caso que noticiam. A impressão que transmitem é que a justiça se move, que não está estática como o planeta Terra, tal como a inquisição queria fazer crer no tempo de Galileu.

No entanto, ela move-se, ela a direita, que, sem nada para fazer oposição, recorre à costumeira estratégia da possibilidade de se aproveitar de “infiltrados” nas várias instituições do Estado, estão sempre a postos com a finalidade de atacar figuras públicas que lhe estão a travar, pela sua competência, a oposição ao Governo, recorrendo assim, a estratégias pidescas para denegrir, através de suspeições e de enxovalhos algumas figuras fazendo-nos acreditar que é a justiça funcionar. São os descendentes duma direita politica salazaristas mimetizados de democratas que utilizam os conhecidos métodos de investigação pidesco de informação e contrainformação.

Sim, a direita move-se na procura de casos que lhe possam politicamente interessar para trazer para a praça pública. Por outro lado, coloca na prateleira outros, por vezes até à prescrição, ou, fazendo cair no esquecimento, os que pertencem aos da sua laia. Para fingir fazem vir ao de cima num noticiário um ou outro processo em curso para logo depois, e novamente, desaparecer dos ecrãs dando dar lugar a outros processos que mais lhe interessem.

De modo geral a comunicação social evita, desvaloriza e dá pouca relevância aos casos de justiça que envolvem elementos da direita. Surgem e desparecem de seguida para caírem no esquecimento da opinião pública. A direita quer aparecer aos olhos da opinião pública como imaculada e virtuosa.

 Sim, os processos judiciários e a direita movem-se em conluio com alguns órgãos da comunicação social quando neles não se encontra envolvida, isto já é um facto. Há um caso recente que é evidente: às 8H30M uns ditos jornalistas da revista Sábado já se encontravam no local quando as autoridades chegaram ao apartamento habitado por Rui Rangel. Querem mais explicações?

São vários os casos de justiça que têm falhado, quiçá por omissão (ou será por esquecimento?), quando os que pertencem ao “grupo” da direita estão em causa fazendo-os esquecer pela passagem do tempo. Vejamos alguns casos:

. Esforços porfiados e coroados de êxito na caça aos corruptos e corruptores dos submarinos.

. Fundos da UE para a Tecnoforma.

. Abate ilegal de sobreiros. (Arguidos absolvidos das acusações de tráfico de influências, de abuso de poder e de falsificação.). (2012).

. Depósitos em dinheiro vivo em contas do CDS-PP. (2012)

. Transporte em dinheiro vivo na mala do sr. Preto do PSD que justificou o dinheiro vivo que recebeu como honorários pagos por serviços prestados como advogado (2016).

. Crédito mal-parado do BANIF, BES E CGD

. Negociatas com ações da SLN. Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) arquivou o processo relativo à compra dos terrenos da Herdade de Rio Frio, financiada pelo BPN em 2004, um caso extraído do processo principal. Em causa estavam acusações de burla e de branqueamento de capitais.

. Quinta da Coelha, e da prisão dos respetivos implicados (2011)

Que dizer de tudo isto quando depois de resolvidos os intricáveis casos dos e-mails e vouchers do Benfica, depois de esclarecidas todas as nebulosas circunstâncias de muitas nacionalizações e da atribuição de volumosos fundos do Estado, que redundam em falências fraudulentas, e depois de expurgado, o corpo de magistrados das toupeiras que conluiadas com “galdérias” jornalistas se vendeu nas últimas décadas, por preço baixo, o segredo de Justiça?

A justiça Portuguesa, “justiceira”, avança agora com o misterioso caso que nem a Fox Crime ainda conseguiu apresentar em temporadas e episódios arrojando-se num dos “mais enigmáticos casos judiciais que algum dia alguém poderia prever. Numa nova e trepidante tarefa esclarecerá os tugas ansiosos sobre a forma sub-reptícia e tendenciosa como o Benfica ofereceu dois bilhetes, dois, ainda se fosse só um, ao foragido no Eurogrupo ministro Centeno”. Sabe-se agora porque é que ele, uma espécie de Puidgmont do Carnide se albergou no Eurogrupo para fugir á espada infalível dos pretores portugueses”.

