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Depois do choque inicial causado pelo coronavírus e vendo o que se estaria a passar noutros países fecharam-se em casa, isto é, confinaram não fosse o diabo tecê-las e de seguida “fecharam-se em copas” sobre a escrita que eventualmente fosse contra as decisões e precauções vindas da DGS e do Governo. Centraram-se a perorar sobre o coronavírus para aqui, coronavírus para ali e mais o que se deveria e não deveria fazer-se, tudo no bom recato da segurança caseira, um sem fim…

Terminado e aliviado o confinamento, pé ante pé, lá fomos todos abrindo mão das necessárias cautelas. A maior parte dos que tinham ido trabalhar por necessidade ou imperativo, assim continuaram após o confinamento e no estado de calamidade deslocando-se como de costume apesar dos perigos que sabiam existir. De regresso a casa talvez se juntassem aqui e ali para beber um copo. Há quem assim não fizesse nomeadamente os jovens, e não apenas eles, que organizaram festas e encontros como os de Lagos e Carcavelos. São os irresponsáveis que potencialmente alimentam o vírus predador que os devorará a eles e a outros e que pensam que só pode acontecer aos outros.

Depois da abertura parcial das portas e já refeitos, em parte, do susto que apanharam dedicam-se agora a elaborar pensamentos altamente que façam soar as campainhas do afinal estava tudo mal o que se fez. Tudo deveria continuar como dantes e apontam exemplos como o da Suécia. E tudo deveria ter continuado sem paragens em nome de “um bem maior”, dizem. Ora penso que o bem maior do que a vida e a saúde da população e de quem trabalha não é o bem maior a que esses se referem mas sim às grandes empresas e ao capital que se reclama defensor da economia, mas que se algum trabalhador adoecer, seja pela Covid-19 é logo dispensado ou melhor, despedido. Assim aconteceu com o caso de um jovem gestor de marketing que foi um dos primeiros infetados do país que foi demitido, relatado no Expresso do último sábado.

Mas voltemos aos jovens que pensam que nada lhes acontece. Pois claro! Para eles já tudo passou já se pode andar à molhada no meio da rua e promover encontros de dezenas ou centenas. Dizem: não se vê ninguém doente, nem na praia, nem no bairro e os amigos não estão infetados, como eles tivessem visão de raios X quais super-homens E vai daí, há um telemóvel que passa de mão em mão, há um copo que se passa a outro para dar um golinho de cerveja porque a dele já acabou, passa aí um cigarro que eu já não tenho tabaco, e todos petiscam metendo a mão no pacote de batatas fritas que está na mão do outro. Não há risco, pois não, são todos saudáveis. E, senão quando, passado algum tempo, lá vão uns tantos ao hospital à rasquinha, sabem lá eles com o quê!

Dos que chegam ao hospital alguns não foram contaminados em grandes festas e julgam que a doença só é transmitida por quem tem sintomas. Erradíssimo! Essas informações beberam-nas eles nos “bafons” e nas traseiras das redes sociais.

Hoje no jornal Público saiu um artigo com o “Os jovens não se estão nas tintas para os outros, mas apenas fartos” e que começa assim:

“Os jovens que estão a fazer aumentar os casos de contágio porque se reúnem em festas ilegais e aos magotes nas praias e espaços públicos são os mesmos que, em Março e Abril, cumpriram zelosamente o confinamento, completaram a escolaridade à distância e até se prontificaram a ajudar os mais velhos nas compras. “Não são pessoas que se estejam nas tintas para os outros e para o país”, lembra a psicóloga Margarida Gaspar de Matos. Mas, agora que o desgaste lhes pesa, as aulas acabaram e vêem as praias e os festivais de verão escapar-se-lhes entre os dedos, mantê-los distantes socialmente, exige uma campanha feita à medida.

Não senhor, não são os mesmos jovens a que a psicóloga se refere ao fazer suposições sem dados empíricos sustentáveis para o comprovar está a cair em perigosas generalizações e, como sempre, as generalizações confundem as pessoas. Esses a que a senhora psicóloga se refere pertencem a uma outra classe, a dos responsáveis. Os outros os que estão fartos e só pensam em concertos são os provocadores, os da irresponsabilidade. Estarem fartos, é sinónimo de pôr em risco a saúde pública por negligência o que pode ser considerado crime.