(Parágrafos da autoria de Sousa Castro que subscrevo).

Surge agora mais um caso José Magalhães, este de 2012, podemos questionar o porquê de só agora virem tantos casos a público. Será uma operação concertada com a comunicação social? Temos direito a uma resposta.

A direita, a partir dos esconderijos onde se alberga nas instituições públicas, move-se por entrepostas vias utilizando a intriga, a maledicência, o enxovalho de pessoas em conluio com alguma comunicação social funcionando numa atitude pidesca e inquisitorial abusando da liberdade que a democracia lhes confere.

À direita falta agora desenterra casos e casinhos de pessoas já falecidas donde a direita possa tirar dividendo políticos, desde que são seja com ela, claro.

 P.S.: Será que somos um país de corruptos e que só agora descobrimos?

1) A questão não é não se fazer justiça é o motivo de apenas agora surgir tudo ao mesmo tempo. Processo em que há suspeitas de vendas de decisões judiciais e que conta já com cinco detidos e mais seis arguidos. Os vários casos em que participou Luís Filipe Vieira nos 14 anos que já leva de Benfica. Outro, é o processo que ocupa o dia é o julgamento de dois secretários de estado de José Sócrates que estão acusados do crime de peculato num caso de uso indevido de cartões de crédito com os envolvidos José Magalhães e Conde Rodrigues, este de 2012. A investigação à Universidade Fernando Pessoa, em que o reitor Salvato Trigo nega a prática de qualquer crime.

2) Para além dos casos de justiça e à margem dela, tem surgido numerosos outro casos como os incêndios, legionelas a proliferar em hospitais, dantes insuspeitos, poluição no rio Tejo, etc.. Sem pretender insinuar qualquer relação destes com a política não posso deixar de me recordar dos atentados que causaram a morte de vidas humanas que a direita perpetrou contra a esquerda.

No tempo recente de governo da direita pouco vinha à superfície vindo do poço da comunicação.  

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 16:37

Psicanálise do PSD.png

Como se costuma dizer grão a grão a galinha enche o papo e a direita, com as suas frustrações, assim vai fazendo, (não, não me estou a referir à galinha Assunção Crista, se era nisso que estavam a pensar), nada disso, a metáfora é para a direita do conjunto CDS+PSD. Para ajudar, sindicatos e outras forcinhas que há por aí têm deitado alguns grãos para ela vir comer á mãozinha.

Iniciaram com o ataque ao ministro das finanças, Mário Centeno quando do caso da administração da Caixa Geral de Depósitos e não conseguiram; forçaram e pediram a demissão da anterior ministra da Administração Interna e conseguiram; quiseram a demissão do ministro da Defesa Nacional com o caso de Tancos e ainda não conseguiram. Chegou a vez da Ordem dos Enfermeiros ao arrepio do previsto surto de gripe alertar para “eventuais complicações nos hospitais e centros de saúde, na ausência de reforço dos serviços, e culpa o ministro da Saúde, cuja manutenção no cargo questiona”. Está feito o pedido de mais uma demissão de mais um ministro através de uma porta travessa da direita. A direita quer é demissões, demissões e mais demissões de quem não lhes convém. É assim que esta direita obsoleta faz oposição. Será que vai mudar com a nova liderança no PSD?

Com a eleição de Mário Centeno para o Eurogrupo e face aos indicadores económicos, o diabo regressou a casa e retirou à direita PSD a sua ajuda, restando-lhe os casinhos que vai encontrando aqui e ali, através de infiltrações de adeptos casos e casinhos para dizer que está a fazer oposição já que as suas teses sobre a condução da sua política económica do Governo tiveram ontem um ponto final.

Todavia, as opiniões que por aí se escrevem na imprensa vindas do setor da direita apresentam agora nova estratégia para proceder à fragilização do Governo e apontam como solução a sua remodelação. O editorial do jornal Público de hoje para tal justificar faz um breve historial de casos e casinhos dos últimos três meses e, com palavrinhas mansas lá vai fazendo a sua crítica dita isenta e, ao mesmo tempo, cínica, para justificar tal remodelação. Não sei o que António Costa irá fazer. Acho, contudo que, havendo uma remodelação, será tema para que a oposição possa sobreviver mais uns dias com argumentos do tipo: «estão a ver, afinal nós tínhamos razão para criticar o Governo que acabou por ceder às nossas exigências!».

Outra novidade é que o PSD, à falta de melhor, ameaça chumbar projeto de resolução socialista, que não impede Governo de concretizar a adesão à Pesco. A Pesco é o acrónimo de Permanent Structured Cooperation que em português é a Cooperação Estruturada Permanente e a direita PSD exige ver inscrita a recusa de um exército europeu e de especialização das Forças Armadas. Como PCP, BE e PEV são contra a adesão de Portugal, o projeto socialista pode chumbar com os votos de oposição da direita, o que, por estarem em causa resoluções, tem apenas significado político, não impede o Governo de concretizar a adesão à Pesco. Este é mais um casinho para o PSD mostrar prova de vida na oposição e para fazer acreditar que afinal também não contam com eles, como noutras ocasiões já fizeram. Afinal brincam aos meninos birrentos com coisas sérias que dizem respeito a todos. Centeno gravou-lhes ainda mais fundo a sua frustração que ainda não conseguiram sublimar.

Talvez seja necessário marcar uma consulta ao psicanalista para minorar as suas frustrações.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 19:10

Caminhando em direção ao passado

por Manuel_AR, em 03.12.17

Involução.png

Longe de Lisboa, num intervalo para o meu próximo texto, resolvi transcrever para o blog um artigo de opinião da autoria de Teresa de Sousa publicado hoje no jornal Público do qual aconselho a sua leitura. O texto leva-nos a meditar e a refletir sobre uma sociedade que alguns estão a ajudar e desejam construir e que, se nada for feito, os nossos netos virão herdar.

Trump parece ter conseguido a primeira vitória, embora com muitas ressalvas em relação às diferenças culturais e ideológicas, a reforma fiscal que Donald Trump conseguiu no Senado remete para o princípio básico do neoliberalismo que nos EUA foi promovida por Ronald Regan e no Reino Unido com Thatcher no início da década de 1980 - uma variação da chamada “trickle down economics”, que defende que os benefícios concedidos aos mais ricos acabam por beneficiar também os mais pobres que pode ver também aqui. Ao fim de dois mandatos, as políticas de Reagan tinham triplicado a dívida pública dos EUA, como pode confirmar aqui.

Não sou muito virado para o passado, nem para o futuro que desconhecemos e é incerto, embora em política possam fazer algumas previsões tendo em conta o presente. Partindo desta premissa algo nos diz que o futuro não augura nada de bom.

Aqui vai o artigo de opinião que pode consultar também no jornal Público.

OPINIÃO

TERESA DE SOUSA  

Nota: Teresa de Sousa escreve conforme o anterior acordo ortográfico.

 

Se os ricos ficarem cada vez mais ricos, alguma coisa há de sobrar para os outros