Ignoram que até sábado segundo a DGS mais de 5500 infetados tinham até 30 anos, quase 2000 a mais do que no mês passado. Estes são os jovens que organizam jantares em casa e que acham que por ser em casa não há perigo, são os que no trabalho usam máscara e desinfetam as mãos, mas à noite reúnem-se em grupo sem proteção, são os que foram visitar amigos que estavam infetados e não se protegeram. Parecem que não lhes cabe responsabilidade. Ostentam a irresponsabilidade na prática diária desconhecendo que, segundo profissionais de saúde, muitos dos doentes mais velhos que passam pelos cuidados intensivos saem de lá mais rapidamente do que os mais jovens.

Para finalizar transcrevo parte de um caso relatado no jornal Expresso do dia 20 de junho que pode ser elucidativo para perigos que qualquer um pode correr.

“A recuperar em casa, onde vive com os pais, conta pelo telefone que enfrentar a doença não foi fácil, mesmo para quem praticava regularmente kickboxing e muaythai. “Sempre fui saudável e só quem passa por isto sabe o quanto é mau.” Luís nega qualquer comportamento de risco. Diz que ficava em casa e “só saía à noite para correr e fazer exercício, sempre sozinho”. Mas, então, como se terá infetado? “Talvez porque ao correr e exercitar-me, suava muito e punha a mão na cara, mesmo que antes tivesse colocado as mãos no chão para fazer flexões.” Pois, talvez. Mas não saía mesmo nunca? “Às vezes, à noite, ia às bombas de gasolina tomar café, mas ficava pouco tempo.” Pois, talvez.

Que fique o alerta os jovens, mas também os dos  grupos dos 30 aos 59 anos sem preocupação poderão ser os grandes causadores do agravamento da epidemia pondo em risco a sua vida e a de muitos outros para os quais foram cadeias de transmissão.



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publicado às 19:34

Coligação azul-laranja ou laranja-azul?

por Manuel_AR, em 19.09.13

Com a aproximação da época outonal das férias restam apenas recordações. Boas ou más consoante o que os senhores do governo determinaram, austeridade para muitos e bem-estar para uns poucos. Como podia ser confirmado no algarve, pasmava-se com ostentação gastadora dos tais que podem ainda ir de férias e comer bifes todos os dias e são intocáveis pela crise, enquanto outros, a maioria, olhava para a sardinhas que, este ano ao preço a que estavam já nem as puderam comprar, outros ainda, a crise que lhes provocaram obrigou-os a não sair de casa. É assim que se está a transformar este país, uma coutada para alguns, os mesmos que mais contribuíram para a crise.

As férias também serviram, noutros casos, como tempo de reflexão, longe das notícias das televisões alinhadas para captar audiências, muitas das vezes para lavagens das atrocidades políticas que desfilam sem que ninguém lhes ponha cobro, desculpadas pela necessária estabilidade política tantas vezes reclamada pelos mesmos que a provocaram no início do verão. Parte destas férias foram momentos para uma pesquisa tranquila de temas sobre o andamento da nossa triste política até que surja mais uma intranquilidade exógena a cada um de nós novamente desencadeada pelos mesmos do costume.

Os pregadores dos partidos, nomeadamente os da coligação laranja-azul, PSD-CDS, convidados pelas televisões calaram-se por poucos dias o que foi música para os nossos ouvidos e “poupança” para o povo livre das vozes dos elementos dos partidos da coligação do governo que proferem os mesmos argumentos desgastados e inverosímeis até à exaustão. 

A aliança laranja-azul ou azul-laranja (?) que governa (a ordem pode não ser arbitrária, dependendo de como cada um a entenda) colocou Portugal num fosso pior do que aquele donde o quis tirar.