1. Hoje é um daqueles dias em que é difícil escolher um tema, mesmo que haja muitos, por cá e pelo mundo mas que dispersam a nossa atenção. Donald Trump conseguiu a sua primeira grande vitória no Congresso, desde que está na Casa Branca, com um novo código para os impostos que tem implicações profundas para os americanos. Regressa à velha doutrina da “trickle down economics”, que vem do tempo de Reagan e que se resume facilmente: se os de cima tiverem as condições para ganhar cada vez mais, alguma coisa há-de cair para os de baixo. Reagan praticou-a, com a sua revolução conservadora, mas noutras circunstâncias. Ignorou o défice, impossível de compensar com os cortes nas políticas sociais, mas conseguiu animar a economia americana. A sua grande tarefa, hoje desnecessária, foi a desregulação da economia, deixando a tarefa aos mercados. Quando chegou à Casa Branca, George Bush (pai), que lhe chamava “economia vodou”, lamentou-se várias vezes de não ter dinheiro para financiar devidamente as forças democráticas que emergiam na Europa de Leste e a transição na União Soviética, liderada por Gorbatchov, por causa do défice que Reagan lhe deixara. Bill Clinton, que se fartou de denunciar, na sua primeira campanha, esta doutrina, como injusta e pouco eficiente, deixou um enorme excedente orçamental ao seu sucessor, aproveitando o crescimento económico, sem deixar de reformar o Estado social. Bush (filho) acabou rapidamente com ele, por causa das guerras que travou. Obama, que herdou uma crise próxima da Grande Depressão e que teve de injectar 700 mil milhões de dólares na economia para salvá-la do pior, também conseguiu reduzir o défice, quando a economia começou a dar sinais de vida, na altura da sua reeleição. Salvou a indústria automóvel. Regulou os mercados financeiros de forma a tentar prevenir uma nova debacle. Com Trump voltamos ao passado. As enormes reduções fiscais dirigem-se aos empresários e aos ricos em geral; a classe média, já bem “espremida” pelos anos do neoliberalismo e da globalização, continuará mais ou menos na mesma. Os pobres ficarão pior porque são inevitáveis os cortes nos programas sociais. A parte dos republicanos que tradicionalmente não gosta do défice nem da dívida teria dificuldade em negar a Trump esta vitória solitária, depois de ter passado bastante tempo a recusar as iniciativas da Casa Branca, incluindo o Obamacare. O problema é que o Presidente americano, com a sua defesa do proteccionista, vai destruindo os acordos comerciais com os grandes e pequenos blocos económicos, correndo o risco de prejudicar as exportações americanas, mesmo que justifique os cortes drásticos nos impostos com a necessidade de aumentar a competitividade da economia.

Impostos EUA.png

  

2. Os americanos acabarão por conseguir, mais tarde ou mais cedo, dar a volta. Já o mesmo pode não acontecer com a sua política externa, capaz de destruir a ordem liberal que os EUA construíram, com um custo muito mais pesado para o mundo. Há uma nova dimensão da política externa americana que, muitas vezes, não valorizamos devidamente, que é a saída de cena de qualquer referência que se aproxime da defesa dos direitos humanos no mundo. Rex Tillerson avisou que eles não fariam parte da sua política. Trump não consegue ver a diferença entre a democracia americana e o regime de Putin, como ele próprio afirmou ainda durante a campanha. Este abandono acaba por contagiar as outras democracias, tornando o mundo num espectáculo cada vez mais penoso de ver. E não é só porque a China ocupa cada vez mais espaço deixado vazio pelo Ocidente, sendo que os direitos humanos não fazem parte do seu vocabulário. Putin soma e segue no seu apoio a qualquer torcionário que se lhe apresente.

A Europa, ainda a vencer a crise que a ia matando e a tratar das reformas que lhe podem garantir um futuro num mundo cada vez mais adverso, também anda bastante distraída. Há 15 dias, a CNN foi à Líbia e filmou (com câmaras escondidas) os novos mercados de escravos (não é exagero de linguagem) que funcionam a céu aberto, atirando os imigrantes e os refugiados para uma condição sub-humana vergonhosa e intolerável. Os europeus, incluindo a imprensa, só começaram agora a reagir. Foi apenas há três dias que Jean-Claude Juncker falou no assunto para prometer resolvê-lo. Não se vê como. Foram os europeus, e bem, que ajudaram a derrubar Kadhafi, perante a iminência de um massacre em preparação. Hoje, a sua obsessão passou a ser estancar a torrente dos que atravessam o Mediterrâneo em direcção à Europa. A solução que preferem é mantê-los longe da vista, na Líbia e noutros países de passagem, e avaliar aí a sua condição. Ninguém diz que as respostas sejam fáceis, mas o mínimo que lhes cabe fazer é garantir a sua segurança e a sua dignidade.

Na Síria foi o que foi. No Yemen, “ a guerra que o mundo ignora” à qual a Economist dá esta semana a capa, a mortandade é insuportável. De um modo geral, a indiferença prevalece. Tem de haver uma solução equilibrada, que não é, certamente, ceder à extrema-direita para não perder votos. Qualquer reforma da política externa não pode abdicar desta dimensão da sua relação com o mundo, que é inerente aos seus valores e que faz parte integral do combate ao nacionalismo que mina as suas democracias. Na semana passada, também não demos grande importância à chamada cimeira dos “16 mais 1” (lançada em 2012), reunindo a China com os países da Europa de Leste e dos Balcãs, muitos deles membros da União Europeia, para captar investimento que Pequim tem a rodos e sem qualquer exigência moral. A deriva dos países de Leste para soluções nacionalistas parece alastrar-se ao domínio das relações externas, com “aliados” (Putin e Xi) que sonham em dividir a Europa ou aumentar a sua influência política. Se a Europa, às vezes, andou distraída com os seus problemas, isso não explica a sua deriva autoritária nem justifica qualquer reivindicação.

3. Se regressarmos por um momento à pátria, a eleição de Mário Centeno para a presidência do Eurogrupo (deve ser confirmada amanhã) é uma daquelas coisas sobre as quais não há forma de enganar. Deixo o significado político interno para melhor altura, enquanto o bota-baixismo dá largas à sua imaginação. O que Centeno tem de fazer, já o explicou Sérgio Aníbal no PÚBLICO de sábado, num texto que convém ler. Limito-me ao que significa do ponto de vista da Europa. Em Berlim, pode querer dizer uma nova preocupação em sarar as feridas abertas pela crise da dívida e do euro, que deixaram uma divisão profunda entre o Norte e o Sul, por vezes com laivos de xenofobia. Como António Vitorino costumava dizer numa simples frase, a Europa não sobreviverá a uma realidade em que haja “perdedores” e “ganhadores”, sobretudo se forem sempre os mesmos. É por isso que tanto se insiste na necessidade de completar a reforma da União Económica e Monetária. Merkel tem tido a grande vantagem de aprender depressa as lições que a realidade lhe apresenta, reconhecendo o mérito do actual Governo, recebido na Europa há dois anos com duas pedras na mão. Wolfgang Schäuble já tinha feito o mesmo em relação a Mário Centeno. Como dizia António Guterres, o que é preciso é que as nossas propostas consigam ser boas para nós e boas para a Europa. O resto fez António Costa, com o seu “europeísmo pragmático”, como me dizia um embaixador europeu em Lisboa. Abriu portas e criou pontes que pareciam intransponíveis. A primeira das quais foi perceber que Merkel também tem razões para o que faz e que ganhar a sua confiança era a coisa mais importante. Basta ler o seu discurso de Bruges.

4. Não tenho nada a acrescentar aos textos dos meus colegas sobre o que o jornal deve a Belmiro de Azevedo. Tenho a sorte imensa de ter cinco netos que mudaram completamente a minha forma de olhar a vida. Escutar uma das suas netas dizer-lhe que não se preocupasse, que os netos tratariam da avó e dos pais, foi a coisa mais bela da cerimónia de despedida. Afinal Belmiro não foi apenas um grande empresário.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 17:03

Politica séria.png

A direita tem demonstrado qual é a sua forma de prestar serviço ao país: desestabilizar, com o apoio de grande parte da comunicação social, para ocupar novamente o poder com estratégia idêntica a que partidos extremistas quer de direita, quer de esquerda adotam por esse mundo. Destabilizar, criar convulsões políticas que lhe abram o caminho ao poder. Quando não há motivo inventa-se um que passe a ser, supostamente, um assunto nacional. Só falta o golpe de Estado palaciano.

Faltava agora o sinistro ex-Presidente da República, Cavaco Silva, aparecer com livros e livrinhos e para ajudar a oposição de direita. Lançando piadinhas provocadoras sobre otimismos do então primeiro-ministro José Sócrates. A este pretexto vai fazendo uma provocação subtil ao atual Presidente Marcelo Rebelo de Sousa e a António Costa contaminada por certo estado de espírito dado à invejinha. Posso até pensar que poderá terá havido uma espécie de conluio com a oposição de modo a ser feita nesta altura a apresentação do livro que me parece ser mais uma forma a dar uma ajudinha à sua fação partidária.

Apesar de Manuela Ferreira Leite, quando se lhe fala de Cavaco, entrar sempre em sua defesa, talvez derivado a tempos passados de governo, ele é o exemplo perfeito da representação da direita deste país. O livro poderá ser idêntico a um volumoso resumo de apanhados de alguma imprensa sensacionalista com mais ou menos considerações para ajudar esta direita cuja reforma está a ser pedida há muito.