Ao fim de dois anos e três meses a austeridade, provocada em parte pela necessidade do cumprimento do défice, e em maior parte pelo cariz ideológico neoliberal forçado que foi imposto e sempre reafirmado pelo primeiro-ministro que, para além de se aliar à “troika”, reforçou essa aliança com o discurso do “ir para além da troika”, não tendo conduzido a qualquer redução do dito, muito antes pelo contrário. Afinal para quê os sacrifícios?

Já sabemos, porque o repetem até ao limite, que é para as gerações futuras. Novo estilo em política, governar para quando estivermos todos mortos. Entretanto, até lá, as gerações futuras que são filhos hoje, a maioria claro, porque outros terão com certeza o seu futuro sempre garantido quaisquer que sejam as circunstâncias, recordar-se-ão das dificuldades e sacríficos que passaram e, quando lá chegarem, odiarão por certo, quem os colocou nessa situação.

De qualquer modo essa demagogia de passar para a opinião pública os argumentos das gerações futuras não passa de uma treta. Os atuais velhos e de meia-idade também já foram no passado gerações futuras e já nessa altura, quando ainda eram jovens, lhes acenavam com o mesmo chavão. Veja-se como se encontram agora. O mesmo irá acontecer aos atuais jovens. Daqui a trinta ou quarenta anos irão também ouvir os mesmos argumentos que são a chave desta direita radical que tem vindo a conseguir dividir o país.

Por sua vez a tentativa de entalar o maior partido da oposição ainda não terminou, Cavaco Silva e Passos Coelho (esta ordem não é arbitrária) ainda não desistiram de fomentar uma tal união nacional (?) que englobe os partidos ao que chamam arco da governação. Arco? Quando muito círculo, não, não é circo, é mesmo círculo da governação, pois esta forma geométrica é a que melhor representa uma área delimitada por uma linha exterior que representa um itinerário que se repete, embora com alternância dos que a percorrem sem interrupção ao longo dos anos. Continuando, ao colocar o PS no mesmo saco parte do eleitorado deste partido poderia associar que, não havendo na prática oposição ou alternativa logo, tudo seria igual e não vale a pena muda. Então, aquando das eleições legislativas, as opções do eleitorado poderiam vir a favorecer o PSD que capitalizaria parte do potencial eleitoral de outro partido, neste caso o PS.

Como querem estes senhores do governo, especialmente o PSD, que haja um consenso nacional, ou uma “união nacional” como preferiam se eles próprios têm fomentado a divisão entre os portugueses, com um estilo político impróprio isento de princípios, de valores políticos, individuais e sociais que transbordam os limites da indignação.

Em termos muito simples e dum ponto de vista politicamente egoísta: quem fez o buraco é que o deveria tapar. Quem disse que o iria tapar ,mas o escavou ainda mais que se amanhe. A competência tem que ser comprovada por eles próprios sem ajudas, com factos e não com palavras e promessas vãs. Ah! Pois, o Tribunal Constitucional. Pois é!

Relembrando as várias atuações e a conduta do primeiro-ministro e do seu governo verifica-se que têm com frequência subvertido os processos democráticos mais elementares de decisão, para além de cometerem nas suas declarações públicas erros propositados de conteúdo tentando enganar os menos atentos ou os que não acompanham mais de perto a política.

Em vez de governar reage contra tudo e contra todos criando fraturas por vezes insanáveis na coesão social e até entre gerações que seria básico existir neste momento de negociações com a “toika”. Passos Coelho, juntamente com Paulo Portas, em vez de unir desunem com a consciência disso, sendo Passos Coelho o vanguardista da desestabilização social e política. Põe até em causa o sistema de valores em que até a direita mais conservadora se baseia, pretendendo abalar e fazer perder aos portugueses a convicção adquirida de que o poder político só se pode exercer de maneira formalmente legal. Tem umas partículas embora finas do modelo soviético no tempo estalinista e do modelo chinês maoista cujo exercício do poder ultrapassava a legalidade.