Esta é a direita da abjeção. A direita do jogo baixo, como sempre foi, mesmo quando esteve no governo. Enganou, omitiu, trapaceou. É uma direita umbilical cujo poder, dizem, lhe foi tirado. É uma direita amoral, sem ética, cuja luta pelo poder se baseia, e só, em atacar pessoas, é uma direita que não olha para dentro de si. Não olha para os submarinos, para os vistos Gold, para as “Tecnoformas”, para as listas VIP das finanças que não se podiam divulgar e outras, é a direita que usa e abusa de julgamentos na praça pública com o apoio de certa comunicação social, é uma direita que olha para os seus interesses em detrimento de todos nós, portugueses, é uma direita onde se encontram alguns descendentes duma elite que, perdendo as colónias e integrados, pretendem  aproveitar Portugal para benefício próprio (felizmente nem todos).

Lembram-se das vezes em que os deputados do PSD e do CDS-PP votaram contra o pedido para ver as mensagens trocadas entre Paulo Portas e os diretores da Mota-Engil? E no caso da Ferrostal, recordam-se? E quando os deputados do PSD e do CDS-PP negaram o acesso a ver as mensagens trocadas entre Maria Luís Albuquerque e os bancos com quem renegociou swaps, recordam-se? E as mensagens trocadas com o Santander Totta como eram? Recordam-se dos deputados do PSD e do CDS-PP terem exigido ver tudo isto tudo alegando a defesa do interesse público?

São agora estes os impolutos e os falsos moralistas. Hipócritas da política, nunca visto em Portugal.

Não lhes vai chegar a CGD, António Costa, e o ministro das finanças. Seguir-se-á a vez do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a quem não perdoam o apoio institucional que dá ao Governo face aos resultados obtidos. Resultados conseguidos, elogiados, mas pouco divulgados pela nossa “isenta” comunicação social. Recordo apenas que, durante o anterior governo de Passos Coelho, eramos diariamente bombardeados com notícias dos “sucessos” do dia, com o relevo dado a décimas mostrados pelos indicadores, e com os juros quando eram favoráveis da colocação nos mercados da dívida pública. Agora, apenas vemos amostras rápidas dos sucessos do governo atual em notícias dadas atabalhoadamente e de forma confusa.

Precisa-se duma direita sem falsos moralismos, com ética, com valores, séria e faça mais oposição e menos rábulas.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 17:36

Saiba tudo sobre a fotonovela da CGD. Os segredos, as cumplicidades, as receitas partidárias, as conspirações e tudo o que dá para atrair as atenções da comunicação social na “Fotonovela da CGD ou a crise do não tenho mais nada”.

Fotonovela da CGD.jpg

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 23:39

Raiva

por Manuel_AR, em 11.02.17

Raiva.png

Correndo o risco de me repetir sobre o que ultimamente tenho escrito sobre o lamentável comportamento da oposição de direita vou voltar ao assunto porque me recordei dum livro de 2004 do escritor argentino Sérgio Bizzio cujo título é “Rabia”, “Raiva” em português. Posteriormente o livro foi inspiração para um filme “Rabia” realizado por Sebastián Cordero, que ganhou o 13º Festival de Cine de Málaga em abril de 2010.

É um romance que relata uma história de amor que toma rumos inesperados expondo traços obscuros da personalidade humana e uma contundente crítica social. Atos de ira e intolerância e a paixão incontrolável são a base do enredo. Está implícita uma metáfora para o declínio social de um país e para o ressentimento fortemente presente no seu povo. É um romance que revela a decadência da sociedade argentina.

Mas, o que é o livro tem a ver com a oposição de direita, perguntará quem estiver a ler este texto? Nada. É apenas uma associação que faço com a estratégia da oposição de direita cujo objetivo está a reverter em desfavor do país.

A oposição de direita está em decadência, mantem-se em declínio e lança o seu forte ressentimento sobre o país. Está a fazer oposição com atos que acentuadamente revelam ao mesmo tempo ira, e sofrimento político-partidário intenso. Doutra forma não se compreende esta insistência em casos que já não interessam a ninguém a não para capas de jornais sensacionalistas, outros “jornal-ecos” online, e aberturas de telejornais à falta de coisas importantes para o país e para os portugueses.

Agora esta raiva, ao nível da baixeza, dirigem-na ao ministro das finanças Mário Centeno. Silenciosamente vão verificando os resultados conseguidos o que aumenta a sua ira e, apressadamente, há que pô-lo em causa por insignificância que em nada contribuem interna ou externamente para a imagem do país cujos interesses apregoam defender. Falam em mentira esquecendo-se de quem mais mentiu durante quatro anos e meio com a conivência do antigo Presidente da República.

Obviamente o papel da oposição não é apoiar o Governo, mas o de criticar a orientação política da sua atuação devidamente fundamentada nos seus aspetos essenciais. Até agora nada se viu. Nem sabemos o que fariam melhor nem como. Falam em acordos escondidos, em planos B, em faltas disto e daquilo. Procuram o acessório para ser publicitado na comunicação social. É como um frasco de perfume que apenas contem água colorida no seu conteúdo.

Esta oposição de direita não tem demonstrado seriedade, se é que em política ela pode ou deve existir. Esta atitude não é de agora, basta fazer algum esforço para nos recordarmos de algumas campanhas vindas se alguns órgãos do PSD que usam e abusam da utilização da ofensa pessoal, da desvirtuação de caráter dos seus adversários à falta de argumentos políticos válidos. Seria bom que olhassem para dentro e regressassem um pouco, apenas um pouco, ao seu passado governativo. Apenas se lhes pede, senhores deste PSD, que pratiquem, pelo menos ao nível da oposição política, um pouco de ética e de moral.

Já sabemos que na oposição de direita PSD há quem se esteja lixando para as sondagens, mas não será bem assim porque, caso contrário, não reagiriam apressadamente procurando pretextos de má qualidade para fazer de conta que estão a fazer oposição quando, na verdade, estão a fazer troça de todos nós. É apenas de lamentar tal triste figura. Não é assim que vão novamente obter a confiança dos portugueses. Aliás, apesar do embaraço com o episódio da TSU com o PSD  a reboque da extrema-esquerda que levou o Governo a ter de encontrar uma solução alternativa que simultaneamente agradasse a patrões e parceiros parlamentares, o Partido Socialista recuperou boa parte (0,5%) dos 0,7% perdidos há um mês. Contas feitas, a vantagem dos socialistas sobre os sociais-democratas alarga-se para uns confortabilíssimos 8,6 pontos percentuais. O mesmo se poderá vir a agravar o caso das cartas, cartinhas, SMS e outras coisas assim com justificações contrafeitas.

O PSD acrescenta desastre atrás de desastre para agradar a um pequeníssimo leque dos seus simpatizantes. O CDS, com Assunção Cristas e a sua “ascensão” ao topo do partido não tem conseguido essa a elevação milagrosa. O CDS não se tem assumindo como um verdadeiro partido conservador de direita defendendo os seus ideais. Ora cola-se ao PSD, ora tenta demarcar-se (afinal em que ficamos?).   

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 17:50

É o desespero meus senhores

por Manuel_AR, em 09.02.17

Espelho meu.png

É o desespero senhores, é o desespero! É um desespero nunca visto em Portugal pelo qual a oposição está a passar. Há um alvo que querem atingir e que não lhes agrada se mantenha no Governo. É o ministro das finanças. Pode perguntar-se porquê e resposta é fácil. Não lhes interessa que esteja em funções um ministro que tem cumprido, a nível das finanças, os objetivos a que Portugal se tem proposto interna e externamente.

À oposição de direita não é Portugal nem os portugueses que lhe interessam é o seu umbigo e a sua autoestima partidária que estão em jogo. Fazer o que eles nunca conseguiram fazer é algo que lhes custa engolir. É a questão do estar a haver alternativa no lugar do bolorento não há alternativa dos neoliberais.

Há uma estratégia construída pela oposição de direita com o objetivo de descredibilizar os que querem compor o Portugal que os neoliberais do PSD destruíram coadjuvados pelos senhores do irrevogável CDS.