A tentativa de manipulação de normas jurídicas, pondo em causa as instituições democráticas, são um sinal do frenesi pela imposição de normas que põem em causa a lei fundamental desafiando o Tribunal Constitucional que até a poderosa Chanceler Merkel respeita no seu país, revelam uma inclinação para um tipo de poder neototalitário.

Este governo, como tal nunca visto, é perito em violações deliberadas da Constituição da República. Ao colocarem a questão sobre a forma de interpretação da lei fundamental pelo Tribunal Constitucional que segundo os apoiantes do governo é errada significa que, e apenas eles, são os detentores da verdade interpretativa. Pinta de pensamento único que os aflige não poder exercer.

O serão vai longo. Por aqui se fica…     

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publicado às 18:46

Sacudir a água do capote

por Manuel_AR, em 12.07.13

 

O Sr. Presidente da República criou uma autêntica balbúrdia com a sua comunicação ao país. Foi evidente a sua desresponsabilização do problema político que ele, indiretamente, ajudou a criar, apoiando um Governo cheio de lacunas e contradições. O que está e causa é ele próprio e não o país. A imagem dele acima de tudo.

Mas o mais grave é que, agora, pretende que os partidos intercalares do poder, (detesto arco da governação), por artes mágicas se juntem e encontrem uma alternativa talvez, no pensamento dele, uma espécie de “União Nacional” que agora designa por salvação nacional. Compreende-se, à medida que envelhecemos, e ele conta 73 anos, devido a problemas da memória de curto prazo começamos a virar-nos para o passado. Isto é, a partir dos 40 anos de vida começamos a esquecer-nos de ocorrências do presente mais recente, mas o que se refere ao passado longínquo volta a estar mais presente.

O Presidente da República esqueceu-se de que o Governo que tanto têm apoiado tem progressivamente vindo a cair na desgraça. Disto Passo Coelho, Miguel Relvas e também Vítor Gaspar são os grandes responsáveis. Não tanto pela austeridade, contra a qual a maior parte do portugueses tem vindo a reclamar, mas que aceitavam se fossem mobilizados com discursos de coesão e não de divisão.

Aqueles referidos senhores resolveram entrar por um processo divisionista, como já várias vezes tenho escrito, lançaram jovens contra cidadãos com emprego, acusaram os que o tinham como estando numa zona de conforto, lançaram jovens contra velhos, setor privado contra setor público, alimentaram rivalidades dentro do próprio setor público, criticaram os jovens porque não emigravam, desdenharam as organizações profissionais aceitando-os apenas, e quando, iam de encontro aos seus objetivos perversos e toda uma sucessão de material verbal de idêntico valor. Linguajar como este, como a já tão falada “peste grisalha”, entre outros disparates ofensivos sobre cidadãos. Não é de admirar que toda esta panóplia emergisse da ala mais neoliberal, com laivos nazificantes, que se infiltraram no PSD.

Vem agora o Presidentes da República sacudir a água do capote e pedir aos partidos para se entenderem, querendo envolver o PS, marginalizando outros partidos. Só se o PS estiver com instintos suicidas!

Agora que o PSD e o CDS, (este por arrasto), não sabem o que hão-de fazer, quer o Sr. Presidente de alguns portugueses, que outros venham ajudar a resolver os problemas que ele e os seus partidos criaram. Depois estamos mesmo a ver o que poderá vir a acontecer. Se correr mal, vocês também lá estiveram. Se correr bem, o que é duvidoso, fomos nós que conseguimos.

Presidentes assim há só há este e mais nenhum!

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publicado às 19:10

Se estes políticos não servem. Inventem-se outros.

 

Só quem nunca viveu em ditadura é que não conhece o verdadeiro significado do que é viver em democracia. Quem já nasceu e viveu em democracia não lhe dá o real valor. É, portanto, legítimo que muitos se desiludam com o seu exercício tal e qual se vive atualmente culpabilizando os políticos e os partidos.

 

É frequente ouvirmos por aí divulgar a ideia de que os partidos não se entendem. Isto é um erro de princípio visto que os partidos, divergindo quer nas suas ideologias, quer na forma de aplicação de modelos e políticas à governação, não se constituíram para se entender. Se assim fosse teríamos uma espécie de partido único ou uma espécie de “União Nacional” como no tempo da ditadura.