Mário Centeno e a sua equipa das finanças é a pedra no sapato desses sujeitinhos, entre os quais Paulo Rangel. Não gostam da equipa. Faz-lhe mal à sua credibilidade que pensavam ter quando estavam no governo do país e que desgovernaram durante mais de quatro anos. Desculpavam-se com a troika mesmo quando o seu líder Passos Coelho clamava para se ir ainda mais além. Com isto pretendem a destruição da CGD a todo o custo. Esqueceram-se rapidamente de todas as trapalhadas que arranjaram quando eram governo sem que ninguém se demitisse.

É a oposição da imundície politiqueira porque não têm nada para apresentar. Desviarem as atenções com grandes tiradas demagógicas que em nada ajuda a compor o país que tiveram a oportunidade de compor, mas que pouco ou nada conseguiram anão ser prejudicar certos setores da população. Até dão a entender que querem a todo o custo uma cabeça seja de quem for, como desforra da demissão de Miguel Relvas.

A fúria e o desespero dessa gente cuja perda do poder parlamentar ainda não conseguiram ultrapassar não tem limites. Tudo serve.

Ideias não as têm e, as que tiveram antes, negam-nas no presente.  Ainda hoje na Assembleia o PSD votou contra uma proposta do CDS que no passado já defendeu. É a desorientação estratégica de tudo.

Pegam agora na discussão da sobre a eutanásia, com a qual não concordo por estar a ser tratada de ânimo leve, e gritam aos quatro ventos vamos propor um referendo.  Apenas têm na manga mexeriquices? Nada mais.

É um falhanço duma oposição que apenas clama nos corredores por vingança e vê tudo apenas com objetivos partidários. Para eles os portugueses devem ser uma cambada de tontinhos que se enganam com frascos de perfumes que apenas contêm água, acolitados pelos seus comentadores de mão que por aí proliferam.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 22:57

Quando o réu quer virar juiz

por Manuel_AR, em 22.04.16

Juiz.png

A direita, especialmente o PSD de Passos Coelho, tenta desvincular-se da política que adotou enquanto esteve à frente do Governo. O PSD tenta agora na comissão de inquérito ao BANIF mostrar que nada teve a ver com isso,  desculpabilizar-se e apagar parte do seu mandato. Na Assembleia da República o PSD aproveita a comissão de inquérito e a visibilidade televisiva para atacar e responsabilizar o Governo em funções. A sua pedra no sapato é o ministro das finanças Mário Centeno porque, se este conseguir mostrar durante o mandato deste Governo que há outros caminhos para atingir os mesmos objetivos, mostrará o fracasso do Governo anterior e a política da severa austeridade que apoiou, (apenas para alguns), imposta pela UE e pelo seu defensor incondicional que é o ministro das finanças alemão.

Podemos questionar, se, quem não resolveu o problema do BANIF por incompetência, desleixo, ou talvez premeditadamente para precaver uma eventual perda de eleições tem moral política para acusar seja quem for pela situação criada no naquele banco. Poderemos perguntar ainda se já estão esquecidos dos estrondosos problemas que enredaram o Governo de que faziam parte?

O Governo anterior passou o problema para o senhor que se segue que, a custo, o resolveu enquanto elementos do PSD que estão na comissão de inquérito constroem artifícios irrelevantes fazendo-os parecer mais importantes do que na realidade são.

O PSD  ainda está no rescaldo da incapacidade de Passos Coelho, aliada a um certo ressentimento por não ter conseguido constituir Governo. Diria até uma certa ira para com o atual que, até ver, mostra estar a governar. Passos Coelho, por seu lado, mantém o registo de primeiro-ministro mas sendo ex-primeiro-ministro que algumas e desvairadas cabeças do PSD aconselham a manter como estratégia de modo a não fazer parecer exatamente aquilo que é, um ex-primeiro-ministro como tantos outros o já foram.

O PSD quer mostrar que não tem estratégia entrou num estado de aparente catalepsia esperando sentado. Isto é, está numa espécie de comprometimento e numa oposição inerte talvez porque nada tenha para apresentar de novo e que não seja ideologicamente neoliberal. O PSD estar a favor é comprometer as suas políticas passadas, abster-se é o mesmo que dizer que não concorda e estar contra é o mesmo que estar contra medidas que a maioria da população, bem ou mal, aceita.  

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 17:04


Mais sobre mim

foto do autor


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.


Posts mais comentados