 

Quando alguns comentadores políticos, alguns bem pagos para isso, e, a maior parte das vezes, da mesma corrente partidária, falam em governos patrióticos de emergência nacional ou de salvação nacional, através de entendimentos partidários, apenas têm um objetivo: salvar o partido do governo da má governação implicando outros para que depois também se lhes possa atribuir responsabilidades pelos eventuais fracassos protegendo, assim, a sua imagem da exclusividade das medidas. A unanimidade de partidos no que se refere a medidas a tomar e políticas a seguir em tempo de crise, são uma espécie de convergência mascarada de sentido patriótico para reduzir e minimizar as vozes discordantes que se possam levantar contra um governo de maioria absoluta.

 

Que não existe democracia sem partidos e sem políticos deve ser um dado adquirido. Mas, se não devemos, nem queremos, terminar com a democracia podemos sempre, através de movimentos cívicos, provocar a saída dos políticos que se aproveitam da democracia para seu benefício pessoal.

 

Tenham sido bons ou maus os políticos de craveira chegaram, na sua maior parte, ao fim da sua carreira política deixando os portugueses à mercê de governantes e de políticos jovens oriundos das “Jotas” das quais se aproveitam para, no seu interesse pessoal e carreirista, conseguirem um emprego numa bancada parlamentar ou num emprego público que o seu partido se encarregará de arranjar através do que vulgarmente se chama “Jobs for the Boys”. Assim se conseguem lugares, por vezes criados à medida, numa carreira pública onde o serviço prestado é, por si mesmo inútil, mas que os nossos impostos se encarregarão de pagar.

 

Será então que os jovens não terão direito a ingressar numa carreira que os prepare para a governação futura do país? Claro que sim. O que é inadmissível é que jovens com pouco mais de 30 anos, saídos das universidades, sem experiência da vida pública, sem conhecimento concreto da sociedade em que vivem, com ideias e modelos sociais e económicos pré-concebidos que teorias, e em alguns casos professores, ajudaram a construir e incutir em mentes entusiásticas mas que se refletem posteriormente em experiências socialmente desastrosas.

 

Imagine-se um primeiro-ministro ou um ministro de uma qualquer pasta, vindo de uma qualquer empresa sem história e com uma carreira política mais ou menos desconhecida. Cabe-nos perguntar que competências governativas e credibilidade poderão ter para governar um país e que confiança pode transmitir? Uma carreira pública e política vai-se construindo, não aparece por uma qualquer nomeação para um cargo no governo, usufruindo de um salário que, na melhor das hipóteses, nunca sonhou vir a ter, não fosse o partido onde se filiou.  

 

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publicado às 17:15

Políticos dia a dia

por Manuel_AR, em 18.02.13


 

 Imagem Aventar.eu

 

 Imagem Aventar.eu


Liderança Cérbero ou o monstro de três cabeças

Segundo a mitologia Grega, Cérbero era um cão que guardava as portas do Tártaro impedindo a saída daquele inferno.

O Blocos de esquerda tem uma liderança bicéfala devido ao cocktail de misturas ideológicas.


O governo é tricéfalo porque liderado por três cabeças, Passos Coelho, Miguel Relvas e Vítor Gaspar. Qual deles terá mais poder nas decisões para evitar a saída do inferno.

 

Relvas após ter andado escondido, quiçá envergonhado pelo escândalo da sua licenciatura, regressa agora com toda a sua pujança anda com aquela arrogância que o caracteriza mas que, entrouas causas , provocará a derrocada do PSD. Ele personifica tudo o que a geração prveniente dos retornados preparou ao longo dos anos como um prato de vingança, que  serviram frio, ao conseguirem a tomada do poder.


Passos Coelho anda numa corda banda, dizendo e desdizendo, mentindo e desmentindo.


 

O transformismo semântico que Carlos Moedas metamorfoseou a palavra cortes em poupanças através de uma roupagem sinonímica que Passos Coelho já adotou. Se consultarmos um dicionário veremos que corte é a diminuição da quantidade, interrupção na continuidade de algo, supressão e poupança é dinheiro economizado, economias, gastar menos. Pressupõe, portanto, que possa existir um excedente gastando menos para que se possa poupar. Não estamos portanto a ver como é que, estes “jovens” governantes que fazem circular por aí que são inteligentes, mas que não passam de uns teóricos inexperientes podem, sem cortes, fazer poupanças de quatro milhões. Ou mentem ou pretendem iludir-nos.


 

 

A cabeça de Paulo Portas não faz parte do Cérebro, aparece e desparece à medida das conveniências mas que apesar de não ter voto na matéria se mantem, segundo ele, apenas a bem do país. Ou será da Nação? Mas que grande sacrifício está a fazer pelo país! Sacrifícios estão os portugueses a fazer e são muitos e dolorosos. O CDS/PP não é mais de uma muleta do Governo do qual Portas é cúmplice mesmo que não queira. De vez em quando faz de conta que discorda, mas que, o sentido de Estado assim o exige. Transformou-se numa marioneta do Governo o que o levará a perder, cada vez mais a base de apoio eleitoral que em tempos recuperou. Depois bem pode continuar a fazer números de circo, nem que sejam saltos mortais, que não o fará recuperar. Esperemos para ver.  

Portas agora tem um documento em mãos para preparar, mas já disse que temos que cumprir os nossos compromissos internacionais. Quem é que diz o contrário, com exceção de alguns exaltados, e com razão, mais radicais?



Cada um diz a sua.

Miguel Relvas disse: - O desemprego tira-me o sono.

Passos Coelho disse: - O desemprego não lhe tira o sono. Dorme pouco mas dorme bem.



Coesão Social

Passos Coelho diz que “reforma do Estado é um imperativo de coesão social”.

Talvez, mas a reforma que ele pretende vai no sentido contrário, destruir a coesão social.

Aliás Relvas está a ser exímio nisso, lançando os jovens contra trabalhadores mais velhos. A velha regra do dividir para reinar. Será que pretende lançar no desemprego mais milhares de trabalhadores sem depois arranjar empregos para os mais novos? Ao que chega a campanha enganosa para captar os votos dos jovens. Nunca tive nada contra os retornados, mas este de descendente de retornados, no que se refere à vingança, está no seu melhor.

 

Combustíveis aumentam vejam só!!

Uma nova justificação para o aumento dos combustíveis: o frio no Norte da Europa que obriga aqueles países a consumir mais combustível e que por isso o preço aumenta em Portuga! Agora já não é euro que está a valorizar, arranjaram outra.

O consumo diminuiu 9%. Como manter as mesmas margens de lucro? Aumentam-se os preços. Será isto o mercado livre e a livre concorrência que como dizem fará baixar os preços?



Marcelo Rebelo de Sousa

 

 

Continua com a sua arte de fazer crer na opinião pública uma imagem de independência. O que acontece é que nos meios das suas opiniões há sempre um sútil apoio a este Governo. A última: “a semana passada o Governo melhorou.” Vale a pena fazer mais comentários?

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publicado às 18:57

A moda, a roupa e a crise

por Manuel_AR, em 02.06.12
 
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Em semanas de menos ocupação e com mais paciência deambulo por locais da cidade de Lisboa onde, normalmente, se situam lojas de moda e artigos de vestuário para ambos os sexos parando, aqui e ali, para ver montras e entrando para conhecer as novidade e as últimas coleções. Face ao que espreito nos manequins das montras e nos expositores questiono-me sobre a moda masculina e feminina.

Não sou contra a moda e, dentro das possibilidade, gosto de me vestir bem, mas repugna-me dar centenas, por vezes, milhares de euros por uma fatiota, camisas, calças, sapatos ou maleta de marca que, no dia-a-dia, a maior parte das pessoas não reconhece como tal, a não ser que afixe uma etiqueta da marca em local bem visível. Isto é, pago caro e faço publicidade gratuita através da etiqueta aplicada no vestuário que a marca me obriga a ostentar.

Ao olhar com atenção para os ditos manequins e expositores de moda, constato que os modelos apresentados são de tal forma estreitos, quer acima, quer abaixo da cintura, que sou levado a pensar que foram apenas concebidos para jovens anoréticos e anoréticas.

Por acaso entre nós portugueses, ainda que nos digam que estamos a atingir o limiar da obesidade, há muitos milhares de consumidores de moda que, apesar de manterem uma estatura, peso e medidas equilibradas, por mais que se esforcem não conseguem entrar, nem à força nas medidas que nos apresentam. Pode deduzir-se então que, como já disse, os modelos são destinados aos já referidos consumidores mais jovens que, em princípio, devem ser "elegantes". 

Relacionando o preço e o consumo de artigos da moda com o poder de compra dos jovens ficamos perplexos! Porquê? Porque, considerando que 35% da população desempregada são jovens; que os que têm trabalhos a maior parte é precário; que outros estão à procura do primeiro emprego, não se compreende como é que a moda e os modelos dela consequentes, e mudando de estação para estação, são, na sua maior parte, destinados ao mercado jovem. Ou não há crise ou os jovens, apesar de desempregados, não a estão a sentir e continuam a ter poder de compra através das suas famílias

Sobre o assunto das medidas do vestuário os lojistas argumentam que há também outras medidas destinadas aos outros clientes mas não exatamente os mesmos modelos e padrões. A moda não é atualmente pensada para a estatura e peso médios dos homens e das mulheres portugueses, é destinada a atingir um “target” de consumidores que, normalmente, são os mais jovens. Os outros, os de estatura média, que deve ser a maior parte dos que sustentam este país através dos seus impostos, se quiserem andar bem vestidos que emagreçam para conseguirem as formas e o peso dos(as) modelos esqueléticos(as)de pernas esguias e faces encovadas que passam nas “passerelles” os trapos que vão ser a tendência na época seguinte. Estas modas são ditada por estilistas que sentem necessidade de ser conhecidos e de que lhes afaguem o ego, apresentam estravagâncias destinadas a uma “fauna indescritível de relevante saloiice de inutilidade social e cívica” que vive à volta disso.

Inspirados nos mais diversos e desvairados ambientes sociais do passado e do presente lançam inovações que nada têm a ver com o nosso estilo de vida. Imagine-se o(a) leitor(a) a ir para o seu trabalho vestido(a) com as fatiotas apresentadas por aqueles senhores nas passerelles, como por exemplo as calças com fundilho de inspiração muçulmana.

Por último atente-se neste exemplo real passado numa loja de marca bem conhecida que, por motivos óbvios, não vou revelar: um cliente viu na montra da loja, onde se anunciava uma promoção, uma camisa cujo padrão lhe agradou. Ao ser dado o número de medida da camisa pretendida a lojista informou que, sim senhor, tinha a referida camisa com aquele número de colarinho (número médio de pessoa acimado 40 anos mas, cuja cintura não é propriamente de vespa). A lojista, antes de se deslocar para ir buscar a camisa com o número solicitado, hesitou brevemente, olhou para a cintura do cliente e, solicitamente, informou que tinha o número pretendido, mas que talvez não lhe servisse, que talvez fosse melhor experimentar. O cliente, sem estar a perceber bem, perguntou porquê. A resposta veio com um sorriso nos lábios da lojista:

- Sabe… é que… as nossas camisas são cintadas! Se quiser experimentar um ou dois números acima do que pretende eu vou buscar… mas, mesmo assim, não garanto!

Por este exemplo poderemos ser levados a pensar que o cliente era barrigudo. Pois não era não senhor! Apenas não treinava todos os dias com folhas de alface para se poder enfiar dentro de camisas cintadas, criadas pelos tais estilistas e lançadas no mercado para um determinado tipo de consumidor. Mas, com a crise que estamos a passar, talvez em breve o português de estatura média, por contenção alimentar obrigatória, possa vir a enfiar-se em roupa destinada a anoréticos(as) militantes.

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publicado às 18:36


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